A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) lançou recentemente dois novos cultivares de mandioca – SCS 256 Cigana e SCS 257 Petuna – que prometem elevar a produtividade e a qualidade da produção agrícola no estado.
Essas novas variedades, desenvolvidas na Estação Experimental de Urussanga e no Campo Experimental de Jaguaruna, já estão disponíveis para plantio na próxima safra. As manivas foram distribuídas para duas cooperativas do Sul do estado: Producooper e Coopersertão, selecionadas por meio de chamada pública.
Os novos cultivares foram desenvolvidos sob a liderança do pesquisador Alexsander Luís Moreto, que destacou várias vantagens das novas variedades em comparação com os cultivares tradicionais. “Ambos são indicados para processamento industrial e se destacam pela qualidade dos derivados como farinhas, polvilho, fécula e tapioca. Eles também apresentam desempenho produtivo superior, flexibilidade na colheita e resistência a doenças,” explicou Moreto.
Os cultivares SCS 256 Cigana e SCS 257 Petuna oferecem diversos benefícios para os agricultores catarinenses. Entre as principais vantagens estão:
- Desempenho Produtivo: Ambos os cultivares têm produtividade acima da média dos cultivares tradicionais plantados na região.
- Flexibilidade de Colheita: Podem ser colhidos após um ou dois ciclos vegetativos, oferecendo maior flexibilidade para os agricultores.
- Características Agronômicas: Possuem ramas eretas, raízes de polpa branca e elevados teores de amido.
- Resistência a Doenças: São tolerantes à bacteriose e antracnose, reduzindo a necessidade de intervenções químicas.
- Facilidade de Despenca: Facilitam o manejo e processamento na indústria.
Segundo Moreto, a SCS 256 Cigana apresenta boa adaptação para as principais regiões produtoras do estado, como o Litoral Sul e Alto Vale, enquanto a SCS 257 Petuna é mais adequada para o Alto Vale. Essa adaptação regional é crucial para maximizar a produtividade e garantir o sucesso do cultivo.
De acordo com o Observatório Agro Catarinense, o cultivo de mandioca para mesa e indústria abrange cerca de 12,5 mil hectares em Santa Catarina, com uma produtividade média de 21,7 toneladas por hectare. Na safra de 2023, o valor da produção agropecuária da mandioca foi de aproximadamente R$ 377,22 milhões.
Darlan Rodrigo Marchesi, coordenador do Programa Olericultura da Epagri, destaca que 60% da produção catarinense de mandioca é destinada à indústria. “O cultivo e o processamento da mandioca-indústria são majoritariamente desenvolvidos por famílias agricultoras, especialmente nas regiões do Sul Catarinense, Vale e Alto Vale do Itajaí, e alguns municípios da Grande Florianópolis,” explicou Marchesi.
Os municípios de maior produção de mandioca no Litoral Sul incluem Sangão, Jaguaruna, Araranguá, Sombrio e São João do Sul. Essas áreas se destacam pela produção significativa e pelo desenvolvimento de agroindústrias de diferentes portes, que produzem farinhas, fécula, polvilho azedo e outros derivados.
Os produtos derivados da mandioca produzida em Santa Catarina abastecem não apenas o mercado estadual, mas também são destinados ao mercado nacional e à exportação. Essa ampla distribuição evidencia a importância econômica e a qualidade dos produtos catarinenses.
A introdução dos novos cultivares SCS 256 Cigana e SCS 257 Petuna promete trazer benefícios econômicos significativos para os agricultores e para a economia do estado. Com maior produtividade e resistência a doenças, os custos de produção podem ser reduzidos, aumentando a rentabilidade dos agricultores. Além disso, a qualidade superior dos produtos derivados pode abrir novas oportunidades de mercado e fortalecer a posição de Santa Catarina como um importante produtor de mandioca no Brasil.
A Epagri tem se destacado na introdução de inovações que promovem a sustentabilidade na agricultura. O desenvolvimento de cultivares mais produtivos e resistentes a doenças é um exemplo desse compromisso. A adoção de práticas agrícolas sustentáveis não apenas protege o meio ambiente, mas também garante a longevidade e viabilidade econômica da agricultura no estado.
O sucesso dos novos cultivares também depende da colaboração entre a Epagri, cooperativas agrícolas e agricultores. As cooperativas Producooper e Coopersertão desempenham um papel crucial na disseminação e adoção dessas novas variedades. Essa colaboração fortalece a comunidade agrícola e promove a troca de conhecimento e práticas inovadoras.
Com a introdução dos cultivares SCS 256 Cigana e SCS 257 Petuna, o futuro da produção de mandioca em Santa Catarina parece promissor. A capacidade de produzir mandioca de alta qualidade com maior eficiência e sustentabilidade pode transformar o setor agrícola do estado. Além disso, a expansão dos mercados e o fortalecimento das cooperativas locais podem resultar em um crescimento econômico contínuo e na melhoria da qualidade de vida dos agricultores.
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