Beatriz Grinsztejn assume presidência da sociedade internacional de Aids

Na próxima sexta-feira (26), a infectologista e pesquisadora brasileira Beatriz Grinsztejn fará história ao se tornar a primeira mulher latino-americana a exercer a presidência da International Aids Society (IAS). A posse ocorrerá no encerramento da 25ª Conferência Internacional sobre Aids, realizada em Munique, na Alemanha. Grinsztejn, que é pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), levará à sociedade internacional as experiências positivas do Brasil no tratamento e prevenção do HIV, destacando o Sistema Único de Saúde (SUS) como um modelo de acesso universal e gratuito.

Experiências brasileiras em tratamento e prevenção do HIV

Beatriz Grinsztejn enfatiza que o Brasil se destaca no cenário internacional pelo seu programa “espetacular” de tratamento e prevenção do HIV. “No Brasil nós temos acesso ao que há de melhor em termos não só de tratamento, mas também de prevenção, o que nos diferencia e muito, inclusive da maior parte dos países da América Latina”, afirmou em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O SUS oferece profilaxia pré-exposição (PrEP) de forma acessível, algo ainda não disponível em muitos países da América Latina.

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O Brasil é reconhecido mundialmente por fornecer tratamento gratuito para pessoas vivendo com HIV. Esse acesso universal é garantido pelo SUS, que disponibiliza os medicamentos antirretrovirais e a PrEP, além de realizar campanhas educativas e de conscientização sobre a prevenção da doença. Esse modelo de saúde pública é visto como uma referência e um exemplo a ser seguido por outros países.

Grinsztejn destaca a importância de aumentar os recursos destinados à pesquisa no Brasil. “O Brasil continua brilhando no cenário internacional, mas precisamos que tenha mais visibilidade, que possa captar mais recursos para pesquisa”, afirmou. A pesquisadora acredita que, ao demonstrar internacionalmente o poder das iniciativas brasileiras, será possível atrair mais investimentos para continuar avançando no combate ao HIV.

Um dos desafios mencionados por Grinsztejn é a recuperação da credibilidade científica, que foi abalada mundialmente nos últimos anos. Ela defende que a pesquisa científica deve ser a base de todas as políticas públicas. “Nossa função como sociedade internacional é fomentar a pesquisa e fomentar que a ciência seja a base de todas as políticas públicas”, disse. O Brasil, apesar dos desafios, continua sendo um exemplo nesse sentido, graças ao SUS e ao acesso às tecnologias que beneficiam a população.

A 25ª Conferência Internacional sobre Aids

A 25ª Conferência Internacional sobre Aids, organizada pela International Aids Society (IAS), ocorre entre os dias 22 e 26 de julho, reunindo 15 mil participantes. O evento é uma plataforma crucial para compartilhar conhecimentos e informações sobre a resposta à epidemia de HIV e AIDS nos últimos 40 anos. Participantes incluem pessoas vivendo com HIV, pesquisadores, profissionais de saúde e representantes de governos.

Representantes do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde do Brasil também estarão presentes na conferência. Eles apresentarão os resultados das experiências brasileiras na resposta ao HIV, destacando as políticas de saúde pública e os avanços no tratamento e prevenção da doença.

Beatriz Grinsztejn tem uma longa trajetória de contribuição para a pesquisa e o tratamento do HIV. Como pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), ela tem sido uma voz ativa na comunidade científica e na promoção de políticas públicas eficazes para o combate ao HIV. Sua eleição como presidente da IAS é um reconhecimento de sua liderança e do impacto de seu trabalho.

Grinsztejn pretende usar sua posição na IAS para promover ainda mais a visibilidade das experiências brasileiras e para captar recursos que possam fortalecer a pesquisa no país. Ela também busca reforçar a importância da ciência como base para as políticas públicas, garantindo que as decisões sejam sempre guiadas por evidências científicas.

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