Os médicos veterinários que atuam no setor privado, como parte do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), coordenado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), têm uma importante responsabilidade na defesa sanitária do rebanho do estado.
Para manter essa atuação, esses profissionais devem realizar o recadastramento anual durante o mês de novembro, conforme estabelecido pela Portaria n.º 146 de 2021. Essa medida visa organizar e atualizar o cadastro dos veterinários envolvidos no programa, essencial para garantir a eficiência das práticas de combate às doenças.A importância do recadastramento anual
O recadastramento dos médicos veterinários é obrigatório e gratuito, devendo ser feito presencialmente em um escritório local da Adapar. Esse procedimento não apenas reforça o compromisso dos profissionais com a segurança e saúde animal, mas também facilita o acompanhamento das ações desenvolvidas no combate à brucelose e tuberculose no estado.
Os veterinários precisam preencher o Anexo I da Portaria n.º 146/2021, anexando o comprovante de residência, e apresentar o documento em uma unidade da Adapar.
Este processo também permite que a Adapar mantenha um controle rigoroso sobre os profissionais envolvidos e garanta que todos os dados estejam atualizados, especialmente em relação aos vacinadores auxiliares. Cada veterinário pode ter até cinco auxiliares, sobre os quais assume a responsabilidade técnica e deve oferecer treinamento adequado para a correta execução das vacinas e medidas de controle.
A brucelose e a tuberculose bovinas são doenças que geram impactos econômicos e de saúde pública, já que podem ser transmitidas aos seres humanos. Portanto, o PECEBT não é apenas um programa de controle veterinário, mas uma política pública de saúde essencial para a população paranaense. Veterinários privados desempenham um papel crucial na prevenção e controle dessas doenças, estando em contato direto com produtores rurais e seus rebanhos. Essa relação próxima permite uma resposta rápida a eventuais surtos, promovendo ações de controle que beneficiam toda a cadeia produtiva e a saúde da população.
Os profissionais cadastrados no PECEBT são responsáveis pela vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas, de acordo com as normativas do programa, além de realizar a notificação de casos suspeitos à Adapar. Essa atuação é indispensável para evitar que doenças como a brucelose, causada pela bactéria Brucella abortus, se espalhem.
O não cumprimento do recadastramento pode resultar na suspensão do profissional, impedindo-o de continuar atuando no programa e, consequentemente, comprometendo a eficiência das ações sanitárias no estado.
A vacinação contra a brucelose é uma das estratégias mais eficazes para evitar a propagação da doença, especialmente em regiões endêmicas como o Paraná. A doença causa grande prejuízo econômico aos produtores rurais, afetando a produção de leite e carne, além de representar um risco para a saúde dos trabalhadores rurais e demais envolvidos na cadeia produtiva.
De acordo com a Portaria n.º 305/2017, a vacinação é obrigatória para fêmeas bovinas e bubalinas entre três e oito meses de idade, com a aplicação de vacinas B-19 ou RB-51, ambas seguras e eficazes para o controle da doença. Para garantir que o procedimento seja realizado corretamente, os vacinadores devem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas, avental de manga longa, óculos de proteção e botas, e aplicar a dose recomendada de 2 ml por bezerra.
A Adapar também oferece uma cartilha educativa, o Adapar Educa, que fornece orientações detalhadas sobre a aplicação das vacinas e a importância do controle sanitário. Essa cartilha está disponível online, facilitando o acesso dos profissionais a informações atualizadas e práticas sobre o combate à brucelose e tuberculose.
A vacinação regular é uma condição obrigatória para a movimentação do gado no Paraná. Propriedades que não cumprem as normas estabelecidas para a vacinação contra a brucelose ficam impedidas de movimentar seus animais para qualquer finalidade, incluindo venda e transporte, até que a situação esteja regularizada. Esse bloqueio é implementado por meio da Guia de Trânsito Animal (GTA), documento exigido para a movimentação dos animais.
Essa medida visa proteger o rebanho de outras propriedades e conter a disseminação da doença, assegurando que apenas animais vacinados e saudáveis possam ser comercializados ou transportados. Dessa forma, o controle e monitoramento da vacinação no estado se tornam mais eficazes, reduzindo os riscos para o rebanho e para a população em geral.
Para facilitar o processo, o site da Adapar disponibiliza o requerimento de cadastro para veterinários, acessível por meio de um banner na página inicial. Ao preencher o formulário, o veterinário deve anexar o comprovante de residência e entregá-lo no Escritório Local da Adapar mais próximo. Esse procedimento simples, porém essencial, assegura que os dados dos profissionais estejam em conformidade com as novas legislações e com as exigências do PECEBT.
Além disso, é necessário atualizar os dados dos vacinadores auxiliares, caso o veterinário conte com esses profissionais em sua equipe. Ao garantir que as informações estão sempre atualizadas, o programa PECEBT aumenta a transparência e facilita a gestão dos processos sanitários nas propriedades.
A Adapar conta com uma estrutura de apoio para auxiliar os veterinários e vacinadores no desempenho de suas funções, oferecendo plataformas digitais e materiais informativos. Por meio do Adapar Educa, a agência fornece cartilhas e guias sobre as boas práticas na aplicação de vacinas, o uso de EPIs e outros aspectos técnicos do controle sanitário.
Esses materiais não apenas auxiliam no controle de doenças, mas também promovem a conscientização sobre a importância da vacinação e das medidas preventivas. Os profissionais podem acessar esses conteúdos online, atualizando-se sobre as melhores práticas para o combate à brucelose e tuberculose no rebanho bovino do estado.
A eficiência do PECEBT não beneficia apenas o setor agropecuário, mas também tem reflexos significativos na saúde pública e na economia do Paraná. Doenças como a brucelose e a tuberculose, quando não controladas, podem causar grandes perdas econômicas, afetando a produção de carne e leite e elevando os custos de saúde para o estado e para os produtores.
Além disso, a brucelose bovina representa um risco para a saúde humana, sendo uma zoonose que pode ser transmitida para pessoas que tenham contato com animais infectados. Com a implementação de programas rigorosos de vacinação e controle, o Paraná busca assegurar que a produção pecuária seja segura e que os produtos derivados do gado sejam de alta qualidade e livre de contaminação, garantindo a segurança alimentar e a saúde dos consumidores.