Os perigos da tireoide e como viver bem com essa condição

A tireoide é uma glândula pequena, mas poderosa, localizada na base do pescoço, que desempenha um papel vital no corpo humano. Ela é responsável por produzir hormônios que regulam várias funções corporais, incluindo o metabolismo, a temperatura corporal, e o ritmo cardíaco.

Embora seja uma glândula crucial para o bem-estar geral, os problemas relacionados à tireoide são comuns e podem ter consequências graves se não forem tratados adequadamente.

Os perigos dos distúrbios da tireoide

A tireoide, apesar de sua importância, pode ser fonte de vários problemas de saúde quando não funciona corretamente. Distúrbios da tireoide podem ser divididos em duas categorias principais: hipotireoidismo e hipertireoidismo.

O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide não produz hormônios suficientes. Este distúrbio pode ser desencadeado por diversas causas, como a doença de Hashimoto, onde o sistema imunológico ataca erroneamente a glândula tireoide. Os sintomas do hipotireoidismo podem ser sutis e evoluir lentamente, tornando o diagnóstico precoce um desafio.

Entre os sintomas mais comuns estão fadiga, ganho de peso, depressão, pele seca, e intolerância ao frio. Se não for tratado, o hipotireoidismo pode levar a complicações graves, incluindo problemas cardíacos, infertilidade, e mixedema, uma condição rara, mas potencialmente fatal.

Por outro lado, o hipertireoidismo é caracterizado pela produção excessiva de hormônios pela tireoide. Uma das causas mais comuns é a doença de Graves, uma condição autoimune que leva a uma hiperatividade da glândula. Os sintomas do hipertireoidismo incluem perda de peso inexplicável, ansiedade, tremores, palpitações, e intolerância ao calor. Se não for controlado, o hipertireoidismo pode resultar em complicações sérias, como osteoporose, fibrilação atrial (uma arritmia cardíaca perigosa), e tempestade tireoidiana, uma crise de tireoide potencialmente fatal.

Além dos desequilíbrios hormonais, a tireoide também pode desenvolver nódulos, que são crescimentos anormais na glândula. Embora muitos nódulos sejam benignos, alguns podem ser cancerosos. O câncer de tireoide é uma das formas menos agressivas de câncer, mas ainda assim requer atenção médica. Os nódulos tireoidianos são frequentemente detectados durante exames de rotina, e a maioria dos casos de câncer de tireoide tem um bom prognóstico quando diagnosticado e tratado precocemente.

Identificar problemas na tireoide cedo é crucial para prevenir complicações. O diagnóstico normalmente envolve exames de sangue para medir os níveis de hormônios tireoidianos (TSH, T3 e T4), além de exames de imagem, como ultrassonografia, para avaliar a estrutura da glândula.

O tratamento do hipotireoidismo geralmente envolve a reposição dos hormônios tireoidianos com medicamentos, como a levotiroxina. É importante que os pacientes tomem a medicação conforme prescrito e façam acompanhamento regular com um endocrinologista para ajustar a dosagem conforme necessário. A adesão ao tratamento é essencial para manter os níveis hormonais estáveis e evitar os sintomas debilitantes do hipotireoidismo.

Para o hipertireoidismo, as opções de tratamento podem incluir medicamentos antitireoidianos, terapia com iodo radioativo, ou, em alguns casos, cirurgia para remover parte ou toda a tireoide. Cada uma dessas opções tem seus próprios benefícios e riscos, e a escolha do tratamento depende da gravidade da condição e das preferências do paciente. Em muitos casos, o tratamento bem-sucedido do hipertireoidismo pode levar a uma condição de hipotireoidismo, exigindo então terapia de reposição hormonal.

O manejo dos nódulos tireoidianos depende de sua natureza. Nódulos benignos podem ser simplesmente monitorados, enquanto nódulos suspeitos podem requerer biópsia ou remoção cirúrgica. O tratamento do câncer de tireoide geralmente envolve a remoção cirúrgica da glândula tireoide, seguida de terapia com iodo radioativo e, em alguns casos, a reposição hormonal. O prognóstico para a maioria dos pacientes com câncer de tireoide é excelente, especialmente se a doença for detectada precocemente.

Viver com um distúrbio da tireoide pode parecer desafiador, mas com o manejo adequado, a maioria das pessoas pode levar uma vida normal e saudável. A chave para isso é a educação sobre a condição, o que inclui compreender os sintomas, aderir ao tratamento prescrito, e fazer ajustes no estilo de vida para apoiar a saúde da tireoide.

Uma dieta equilibrada é fundamental para a saúde geral, incluindo a saúde da tireoide. Consumir alimentos ricos em iodo, como peixes e laticínios, é importante para o funcionamento da tireoide, mas o excesso de iodo também pode ser prejudicial. Outros nutrientes, como selênio e zinco, também desempenham papéis importantes na saúde da tireoide. É sempre recomendável consultar um nutricionista ou médico antes de fazer alterações significativas na dieta.

O exercício regular é benéfico para pessoas com distúrbios da tireoide, ajudando a controlar o peso, melhorar o humor e aumentar a energia. Para quem tem hipotireoidismo, atividades de baixo impacto, como caminhadas e ioga, podem ser particularmente úteis, enquanto aqueles com hipertireoidismo podem precisar evitar exercícios intensos até que seus níveis hormonais estejam sob controle.

Viver com uma condição crônica como um distúrbio da tireoide pode ser emocionalmente desafiador. Ansiedade, depressão e mudanças de humor são comuns, especialmente se a condição não estiver bem controlada. Buscar apoio psicológico, seja através de terapia, grupos de apoio ou mesmo conversando com amigos e familiares, pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida.

Nova ameaça à saúde global exige vigilância e medidas preventivas no Brasil

A mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, voltou aos holofotes globais com o surgimento de uma nova variante mais virulenta e perigosa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu adotar o novo nome para a doença, em parte, para refletir sua crescente ameaça à saúde pública.

No Brasil, o surto recente de mpox já resultou em 709 casos e 16 mortes em 2024, sendo os estados de São Paulo e Rio de Janeiro os mais afetados. A situação levou o Ministério da Saúde a tomar medidas urgentes para conter a propagação do vírus e proteger a população.

Com o aumento dos casos de mpox, o Ministério da Saúde do Brasil organizou uma reunião emergencial para discutir novas recomendações e estratégias de controle. Especialistas avaliam que, embora o risco para o Brasil ainda seja considerado baixo, a vigilância contínua é crucial.

A doença, que até recentemente era considerada um problema isolado em áreas remotas da África, agora apresenta um desafio global, especialmente com a circulação de novas variantes do vírus.

O vírus monkeypox, causador da mpox, pertence à mesma família da varíola, mas é geralmente menos letal. No entanto, a recente evolução do vírus e sua capacidade de transmissão entre humanos, especialmente em ambientes urbanos, aumentam as preocupações sobre sua disseminação em países como o Brasil. A gravidade da situação é sublinhada pelos números crescentes de casos e pela necessidade de ações coordenadas para evitar uma crise de saúde pública.

Os sintomas iniciais da mpox são semelhantes aos de outras infecções virais, como febre, dores de cabeça, inchaços, dores nas costas e musculares. Após a febre diminuir, erupções cutâneas aparecem, começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo, especialmente nas palmas das mãos e solas dos pés. Essas lesões cutâneas, que podem causar coceira e dor, evoluem para crostas que eventualmente caem, deixando cicatrizes em alguns casos.

A doença geralmente dura entre 14 e 21 dias, e na maioria dos casos se resolve sozinha. No entanto, complicações graves podem surgir, especialmente em crianças, gestantes e pessoas com sistemas imunológicos comprometidos. Em casos mais severos, a mpox pode causar pneumonia, infecções oculares graves, inflamação do cérebro e outros órgãos, levando até à morte.

A OMS alerta que, mesmo após a recuperação, é necessário manter medidas de precaução, como o uso de preservativos por 12 semanas, para evitar a transmissão residual do vírus.

A mpox é transmitida principalmente através do contato direto com uma pessoa infectada. Isso inclui relações sexuais, contato pele a pele, ou mesmo pela respiração ou conversação próxima, quando as secreções respiratórias podem ser inaladas. O vírus também pode entrar no corpo através de feridas na pele ou mucosas oral, anal e genital.

Além do contato humano, o vírus pode ser transmitido ao tocar objetos contaminados, como roupas de cama, toalhas, e outros materiais que estiveram em contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada. Animais infectados também representam um risco de transmissão, especialmente em regiões onde o contato humano-animal é mais comum. A propagação do vírus entre pessoas tem sido a principal preocupação, principalmente devido ao aumento de casos em áreas urbanas densamente povoadas.

Embora qualquer pessoa possa contrair a mpox, alguns grupos são particularmente vulneráveis. A maioria dos casos registrados até agora envolve pessoas sexualmente ativas, especialmente homens que fazem sexo com homens. Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais têm um risco significativamente maior de contrair a doença. Além disso, profissionais de saúde e familiares de pessoas infectadas também estão em risco, devido à proximidade necessária para cuidados.

A OMS e o Ministério da Saúde recomendam medidas preventivas rigorosas, incluindo evitar contato próximo com pessoas infectadas e manter uma higiene rigorosa, como lavar as mãos com frequência. Para aqueles que contraíram a doença, o isolamento até a cura completa das lesões é essencial para evitar a propagação. A vacinação também é uma ferramenta crucial na prevenção da mpox, especialmente para aqueles em grupos de risco e para profissionais de saúde que estão na linha de frente.

Atualmente, não existe um tratamento específico amplamente aprovado para a mpox, mas algumas terapias desenvolvidas para a varíola comum têm sido usadas com sucesso. A principal estratégia de controle do surto tem sido a vacinação de grupos de risco e de pessoas que tiveram contato próximo com infectados. Existem três vacinas disponíveis, mas a imunização em massa ainda não é recomendada pela OMS devido à necessidade de mais estudos para confirmar sua eficácia contra as novas variantes do vírus.

Recentemente, a OMS solicitou estudos mais amplos sobre as vacinas para garantir que possam ser utilizadas em emergências futuras. Esses estudos são essenciais para compreender melhor como as vacinas existentes podem ser adaptadas para combater novas cepas do vírus e para determinar a melhor estratégia de imunização em diferentes contextos epidemiológicos.

O Brasil, como um dos países mais afetados pelo surto recente, tem um papel importante na resposta global à mpox. A colaboração com a OMS e outras instituições internacionais é fundamental para monitorar a evolução da doença e para desenvolver e implementar estratégias eficazes de controle. O Ministério da Saúde tem atuado de forma proativa, mas a situação exige vigilância contínua e a capacidade de adaptar as respostas conforme o cenário evolui.

Além das medidas de saúde pública, a educação da população sobre a doença, seus riscos e formas de prevenção é crucial. Campanhas de conscientização podem ajudar a reduzir o estigma associado à mpox e garantir que as pessoas busquem tratamento e isolamento rapidamente, caso apresentem sintomas.

5 razões para parar de dormir com travesseiro

A busca por uma noite de sono reparadora tem levado muitas pessoas a reconsiderar seus hábitos, incluindo o uso de travesseiro. Embora o travesseiro seja um item quase onipresente nas camas de todo o mundo, há quem defenda que dormir sem ele pode trazer inúmeros benefícios à saúde. Será que abandonar o travesseiro pode realmente melhorar a qualidade do sono e a saúde geral?

1. A influência do travesseiro na postura

O uso de travesseiros é uma prática antiga que visa proporcionar conforto durante o sono. Contudo, muitos especialistas em saúde alertam para os impactos negativos que eles podem ter na postura, especialmente quando usados de forma inadequada. A postura durante o sono desempenha um papel crucial na saúde da coluna vertebral. Travesseiros muito altos ou muito baixos podem desalinhá-la, levando a dores e desconfortos que se estendem além do momento de acordar.

Quando dormimos sem travesseiro, a cabeça, o pescoço e a coluna ficam alinhados de forma natural, o que contribui para uma postura mais saudável. Este alinhamento natural pode prevenir a pressão indevida em áreas sensíveis do corpo, como as vértebras cervicais, reduzindo assim o risco de desenvolver problemas de coluna a longo prazo.

2. Alívio de dores cervicais

Muitas pessoas sofrem de dores cervicais crônicas, e o travesseiro pode ser um dos culpados. Quando um travesseiro não oferece o suporte adequado, a cabeça pode ficar inclinada em um ângulo que tensiona os músculos do pescoço, agravando a dor. Dormir sem travesseiro pode ajudar a aliviar essas dores, permitindo que o pescoço descanse em uma posição mais natural.

Sem um travesseiro, a coluna vertebral tende a ficar mais alinhada com o pescoço, o que pode ajudar a reduzir a tensão muscular. Isso pode ser especialmente benéfico para aqueles que já sofrem de dores cervicais e estão buscando métodos alternativos de alívio. Claro, essa transição deve ser feita gradualmente para permitir que o corpo se adapte à nova postura.

3. Melhor qualidade do sono

A qualidade do sono é fundamental para a saúde geral e bem-estar. Muitos não percebem que o travesseiro, em vez de melhorar, pode comprometer a qualidade do sono. Um travesseiro inadequado pode causar desconforto, levando a uma noite de sono agitada e não reparadora. Dormir sem travesseiro pode, para alguns, resultar em uma noite de sono mais tranquila e profunda.

A ausência de travesseiro pode evitar posições que obstruem a respiração, como a inclinação excessiva do pescoço, que pode causar apneia do sono. Assim, o sono se torna mais fluido, sem interrupções causadas por desconfortos posturais, permitindo que o corpo entre mais facilmente nas fases mais profundas do sono.

4. Prevenção de rugas e marcas no rosto

Outro benefício surpreendente de dormir sem travesseiro é a prevenção de rugas e marcas no rosto. Quando dormimos de lado ou de bruços com a cabeça pressionada contra o travesseiro, a pele do rosto pode sofrer compressão, o que ao longo do tempo contribui para o aparecimento de rugas. Dormir sem travesseiro, especialmente em uma posição de costas, minimiza o contato do rosto com a superfície, o que pode ajudar a manter a pele mais lisa e jovem por mais tempo.

5. Promoção da posição natural do corpo

A posição natural do corpo durante o sono é outra vantagem significativa de dormir sem travesseiro. Nosso corpo tende a adotar uma postura mais alinhada e equilibrada sem a elevação da cabeça imposta pelo travesseiro. Isso é particularmente benéfico para aqueles que dormem de costas, pois a posição sem travesseiro permite que a coluna siga sua curvatura natural, prevenindo dores e desconfortos que podem surgir quando a cabeça está em uma posição elevada.

Para quem dorme de lado, o travesseiro pode ser substituído por um apoio entre os joelhos, que ajuda a manter a coluna alinhada. Mesmo nessas situações, a ausência de travesseiro sob a cabeça pode favorecer um alinhamento melhor do corpo, evitando torções e pressões desnecessárias.

Dicas para fazer a transição de forma segura

Se você está considerando abandonar o travesseiro, é importante fazer essa transição de forma gradual. O corpo pode precisar de tempo para se adaptar à nova postura, especialmente se você estiver acostumado a usar travesseiros altos. Comece com um travesseiro mais fino e, aos poucos, vá diminuindo até não usar mais nenhum. Observe como seu corpo reage e faça ajustes conforme necessário.

Além disso, preste atenção ao tipo de superfície em que você dorme. Colchões muito macios ou muito firmes podem influenciar a maneira como o corpo se adapta à ausência de travesseiro. Um colchão de firmeza média geralmente oferece o melhor suporte para a coluna, especialmente durante essa transição.

Conclusão

Dormir sem travesseiro pode parecer uma ideia inusitada à primeira vista, mas os benefícios para a saúde da coluna, alívio de dores cervicais e melhoria da qualidade do sono são razões convincentes para experimentar essa prática. Além disso, a prevenção de rugas e a promoção de uma postura mais natural durante o sono são outros pontos positivos que podem fazer toda a diferença na sua saúde e bem-estar geral. Se você está em busca de um sono mais profundo e restaurador, considere deixar o travesseiro de lado e permita que seu corpo adote uma postura mais natural e saudável durante a noite.

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Descubra como fumar pode multiplicar seu risco de câncer de bexiga

Fumar é uma das principais causas evitáveis de várias doenças graves, e o câncer de bexiga é uma delas. Embora o tabagismo seja mais comumente associado ao câncer de pulmão, os produtos químicos presentes no cigarro também têm um impacto direto e devastador na saúde da bexiga. De acordo com estudos médicos, fumantes têm até quatro vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga em comparação com não fumantes.

Fumar envolve a inalação de uma vasta gama de produtos químicos tóxicos presentes no tabaco, muitos dos quais são conhecidos por serem cancerígenos. Quando uma pessoa fuma, esses produtos químicos entram na corrente sanguínea e são filtrados pelos rins, eventualmente se acumulando na bexiga. Entre essas substâncias, o benzeno, o formaldeído, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) e as aminas aromáticas são particularmente prejudiciais.

Essas substâncias permanecem na bexiga por um tempo antes de serem expelidas na urina. Durante esse período, elas entram em contato direto com as células que revestem a parede interna da bexiga, o que pode levar à formação de células cancerígenas. Com o tempo, a exposição repetida a essas toxinas pode causar mutações no DNA das células da bexiga, desencadeando o desenvolvimento do câncer.

O cigarro contém cerca de 7.000 substâncias químicas, e pelo menos 70 delas são conhecidas por serem cancerígenas. Essas substâncias não só afetam os pulmões, mas também têm um impacto significativo em outras partes do corpo, incluindo a bexiga. Entre as substâncias mais perigosas estão:

  • Aminas aromáticas: São compostos químicos usados na fabricação de corantes, borrachas e produtos químicos industriais. No corpo, essas aminas podem se transformar em compostos que danificam o DNA das células da bexiga, aumentando o risco de câncer.
  • Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs): Essas substâncias são geradas durante a combustão do tabaco e são altamente cancerígenas. Elas entram na corrente sanguínea e, eventualmente, se acumulam na bexiga.
  • Nitrosaminas: Formadas a partir de compostos químicos presentes no tabaco, as nitrosaminas são conhecidas por causar mutações genéticas que podem levar ao câncer de bexiga.

Esses produtos químicos, quando acumulados na bexiga, criam um ambiente propício para o desenvolvimento do câncer. A exposição contínua e repetida aumenta significativamente o risco, especialmente para aqueles que fumam por muitos anos.

O câncer de bexiga é o quarto tipo de câncer mais comum entre homens e o nono entre mulheres. Fumantes são responsáveis por cerca de 50% a 65% de todos os casos de câncer de bexiga, o que destaca o impacto devastador do tabagismo nessa doença. O risco de desenvolver câncer de bexiga aumenta com a quantidade de cigarros fumados por dia e a duração do hábito de fumar. Mesmo ex-fumantes continuam em risco, embora esse risco diminua gradualmente após a cessação do tabagismo.

Além do tabagismo, outros fatores de risco incluem a exposição a produtos químicos industriais, histórico familiar de câncer de bexiga e infecções urinárias recorrentes. No entanto, o tabagismo permanece como o fator de risco mais significativo e evitável para essa doença.

Sintomas e diagnóstico precoce

O câncer de bexiga geralmente apresenta sintomas que podem ser confundidos com outras condições urinárias. Alguns dos sinais mais comuns incluem:

  • Sangue na urina (hematúria): É o sintoma mais frequente, aparecendo em cerca de 85% dos casos. Pode variar de visível a microscópico.
  • Dor ou ardor ao urinar: Este sintoma pode ser confundido com infecções urinárias, mas no contexto de outros sintomas, pode indicar algo mais sério.
  • Aumento da frequência urinária: A necessidade de urinar com mais frequência do que o normal, especialmente à noite.
  • Dor abdominal ou nas costas: Pode indicar que o câncer se espalhou para outras áreas do corpo.

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz do câncer de bexiga. Testes como cistoscopia, exames de imagem (como tomografia computadorizada) e análise de urina são usados para detectar a presença de células cancerígenas. Fumantes e ex-fumantes devem estar particularmente atentos aos sintomas e realizar exames regulares de saúde para detecção precoce.

A melhor maneira de reduzir o risco de câncer de bexiga é evitar ou cessar o tabagismo. Parar de fumar traz benefícios quase imediatos à saúde, e o risco de desenvolver câncer de bexiga começa a diminuir após a cessação. Embora o risco não seja eliminado completamente, ele continua a cair quanto mais tempo a pessoa permanece sem fumar.

Para aqueles que fumam, existem várias estratégias para ajudar na cessação, incluindo:

  • Terapias de reposição de nicotina: Adesivos, gomas de mascar e inaladores de nicotina podem ajudar a reduzir os sintomas de abstinência.
  • Medicamentos prescritos: Medicamentos como a bupropiona e a vareniclina podem ajudar a reduzir os desejos e facilitar o processo de parar de fumar.
  • Aconselhamento e suporte psicológico: Grupos de apoio, terapia cognitivo-comportamental e aconselhamento individual podem ser eficazes em ajudar fumantes a parar de fumar.
  • Aplicativos e programas digitais: Existem várias ferramentas digitais que oferecem suporte e monitoramento durante o processo de cessação.

Além de parar de fumar, adotar hábitos de vida saudáveis, como manter uma dieta balanceada, hidratar-se adequadamente e realizar exames de saúde regulares, pode ajudar a reduzir o risco de câncer de bexiga.

O que pode acontecer se coçar muito os olhos?

Coçar os olhos é uma reação quase automática quando sentimos coceira, cansaço ou irritação. Contudo, esse ato aparentemente inofensivo pode ter consequências sérias para a saúde ocular, especialmente se for repetido com frequência ou feito de forma intensa. Desde danos à córnea até infecções oculares, coçar os olhos pode desencadear uma série de problemas que, em alguns casos, podem comprometer a visão a longo prazo.

Por que sentimos vontade de coçar os olhos?

Antes de explorar as consequências, é importante entender por que sentimos essa necessidade de coçar os olhos. A coceira ocular pode ser provocada por várias razões, incluindo alergias, olhos secos, fadiga ocular, ou até mesmo a presença de corpos estranhos, como poeira ou cílios. Esses estímulos desencadeiam uma resposta no sistema nervoso, que envia sinais para o cérebro, gerando a sensação de coceira. Coçar os olhos pode proporcionar um alívio temporário, mas, como veremos, esse alívio pode vir a um custo elevado.

Consequências de coçar muito os olhos

1. Danos à Córnea

A córnea é a camada transparente e protetora na frente do olho. É responsável por focar a luz que entra no olho, permitindo que vejamos claramente. Quando coçamos os olhos, especialmente de forma vigorosa, podemos causar microabrasões na córnea. Essas pequenas lesões, se não tratadas, podem evoluir para problemas mais graves, como úlceras corneanas.

As úlceras corneanas são feridas abertas na córnea que podem ser extremamente dolorosas e, em casos graves, podem levar à perda permanente da visão. Além disso, arranhar a córnea pode facilitar a entrada de bactérias e outros patógenos, aumentando o risco de infecções oculares.

2. Infecções oculares

Nossas mãos estão constantemente em contato com superfícies que podem abrigar germes, bactérias e vírus. Quando coçamos os olhos, transferimos esses micro-organismos para a área ocular, aumentando o risco de infecções. Uma das infecções mais comuns resultantes desse hábito é a conjuntivite, também conhecida como “olho-de-rosa”.

A conjuntivite pode ser causada por bactérias, vírus ou alergias, e se manifesta por vermelhidão, inchaço, lacrimejamento e, em alguns casos, secreção purulenta. Além do desconforto, a conjuntivite pode ser altamente contagiosa, especialmente em ambientes como escolas e locais de trabalho.

Outro risco associado à coceira dos olhos é a blefarite, uma inflamação das pálpebras que pode resultar em olhos vermelhos, coceira intensa e formação de crostas nos cílios. Embora não seja grave, a blefarite pode ser difícil de tratar e requer cuidados contínuos para evitar recorrências.

3. Ceracotocone

O ceratocone é uma condição progressiva em que a córnea, em vez de manter sua forma esférica natural, se deforma, assumindo uma forma cônica. Esta mudança na curvatura da córnea pode levar a distorções significativas da visão, tornando difícil para o portador enxergar com clareza.

Coçar os olhos com frequência e de forma vigorosa é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento do ceratocone. O movimento repetitivo pode enfraquecer a estrutura da córnea, contribuindo para essa deformidade. Nos estágios mais avançados, o ceratocone pode exigir o uso de lentes de contato especiais, e, em casos graves, pode ser necessária uma cirurgia de transplante de córnea.

4. Rompimento de vasos sanguíneos

Outro efeito colateral de coçar os olhos é o rompimento de vasos sanguíneos na esclera, a parte branca do olho. Isso resulta em uma hemorragia subconjuntival, que, embora pareça assustadora, geralmente não é perigosa e tende a se resolver sozinha em uma ou duas semanas.

A hemorragia subconjuntival ocorre quando pequenos vasos sanguíneos se rompem devido à pressão aplicada durante a coceira. O sangue fica preso entre a conjuntiva e a esclera, causando uma mancha vermelha visível. Embora não afete a visão, a aparência pode ser alarmante e é um sinal de que o olho está sendo submetido a estresse.

5. Afrouxamento da pele ao redor dos olhos

A pele ao redor dos olhos é extremamente fina e delicada, o que a torna particularmente vulnerável aos danos causados por coçar repetidamente. Com o tempo, esse hábito pode levar ao estiramento e afrouxamento da pele, contribuindo para o aparecimento de rugas, flacidez e olheiras.

Além dos impactos estéticos, o constante esfregar dos olhos pode agravar condições como o aparecimento de bolsas sob os olhos e a formação de pálpebras caídas. Esses efeitos, embora não prejudiquem a visão, podem afetar a aparência e a autoestima de quem os experimenta.

6. Agravar alergias

Para aqueles que sofrem de alergias sazonais ou perenes, coçar os olhos pode ser um instinto natural para aliviar a coceira. No entanto, esse alívio é temporário e, na verdade, pode piorar a situação. Ao coçar os olhos, o corpo libera mais histamina, a substância que causa a sensação de coceira, criando um ciclo vicioso onde a coceira só aumenta.

Além disso, coçar os olhos pode causar irritação adicional e inflamação, tornando os olhos mais sensíveis a outros alérgenos e desencadeando uma resposta alérgica ainda mais intensa. Isso pode resultar em olhos constantemente vermelhos, inchados e lacrimejantes, afetando significativamente a qualidade de vida.

7. Deslocamento de lentes de contato

Para quem usa lentes de contato, coçar os olhos pode deslocá-las ou até mesmo danificá-las. Quando as lentes se deslocam, podem causar desconforto, visão embaçada e, em casos mais graves, arranhar a córnea. Além disso, o ato de coçar pode transferir partículas de sujeira ou bactérias para as lentes, aumentando o risco de infecções.

Se você usa lentes de contato e sente coceira nos olhos, é aconselhável removê-las antes de tentar aliviar a coceira com produtos apropriados, como colírios lubrificantes ou antialérgicos.

Dicas para evitar coçar os olhos

Dado o potencial de danos ao coçar os olhos, é importante adotar estratégias para evitar esse hábito. Aqui estão algumas dicas práticas:

  • Higiene das mãos: Mantenha as mãos limpas para reduzir o risco de infecções caso você acabe coçando os olhos involuntariamente.
  • Uso de colírios: Se seus olhos estão secos ou irritados, use colírios lubrificantes para aliviar a coceira sem precisar coçar.
  • Controle de alergias: Se você sofre de alergias, mantenha o controle com medicamentos prescritos ou de venda livre, como anti-histamínicos, para reduzir a coceira ocular.
  • Compressas frias: Aplicar uma compressa fria nos olhos pode ajudar a aliviar a coceira e a inflamação sem precisar coçar.
  • Evite ambientes irritantes: Poeira, fumaça e poluentes podem agravar a coceira ocular. Tente evitar esses ambientes sempre que possível ou use óculos de proteção.

Conclusão

Coçar os olhos pode parecer uma resposta natural e inofensiva a uma coceira ocasional, mas os riscos associados a esse hábito podem ser significativos. Desde danos à córnea até infecções e deformidades como o ceratocone, os efeitos de coçar os olhos repetidamente podem comprometer a saúde ocular e a qualidade de vida.

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Brasil atualiza plano contra mpox em resposta a nova variante

Diante do aumento de casos de mpox e da circulação de uma nova variante do vírus na África, o Ministério da Saúde do Brasil convocou, para esta terça-feira (13), uma reunião com especialistas para discutir a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no país.

A medida visa fortalecer as estratégias de vigilância e assistência médica, garantindo que o Brasil esteja preparado para enfrentar qualquer eventualidade relacionada à mpox, também conhecida como varíola dos macacos.

Desde o início de 2024, o Brasil registrou 709 casos de mpox e 16 óbitos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Embora a situação seja considerada de baixo risco no momento, as autoridades brasileiras estão em alerta devido ao surgimento de uma nova variante do vírus na África, especialmente na República Democrática do Congo.

Essa variante tem mostrado uma taxa de mortalidade mais alta e a capacidade de se espalhar de pessoa para pessoa, aumentando o potencial de disseminação internacional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem acompanhado de perto a evolução da mpox em todo o mundo, e o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, convocou recentemente um comitê de emergência para avaliar a situação na África e o risco de propagação global.

Em um cenário onde a mobilidade internacional facilita a disseminação de doenças, é essencial que os países mantenham um alto nível de vigilância e estejam preparados para responder rapidamente a novos surtos.

O Ministério da Saúde do Brasil, ciente da gravidade da situação global, decidiu revisar e atualizar seu plano de contingência para a mpox. A reunião convocada para esta terça-feira envolve especialistas em saúde pública, representantes de órgãos de vigilância e profissionais de diversas áreas médicas, que juntos irão discutir as melhores práticas para prevenção e controle da doença no país.

Entre as medidas que devem ser reavaliadas estão as estratégias de vigilância epidemiológica, que incluem a intensificação do monitoramento de casos suspeitos e confirmados, a implementação de protocolos de isolamento para pacientes infectados e a comunicação efetiva com a população sobre os riscos e formas de prevenção. Além disso, a assistência médica também será foco da discussão, com a necessidade de garantir que as unidades de saúde estejam preparadas para atender possíveis pacientes com mpox.

A vacinação contra a mpox tem sido uma ferramenta crucial na luta contra a doença, especialmente em contextos de emergência de saúde pública. Em 2023, o Brasil realizou uma campanha de vacinação emergencial com doses autorizadas provisoriamente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Essas vacinas foram aplicadas prioritariamente em grupos de risco, incluindo profissionais de saúde e pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados.

Com a nova variante em circulação e o aumento de casos, a possibilidade de uma nova campanha de vacinação está sendo considerada. A OMS já solicitou que os fabricantes de vacinas submetam pedidos de análise para o uso emergencial das doses, o que pode acelerar a disponibilidade de vacinas em situações de emergência. Caso novas evidências científicas apontem para a necessidade de ajustes no plano de imunização, o Ministério da Saúde está preparado para adotar as ações necessárias.

A Organização Mundial da Saúde tem desempenhado um papel fundamental na coordenação da resposta global à mpox. Desde o início do surto em 2022, a OMS tem trabalhado para garantir que os países mantenham suas capacidades de vigilância e resposta, mesmo após a desclassificação da mpox como emergência de saúde pública de importância internacional em 2023. A entidade continua a monitorar a situação e a fornecer orientações atualizadas com base nas evidências científicas mais recentes.

A recente convocação de um comitê de emergência para avaliar o surto na África destaca a seriedade com que a OMS encara a situação. A decisão de incluir a nova variante da mpox na lista de doenças prioritárias para a vacinação e o desenvolvimento de tratamentos é uma medida preventiva essencial para evitar uma disseminação global. A colaboração internacional, especialmente entre países com recursos limitados e organizações como a Gavi e o Unicef, será crucial para garantir que as vacinas e outros insumos de saúde cheguem a todos os que precisam.

A África, particularmente a República Democrática do Congo, tem sido o epicentro da mpox desde que a doença começou a se espalhar de forma mais intensa nos últimos anos. A nova variante do vírus, que surgiu recentemente na região, apresenta características que a tornam especialmente preocupante, incluindo uma maior capacidade de transmissão entre humanos e uma taxa de mortalidade mais elevada do que as cepas anteriores.

Essa situação alarmante levou a OMS a intensificar seus esforços na região, trabalhando com governos locais e organizações internacionais para conter o surto e evitar que a doença se espalhe para outras partes do mundo. A preocupação com a disseminação global não é infundada, especialmente em um mundo onde as viagens internacionais são comuns e as fronteiras são permeáveis.

No Brasil, o risco de disseminação da nova variante ainda é considerado baixo, mas as autoridades estão tomando todas as precauções para garantir que o país esteja preparado para qualquer eventualidade. O monitoramento contínuo das informações da OMS e de outras instituições globais de saúde, como o CDC dos Estados Unidos, é essencial para manter o Brasil seguro.

Um dos aspectos mais importantes na gestão de uma crise de saúde pública, como a da mpox, é a comunicação clara e eficaz com a população. O Ministério da Saúde do Brasil tem reforçado a necessidade de manter a população informada sobre os riscos da mpox, os sintomas da doença e as medidas de prevenção que podem ser adotadas para evitar a infecção.

Além disso, é fundamental combater a desinformação, que pode se espalhar rapidamente, especialmente em tempos de crise. A educação em saúde deve ser uma prioridade, com campanhas informativas que alcancem todas as regiões do país, incluindo áreas rurais e comunidades mais vulneráveis. Somente com uma população bem informada é possível garantir uma resposta eficaz e prevenir a disseminação da doença.

Especialistas identificam 6 subtipos de depressão

A depressão, uma condição que afeta cerca de 280 milhões de pessoas em todo o mundo, é reconhecida como a principal causa de incapacidade global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, apesar de ser amplamente conhecida e estudada, a depressão é uma condição complexa e multifacetada que pode se manifestar de maneiras muito diferentes de uma pessoa para outra. Em um estudo inovador, cientistas da Universidade de Stanford identificaram seis subtipos distintos de depressão, ou biotipos, que requerem abordagens de tratamento personalizadas. Essa descoberta, publicada na revista Nature Medicine, promete revolucionar a maneira como entendemos e tratamos a depressão, potencialmente melhorando os resultados para milhões de pessoas que lutam contra essa condição debilitante.

A diversidade da depressão

A depressão é frequentemente tratada como uma única entidade, mas a realidade é muito mais complexa. Este novo estudo da Universidade de Stanford desafia essa visão simplista, mostrando que existem pelo menos seis subtipos de depressão, cada um com características biológicas e psicológicas distintas. Esses subtipos variam em termos de atividade cerebral, padrões de conectividade e resposta a diferentes formas de tratamento, o que significa que uma abordagem única para o tratamento da depressão pode não ser eficaz para todos.

Os cientistas utilizaram ressonância magnética funcional (fMRI) para escanear os cérebros de 801 pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade, com uma idade média de 30 anos. Os exames foram realizados tanto em repouso quanto durante a realização de tarefas específicas, permitindo que os pesquisadores observassem as diferenças na atividade cerebral entre os participantes. Em seguida, a inteligência artificial foi usada para identificar padrões de conectividade e atividade cerebral que corresponderam a diferentes biotipos de depressão.

Seis subtipos de depressão

Os seis subtipos de depressão identificados no estudo oferecem uma nova perspectiva sobre a complexidade dessa condição. Cada subtipo está associado a características específicas de atividade cerebral e sintomas, sugerindo que diferentes abordagens de tratamento podem ser necessárias para cada um. Abaixo, uma descrição detalhada de cada biotipo:

1. Hiperatividade nas regiões cognitivas: Este subtipo é caracterizado por uma atividade excessiva nas áreas do cérebro relacionadas ao processamento cognitivo. Pessoas com este biotipo tendem a experimentar mais ansiedade, preconceitos negativos, desregulação de ameaças e uma perda de interesse nas experiências da vida. Este grupo pode se beneficiar mais de terapias que visam reduzir a hiperatividade cerebral, como técnicas de mindfulness e terapias comportamentais que focam na reestruturação cognitiva.

2. Alta conectividade cerebral em regiões associadas à depressão e resolução de problemas: Pessoas com este subtipo mostram níveis mais altos de conectividade entre áreas do cérebro associadas à depressão e à resolução de problemas. Esses indivíduos parecem responder melhor à terapia cognitivo-comportamental, que é uma forma de terapia de conversação projetada para ajudar as pessoas a resolver problemas e modificar padrões de pensamento disfuncionais.

3. Baixa atividade no circuito cerebral da atenção: Este subtipo se caracteriza por níveis mais baixos de atividade em circuitos cerebrais responsáveis pela atenção. Indivíduos com esse biotipo têm menos chances de melhorar com terapias tradicionais, como a psicoterapia, e podem precisar de intervenções que aumentem a atividade cerebral nessas áreas, possivelmente por meio de estimulação cerebral não invasiva ou medicações específicas.

4. Baixa atividade nas regiões cognitivas e emocionais do cérebro: Este biotipo é marcado por uma atividade reduzida tanto nas áreas cognitivas quanto emocionais do cérebro. Esses indivíduos têm dificuldades em processar informações cognitivas e regular emoções negativas, o que pode exigir um tratamento que combine medicação com terapias que estimulem a função cerebral nessas regiões.

5. Alta reatividade emocional: Pessoas com este subtipo são mais afetadas por estímulos emocionais, incluindo suas próprias emoções e as expressões faciais dos outros. Elas podem se beneficiar de tratamentos que abordem a reatividade emocional, como a terapia de aceitação e compromisso (ACT) ou terapias que visam a regulação emocional.

6. Depressão sem diferenças cerebrais detectáveis: O último subtipo é intrigante, pois não mostra diferenças significativas em comparação com indivíduos sem depressão, de acordo com as varreduras de ressonância magnética. Isso sugere que este biotipo pode representar uma forma subjacente de depressão que ainda não foi totalmente compreendida ou classificada. Esse grupo pode precisar de abordagens de diagnóstico e tratamento mais personalizadas, talvez focando em sintomas mais sutis ou usando técnicas avançadas de neuroimagem para detectar anormalidades cerebrais ainda desconhecidas.

A identificação desses subtipos tem implicações profundas para a prática clínica. Atualmente, encontrar o tratamento adequado para a depressão pode ser um processo longo e doloroso de tentativa e erro, com pacientes frequentemente experimentando diferentes medicamentos e terapias antes de encontrar algo que funcione. Com a identificação dos biotipos, pode ser possível personalizar os tratamentos desde o início, aumentando a eficácia e reduzindo o tempo necessário para que os pacientes encontrem alívio.

O Dr. Edilberto Peña de León, Diretor do Centro de Pesquisas do Sistema Nervoso do México, destaca a importância dessas descobertas: “Qualquer estudo que nos aproxime dos tratamentos adequados no menor tempo possível é uma excelente notícia. As descobertas dos pesquisadores de Stanford contribuem muito para a abordagem da medicina personalizada para a saúde mental com base em medidas objetivas da função cerebral.”

O futuro do tratamento da depressão

À medida que a ciência avança, o tratamento da depressão também evolui. A medicina personalizada, que leva em conta as características individuais do paciente, como genética, biologia cerebral e estilo de vida, está se tornando uma abordagem cada vez mais viável para o tratamento da depressão. As descobertas sobre os subtipos de depressão são um passo importante nessa direção, sugerindo que tratamentos personalizados podem ser mais eficazes do que as abordagens tradicionais.

No futuro, é provável que vejamos uma maior integração de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e neuroimagem, no diagnóstico e tratamento da depressão. Além disso, novos tratamentos, como dispositivos eletrônicos não invasivos que podem modificar os circuitos neurais, já estão sendo explorados e podem oferecer novas opções para aqueles que não respondem bem aos tratamentos convencionais.

Conclusão

A descoberta dos seis subtipos de depressão pela equipe da Universidade de Stanford representa um avanço significativo na compreensão dessa condição complexa. Ao reconhecer que a depressão não é uma doença única, mas sim uma coleção de subtipos com características distintas, os cientistas abriram caminho para tratamentos mais eficazes e personalizados. Para os milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de depressão, essas descobertas trazem a esperança de que, em breve, o tratamento adequado será encontrado de forma mais rápida e eficiente, melhorando sua qualidade de vida e bem-estar geral.

FONTE: metroworldnews

Brasil enfrenta epidemia de Dengue com 5.008 mortes em 2024

O Brasil está vivendo uma das maiores crises de saúde pública de sua história recente com a epidemia de dengue que assola o país em 2024. Com 5.008 mortes confirmadas e 2.137 ainda em investigação, o número de óbitos já é mais de quatro vezes superior ao registrado ao longo de todo o ano anterior, que contabilizou 1.179 óbitos.

Este cenário alarmante exige atenção e ação imediata de autoridades de saúde, pesquisadores e da população para controlar a propagação da doença e reduzir o número de vítimas.

De acordo com os dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses, o Brasil já registra 6.449.380 casos prováveis de dengue em 2024. O coeficiente de incidência da doença é de 3.176,1 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto a letalidade em casos prováveis é de 0,08%. Estes números representam uma ameaça significativa à saúde pública, destacando a necessidade urgente de medidas eficazes de prevenção e controle.

A análise dos dados revela que 55% dos casos prováveis se concentram entre mulheres e 45% entre homens. Os grupos etários mais afetados são os de 20 a 29 anos, seguidos pelos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos. Por outro lado, os grupos com menor número de casos são menores de 1 ano, pessoas com 80 anos ou mais e crianças de 1 a 4 anos.

O estado de São Paulo lidera o número de casos prováveis de dengue, com 2.066.346 registros. Minas Gerais segue em segundo lugar com 1.696.909 casos, Paraná com 644.507 e Santa Catarina com 363.850. Em contrapartida, os estados com menor número de casos prováveis são Roraima (546), Sergipe (2.480), Acre (4.649) e Rondônia (5.046).

Quando se considera o coeficiente de incidência da doença, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 9.749,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (8.266,9), Paraná (5.632,2) e Santa Catarina (4.781,5). As unidades federativas com menor coeficiente são Roraima (85,8), Sergipe (112,2), Ceará (138,9) e Maranhão (162,1).

Para combater essa epidemia, é crucial a implementação de medidas eficazes de controle e prevenção. As autoridades de saúde recomendam a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, que se reproduz em água parada. É essencial que a população adote práticas de higiene e manutenção, como manter caixas d’água bem fechadas, eliminar pneus velhos, limpar calhas e utilizar telas de proteção em janelas.

O Ministério da Saúde tem intensificado as campanhas de conscientização e prevenção, além de reforçar o sistema de vigilância epidemiológica para monitorar e responder rapidamente aos surtos. Ações educativas e informativas são fundamentais para alertar a população sobre os riscos e as formas de prevenção da dengue.

Pesquisadores brasileiros estão trabalhando arduamente para desenvolver novas ferramentas e métodos de controle da dengue. Entre as iniciativas, destacam-se o desenvolvimento de vacinas, estudos sobre o comportamento do mosquito Aedes aegypti e a implementação de novas tecnologias para monitoramento e controle da população de mosquitos.

A epidemia de dengue tem um impacto significativo não apenas na saúde da população, mas também na economia do país. O aumento no número de casos sobrecarrega o sistema de saúde, com hospitais e clínicas lotados, e eleva os custos com tratamentos e internações. Além disso, a produtividade do trabalho é afetada, com trabalhadores adoecendo e precisando se ausentar de suas atividades.

Os sintomas da dengue variam desde febre alta, dores de cabeça intensas, dores atrás dos olhos, dores musculares e articulares, até manchas vermelhas no corpo e, em casos graves, hemorragias. O tratamento é basicamente sintomático, focando no alívio das dores e na hidratação. Em casos mais severos, pode ser necessária a hospitalização.

A conscientização da população é um dos pilares no combate à dengue. Informar e educar sobre as formas de prevenção, os sintomas e a importância de buscar atendimento médico ao perceber sinais da doença são ações essenciais. Campanhas em escolas, comunidades e meios de comunicação ajudam a disseminar conhecimento e mobilizar a sociedade.

Poliomielite e a importância da vacinação infantil

A poliomielite, popularmente conhecida como pólio, é uma doença viral altamente contagiosa que pode resultar em paralisia permanente. Embora seja mais comumente associada a crianças, ela pode afetar pessoas de todas as idades, especialmente em sua forma mais grave.

A vacinação tem desempenhado um papel crucial na redução dos casos de poliomielite em todo o mundo, mas a doença ainda representa uma ameaça em regiões onde a imunização não é adequada.

O que é a poliomielite?

A poliomielite é causada pelo poliovírus, que pode invadir o sistema nervoso e causar paralisia em poucas horas. Lara Maia, pediatra do Hospital Edmundo Vasconcelos, explica que “é uma doença contagiosa provocada por um vírus (poliovírus) que inicialmente chega ao intestino e, em alguns casos, pode agredir a medula e o cérebro”. A transmissão ocorre principalmente através do contato com fezes contaminadas ou secreções da boca.

A poliomielite pode se manifestar de forma variada, desde casos assintomáticos até os mais graves. Alguns dos sintomas iniciais incluem:

  • Febre
  • Vômitos
  • Diarreia ou constipação
  • Dor de cabeça e no corpo
  • Dor de garganta
  • Espasmos musculares
  • Meningite

Nos casos mais severos, o vírus pode causar paralisia dos músculos, resultando em sequelas permanentes.

Riscos da forma grave da doença

Os casos mais graves de poliomielite, onde ocorre paralisia, são mais comuns em crianças mais velhas ou adultos. Isso ocorre porque o vírus destrói partes do sistema nervoso, levando à paralisia dos músculos e, em alguns casos, provocando sequelas para a vida toda. Lara Maia destaca algumas dessas sequelas:

  • Paralisia da perna
  • Crescimento desigual das pernas
  • Escoliose
  • Osteoporose
  • Atrofia dos músculos
  • Pé-torto
  • Dores articulares
  • Paralisia dos músculos da fala e deglutição

Em casos raros, o vírus pode afetar partes do cérebro responsáveis pela respiração, podendo levar à morte.

A vacinação é a única forma eficaz de prevenir a poliomielite. “A doença não tem cura até o momento atual. Os casos confirmados devem ser hospitalizados para suporte clínico e acompanhamento”, explica Maia. A vacinação previne a infecção e impede a disseminação do vírus na comunidade.

Esquema vacinal

O esquema vacinal contra a poliomielite inclui:

  1. Vacina Inativada (VIP):
    • 2 meses
    • 4 meses
    • 6 meses
  2. Vacina Oral (VOP):
    • Reforço entre 12 e 15 meses
    • Reforço aos 4 anos ou durante campanhas de vacinação

É importante destacar que a vacina oral não pode ser administrada em crianças imunossuprimidas ou que convivam com pessoas imunossuprimidas. Na rede privada, reforços adicionais podem ser feitos aos 15 meses e aos 4 ou 5 anos.

Embora não exista cura para a poliomielite, os casos confirmados exigem hospitalização para suporte clínico. Tratamentos com fisioterapia são essenciais para lidar com as sequelas motoras a longo prazo. Essas intervenções podem ajudar a melhorar a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes afetados.

A fisioterapia é crucial para minimizar as consequências da paralisia causada pela poliomielite. Programas de reabilitação são personalizados para atender às necessidades individuais dos pacientes, focando em melhorar a força muscular, a coordenação e a mobilidade. O objetivo é permitir que os pacientes alcancem o máximo de independência possível em suas atividades diárias.

A prevenção da poliomielite depende de uma vacinação abrangente e eficaz. Campanhas de vacinação em massa e programas contínuos de imunização são essenciais para manter a doença sob controle. A conscientização pública sobre a importância da vacinação também desempenha um papel vital na prevenção.

Além da vacinação, a adoção de práticas adequadas de higiene e saneamento pode ajudar a reduzir a disseminação do poliovírus. Medidas simples, como lavar as mãos regularmente e garantir o saneamento básico, são fundamentais para prevenir a transmissão da doença.

Febre do Oropouche, a nova ameaça que preocupa o Brasil

A febre do Oropouche, uma doença viral transmitida por mosquitos, tem ganhado destaque nas manchetes brasileiras recentemente. Com casos crescentes registrados em diversas regiões, a preocupação com essa nova ameaça à saúde pública aumenta.

O que é a febre do Oropouche?

A febre do Oropouche é uma arbovirose, ou seja, uma doença causada por um arbovírus, que é transmitida principalmente por mosquitos. Descoberta inicialmente na região amazônica, a doença tem se espalhado para outras áreas do Brasil, alertando autoridades de saúde e a população em geral. O vírus Oropouche pertence à família Bunyaviridae, e sua transmissão ocorre principalmente através da picada do mosquito do gênero Culex, embora outros vetores também possam estar envolvidos.

Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos de outras doenças virais transmitidas por mosquitos, como a dengue e a chikungunya. Os principais sinais incluem febre alta, dores de cabeça intensas, dor muscular e nas articulações, além de erupções cutâneas. Em alguns casos, podem ocorrer náuseas, vômitos e fotofobia (sensibilidade à luz).

O diagnóstico da febre do Oropouche pode ser desafiador devido à semelhança com outras doenças virais. Testes laboratoriais específicos, como a reação em cadeia da polimerase (PCR) e sorologia, são necessários para confirmar a presença do vírus no organismo. A identificação rápida e precisa é crucial para o tratamento adequado e para evitar a disseminação da doença.

O principal vetor da febre do Oropouche é o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca. No entanto, estudos indicam que outros mosquitos, como o Aedes aegypti, também podem ser capazes de transmitir o vírus. Além dos mosquitos, acredita-se que pequenos mamíferos e aves possam atuar como reservatórios naturais do vírus, contribuindo para seu ciclo de transmissão.

A transmissão ocorre quando um mosquito infectado pica uma pessoa, injetando o vírus na corrente sanguínea. A partir desse momento, a pessoa infectada pode desenvolver sintomas após um período de incubação que varia de 4 a 8 dias. É importante destacar que, embora a febre do Oropouche não seja transmitida diretamente de pessoa para pessoa, a presença de mosquitos infectados em áreas urbanas pode levar a surtos localizados.

A prevenção da febre do Oropouche envolve principalmente o controle dos mosquitos vetores e a proteção individual contra picadas. Algumas medidas eficazes incluem:

  • Uso de repelentes: Aplicar repelentes na pele exposta para evitar picadas de mosquitos.
  • Instalação de telas: Colocar telas em portas e janelas para impedir a entrada de mosquitos em ambientes fechados.
  • Eliminação de criadouros: Identificar e eliminar locais de água parada onde os mosquitos possam se reproduzir, como pneus, vasos de plantas e recipientes de água.
  • Uso de roupas protetoras: Vestir roupas de manga longa e calças compridas, especialmente durante os períodos de maior atividade dos mosquitos.
  • Campanhas de conscientização: Informar a população sobre os riscos da febre do Oropouche e as medidas preventivas necessárias.

Além dessas ações, é fundamental que as autoridades de saúde monitorem constantemente as áreas de risco e implementem programas de controle de mosquitos, especialmente em regiões onde a doença já foi identificada.

Atualmente, não existe um tratamento específico para a febre do Oropouche. O manejo da doença é sintomático, ou seja, visa aliviar os sintomas e melhorar o conforto do paciente. Medicamentos antitérmicos e analgésicos podem ser utilizados para reduzir a febre e as dores, enquanto a hidratação adequada é essencial para a recuperação.

Na maioria dos casos, a febre do Oropouche apresenta um curso benigno, com os sintomas desaparecendo em cerca de uma semana. No entanto, em alguns indivíduos, especialmente aqueles com condições de saúde preexistentes ou sistema imunológico comprometido, a doença pode evoluir para formas mais graves, necessitando de acompanhamento médico mais rigoroso.

Tirzepatida mostra eficácia contra insuficiência cardíaca em pacientes obesos

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A emergência da febre do Oropouche no Brasil representa um desafio significativo para a saúde pública. A disseminação do vírus em áreas urbanas e rurais aumenta a pressão sobre os serviços de saúde, que já lidam com outras doenças transmitidas por mosquitos. Além disso, a presença de múltiplos vetores e reservatórios naturais complica as estratégias de controle.

A resposta eficaz à febre do Oropouche requer uma abordagem integrada, envolvendo não apenas o setor de saúde, mas também a mobilização da comunidade e a colaboração intersetorial. Campanhas de educação e conscientização, vigilância epidemiológica e pesquisa científica são fundamentais para entender melhor a dinâmica da doença e desenvolver intervenções mais eficazes.

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Tirzepatida mostra eficácia contra insuficiência cardíaca em pacientes obesos

A tirzepatida, comercializada como Mounjaro, é um medicamento inicialmente desenvolvido pela Eli Lilly para tratar diabetes tipo 2. Recentemente, ela demonstrou eficácia significativa contra um tipo de insuficiência cardíaca altamente prevalente e frequentemente associada à obesidade.

O estudo de fase 3 Summit, realizado em diversos centros ao redor do mundo, incluindo o Brasil, trouxe à luz dados promissores sobre os benefícios da tirzepatida para pacientes com insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada.

A tirzepatida foi aprovada no Brasil em setembro de 2023 para o tratamento de diabetes tipo 2. Nos Estados Unidos, além da indicação para diabetes, a droga também recebeu autorização para o tratamento da obesidade.

De acordo com dados preliminares apresentados pela Eli Lilly, o uso do medicamento em pessoas com insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada e com índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 resultou em uma redução de 38% no risco de mortalidade em até um ano, além de diminuir o agravamento da condição.

Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Preservada

Esse tipo de insuficiência cardíaca ocorre quando a parede da câmara de bombeamento do coração se torna rígida, dificultando a capacidade do órgão de bombear sangue adequadamente. Entre os sintomas estão fadiga, falta de ar, redução da capacidade de se exercitar e edemas nos pulmões.

O estudo de fase 3 Summit foi conduzido em 146 centros em dez países, incluindo o Brasil, com a participação de 731 pacientes divididos em dois grupos: um recebeu a tirzepatida e o outro, um placebo. A dose da tirzepatida variou conforme a tolerância dos pacientes, começando em 2,5 mg e aumentando até um máximo de 15 mg por semana. Os voluntários foram acompanhados por 52 semanas para avaliar a eficácia do medicamento na redução do risco de morte cardiovascular ou insuficiência cardíaca.

O estudo atingiu seu objetivo primário, demonstrando uma redução significativa no risco de morte cardiovascular ou insuficiência cardíaca. Além disso, houve uma melhora nos sintomas de insuficiência cardíaca, medida pelo índice Kansas City, que avalia a função física dos pacientes com essa condição. Apenas participantes com escores abaixo de 80 foram incluídos no estudo.

A tirzepatida também se mostrou segura, com os principais eventos adversos sendo de grau leve a moderado, como náuseas, diarreia, diminuição do apetite, constipação e perda de peso. “Nós temos estudos da tirzepatida que estão sendo avaliados para redução de risco de morte cardiovascular, mas eles são mais longos, de quatro, cinco anos.

Aqui estamos falando de pacientes que em apenas um ano de acompanhamento já tiveram uma diminuição na mortalidade por insuficiência cardíaca”, avaliou Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil.

A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada apresenta desafios tanto no diagnóstico quanto no tratamento. A condição pode ser mascarada por outras doenças cardiovasculares associadas, tornando o diagnóstico precoce difícil. Além disso, modificar as doenças associadas, como hipertensão, doença coronariana e obesidade, é crucial para o manejo efetivo da insuficiência cardíaca.

Um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes é a dificuldade em identificar a doença precocemente. Muitos pacientes não reconhecem os sintomas ou os confundem com outras condições, levando a diagnósticos tardios e complicações graves. “A pessoa quando infarta, tem a doença coronariana há dez anos, ela nunca identificou. É a mesma coisa com a insuficiência cardíaca, a morte é o evento final”, afirma Magno.

No Brasil, a prevalência de insuficiência cardíaca é de aproximadamente 2 milhões de pacientes, com uma taxa de 240 mil novos casos por ano. As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no país e no mundo, associadas a altos custos com saúde e uso significativo de recursos médicos.

Impacto da tirzepatida

Os resultados promissores do estudo com a tirzepatida podem representar uma mudança significativa no tratamento da insuficiência cardíaca associada à obesidade. A redução de 38% no risco de mortalidade e a melhora nos sintomas dos pacientes são indicadores fortes da eficácia do medicamento.

A Eli Lilly planeja enviar um pedido à FDA (Food and Drug Administration) para incluir na bula do medicamento o tratamento contra insuficiência cardíaca. A empresa também aguarda a publicação final e divulgação do estudo para apresentar os dados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Com os resultados positivos do estudo de fase 3, a tirzepatida pode se tornar uma ferramenta valiosa no combate à insuficiência cardíaca, especialmente em pacientes obesos. O desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e específicos para condições associadas à obesidade é crucial, considerando o aumento global da prevalência de obesidade e suas complicações associadas.

A Eli Lilly continua a conduzir estudos de longo prazo para avaliar a eficácia da tirzepatida na redução do risco de morte cardiovascular. Esses estudos, com duração de quatro a cinco anos, fornecerão dados adicionais sobre os benefícios a longo prazo do medicamento. A pesquisa contínua é essencial para entender completamente os impactos da tirzepatida e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes.

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Saúde Capilar: Como Cuidar dos Cabelos na Troca de Estações

Com a mudança das estações, os cuidados com a saúde capilar precisam ser ajustados para garantir que os fios permaneçam saudáveis e bonitos. As variações de temperatura, umidade e exposição ao sol podem afetar diretamente a saúde do couro cabeludo e dos cabelos.

As mudanças climáticas ao longo do ano podem impactar significativamente a saúde capilar. Cada estação apresenta desafios únicos que exigem cuidados específicos para prevenir problemas como ressecamento, queda de cabelo, caspa e falta de brilho.

No verão, a exposição ao sol é intensa, o que pode causar danos aos fios devido aos raios UV. Além disso, o contato frequente com água do mar e piscina pode deixar o cabelo ressecado e quebradiço.

Dicas de cuidados no verão:

  • Use Protetor Solar Capilar: Produtos específicos para proteger os cabelos dos raios UV ajudam a evitar danos e ressecamento.
  • Hidrate Intensamente: Aposte em máscaras de hidratação profunda pelo menos uma vez por semana.
  • Enxágue com Água Doce: Após sair da piscina ou do mar, enxágue os cabelos com água doce para remover resíduos de cloro e sal.

Outono: controle da oleosidade e queda de cabelo

Com a chegada do outono, a queda das temperaturas pode levar a uma maior produção de oleosidade pelo couro cabeludo, além de uma tendência natural de aumento da queda de cabelo.

  • Lave com Frequência Moderada: Evite lavar o cabelo todos os dias para não estimular ainda mais a oleosidade.
  • Use Produtos Anti-queda: Invista em shampoos e tônicos que fortalecem os fios e previnem a queda.
  • Aposte na Esfoliação Capilar: Utilize produtos esfoliantes para remover o excesso de oleosidade e manter o couro cabeludo saudável.

Inverno: combate ao ressecamento e manutenção do brilho

No inverno, o ar seco e as baixas temperaturas podem ressecar os fios e o couro cabeludo, resultando em cabelos opacos e sem vida.

  • Evite Banhos Quentes: A água quente pode ressecar ainda mais os fios e o couro cabeludo. Prefira água morna.
  • Hidrate Diariamente: Utilize óleos capilares e leave-ins para manter a hidratação ao longo do dia.
  • Proteja-se do Frio: Use chapéus e gorros para proteger o cabelo das temperaturas baixas, mas escolha materiais que não causem atrito e frizz.

Primavera: revitalização e preparação para o verão

A primavera é uma estação de transição, onde a revitalização dos cabelos é essencial para prepará-los para o verão.

  • Faça uma Limpeza Profunda: Utilize shampoos de limpeza profunda para remover resíduos acumulados durante o inverno.
  • Corte as Pontas: Aparar as pontas ajuda a eliminar partes danificadas e estimula o crescimento saudável.
  • Intensifique a Hidratação: Continue com tratamentos de hidratação para fortalecer os fios antes da chegada do verão.

Alimentação e saúde capilar

A alimentação desempenha um papel crucial na saúde dos cabelos. Nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais são fundamentais para manter os fios fortes e brilhantes.

  • Proteínas: Carnes magras, ovos e leguminosas são ricos em proteínas, essenciais para o crescimento capilar.
  • Vitaminas A e C: Presentes em frutas e vegetais como cenoura, laranja e espinafre, ajudam na produção de sebo e na manutenção da saúde do couro cabeludo.
  • Ômega-3: Encontrado em peixes como salmão e sardinha, mantém a hidratação dos fios.
  • Zinco e Ferro: Carnes vermelhas, nozes e sementes são fontes desses minerais que previnem a queda de cabelo.

Adaptar a rotina de cuidados capilares de acordo com as estações do ano é essencial para manter a saúde e a beleza dos fios. A seguir, algumas sugestões de como ajustar sua rotina capilar ao longo do ano.

Rotina de cuidados no verão
  • Lavagem: Utilize shampoos hidratantes e leves.
  • Condicionamento: Aplique condicionador nas pontas e evite o couro cabeludo.
  • Hidratação: Máscaras de hidratação semanalmente.
  • Proteção: Use protetor solar capilar.
Rotina de cuidados no outono
  • Lavagem: Shampoos equilibrantes para controle da oleosidade.
  • Condicionamento: Condicionadores leves.
  • Tratamento: Tônicos anti-queda e esfoliação capilar quinzenal.
  • Hidratação: Máscaras nutritivas quinzenais.
Rotina de cuidados no inverno
  • Lavagem: Shampoos hidratantes e nutritivos.
  • Condicionamento: Condicionadores intensamente hidratantes.
  • Hidratação: Óleos capilares e máscaras nutritivas.
  • Proteção: Uso de gorros e chapéus adequados.
Rotina de cuidados na primavera
  • Lavagem: Shampoos de limpeza profunda semanalmente.
  • Condicionamento: Condicionadores revitalizantes.
  • Hidratação: Máscaras de hidratação e reparação.
  • Corte: Aparar as pontas a cada três meses.

Escolher os produtos certos para cada estação pode fazer toda a diferença na saúde dos cabelos. Aqui estão algumas recomendações de produtos para cada época do ano.

Produtos para o verão
  • Protetor Solar Capilar: Aveda Sun Care Protective Hair Veil.
  • Shampoo Hidratante: L’Oréal Paris Elseve Hydra-Detox.
  • Máscara Hidratante: Moroccanoil Intense Hydrating Mask.
Produtos para o outono
  • Shampoo Anti-queda: Vichy Dercos Energising Shampoo.
  • Condicionador Leve: OGX Tea Tree Mint Conditioner.
  • Esfoliante Capilar: Kérastase Fusio Scrub Apaisant.
Produtos para o inverno
  • Shampoo de Limpeza Profunda: Neutrogena Anti-Residue Shampoo.
  • Condicionador Revitalizante: Redken Extreme Conditioner.
  • Máscara Reparadora: Joico K-Pak Deep Penetrating Reconstructor

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Avanço na genética do TDAH revela novos caminhos para a ciência

A busca por entender as bases genéticas de condições psiquiátricas tem sido um desafio constante para cientistas e pesquisadores. No caso do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), os esforços têm sido intensos, mas os resultados ainda são envoltos em um certo mistério.

Recentemente, um estudo publicado na revista Nature Communications trouxe novos insights, identificando genes que podem ser responsáveis pelo desenvolvimento do TDAH. Essa descoberta promete abrir novas frentes de pesquisa e, eventualmente, melhorar os diagnósticos e tratamentos para a condição.

Pesquisadores da Universidade de Yale, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e de outras instituições nos Estados Unidos e Canadá identificaram o gene KDM5B como um “gene de risco de alta confiabilidade” para o TDAH. Este estudo inovador lança luz sobre os possíveis mecanismos genéticos por trás dessa neurodivergência, que afeta aproximadamente 5% das crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ainda que os mecanismos específicos pelos quais o KDM5B influencia o TDAH não sejam completamente compreendidos, os pesquisadores sugerem que esse gene pode ter um papel crucial na estabilidade do genoma dentro das células e no reparo do DNA. Qualquer mutação ou deleção neste gene poderia comprometer essas funções, aumentando o risco de desenvolvimento do TDAH.

Além disso, o KDM5B também está associado ao transtorno do espectro autista (TEA) e a doenças cardíacas congênitas, o que indica uma possível raiz genética comum entre diversas condições psiquiátricas.

Além do KDM5B, o estudo identificou outros três genes que podem estar relacionados ao TDAH: YLPM1, CTNND2 e GNB2L1. Esses genes estão ligados ao funcionamento da expressão gênica, ao desenvolvimento embrionário e à sinalização celular. A descoberta de suas possíveis associações com o TDAH oferece um novo panorama para os cientistas explorarem as bases biológicas dessa condição.

Luís Carlos Farhat, um dos pesquisadores brasileiros envolvidos no estudo, enfatiza a importância de continuar explorando variações genéticas raras juntamente com variantes comuns. Para entender distúrbios complexos como o TDAH, é fundamental considerar todo o espectro da variação genética. Estudos como este, que analisam variações genéticas em um grande número de indivíduos, são essenciais para construir uma compreensão mais precisa e detalhada das causas do TDAH.

O estudo contou com a participação de 152 trios de pais e filhos, sendo 30 brasileiros, todos com diagnósticos de TDAH. Os pesquisadores realizaram o sequenciamento completo do exoma (a fração do genoma composta por genes) dos participantes, comparando as variações genéticas nos filhos com TDAH e sem a condição. O gene KDM5B apresentou variações mais frequentes nos trios com filhos afetados, reforçando sua associação com o TDAH.

Embora os resultados sejam promissores, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Os achados atuais não têm aplicabilidade clínica imediata, mas pavimentam o caminho para futuras pesquisas. O próximo passo é realizar análises com amostras maiores para aumentar a resolução estatística e identificar novos genes de risco. Farhat explica que, para se alcançar uma compreensão mais completa do TDAH, é necessário estudar grupos ainda maiores de indivíduos, semelhante ao que já foi feito com o autismo.

Atualmente, testes laboratoriais e de imagem não são capazes de auxiliar no diagnóstico do TDAH. No entanto, com o avanço da pesquisa genética, espera-se que no futuro seja possível desenvolver métodos diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes. A compreensão das bases genéticas do TDAH pode levar a intervenções personalizadas, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

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Filme Barbie impulsiona buscas por cuidados ginecológicos, aponta estudo

O filme “Barbie” teve um impacto significativo nas buscas online por termos relacionados à ginecologia nos Estados Unidos. O filme, lançado em 21 de julho de 2023, incluiu uma cena final onde a personagem principal menciona, de forma entusiasmada, que está “ali para ver sua ginecologista”. Esta cena parece ter despertado o interesse do público por cuidados ginecológicos, levando a um aumento notável nas pesquisas online sobre o tema.

A última cena do filme “Barbie” mostra a personagem principal saindo da “Barbielândia” para viver no mundo real. Em uma recepção médica, ela declara estar ali para ver sua ginecologista. Segundo o estudo, essa frase, embora dita de forma humorística, parece ter tocado uma questão séria sobre a saúde das mulheres, seja pela piada relacionada à suposta falta de órgãos genitais da boneca ou pela empolgação com um cuidado que muitas mulheres acham desconfortável.

Os pesquisadores analisaram as tendências de busca online nos Estados Unidos após o lançamento do filme, focando em 34 perguntas relacionadas a cuidados ginecológicos e saúde da mulher. As buscas foram categorizadas em seis grupos principais: ginecologista, definição de ginecologista, consulta com ginecologista, saúde da mulher, médico e consulta médica. As três primeiras categorias estavam diretamente relacionadas ao termo usado no filme, enquanto as últimas três serviram como termos de controle para avaliar o comportamento de busca por saúde de forma mais geral.

Os dados coletados através das ferramentas Google Trends e Glimpse mostraram um aumento significativo nas buscas relacionadas a ginecologistas. Na semana seguinte ao lançamento do filme, houve um aumento de 51,3% nas buscas por “ginecologista” e 154,1% para “definição de ginecologista”. No entanto, não houve um aumento correspondente nas buscas por “consulta com ginecologista”, indicando que o interesse por informações sobre ginecologistas não se traduziu imediatamente em marcações de consultas.

Os pesquisadores do estudo destacam que filmes populares, como “Barbie”, podem ter uma influência significativa na conscientização sobre a saúde e na alfabetização em saúde pública. Eles citam exemplos anteriores, como a experiência de Angelina Jolie com o câncer de mama, que levou a um aumento de 64% nos testes genéticos, e a série “13 Reasons Why”, associada a um aumento de 29% nas taxas de suicídio após seu lançamento.

Apesar dos resultados interessantes, os autores do estudo reconhecem algumas limitações. Uma delas é que mudanças de comportamento de saúde podem não ser capturadas adequadamente por tendências de busca online. Embora as buscas por informações tenham aumentado, isso não significa necessariamente que mais pessoas tenham procurado cuidados ginecológicos. Além disso, os efeitos comportamentais podem ocorrer em momentos diferentes das mudanças na conscientização, tornando difícil estabelecer uma ligação direta.

Os pesquisadores acreditam que a cena final do filme “Barbie” pode ter estimulado o interesse por ginecologia, sugerindo a influência potencial de filmes populares na saúde pública. “Nossos resultados sugerem que a cena final da Barbie pode ter estimulado o interesse pela ginecologia, sugerindo ainda a influência potencial de filmes populares na alfabetização em saúde e na conscientização,” afirmam os pesquisadores.

Além dos exemplos já citados, outros fenômenos da cultura pop também mostraram ter impacto significativo na saúde pública. A influência da mídia e das celebridades pode moldar comportamentos e atitudes em relação a questões de saúde. Programas de TV, filmes e até mesmo campanhas publicitárias têm o poder de destacar problemas de saúde, educar o público e incentivar ações positivas.

A conscientização sobre a saúde da mulher é um tema crucial que merece atenção contínua. A ginecologia é uma área essencial para a saúde feminina, abrangendo desde cuidados preventivos até o tratamento de condições específicas. Iniciativas que aumentam o conhecimento e a aceitação desses cuidados são importantes para garantir que mais mulheres tenham acesso a serviços de saúde adequados e oportunos.

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