Repórter é indiciado por repassar informações à organização criminosa e incentivar homicídios

Repórter de Maringá, foi indiciado por integrar uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e homicídios na região

A Polícia Civil indiciou um repórter de Maringá, no Paraná, por integrar uma organização criminosa envolvida no tráfico de drogas e homicídios na região. As equipes foram as ruas do município nesta quinta-feira (08) para cumprir o mandado de busca contra o profissional da imprensa.

Segundo a Polícia Civil, no início de 2023, foram cumpridos diversos mandados de busca contra membros de uma organização criminosa em Maringá. Durante essas operações, vários aparelhos celulares foram apreendidos, incluindo o de um membro da organização criminosa que morreu em confronto com a polícia durante a operação “Todos Por Um”, realizada em meados de 2023.

A análise do celular apreendido revelou que o repórter, utilizando o acesso proporcionado pela sua profissão, repassava informações confidenciais sobre apreensões de drogas, homicídios, autores e vítimas dos crimes, além das linhas de investigação policial.

Ele também fornecia informações sobre a localização de equipes de segurança e divulgava detalhes de operações policiais antes de sua execução, potencialmente comprometendo o sucesso dessas ações.

As investigações mostraram que o repórter alertava os criminosos sobre a atuação policial e fornecia detalhes precisos de operações em andamento e futuras.

 Em uma das conversas interceptadas, ele avisou um dos líderes da organização sobre uma operação iminente: “Recebi uma informação agora, tô indo para o local. Diz que balearam um cara na Mandacaru agora, em frente do Kennedy”. 

Além disso, o repórter enviava fotos dos locais de crimes e das vítimas para os integrantes da organização criminosa, permitindo que eles tomassem medidas para evitar a captura e frustrar as investigações.

Em outra mensagem, ele descreveu o local de uma apreensão de drogas e as movimentações da polícia em tempo real: “Essa carreta tava lá estacionada no …., ali na Morangueira. Ele pegou essa droga em Foz do Iguaçu e ia levar para Minas Gerais”.

Um dos trechos mais incriminadores das conversas revelou a gravidade da ligação entre o repórter e os criminosos. O repórter não apenas fornecia informações, mas também incentivava atos violentos.

Em uma mensagem, ele disse: “Hoje foram para matar ele e erraram os tiros. Inclusive, deram uma recompensa de R$ 5.000 se alguém matasse ele”.

Em outra ocasião, ele mencionou: “Então menino, tinha que ter feito ele né. Para a gente filmar ele no chão”, demonstrando claramente que ele incentivava o homicídio, reforçando a gravidade de sua colaboração com a organização criminosa.

Com base nas evidências coletadas, o repórter será indiciado pelo crime de integrar organização criminosa, conforme o artigo 2º da Lei 12.850/2013.

Santa Catarina registra menor número de homicídios em julho desde 2008

Julho de 2024 marcou um mês histórico para a segurança pública em Santa Catarina, registrando apenas 28 homicídios, o menor número desde o início da medição dos indicadores em 2008. Este dado representa uma significativa redução em comparação com os 38 homicídios ocorridos em julho do ano anterior. Além disso, 62,7% dos municípios catarinenses, ou seja, 185 cidades, não registraram nenhum homicídio no mesmo período.

O governador Jorginho Mello destacou o compromisso das forças de segurança e os investimentos contínuos como fatores cruciais para a redução da criminalidade. “A criminalidade vai perdendo espaço aqui. Vamos continuar trabalhando para que as pessoas se sintam cada vez mais seguras em Santa Catarina”, afirmou Mello.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) credita esses resultados às constantes ações policiais e ao trabalho integrado das Forças de Segurança, incluindo a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Científica. As prisões de lideranças criminosas, tanto de Santa Catarina quanto de outros estados, juntamente com o monitoramento de inteligência, desempenharam um papel fundamental na contenção do crime organizado.

A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) registrou um aumento de 8,04% no cumprimento de mandados de prisão em julho, totalizando 578 presos. De janeiro a julho, foram cumpridos 3.929 mandados de prisão, o maior número já registrado. Em relação aos mandados de busca e apreensão, houve um aumento de 10,20%, com 724 mandados cumpridos em julho e um total de 4.847 de janeiro a julho.

O delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, atribuiu esses resultados aos investimentos do governo estadual e a um planejamento estratégico eficiente. “A Polícia Civil tem trabalhado mais motivada, e isso é resultado dos investimentos feitos pelo governador Jorginho Mello, aliado a uma gestão de resultados”, destacou Gabriel.

O comandante-geral da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, enfatizou que os resultados positivos são fruto de ações efetivas baseadas em um trabalho integrado contra a criminalidade. “A ação enérgica e a pronta resposta das forças policiais acabam dando bons resultados em favor da sociedade catarinense”, afirmou Pelozato.

O trabalho integrado e a estratégia de prevenção e repressão em curto, médio e longo prazo têm sido fundamentais para esses resultados. A coordenação entre as diferentes forças de segurança permite uma resposta rápida e eficaz a eventuais tentativas do crime organizado de aumentar a criminalidade no estado.

O uso de tecnologia tem sido um aliado importante na luta contra a criminalidade em Santa Catarina. Investimentos em sistemas de monitoramento e inteligência artificial têm permitido às forças de segurança agir de maneira mais preventiva e eficaz. O secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Flávio Graff, destacou a importância desses investimentos: “Precisamos destacar, além da atuação de excelência das Forças de Segurança, os investimentos em segurança, tecnologia e também em outras áreas pelo governo estadual.”

A redução dos índices de criminalidade tem um impacto direto na qualidade de vida dos catarinenses. A sensação de segurança aumenta a confiança da população nas forças de segurança e nas políticas públicas. Além disso, a diminuição dos homicídios contribui para a percepção de Santa Catarina como um dos estados mais seguros do país.

Embora os resultados sejam animadores, os desafios na segurança pública continuam. Manter a tendência de redução da criminalidade exige um esforço contínuo e uma adaptação constante às novas estratégias criminosas. O governo estadual e as forças de segurança estão cientes disso e continuam a investir em capacitação, tecnologia e estratégias de inteligência.

Paraná registrou queda de 9,3% no número de homicídios e 25 mil roubos a menos em 2023

Foto: Ricardo Almeida/SESP

O Paraná registrou redução no número de roubos e homicídios e aumento nas apreensões de drogas de janeiro a dezembro de 2023, complementando os bons resultados alcançados nos últimos anos na segurança pública. Em comparação com o ano anterior, os roubos tiveram queda de 7,6% e os homicídios de 9,3%. As apreensões de drogas registraram um aumento de 100 toneladas, ou 31%.

Os números foram apresentados nesta quarta-feira (7) pelo secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, pelo comandante-geral da Polícia Militar do Paraná (PMPR), coronel Jefferson Silva, e pela chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, Camila Cecconello. 

Na série histórica analisada pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp), o número de roubos foi o menor índice dos últimos cinco anos. Foram 23.588 ocorrências em 2023. Em comparação com os 48.848 de 2019, a redução foi de 51% ou, em números absolutos, queda de 25.260 ocorrências, uma média de 69 ocasiões a menos por dia em todo o Estado.

Na passagem do ano, de 2022 (25.551 ocorrências) para 2023, o número de roubos diminuiu 7,6%, ou 1.963 a menos. A queda também foi percebida em todas as modalidades do crime: roubos a comércio (de 3.753 para 3.053, -18,65%), residência (de 2.623 para 2.197, -16,24%), ambiente público (de 16.605 para 16.285, -1,92%) e veículos (de 3.507 para 3.031, -13,6%).

Também houve queda nos índices de furtos em todo o Estado. Em 2023, o Paraná registrou 163.353 ocorrências do crime, 8% a menos que as 177.838 do mesmo período do ano anterior. A queda, em números absolutos, foi de 39 furtos a menos por dia no Paraná. A redução também foi percebida nos números de furtos a comércio (de 16.193 para 15.627, -3,5%), residência (de 33.330 para 30.608, -8,17%) e veículos (de 13.800 para 12.524, -9,25%).

“Fizemos uma reestruturação completa na segurança pública nos últimos meses, focando principalmente em inteligência, planejamento e tecnologia. Analisamos as estatísticas mensalmente e atuamos de forma efetiva em regiões e horários específicos. O resultado está na redução dos índices criminais como homicídios, furtos e roubos, que diminuem a cada ano no Estado”, afirmou o secretário. 

“A redução dos índices se deve também ao reforço de policiais militares nas ruas desde o ano passado. Com a recente contratação do Governo do Estado de 2,4 mil policiais, 94 municípios do Paraná que tinham policiamento compartilhado passaram a ter policiamento específico. Nós também tivemos um acréscimo de viaturas na rua e aeronaves no ar, o que resultou na diminuição do índice de criminalidade”, explicou o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná (PMPR), coronel Jefferson Silva. 

HOMICÍDIOS – Um dos números mais emblemáticos é a redução de homicídios dolosos: foram 188 ocorrências a menos de janeiro a dezembro de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2022 foram 2.025 homicídios dolosos e em 2023, 1.837, uma queda de 9,3%. É o segundo menor número desde 2009, atrás apenas de 2019 (1.780).

As principais Áreas Integradas de Segurança Pública (AISPS) acompanharam a tendência de queda estadual: 1ª AISP de Curitiba registrou queda de 66 casos, de 266 para 200 (-24,8%); 2ª AISP de São José dos Pinhais, de 122 casos, de 407 para 285 (-29,9%); 8ª AISP de Laranjeiras do Sul, de nove casos, de 25 para 18 (-36%); 9ª AISP de Pato Branco, de 52 para 43 (-17%); a 10ª AISP de Francisco Beltrão, de 55 para 29 (47%); a 17ª AISP de Maringá, de 122 para 99 (-18,8%); e a 22ª AISP de Telêmaco Borba, de 68 para 42 (-38%).

Municípios como Porto Rico, Vitorino, Carambeí, Terra Roxa, Porto Amazonas, Mercedes, Doutor Camargo, Pinhalão, Xambrê, Paula Freitas, Santa Inês, Sulina e Barracão não registraram ocorrências do crime em 2023. Eles fazem parte das 134 cidades que não tiveram homicídios dolosos durante todo o ano passado, o que representa 33% do Estado, exatamente um terço.

A chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) disse que as ações da polícia judiciária visam diariamente a redução dos números e elucidação rápida dos casos. Ela também citou o reforço no quadro, com mais delegados e agentes de polícia judiciária. “Além de investimentos na prova técnica, passamos a realizar presença ostensiva da polícia nos locais mais violentos, com o intuito de diminuir o índice de homicídios. Percebemos que a presença nessas áreas cria uma proximidade com a população, que se sente mais segura para denunciar”, afirmou Camila. 

DROGAS – Em 2023 houve grandes avanços no combate às drogas. De acordo com o relatório, foram apreendidas 437 toneladas. Em relação à maconha, foram 427 toneladas retiradas de circulação, 100 toneladas a mais do que no ano anterior (327 toneladas). Junho (56 toneladas), maior (53 toneladas) e novembro (51 toneladas) foram os meses com mais apreensões. Em 2019 foram 137 toneladas, diferença de 211%.

O Paraná também registrou um aumento no número de apreensão de ecstasy e pés de maconha. De janeiro a dezembro de 2023, foram apreendidas 73.869 comprimidos de ecstasy, um aumento de 68% em relação ao mesmo período de 2022 (43.877 comprimidos). Além disso, em 2023 as polícias também apreenderam 5.029 pés de maconha, 58% a mais do que os 3.182 apreendidos em 2022.

As forças de segurança ainda apreenderam 20.754 pontos de LSD, 4.927 kg de cocaína e 1.748 kg de crack.

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