Em 2024, a Delegacia de Homicídios de Maior Complexidade (DHMC) do Paraná reafirma sua importância ao apresentar números impressionantes de prisões. Com foco na captura de foragidos e na resolução de casos complicados, a delegacia já alcançou 143 detenções até 17 de outubro, superando em 76,5% o total do ano anterior.
Esse resultado reflete uma estratégia precisa, unindo inteligência policial e ações diretas em áreas críticas. A DHMC não se destaca apenas pelo volume de prisões, mas também pelo impacto na segurança pública, revelando um trabalho eficaz contra crimes complexos que, sem essa estrutura especializada, poderiam permanecer sem solução.
O Paraná é o único estado brasileiro que conta com uma delegacia específica para a resolução de crimes antigos e complexos, acumulando expertise na investigação de casos que desafiam as delegacias comuns. A DHMC foi criada em 2014, junto com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o objetivo de atuar em casos que permanecem sem solução por mais de dois anos.
Segundo o delegado Thiago Filgueiras, a prioridade da DHMC é o cumprimento de mandados de prisão de sentenças condenatórias definitivas. Além disso, a delegacia é responsável por herdarem crimes antigos e complexos que exigem uma investigação aprofundada e técnicas específicas de inteligência.
As operações da DHMC têm se concentrado na busca ativa de foragidos e na desarticulação de redes criminosas. Apenas em outubro, a delegacia já realizou nove prisões. Em uma dessas operações, um homem condenado a cinco anos e quatro meses por roubo foi localizado e detido enquanto trabalhava em um posto de gasolina em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
No bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC), outras duas prisões significativas ocorreram em 16 de outubro. O primeiro foragido, oriundo da Bahia, acumulava duas condenações por roubo a mão armada, com pena total de 13 anos, e foi encontrado em uma ocupação irregular. O segundo indivíduo, envolvido com organização criminosa e tráfico de drogas, cumpria pena de 17 anos e quatro meses e também foi capturado na mesma ação.
A DHMC integra suas operações com outras forças de segurança do Paraná, como a Polícia Penal, que recentemente promoveu cursos de operação com drones para aprimorar as investigações e capturas. A utilização de tecnologias avançadas é parte da estratégia da delegacia para aumentar a eficácia no combate ao crime organizado.
Além disso, a parceria com a Polícia Científica tem sido fundamental para a resolução de crimes relacionados ao uso ilegal de agrotóxicos, como em um caso recente envolvendo a morte de abelhas. Essas ações reforçam a atuação integrada entre diferentes áreas da segurança pública do Paraná.
Os crimes investigados pela DHMC geralmente apresentam dificuldades particulares, como depoimentos contraditórios, falta de provas materiais e a complexa dinâmica social que envolve muitos desses casos. Por isso, os policiais da delegacia passam por treinamentos especializados, aprimorando seus conhecimentos sobre mobilidade urbana e atuação de grupos criminosos.
A atuação da DHMC vai além das investigações tradicionais, exigindo que os agentes se aprofundem em questões sociais e urbanas para compreender melhor o contexto em que os crimes ocorreram. Esse enfoque multidisciplinar tem sido essencial para a resolução de casos que antes pareciam insolúveis.
As operações da DHMC não apenas aumentam a sensação de segurança da população, mas também têm um efeito direto na desarticulação de redes criminosas que atuam no Paraná. O uso de inteligência policial e a execução de mandados de prisão são parte de uma estratégia maior para reduzir a criminalidade e evitar que foragidos continuem a atuar impunemente.
Com a crescente eficácia da delegacia, a expectativa é que o número de prisões continue aumentando nos próximos meses. A DHMC tem demonstrado que, mesmo em um cenário de criminalidade crescente, é possível agir com eficiência e garantir a segurança da população.