Expansão do etanol de cereais impulsiona produção e novos investimentos

A indústria de etanol de cereais no Brasil está vivenciando um período de crescimento e otimismo sem precedentes. Com quase uma década de expansão contínua, o setor tem atraído novos investimentos e gerado expectativas positivas em relação ao aumento da capacidade produtiva e à diversificação das matérias-primas utilizadas.

Durante a 10ª edição do TECO Latin America, evento dedicado à discussão de tendências e inovações no mercado de biocombustíveis, especialistas ressaltaram a importância do etanol de cereais para a matriz energética brasileira e destacaram previsões de crescimento expressivo para os próximos anos.

Rafael Piacenza, gerente de desenvolvimento de negócios da Novonesis, destacou que a quantidade de usinas dedicadas ao processamento de etanol de cereais, como milho e trigo, deve aumentar 75% nos próximos anos.

Atualmente, o Brasil conta com 32 usinas em operação, construção ou ainda não operacionais, mas esse número pode saltar para 56, impulsionado por novos projetos e o interesse crescente de empresas no setor. A expansão promete gerar impactos significativos tanto na produção de etanol quanto no processamento de subprodutos, como os DDGs (grãos secos de destilaria).

O etanol de cereais, especialmente o de milho, tem se consolidado como uma alternativa sustentável e lucrativa para o Brasil. Com a crescente demanda por combustíveis mais limpos e a necessidade de diversificação das fontes de energia, o mercado de biocombustíveis encontra um terreno fértil para a expansão. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de etanol de milho deve alcançar 8 bilhões de litros anuais na safra 2024/25, refletindo um aumento expressivo em comparação aos anos anteriores.

A previsão de crescimento da indústria está atrelada à inauguração de novas usinas e ao aumento da capacidade de processamento das plantas já existentes. O número de unidades produtoras deve saltar de 32 para 56 nos próximos anos, distribuídas em diferentes regiões do país, incluindo estados como Maranhão e Rio Grande do Sul, que se destacam como novos polos para o desenvolvimento do setor.

Além disso, o volume de milho processado diariamente deve alcançar 107 mil toneladas em um horizonte de cinco anos, gerando 11 milhões de toneladas de DDGs por ano, um subproduto altamente valorizado pela indústria de ração animal. Esse cenário fortalece o papel do etanol de cereais não apenas como fonte de combustível, mas também como uma oportunidade de agregar valor às cadeias produtivas associadas.

Os grãos secos de destilaria (DDGs), um dos subprodutos mais relevantes do processo de produção de etanol de cereais, têm ganhado importância crescente no mercado brasileiro. Utilizados principalmente como ingrediente para ração animal, os DDGs são ricos em nutrientes e servem como uma alternativa eficiente e econômica para a alimentação de rebanhos.

Com a expansão da indústria de etanol de cereais, a oferta de DDGs no Brasil deve crescer substancialmente, abrindo portas para novas oportunidades de exportação. Durante o TECO Latin America, Fabrício Leal Rocha, diretor de bioenergia da Novonesis na América Latina, ressaltou o potencial de exportação desse subproduto para mercados internacionais e a necessidade de se explorar nichos que valorizem o produto brasileiro.

O mercado de DDGs é particularmente promissor na América Latina e na Ásia, onde a demanda por insumos para a alimentação animal tem crescido constantemente. Ao aumentar a produção de DDGs, o Brasil se posiciona como um player competitivo na exportação desse subproduto, contribuindo para o equilíbrio da balança comercial e agregando valor às operações das usinas.

Com o crescimento do setor de etanol de cereais, a busca por maior eficiência e produtividade torna-se uma prioridade para as usinas. Segundo Fabrício Leal Rocha, é possível aumentar a lucratividade das plantas ao otimizar processos e adotar tecnologias inovadoras. Entre as estratégias mencionadas, destacam-se:

  1. Uso de leveduras de nova geração: A utilização de leveduras mais eficientes permite uma fermentação mais rápida e completa, elevando o rendimento e a qualidade do etanol produzido.
  2. Otimização de processos: Com suporte técnico especializado, as usinas podem melhorar o desempenho de cada etapa do processamento, reduzindo perdas e aumentando a produtividade.
  3. Automação e controle de processos: O uso de tecnologias de automação permite monitorar em tempo real o desempenho das usinas, identificando pontos de melhoria e aumentando a precisão operacional.

Essas melhorias podem resultar em ganhos significativos para as usinas. A estimativa é que um aumento de produtividade entre 3% e 9% em uma planta que processa 5.600 toneladas de milho por dia poderia gerar um incremento no lucro líquido anual de R$ 33 a R$ 100 milhões, dependendo da eficiência alcançada.

Outro ponto importante para o crescimento do setor de etanol de cereais no Brasil é a expansão geográfica das operações. Atualmente concentrado em regiões como o Centro-Oeste e o Sudeste, o setor começa a ganhar força em novos estados, como Maranhão e Rio Grande do Sul, que apresentam condições favoráveis para a implantação de usinas.

Além disso, a diversificação das matérias-primas utilizadas também é uma tendência em ascensão. O sorgo e o trigo, por exemplo, estão sendo cada vez mais considerados como alternativas ao milho para a produção de etanol. Isso não só amplia a capacidade produtiva das usinas, como também reduz a dependência de uma única matéria-prima, mitigando riscos associados à variação de preços e oferta.

O etanol de cereais tem se destacado como uma alternativa sustentável dentro do mercado de biocombustíveis. Além de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso de matérias-primas como milho e sorgo permite que o setor aproveite subprodutos e resíduos agrícolas, promovendo uma cadeia produtiva mais limpa e eficiente.

Durante o TECO Latin America, também foram discutidas novas oportunidades para o etanol verde, como sua utilização em combustíveis marítimos mais sustentáveis. Com a crescente pressão internacional para reduzir as emissões no setor de transporte marítimo, o etanol pode se tornar uma opção viável para a transição energética desse segmento, abrindo novas possibilidades de mercado para o Brasil.

Com a perspectiva de crescimento acelerado e a abertura de novas usinas, o futuro do etanol de cereais no Brasil é promissor. A expansão da capacidade de produção, o aumento da oferta de DDGs e a diversificação geográfica e de matérias-primas são fatores que devem consolidar o país como um dos maiores produtores globais de etanol.

No entanto, desafios como a volatilidade dos preços das commodities e a competitividade no mercado internacional ainda exigem atenção. A adoção de inovações tecnológicas e a busca por maior eficiência serão essenciais para garantir a sustentabilidade e a lucratividade do setor nos próximos anos.

Raio mata sete vacas no interior de São José do Cedro

Foi registrado no interior de São José do Cedro uma tragédia agropecuária, na última terça-feira (08), quando sete vacas foram encontradas mortas em uma propriedade rural no Distrito de Padre Réus.

A causa foi um raio que atingiu árvores onde os animais estavam abrigados durante um forte temporal que assolou a região. O episódio aconteceu por volta das 19 horas, conforme relatou a técnica agropecuária Nalfani Colombo, filha do proprietário Lair Marcos Colombo.

A região Sul do Brasil vem enfrentando uma sequência de temporais intensos, com forte incidência de raios e até granizo, provocando transtornos e prejuízos a produtores rurais. A tempestade que atingiu a região entre São José do Cedro e Guarujá do Sul não foi diferente. As rajadas de vento e a precipitação de granizo causaram danos em lavouras e propriedades, mas foram os raios que trouxeram o prejuízo mais doloroso para a família Colombo.

De acordo com Nalfani, que estuda veterinária, as vacas tentaram se proteger das intempéries abrigando-se embaixo de algumas árvores. Infelizmente, o local se mostrou um ponto vulnerável para descargas elétricas.

“Estava anoitecendo e a incidência de raios foi intensa, não conseguimos ver nada no momento. Só pela manhã, quando fomos verificar o rebanho, encontramos os animais mortos”, lamenta Nalfani.

As sete vacas atingidas pelo raio eram da raça holandesa e produziam, juntas, cerca de quatro mil litros de leite por mês. O impacto financeiro para a família Colombo é significativo. Nalfani estima que a perda dos animais representa um prejuízo de aproximadamente R$ 70 mil. Além disso, a ausência da produção leiteira afeta diretamente a renda da propriedade, que depende dessa atividade para se manter.

“São anos de investimento e cuidados que se foram em poucos segundos. Não tem como prever um evento assim, mas é difícil aceitar. Cada uma dessas vacas fazia parte do nosso cotidiano e da nossa história”, desabafou a jovem técnica agropecuária.

Com informações de Diógenes Di Domenico e fotos da família, para o Jornal da Fronteira.

Chuvas intensas em Santa Catarina elevam risco de deslizamentos e inundações

A previsão do tempo para os próximos dias em Santa Catarina indica um cenário preocupante, com chuvas persistentes e volumosas que podem causar transtornos significativos em várias regiões do estado. As autoridades meteorológicas e a Defesa Civil alertam para o risco elevado de inundações, deslizamentos e enxurradas, principalmente nas áreas de encosta e regiões com histórico de ocorrências hidrológicas e geológicas.

De acordo com a Secretaria da Defesa Civil de Santa Catarina (SDC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram), as precipitações serão intensas em praticamente todas as regiões do estado entre quarta-feira (09) e sexta-feira (11).

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Os volumes de chuva previstos variam de 100 a 200 mm, com picos ainda mais elevados em áreas específicas. As regiões mais afetadas incluem o Grande Oeste, Planalto Norte, Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e parte do Litoral Sul e Planalto Sul, onde o acúmulo de chuvas poderá causar danos significativos.

As condições meteorológicas para os próximos dias em Santa Catarina são influenciadas pela combinação de um sistema de baixa pressão e a circulação marítima, que juntos favorecem a formação de nuvens carregadas e a ocorrência de chuvas contínuas. O cenário deve piorar a partir da manhã de quarta-feira (09), especialmente em áreas próximas à serra no Litoral Sul, e se estender até a madrugada de quinta-feira (10) para regiões como Vale do Itajaí e parte do Grande Oeste catarinense.

Ao longo desse período, há também a possibilidade de temporais, com raios, rajadas de vento e eventual queda de granizo, especialmente no Grande Oeste. Já na sexta-feira (11), uma frente fria que se desloca pelo estado provocará temporais isolados e chuva mais persistente e volumosa, com tendência de se dissipar gradualmente no final da tarde.

Com os volumes de chuva previstos, as regiões mais afetadas devem ser:

  • Grande Oeste e Planalto Norte: Acúmulo de 100 a 150 mm.
  • Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Litoral Norte e partes do Litoral Sul e Planalto Sul: Acúmulo de 150 a 200 mm, com picos pontuais ainda mais elevados em áreas de encosta.

Com a grande quantidade de chuvas esperadas, o risco hidrológico para o estado é elevado, especialmente nas bacias hidrográficas dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim, onde há previsão de inundações graduais, principalmente na região do Alto Vale. Nessas áreas, o volume de água nos rios pode atingir níveis de emergência, colocando em risco a segurança das comunidades ribeirinhas.

Além disso, regiões como Grande Florianópolis e as bacias hidrográficas dos rios Tijucas, Biguaçu e Cubatão também estão sob alerta para possíveis enchentes e elevações rápidas dos níveis dos rios. Em locais mais elevados dessas bacias, o risco é ainda maior para a ocorrência de enxurradas, que são caracterizadas por inundações repentinas em pequenos cursos d’água.

Quanto aos riscos geológicos, a situação é crítica em áreas de encosta, serras e regiões com histórico de movimentações de solo. A Defesa Civil e a Epagri/Ciram classificaram o risco como Muito Alto para deslizamentos, fluxos de detritos e queda de blocos nas regiões do Litoral Norte, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Litoral Sul, principalmente nas áreas serranas.

Nas regiões do Grande Oeste e parte do Planalto Sul e Planalto Norte, o risco é classificado como Alto para deslizamentos e outros eventos geológicos. A movimentação de solo nessas áreas pode ser desencadeada pela saturação do terreno, devido ao excesso de água acumulada, causando deslizamentos que podem afetar moradias e estradas, além de interromper o fornecimento de serviços essenciais.

Diante desse cenário de risco elevado, a Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que a população adote medidas preventivas e esteja atenta aos sinais de alerta emitidos pelas autoridades. Algumas das principais recomendações são:

  1. Evitar áreas sujeitas a alagamentos e enchentes: Não transite por ruas alagadas, pontes submersas ou áreas com o fluxo de água elevado, pois esses locais podem apresentar correntes fortes e risco de afogamento.
  2. Ficar longe de encostas e áreas de risco: Caso perceba sinais de instabilidade no terreno, como trincas no solo, rachaduras em paredes ou inclinação de postes e árvores, procure um local seguro imediatamente e acione a Defesa Civil pelo número 199.
  3. Monitorar os alertas meteorológicos: Acompanhe as previsões e alertas emitidos pela Defesa Civil e pela Epagri/Ciram por meio de aplicativos de celular, redes sociais ou mensagens de texto. Para receber avisos diretamente no seu telefone, envie uma mensagem com o número do seu CEP para 40199.
  4. Ter um plano de emergência familiar: Identifique locais seguros em sua residência e crie um plano de evacuação, caso seja necessário sair de casa rapidamente. Mantenha uma mochila de emergência com itens essenciais, como documentos, água, alimentos não perecíveis, medicamentos e carregador de celular.
  5. Evitar atividades ao ar livre em caso de temporais: Durante a ocorrência de raios e ventos fortes, evite sair de casa. Procure abrigo em locais seguros e não se aproxime de árvores ou objetos que possam ser arremessados pelo vento.

As chuvas intensas não apenas representam um risco à segurança da população, mas também causam impactos econômicos significativos no estado. A agricultura, um dos setores mais importantes da economia catarinense, é diretamente afetada por enchentes e enxurradas que destroem plantações e comprometem a produção de alimentos. Além disso, deslizamentos de terra podem bloquear rodovias, impedindo o transporte de mercadorias e afetando o abastecimento de produtos em diferentes regiões.

O turismo, que também é um setor importante em Santa Catarina, pode sofrer com a queda no número de visitantes durante o período chuvoso, especialmente em cidades litorâneas e serranas, onde os atrativos naturais são o principal foco das atividades turísticas. As chuvas prolongadas comprometem a infraestrutura local e diminuem a atratividade dos destinos.

Em termos sociais, as enchentes e deslizamentos podem causar o desalojamento de famílias, destruição de moradias e danos a infraestruturas básicas, como escolas e unidades de saúde. A reconstrução das áreas afetadas demanda um grande esforço financeiro por parte do governo e, muitas vezes, leva meses para ser concluída.o

Além disso, a Defesa Civil recomenda que os moradores de áreas de risco se cadastrem para receber avisos diretamente no celular, enviando o número do CEP para o telefone 40199. Dessa forma, as autoridades conseguem manter a população informada e orientar sobre as ações necessárias em casos de emergência.

Edital incentiva pesquisa em piscicultura marinha para inovação e sustentabilidade em SC

A piscicultura marinha desponta como um dos setores de maior potencial de crescimento na aquicultura brasileira, especialmente em Santa Catarina, estado que já possui forte tradição na produção pesqueira.

Diante desse cenário promissor, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e a Secretaria Executiva da Aquicultura e Pesca do Estado de Santa Catarina (SAQ) lançaram o edital nº 58/2024. O objetivo é fomentar pesquisas que visem o desenvolvimento de novos sistemas de engorda de peixes marinhos e a geração de conhecimento na área.

Com um aporte financeiro de R$ 1.800.000,00, o edital busca reunir pesquisadores e especialistas de diferentes áreas do conhecimento para fortalecer o setor da piscicultura no estado. A iniciativa é voltada para profissionais das Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT) de Santa Catarina, incluindo doutores, mestres, acadêmicos e técnicos, que poderão submeter suas propostas até o dia 4 de novembro.

Em um cenário de crescente demanda por alimentos sustentáveis e pela preservação dos recursos naturais, a iniciativa promete trazer impactos positivos para a economia local e para a preservação do ecossistema marinho.

Santa Catarina é um dos maiores polos de aquicultura no Brasil, com destaque para a produção de moluscos e camarões. Contudo, a piscicultura marinha ainda enfrenta desafios significativos, como a falta de pesquisas específicas e de políticas públicas que incentivem seu crescimento sustentável.

É nesse contexto que o edital nº 58/2024 se torna um marco para o desenvolvimento do setor, abrindo portas para estudos que possam viabilizar a exploração comercial de novas espécies nativas e adaptar sistemas de engorda às condições ambientais locais.

O estado possui um litoral de 531 quilômetros, com condições propícias para a piscicultura em tanques-rede e em viveiros escavados, além de um ecossistema diverso que favorece o cultivo de várias espécies marinhas. No entanto, a atividade ainda carece de conhecimento técnico e de inovação para superar desafios como o manejo sustentável e a segurança alimentar.

Objetivos e metas do edital nº 58/2024

O edital lançado pela Fapesc e pela SAQ estabelece objetivos claros para impulsionar a piscicultura marinha no estado. Entre os principais, estão:

  1. Desenvolvimento de Sistemas de Engorda de Peixes Marinhos: Estudos que abordem novos sistemas de engorda e metodologias que aumentem a eficiência e a produtividade da piscicultura no estado. Isso inclui o uso de tecnologias modernas, como biotecnologia e inteligência artificial, para monitoramento e otimização dos processos.
  2. Estudo de Espécies Nativas com Potencial para a Piscicultura Comercial: A ideia é identificar espécies marinhas nativas que tenham características adequadas para a criação em cativeiro, como alta taxa de crescimento, resistência a doenças e adaptabilidade às condições ambientais de Santa Catarina.
  3. Fortalecimento de Grupos de Pesquisa e Integração entre Pesquisadores: Estimular a cooperação entre diferentes instituições e grupos de pesquisa, promovendo a troca de conhecimento e a criação de uma rede de colaboração que potencialize os resultados.
  4. Formulação de Políticas Públicas para o Setor: Gerar conhecimento que subsidie a criação de políticas públicas voltadas para o manejo sustentável dos recursos pesqueiros e para a regulação da atividade no estado.
  5. Inovação e Transferência de Tecnologia: Implementar práticas inovadoras que possam ser aplicadas de forma prática no setor produtivo, facilitando a transferência de tecnologia e o uso do conhecimento gerado por parte dos piscicultores locais.

O valor total destinado ao edital é de R$ 1.800.000,00, sendo R$ 900.000,00 provenientes da Fapesc e outros R$ 900.000,00 de recursos descentralizados pela SAQ. Esse valor será distribuído entre as diferentes propostas aprovadas, de acordo com a complexidade e o impacto esperado dos projetos.

As bolsas oferecidas variam conforme a qualificação dos participantes. Para doutores, os valores podem chegar a R$ 15.750,00 por mês, enquanto mestres, acadêmicos e técnicos poderão receber entre R$ 933,21 e R$ 5.250,00, dependendo da categoria em que se enquadram e das funções que irão desempenhar no projeto. O período de vigência dos projetos aprovados será de 24 meses, podendo ser prorrogado mediante avaliação.

Essa estrutura de financiamento visa atrair profissionais altamente qualificados e garantir que os projetos tenham o suporte necessário para alcançar resultados significativos.

A sustentabilidade é um dos pilares fundamentais do edital nº 58/2024. A piscicultura marinha, se desenvolvida de maneira inadequada, pode causar impactos negativos ao meio ambiente, como a poluição das águas e a perda de biodiversidade. Por isso, o edital foca em práticas sustentáveis e no desenvolvimento de tecnologias que permitam o manejo responsável dos recursos pesqueiros.

Projetos que contemplem o uso de sistemas de recirculação de água, alimentação de baixo impacto ambiental e controle de resíduos terão preferência no processo seletivo. O objetivo é criar um modelo de piscicultura que seja economicamente viável, ambientalmente responsável e socialmente justo, promovendo o crescimento do setor sem comprometer os ecossistemas costeiros.

O fomento à pesquisa em piscicultura marinha traz uma série de benefícios para a economia local e para a sociedade como um todo. Em primeiro lugar, contribui para a diversificação das atividades econômicas no litoral catarinense, criando novas oportunidades de emprego e renda para as comunidades locais.

Além disso, o desenvolvimento de uma piscicultura marinha eficiente pode ajudar a suprir a crescente demanda por proteínas de origem animal, oferecendo uma alternativa mais sustentável ao cultivo de peixes em água doce. Isso é especialmente importante diante da crise ambiental e da necessidade de reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros naturais.

Por fim, ao apoiar a pesquisa e a inovação, o edital contribui para a formação de uma base científica sólida que pode atrair novos investimentos para o estado e colocar Santa Catarina na vanguarda da aquicultura no Brasil e na América Latina.

As Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT) de Santa Catarina desempenham um papel crucial no sucesso do edital nº 58/2024. Essas instituições serão responsáveis por desenvolver os projetos aprovados, promovendo pesquisas que tragam avanços concretos para a piscicultura marinha.

Além disso, a integração entre pesquisadores de diferentes áreas e a colaboração com o setor produtivo garantem que o conhecimento gerado seja aplicado de forma prática, beneficiando tanto a academia quanto a indústria. Essa parceria é essencial para transformar a pesquisa em inovação e gerar impactos positivos para o setor e para a sociedade.

Como participar do edital nº 58/2024

As inscrições para o edital estão abertas até o dia 4 de novembro, e devem ser submetidas através do Sistema de Gestão da Fapesc (SIGFapesc). Podem participar pesquisadores de ICTs do estado, desde que tenham vínculo comprovado e atuem em áreas relacionadas à aquicultura e pesca.

O processo seletivo levará em consideração a relevância do projeto para o desenvolvimento da piscicultura marinha em Santa Catarina, o impacto esperado e a capacidade técnica e estrutural da equipe proponente. O resultado final será divulgado no dia 10 de dezembro, na página da Fapesc.

Brasil lidera integração latino-americana em torno do algodão sustentável

Nos últimos anos, a liderança do Brasil no setor agrícola transcendeu as fronteiras nacionais, consolidando o país como um agente transformador no cenário latino-americano. Um dos principais exemplos desse protagonismo é o programa de cooperação internacional +ALgodão, que visa promover o cultivo sustentável do algodão em diversos países da América Latina.

Com a participação de nações como Colômbia, Peru, Equador, Bolívia e Argentina, a iniciativa não apenas reforça a posição do Brasil como maior exportador mundial da fibra, mas também busca associar a produção ao desenvolvimento social e à preservação ambiental.

O programa, que surgiu em resposta a uma longa disputa comercial entre Brasil e Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), representa um marco na história agrícola da região. A cooperação incentiva práticas agrícolas que respeitam o meio ambiente, promove a inclusão social de pequenos produtores e resgata o valor cultural do algodão, que já foi considerado o “ouro branco” em muitas partes do continente.

O programa +ALgodão é fruto de uma parceria que envolve a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), o Itamaraty, a Embrapa e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Desde a sua criação, a iniciativa tem ajudado a fortalecer o cultivo do algodão em países que enfrentaram crises no setor, como Colômbia e Haiti. Além de promover técnicas agrícolas sustentáveis, o programa também incentiva a produção artesanal de peças a partir da fibra, agregando valor ao produto e gerando mais oportunidades econômicas para comunidades rurais.

Um dos principais objetivos do +ALgodão é criar uma identidade regional para o algodão latino-americano, pautada em valores como rastreabilidade, ancestralidade e respeito ao meio ambiente. Para isso, o programa busca integrar a cadeia produtiva de modo que todos os processos — desde o cultivo até a transformação artesanal — estejam alinhados com os princípios da sustentabilidade e da valorização cultural.

O programa +ALgodão tem suas raízes em uma disputa iniciada em 2002, quando o Brasil contestou, na OMC, os subsídios concedidos pelo governo dos Estados Unidos aos seus produtores de algodão. Após doze anos de intensas negociações, o Brasil conseguiu um acordo que resultou no pagamento de 300 milhões de dólares por parte dos EUA. Uma parte desse montante foi destinada ao desenvolvimento de programas de cooperação internacional, sendo o +ALgodão um dos principais beneficiados.

Essa conquista não apenas fortaleceu o setor algodoeiro brasileiro, mas também abriu portas para o compartilhamento de conhecimentos e tecnologias com países da América Latina e África. Na América Latina, o +ALgodão priorizou uma estratégia de cooperação trilateral com organismos internacionais, como a FAO, para ampliar o alcance e o impacto do programa.

O Brasil é referência mundial em práticas sustentáveis de cultivo do algodão. A produção nacional utiliza sistemas de irrigação eficientes e substitui defensivos químicos por biofertilizantes, o que reduz o impacto ambiental e melhora a qualidade do produto final. Essas técnicas são disseminadas para os países parceiros do +ALgodão, adaptando-se às necessidades e características de cada região.

Na Colômbia, por exemplo, pequenos agricultores que antes dependiam de agrotóxicos para controlar pragas agora utilizam biofertilizantes desenvolvidos a partir de pesquisas brasileiras. Essa mudança não só reduziu os custos de produção, mas também melhorou a saúde dos trabalhadores e a qualidade do solo.

Outra técnica sustentável aplicada no contexto da cooperação é a rotação de culturas. No lugar do monocultivo, que torna a plantação mais suscetível a pragas e doenças, os agricultores passaram a alternar o plantio de algodão com outras culturas, como milho e sorgo. O resultado é um aumento da produtividade e uma maior diversidade de produtos alimentares disponíveis para as comunidades locais.

Além do apoio técnico aos produtores, o programa +ALgodão também trabalha para resgatar as tradições culturais associadas ao cultivo e ao uso do algodão. Em diversas regiões da Colômbia, do Equador e do Paraguai, o algodão era um símbolo de prosperidade e riqueza cultural. Ao longo do tempo, com a redução da produção e a falta de incentivo governamental, muitas dessas tradições foram esquecidas.

Com o +ALgodão, o Brasil e seus parceiros buscam revitalizar o artesanato local, oferecendo capacitações para que mulheres e jovens possam aprender a cultivar a fibra e transformá-la em peças de valor cultural e comercial. O programa fornece sementes e insumos para o cultivo, e promove oficinas de tecelagem, costura e design, impulsionando o desenvolvimento de produtos autênticos que atraem consumidores interessados em moda sustentável e comércio justo.

Os benefícios econômicos do programa vão além do aumento na produção de algodão. A cooperação internacional promove o desenvolvimento de cadeias produtivas completas, desde o cultivo até a confecção de produtos têxteis, gerando empregos e renda para milhares de famílias rurais. Segundo a FAO, o setor algodoeiro pode contribuir significativamente para a segurança alimentar e para a redução da pobreza rural.

Na Colômbia, o programa +ALgodão tem atuado em áreas fortemente afetadas pelo conflito armado, como a região de Tolima. Com a estabilização social e a promoção de atividades produtivas sustentáveis, o programa oferece uma alternativa econômica para os agricultores que, anteriormente, tinham poucas opções de subsistência.

A assistência técnica gratuita fornecida pelo +ALgodão é outro fator que contribui para a transformação do setor. Agricultores que antes pagavam valores elevados por consultorias agora recebem apoio de profissionais capacitados e têm acesso a tecnologias avançadas, como drones agrícolas para monitoramento das lavouras e pulverização de biofertilizantes.

O +ALgodão continua expandindo suas atividades e busca novos parceiros para fortalecer a cadeia produtiva do algodão sustentável na América Latina. No entanto, o programa enfrenta desafios como a concorrência com fibras sintéticas, que são mais baratas e amplamente utilizadas pela indústria têxtil. Além disso, a falta de políticas de apoio ao pequeno produtor em alguns países parceiros pode comprometer a continuidade das atividades.

Para superar essas dificuldades, a coordenação do +ALgodão aposta na certificação e rastreamento da produção como diferenciais competitivos. A demanda por produtos rastreáveis e sustentáveis tem crescido no mercado internacional, e o algodão latino-americano, com seu valor cultural e ambiental agregado, pode se tornar um produto de destaque.

Defesa Civil monitora temporais e alerta Santa Catarina

Santa Catarina enfrentou fortes temporais nesta quinta-feira, 3, quando uma frente fria trouxe intensas chuvas, rajadas de vento e granizo para várias regiões do estado. A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil (SDC) está acompanhando de perto as condições meteorológicas, com foco no monitoramento e na emissão de alertas para a população.

As tempestades se concentraram principalmente no Planalto Sul e no Litoral Sul, causando estragos em residências e áreas rurais, além de afetar a rotina de muitos moradores. O órgão também informou que a frente fria está se deslocando para o alto-mar, o que deve resultar na diminuição das instabilidades climáticas nos próximos dias.

Na madrugada e manhã desta quinta-feira, Santa Catarina foi fortemente atingida por temporais, que causaram diversos transtornos. As regiões mais afetadas foram o Planalto Sul e o Litoral Sul, estendendo-se até a Grande Florianópolis. Rajadas de vento intensas, descargas elétricas e episódios de granizo foram registrados, principalmente nas áreas próximas à divisa com o Rio Grande do Sul.

O município de Bocaina do Sul, na Serra Catarinense, foi um dos mais impactados pelas chuvas de granizo, que danificaram telhados de cerca de 40 residências, além de prejudicar plantações e outras áreas rurais. De acordo com a Defesa Civil, o município deve decretar situação de emergência nas próximas horas e solicitar kits de assistência humanitária para atender as famílias afetadas. Outros municípios das regiões do Planalto Sul e do Litoral Sul também relataram danos em estruturas e interrupções no fornecimento de energia elétrica.

A Defesa Civil de Santa Catarina tem utilizado o radar meteorológico de Lontras, um dos principais equipamentos de monitoramento meteorológico do estado, para acompanhar a movimentação das tempestades em tempo real. Segundo o órgão, as chuvas intensas foram acompanhadas por um grande número de descargas elétricas e granizo, com células de tempestade avançando do território gaúcho em direção ao sul catarinense.

Os meteorologistas da Defesa Civil destacam que, embora a frente fria esteja se afastando para o alto-mar, é fundamental manter a vigilância. “Ainda há áreas de instabilidade que podem causar pancadas de chuva localizadas e fortes rajadas de vento, especialmente no Planalto Norte, próximo à divisa com o Paraná”, explica o órgão.

Além do radar meteorológico de Lontras, outras ferramentas tecnológicas têm sido utilizadas para analisar e prever a movimentação das tempestades. A equipe de meteorologistas também monitora informações fornecidas por estações meteorológicas distribuídas pelo estado, garantindo uma visão ampla e precisa das condições climáticas.

Áreas mais afetadas e acumulados de precipitação

O impacto dos temporais foi sentido de forma mais intensa no Planalto Sul e no Litoral Sul de Santa Catarina. De acordo com os dados obtidos pelos meteorologistas, os acumulados de precipitação superaram 100 mm em várias localidades nas últimas 24 horas. Bocaina do Sul e municípios vizinhos foram os mais prejudicados, com registros de chuvas volumosas e prolongadas, que resultaram em alagamentos e danos às lavouras.

As chuvas intensas foram acompanhadas de granizo, o que agravou ainda mais a situação. Muitos moradores relataram que os telhados de suas residências foram perfurados pelas pedras de gelo, e várias famílias tiveram que deixar suas casas temporariamente para garantir a segurança.

Confira abaixo os maiores acumulados registrados nas últimas 24 horas:


Região
Precipitação (mm)
Planalto Sul120
Litoral Sul110
Grande Florianópolis95
Planalto Norte85

Diante das condições climáticas adversas e do histórico recente de temporais, a Defesa Civil de Santa Catarina emitiu uma série de recomendações para a população. A orientação é que todos fiquem atentos aos alertas emitidos pelo órgão e adotem medidas de segurança para evitar situações de risco. Confira as principais orientações.

A Defesa Civil de Santa Catarina está mobilizada para prestar suporte às famílias afetadas pelos temporais. Em Bocaina do Sul, um dos municípios mais atingidos, a Defesa Civil já distribuiu lonas e outros materiais para auxiliar na proteção de residências cujos telhados foram danificados pelo granizo. Além disso, equipes estão realizando vistorias nas áreas afetadas para avaliar os danos e determinar as ações necessárias para a recuperação das comunidades atingidas.

O órgão também trabalha em conjunto com prefeituras e outras instituições locais para garantir que os recursos cheguem rapidamente às famílias necessitadas. A população é orientada a entrar em contato com a Defesa Civil por meio dos canais oficiais em caso de emergências ou situações de risco.

Apesar da redução das chuvas em algumas regiões de Santa Catarina, o monitoramento continua sendo uma prioridade para a Defesa Civil. As equipes estão de prontidão para agir rapidamente em caso de novos episódios de tempestades. Segundo os meteorologistas, a tendência é que as chuvas se tornem menos intensas nos próximos dias, mas áreas isoladas ainda podem registrar precipitações fortes.

Para acompanhar as atualizações em tempo real, a população pode acessar o site oficial da Defesa Civil de Santa Catarina e seguir as redes sociais do órgão, que divulgam boletins periódicos e alertas de risco. Em caso de emergência, o número 199 está disponível para atendimento.

Workshop destaca inovação com drones e maturadores em canaviais

O setor agrícola brasileiro, em constante busca por inovações e soluções tecnológicas que otimizem a produção e a sustentabilidade das lavouras, reuniu profissionais e especialistas no 3º Workshop Baldan Connected em Ribeirão Preto.

O evento, organizado pela consultoria Baldan, teve como foco principal o uso de drones no manejo dos canaviais e a aplicação de novas tecnologias no campo para aumentar a produtividade e a qualidade da matéria-prima.

A edição deste ano contou com a participação de renomados especialistas, entre eles o consultor Carlos Azania, da Sipcam Nichino Brasil, que apresentou resultados promissores obtidos com o uso do maturador Sprint 50 WG na cana-de-açúcar.

A solução, desenvolvida pela Sipcam Nichino, visa melhorar a qualidade da matéria-prima e ampliar o ATR (Açúcar Total Recuperável) nas áreas tratadas, proporcionando maior eficiência e lucratividade para os produtores. O evento destacou a importância de tecnologias integradas para enfrentar os desafios do setor sucroenergético e promover um manejo agrícola mais sustentável e eficiente.

A utilização de drones na agricultura tem se expandido significativamente nos últimos anos, oferecendo uma gama de benefícios para o monitoramento e manejo das culturas. No setor sucroalcooleiro, esses equipamentos se tornaram aliados estratégicos para aumentar a precisão no controle de pragas, na aplicação de insumos e na avaliação das condições das lavouras.

Durante o Workshop Baldan Connected, especialistas discutiram como os drones vêm sendo usados para realizar mapeamentos detalhados dos canaviais, permitindo uma visão mais ampla e precisa das áreas cultivadas. Esses dispositivos coletam dados em tempo real, que são analisados para identificar áreas que precisam de intervenção, como zonas com estresse hídrico, falhas no plantio ou presença de pragas.

Com essas informações, os produtores podem tomar decisões mais acertadas sobre a aplicação de maturadores e outros insumos, como o Sprint 50 WG, que contribuem para o aumento da eficiência e a redução de custos operacionais. O uso integrado de drones e tecnologias agrícolas avançadas permite um controle mais assertivo do desenvolvimento da cultura, impactando positivamente a produtividade e a qualidade da colheita.

O Sprint 50 WG foi uma das principais inovações apresentadas no workshop. Desenvolvido pela Sipcam Nichino, o maturador tem como objetivo promover o acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar, melhorando a qualidade do caldo e aumentando o ATR nas áreas tratadas. O produto pertence à classe das sulfonilureias e utiliza o ortosulfamuron como ativo, o que permite a aplicação em doses menores e com maior eficiência.

De acordo com a engenheira agrônoma Carulina Oliveira, gerente de marketing da Sipcam Nichino, o Sprint 50 WG oferece diversos benefícios para os produtores, como o aumento da capacidade de moagem, a melhora na pureza do caldo e a redução da coloração indesejável do açúcar. “Essa tecnologia é estratégica para enfrentar os desafios atuais, como as mudanças climáticas, a expansão da área cultivada e a maior distância entre lavoura e indústria”, afirmou.

O produto se mostrou eficaz em evitar o florescimento e garantir que a cana atinja o ponto ideal de maturação, mesmo em condições adversas, como as variações climáticas e o aumento da área cultivada. Isso contribui para a ampliação da janela de colheita e o melhor gerenciamento da produção, permitindo um planejamento mais eficiente e sustentável da cadeia produtiva.

Os resultados apresentados pela Sipcam Nichino durante o workshop demonstraram que o uso do Sprint 50 WG proporciona ganhos significativos na produtividade dos canaviais. A aplicação do produto nas áreas testadas levou a um aumento do ATR, um dos principais indicadores de qualidade da cana-de-açúcar. Além disso, o maturador contribuiu para a melhoria do rendimento industrial e da qualidade do caldo, fatores determinantes para o sucesso das usinas e produtores.

Carlos Azania, consultor da Sipcam Nichino Brasil, explicou que o produto foi desenvolvido para atuar de forma eficiente mesmo em doses menores, reduzindo o impacto ambiental e o custo para os produtores. “Trata-se de um recurso que permite acumular sacarose de forma mais eficiente, ampliando a janela de colheita e promovendo um manejo mais sustentável da matéria-prima”, destacou Azania.

O uso do maturador, aliado ao monitoramento realizado com drones, também possibilitou uma avaliação mais precisa das áreas de cultivo, identificando os momentos ideais para a aplicação e colheita. Essa abordagem integrada garante que a cana-de-açúcar seja colhida no ponto ótimo de maturação, resultando em maior eficiência e qualidade do produto final.

A Sipcam Nichino, criada em 1979 a partir da junção das expertises agroquímicas da italiana Sipcam e da japonesa Nichino, é referência em inovação tecnológica para o agronegócio. Com quase um século de atuação no setor, a companhia se destaca pela constante busca por soluções que atendam às necessidades dos produtores de maneira eficiente e sustentável.

O desenvolvimento de produtos como o Sprint 50 WG é um exemplo da capacidade de inovação da Sipcam Nichino. A empresa combina conhecimentos avançados em química agrícola e pesquisa de campo para criar soluções que otimizam o uso de insumos e reduzem o impacto ambiental, contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura mais moderna e competitiva.

“A Sipcam Nichino se preocupa em oferecer ao mercado produtos que não apenas aumentem a produtividade, mas também promovam um manejo mais sustentável e menos impactante ao meio ambiente”, reforçou Carulina Oliveira durante o evento.

O manejo de canaviais envolve uma série de desafios, especialmente em um cenário de mudanças climáticas e expansão das áreas cultivadas. A necessidade de aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir o impacto ambiental exige soluções inovadoras e integradas que combinem tecnologias de precisão, como drones, e produtos eficientes, como o Sprint 50 WG.

Nesse contexto, a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis é fundamental para garantir a competitividade do setor sucroenergético brasileiro. O uso de maturadores que promovem o acúmulo de sacarose e melhoram a qualidade da matéria-prima permite que os produtores tenham maior controle sobre o desenvolvimento das culturas e aproveitem melhor os recursos disponíveis.

A ampliação da janela de colheita, proporcionada pelo uso do Sprint 50 WG, também é um diferencial importante para o setor. Isso possibilita que a colheita seja planejada de maneira mais eficiente, reduzindo perdas e aumentando a rentabilidade dos produtores e usinas.

Entidades defendem Código Ambiental para garantir segurança jurídica em SC

As entidades representativas do setor produtivo de Santa Catarina estão mobilizadas para defender o Código Estadual de Meio Ambiente, uma legislação que considera as características regionais e assegura um modelo de desenvolvimento sustentável para o estado.

Em uma reunião realizada nesta terça-feira (1º) na sede da Federação das Indústrias de SC (FIESC), representantes do setor produtivo deliberaram pela criação de um documento a ser enviado ao governador Jorginho Mello e aos deputados estaduais, solicitando a proteção e valorização do código.

O movimento visa garantir a segurança jurídica para empreendimentos e pequenas propriedades rurais, em um contexto de crescente tensão entre as normas ambientais estaduais e as decisões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), além de ações judiciais que desconsideram a autonomia do código ambiental catarinense.

O encontro, que contou com a presença de lideranças de entidades como FIESC, FAESC, FETAESC, OCESC e FECOAGRO, também reforçou a importância da regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no estado, elemento essencial para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

O Código Estadual de Meio Ambiente de Santa Catarina é uma legislação que reflete as particularidades do território catarinense, abordando questões como preservação de matas nativas, uso do solo e conservação dos recursos hídricos. Criado com ampla participação da sociedade civil e de especialistas ambientais, o código foi validado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que conferiu solidez jurídica e reconhecimento ao instrumento.

Carlos José Kurtz, diretor jurídico e de relações institucionais da FIESC, destacou que o código foi elaborado com base em estudos técnicos e tem como objetivo proporcionar um equilíbrio entre a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico. “O estado precisa ter uma defesa firme em todas as esferas da aplicação do código. Precisamos valorizar esta legislação já consolidada como instrumento de desenvolvimento sustentável e respeitar o pacto federativo, já que a Constituição prevê que a competência da União para legislar deve se limitar a estabelecer normas gerais”, afirmou Kurtz.

O código também contribui para que o estado de Santa Catarina tenha um dos maiores índices de preservação ambiental do país, com cerca de 40% de suas matas nativas preservadas e mais de 1 milhão de hectares de florestas plantadas. Essa preservação é crucial não apenas para a proteção da biodiversidade, mas também para a manutenção dos recursos naturais e a qualidade de vida das comunidades rurais.

Apesar de ser uma referência em legislação ambiental, o Código Estadual de Meio Ambiente de Santa Catarina enfrenta desafios significativos. Recentemente, decisões do IBAMA e sentenças judiciais ignoraram o código, aplicando normas federais que não consideram as especificidades do estado. A situação gera insegurança jurídica para proprietários rurais e empreendimentos, que se veem diante de regras conflitantes e incertezas quanto ao cumprimento das exigências legais.

Essa sobreposição de competências é uma questão que preocupa o setor produtivo catarinense, pois compromete a previsibilidade e a estabilidade necessárias para o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis. O pedido das entidades é para que o governo estadual e a Assembleia Legislativa se posicionem de maneira mais assertiva na defesa do código, garantindo que a legislação local prevaleça nas decisões ambientais do estado.

Outro ponto abordado durante a reunião foi a necessidade urgente de regulamentação e implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) em Santa Catarina. O CAR é uma ferramenta estratégica para o monitoramento ambiental e a regularização das propriedades rurais. Por meio do cadastro, é possível identificar áreas de preservação permanente (APP), reservas legais e outras áreas de uso restrito, facilitando o planejamento e a gestão ambiental.

Valdir Colatto, Secretário da Agricultura e Pecuária de SC, enfatizou que a regulamentação do CAR trará mais segurança jurídica para os proprietários rurais. “São mais de 395 mil propriedades rurais em Santa Catarina aguardando pelo andamento do CAR para ter segurança jurídica e manter sua viabilidade econômica”, explicou Colatto.

A lei estadual 18973/24, recentemente aprovada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), determina a formação de um comitê responsável pela implantação do CAR, sob a gestão da Secretaria da Agricultura. A implementação efetiva do cadastro não apenas contribuirá para a preservação ambiental, mas também para a sustentabilidade econômica dos pequenos e médios produtores rurais, que dependem da clareza nas normas para continuarem suas atividades de maneira legal e sustentável.

As entidades que assinam o documento – FIESC, Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (FAESC), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (FETAESC), Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (FECOAGRO) – defendem que a proteção ao Código Estadual de Meio Ambiente é essencial para a manutenção de um modelo de desenvolvimento equilibrado no estado.

Odelir Battistella, presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria Florestal da FIESC, destacou que Santa Catarina possui uma legislação moderna e abrangente, que permite ao estado combinar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. “Nossa legislação contribui para que hoje tenhamos um dos maiores índices de preservação de matas nativas do país, além de termos mais de 1 milhão de hectares de florestas plantadas. Precisamos manter essa legislação em vigor e protegê-la contra interferências que possam comprometer o equilíbrio ambiental que alcançamos”, afirmou Battistella.

O debate sobre a aplicação de normas ambientais no Brasil passa pela questão do pacto federativo, que estabelece as competências legislativas da União, estados e municípios. Segundo Carlos José Kurtz, é fundamental respeitar a autonomia dos estados para legislar sobre questões ambientais de acordo com suas características locais. “O Código Estadual de Meio Ambiente de Santa Catarina foi validado pelo STF, e isso deve ser respeitado. As normas federais devem estabelecer diretrizes gerais, enquanto a aplicação deve considerar as especificidades de cada estado”, destacou.

A defesa do código estadual não significa afastar as diretrizes federais, mas sim assegurar que as normas locais tenham prioridade na gestão ambiental do território, evitando sobreposições e garantindo a segurança jurídica para todos os envolvidos.

A mobilização das entidades catarinenses é um passo importante para garantir a estabilidade e a continuidade das políticas ambientais no estado. O fortalecimento do Código Estadual de Meio Ambiente e a implantação do CAR representam não apenas a preservação dos recursos naturais, mas também o desenvolvimento de um modelo econômico sustentável que respeite as características regionais e promova a inclusão de todos os atores envolvidos.

O documento a ser enviado ao governador e aos deputados estaduais reforça a necessidade de um posicionamento claro e firme na defesa da legislação estadual. A união entre poder público, entidades produtivas e sociedade civil é essencial para manter Santa Catarina como um estado referência em sustentabilidade e desenvolvimento.

Paraná lidera adesão ao Sisan e reforça combate à fome

O Paraná atingiu um marco importante na luta contra a fome e na promoção da segurança alimentar e nutricional. O Estado alcançou a adesão de 319 municípios ao Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), tornando-se o líder absoluto em números totais no Brasil, representando 24,5% das adesões nacionais.

Esse avanço significativo reforça o compromisso do Paraná em garantir o direito à alimentação saudável e adequada para toda a população, principalmente em um momento em que as questões de segurança alimentar se mostram cada vez mais urgentes.

A integração ao Sisan proporciona aos municípios acesso facilitado a recursos e políticas públicas, permitindo uma atuação mais coordenada entre diferentes esferas de governo e organizações da sociedade civil. Esse esforço conjunto é essencial para enfrentar a fome de forma eficiente e sustentável, unindo estratégias de produção, distribuição e reaproveitamento de alimentos.

O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) foi criado pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº 11.346/2006), com o objetivo de coordenar e articular políticas públicas destinadas a garantir o direito humano à alimentação adequada. O sistema promove a integração entre governos federal, estadual e municipal, além de envolver a sociedade civil em ações de combate à fome, desenvolvimento de práticas alimentares saudáveis e melhoria das condições nutricionais da população.

O Sisan desempenha um papel fundamental ao monitorar e avaliar a situação de segurança alimentar e nutricional no Brasil, identificando mudanças nas condições de alimentação e propondo ajustes nas políticas públicas para alcançar melhores resultados. A adesão dos municípios ao sistema é voluntária, mas essencial para que possam participar de programas nacionais, como o Plano Brasil sem Fome e a Política Nacional de Abastecimento, que oferecem suporte técnico e financeiro para ações de segurança alimentar.

O Paraná se destaca no cenário nacional ao conquistar a maior adesão de municípios ao Sisan. Com 319 cidades integradas, o Estado demonstra um compromisso sólido e estruturado com a segurança alimentar, indo além das exigências legais e desenvolvendo políticas públicas que beneficiam tanto os consumidores quanto os produtores.

Entre os fatores que contribuíram para esse resultado, estão a atuação eficaz da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan-PR) e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR), que organizaram uma mobilização abrangente para que mais municípios aderissem ao Sisan. Além disso, o apoio do Ministério Público do Paraná e a sensibilização dos prefeitos em relação à importância da segurança alimentar desempenharam um papel crucial no processo.

A adesão ao Sisan traz uma série de benefícios para os municípios, facilitando o acesso a recursos e programas federais que ajudam a desenvolver e fortalecer políticas locais de segurança alimentar. A partir dessa integração, os municípios paranaenses podem participar de iniciativas como:

  • Plano Brasil sem Fome: Programa nacional que visa erradicar a fome e a insegurança alimentar no Brasil, fornecendo apoio financeiro e técnico para projetos de produção e distribuição de alimentos.
  • Estratégia Alimenta Cidades: Incentiva a construção de sistemas alimentares mais sustentáveis, apoiando a agricultura familiar e o desenvolvimento de mercados locais de alimentos.
  • Política Nacional de Abastecimento: Estabelece diretrizes para garantir o abastecimento contínuo e adequado de alimentos, priorizando a produção local e o consumo consciente.
  • Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): Compra de alimentos produzidos por agricultores familiares para serem distribuídos em programas sociais e instituições públicas.

A adesão ao Sisan também promove a articulação entre as diferentes áreas de governo, facilitando a implementação de políticas integradas e mais eficientes no combate à fome. Além disso, possibilita que os municípios compartilhem experiências e aprendizados, fortalecendo a rede de segurança alimentar em todo o Estado.

O Paraná tem investido fortemente em programas e políticas de segurança alimentar. Um dos destaques é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que beneficia pequenos produtores e promove a distribuição de alimentos saudáveis para a população em situação de vulnerabilidade. Outra iniciativa é a Rede de Banco de Alimentos, que busca reduzir o desperdício e reaproveitar alimentos para atender famílias carentes e instituições sociais.

Além disso, o Estado tem atuado para apoiar a agricultura familiar e promover práticas sustentáveis de produção. O Programa Paraná Rural e o RenovaPR incentivam a produção de alimentos orgânicos e sustentáveis, garantindo renda aos agricultores e ampliando a oferta de alimentos de qualidade no mercado local.

Essas ações integradas contribuem para que o Paraná mantenha um ambiente favorável para a segurança alimentar, oferecendo apoio aos produtores e garantindo o acesso da população a uma alimentação adequada.

O Sisan também desempenha um papel importante no monitoramento e na transparência das políticas de segurança alimentar. No Paraná, os dados e resultados das ações realizadas no âmbito do Sisan são compartilhados com a sociedade por meio de relatórios periódicos, que podem ser acessados no site da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Além disso, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná (Consea-PR) participa ativamente do processo de avaliação das políticas e das condições alimentares no Estado, garantindo que as iniciativas estejam alinhadas com as necessidades da população e promovam de fato o direito à alimentação adequada.

O coordenador-geral de Articulação Federativa do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Élcio Magalhães, destacou que a mobilização do Paraná serve de exemplo para outros estados do país. Segundo ele, as políticas públicas voltadas à segurança alimentar são essenciais para garantir a dignidade humana e combater as desigualdades sociais.

Magalhães também ressaltou que o Sisan se tornou um instrumento fundamental para a implementação do direito à alimentação, que foi incluído no artigo 6.º da Constituição Federal. “O Sisan proporciona a estrutura necessária para que as políticas públicas possam ser efetivas e para que as ações de combate à fome sejam realizadas de maneira integrada e participativa”, afirmou.

Apesar dos avanços, o combate à fome e a promoção da segurança alimentar no Paraná ainda enfrentam desafios significativos. A pandemia de Covid-19 agravou a insegurança alimentar no país, e muitos municípios paranaenses ainda lidam com altos índices de pobreza e falta de acesso a alimentos de qualidade.

Nesse cenário, a continuidade das políticas públicas e a expansão do Sisan são essenciais para consolidar os avanços alcançados. O fortalecimento da agricultura familiar, a ampliação do acesso a recursos para produção sustentável e a articulação entre diferentes esferas de governo são passos importantes para garantir que a segurança alimentar seja uma realidade em todo o Estado.

Epagri recebe selo Ouro por inovação na gestão pública

A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) foi uma das vencedoras do selo Ouro na primeira edição do Prêmio CGE-SC Práticas Inovadoras, promovido pela Controladoria-Geral do Estado de Santa Catarina. A premiação, anunciada em 30 de setembro, visa reconhecer as melhores práticas de controle e gestão pública no âmbito do Poder Executivo estadual, além de incentivar a troca de experiências entre diferentes órgãos.

A conquista da Epagri se deu na categoria “Ouvidoria”, em reconhecimento aos esforços de modernização e inovação realizados no setor, que resultaram em uma gestão mais eficiente e transparente. A iniciativa é um exemplo do potencial de transformação das ferramentas de controle interno, contribuindo para o aperfeiçoamento das atividades e um melhor atendimento à sociedade.

O Prêmio CGE-SC Práticas Inovadoras é uma iniciativa inédita da Controladoria-Geral do Estado de Santa Catarina (CGE-SC) e foi criado com o objetivo de valorizar e disseminar as melhores práticas adotadas pelo setor público estadual. Dividido em seis categorias — controle interno, gestão correcional, governo aberto e transparência (ativa e passiva), integridade e compliance, ouvidoria e qualidade do gasto — o prêmio busca promover a excelência na administração pública, gerando uma rede colaborativa de boas práticas entre os diferentes órgãos e entidades.

Nesta primeira edição, 37 projetos de 21 órgãos e entidades foram inscritos para concorrer ao selo Ouro, Prata e Bronze. Cada prática inscrita foi avaliada por um grupo de especialistas em controle e gestão pública, seguindo critérios como criatividade e inovação, simplicidade e potencial de difusão, recursos utilizados, efetividade e impacto gerado na organização.

De acordo com o Controlador-Geral do Estado, Pedro Waltrick, o resultado da avaliação reflete a qualidade e o nível das práticas adotadas pelos órgãos estaduais. “O desempenho é um reflexo da qualidade da gestão pública estadual”, destaca Waltrick. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada no dia 23 de outubro, no auditório da Epagri, em Florianópolis.

A Epagri se destacou na categoria “Ouvidoria” ao apresentar um projeto de modernização focado em promover mais transparência e eficiência na gestão das manifestações recebidas. A iniciativa incluiu a implementação de painéis visuais dinâmicos e infográficos em linguagem simples, além da atualização do site da Ouvidoria, tornando-o mais intuitivo e acessível.

De acordo com José Pedro Oliveira Rosses, Controlador Interno e Ouvidor da Epagri, a modernização foi motivada por desafios observados no setor, como a falta de clareza dos indicadores sobre as manifestações recebidas e a escassez de recursos humanos.

“Nosso objetivo foi modernizar a ouvidoria pública, utilizando a tecnologia como aliada. Elaboramos painéis visuais dinâmicos, infográficos em linguagem simples e visual e atualização do site da Ouvidoria. Otimizamos o trabalho do Controlador Interno e Ouvidor, modernizamos a comunicação com o público interno e externo e reduzimos o tempo gasto na elaboração de relatórios de gestão de ouvidoria”, explica Rosses.

Com o apoio do Departamento Estadual de Planejamento (DEPLAN) e do Departamento Estadual de Marketing e Comunicação (DEMC), a Epagri conseguiu implementar uma série de melhorias que impactaram positivamente a gestão da ouvidoria, facilitando a análise dos dados e o acompanhamento das manifestações pelo público.

A modernização da ouvidoria trouxe resultados expressivos para a Epagri, contribuindo para uma gestão mais eficiente e transparente. As mudanças implementadas possibilitaram um monitoramento mais preciso das manifestações e uma melhor comunicação com a população e os gestores internos.

As práticas inovadoras também resultaram na otimização do tempo de resposta, maior clareza nos relatórios de gestão e um melhor atendimento ao público. Com isso, a Epagri se posiciona como um exemplo de como a inovação e a tecnologia podem ser aliadas no aprimoramento dos serviços públicos.

Dirceu Leite, presidente da Epagri, destaca a importância das melhorias implementadas. “As métricas geradas pela Ouvidoria auxiliam a Diretoria Executiva na tomada de decisões para a melhoria dos serviços. Com certeza, as mudanças contribuíram para a modernização da ouvidoria da Epagri para uma gestão mais eficiente e transparente”, afirma Leite.

O reconhecimento da Epagri com o selo Ouro no Prêmio CGE-SC Práticas Inovadoras reforça o compromisso da empresa com a excelência na gestão pública e a busca contínua por soluções que melhorem a interação com a sociedade. A premiação também serve de inspiração para que outras instituições sigam o exemplo e implementem práticas inovadoras em suas atividades.

A modernização e a inovação na gestão pública não apenas melhoram a eficiência dos processos internos, mas também contribuem para um relacionamento mais transparente e eficaz com a população. Ao aprimorar a comunicação, a gestão de ouvidorias e o controle de processos, as instituições públicas podem entregar um serviço de maior qualidade e gerar um impacto positivo para a sociedade como um todo.

Prêmios como o CGE-SC Práticas Inovadoras são fundamentais para incentivar a adoção de práticas que promovam a melhoria contínua na administração pública. Ao reconhecer e divulgar os projetos vencedores, a Controladoria-Geral do Estado cria um ambiente propício para a disseminação de ideias e soluções que podem ser adaptadas por outros órgãos e entidades.

Além disso, essas iniciativas ajudam a promover uma cultura de inovação e responsabilidade no setor público, mostrando que é possível alcançar resultados significativos com criatividade, planejamento e compromisso. A troca de experiências entre diferentes instituições também permite a formação de redes colaborativas que fortalecem a gestão pública como um todo.

Com o reconhecimento do Prêmio CGE-SC, a Epagri reafirma seu papel de liderança na adoção de práticas inovadoras na gestão pública. A empresa deve continuar investindo em melhorias e na modernização de seus processos para manter o padrão de excelência alcançado e servir de exemplo para outras instituições públicas.

A expectativa é que a Epagri amplie suas iniciativas de inovação, buscando novas formas de aprimorar o relacionamento com a sociedade e otimizar a gestão dos recursos públicos. Com foco na transparência e na eficiência, a Epagri se posiciona como um órgão de referência no desenvolvimento de soluções para os desafios do setor público.

Acidentes com aranhas crescem no Brasil e exigem alerta

O Brasil é um país conhecido por sua biodiversidade exuberante e variada, que inclui uma ampla gama de animais peçonhentos. Entre esses, as aranhas desempenham um papel de destaque, não apenas pela sua presença em ambientes urbanos e rurais, mas também pelo número significativo de acidentes registrados anualmente. Em 2023, o Brasil contabilizou 341.806 ocorrências envolvendo animais peçonhentos, das quais 43.933 foram ocasionadas por aranhas, representando 12% do total.

O Ministério da Saúde alerta que, atualmente, as aranhas estão em segundo lugar entre os causadores de envenenamentos no país, ficando atrás apenas dos escorpiões. Com isso, é essencial compreender os riscos, as espécies mais perigosas e, principalmente, as medidas de prevenção para minimizar os acidentes e garantir a segurança da população.

Apesar de existirem várias espécies de aranhas no Brasil, apenas três grupos são responsáveis por acidentes graves: Loxosceles (aranha-marrom), Phoneutria (armadeira) e Latrodectus (viúva-negra). Essas aranhas compartilham um fator em comum: a capacidade de causar sintomas severos em humanos, seja por meio de lesões cutâneas, complicações sistêmicas ou até mesmo risco de morte, nos casos mais extremos.

As aranhas são, muitas vezes, encontradas em locais comuns do dia a dia, como dentro das casas, quintais e parques, o que aumenta o risco de acidentes, principalmente em áreas com pouco controle de pragas ou pouca manutenção ambiental.

A aranha-marrom é a principal causadora de acidentes graves no Brasil. Caracteriza-se por sua coloração acastanhada e comportamento discreto, preferindo ambientes escuros e escondidos, como sótãos e porões. Os sintomas iniciais de sua picada incluem dor leve e vermelhidão local, que podem evoluir para uma área endurada, com aspecto de placa marmórea.

Nos casos mais severos, a picada da aranha-marrom pode provocar necrose dos tecidos, que pode levar à necessidade de intervenções cirúrgicas. Além disso, há o risco de insuficiência renal aguda, devido à hemólise intravascular desencadeada pela toxina.

Conhecida por seu comportamento agressivo e capacidade de pular em direção ao agressor, a aranha-armadeira é considerada uma das mais perigosas. Sua picada provoca dor intensa no local afetado, podendo irradiar para todo o membro atingido. Outros sintomas incluem inchaço, vermelhidão, formigamento e até complicações cardíacas em casos extremos.

Embora a letalidade da picada seja rara, as reações intensas exigem tratamento médico imediato e, em muitos casos, o uso de soroterapia.

A picada da viúva-negra é menos comum, mas igualmente perigosa. Seus sintomas iniciais são dor local e suor excessivo. Entretanto, a toxina pode causar complicações neurológicas, alterações na pressão arterial e até distúrbios comportamentais. Em algumas situações, a picada pode levar a estados de choque e complicações respiratórias.

A recomendação principal é procurar atendimento médico imediatamente após a picada. Identificar a espécie envolvida é fundamental para direcionar o tratamento correto, já que cada tipo de aranha exige uma abordagem específica.

  • Lave o local com água e sabão, se possível.
  • Não faça cortes ou tente sugar o veneno.
  • Aplique compressas mornas para aliviar a dor.
  • Mantenha o membro afetado elevado e imobilizado.

Se possível, capture a aranha com segurança para facilitar a identificação pelo médico. Essa informação pode ser crucial para determinar a necessidade do uso de soros antiveneno, especialmente em casos de picadas por aranhas-armadeiras ou viúvas-negras.

Os soros antivenenos, distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), são essenciais para o tratamento de acidentes com aranhas peçonhentas. Eles neutralizam as toxinas e previnem complicações mais graves. No Brasil, os principais soros utilizados para acidentes com aranhas são:

  • Soro Anti-Loxosceles: utilizado em casos de picadas de aranha-marrom.
  • Soro Anti-Phoneutria: indicado para picadas de aranhas-armadeiras.
  • Soro Anti-Latrodectus: aplicado em casos de envenenamento por viúvas-negras.

Para evitar acidentes, é fundamental adotar algumas medidas preventivas, principalmente em áreas de risco, como zonas rurais e locais de maior incidência de aranhas. Confira algumas orientações práticas:

  • Manter jardins e quintais limpos: Evitar o acúmulo de folhas, entulhos e lixo que possam servir de abrigo para aranhas.
  • Manter a casa em ordem: Vedação de frestas, buracos e instalação de telas nas janelas e ralos ajudam a impedir a entrada desses animais.
  • Cuidado ao manusear roupas e calçados: Sacuda roupas, toalhas e lençóis antes de usá-los. Inspecione calçados, luvas e chapéus guardados por muito tempo.
  • Evitar folhagens densas próximas à casa: Plantas ornamentais, trepadeiras e arbustos devem ser mantidos afastados das paredes e muros.

Essas práticas ajudam a reduzir a presença de aranhas em ambientes domésticos, diminuindo, assim, o risco de acidentes.

O sistema de saúde brasileiro tem um papel importante na orientação e no atendimento aos pacientes vítimas de acidentes com animais peçonhentos. O Ministério da Saúde, em parceria com centros de informação toxicológica e hospitais de referência, promove campanhas de conscientização e oferece suporte para a capacitação de profissionais de saúde em todo o território nacional.

Porém, a colaboração da população é indispensável. Adotar medidas preventivas e buscar atendimento médico imediato em caso de acidente são passos fundamentais para garantir a eficácia do tratamento e a recuperação do paciente.

Governo abre crédito para compra de arroz

Em uma medida que promete fortalecer o setor agrícola e fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil, o governo federal publicou no Diário Oficial da União, nesta segunda-feira (30), a Medida Provisória (MP) nº 1.260. A MP autoriza a abertura de crédito extraordinário no valor de R$ 1,659 bilhão em favor de cinco ministérios.

Agricultura e Pecuária (Mapa), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Portos e Aeroportos (MPOR) e para Operações Oficiais de Crédito.

Essa iniciativa busca atender a demandas emergenciais e reforçar as atividades desses órgãos, principalmente na aquisição e manutenção de estoques públicos, como no caso do arroz, com a alocação de quase R$ 1 bilhão para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A medida faz parte de uma série de ações do governo para fortalecer a economia e garantir a segurança alimentar do país.

O crédito extraordinário é um recurso adicional ao orçamento aprovado pelo Congresso Nacional e é utilizado para atender despesas urgentes e imprevisíveis, como situações de calamidade pública, segurança nacional ou ações de governo que demandam apoio financeiro imediato. Com a publicação da MP nº 1.260, o governo demonstra seu compromisso em apoiar setores estratégicos que impactam diretamente o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

No caso dos ministérios contemplados, os recursos serão distribuídos para ações específicas, como a formação de estoques públicos, incentivo à produção agrícola, desenvolvimento de novas tecnologias e melhorias nas infraestruturas de portos e aeroportos. Essa distribuição visa não apenas resolver questões emergenciais, mas também preparar o país para futuras demandas e desafios.

Dos R$ 1,659 bilhão liberados, aproximadamente R$ 998 milhões serão destinados à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pela formação e manutenção de estoques públicos de alimentos no país. Com esse montante, a Conab está autorizada a lançar Contratos de Opção de Venda para a aquisição de até 500 mil toneladas de arroz, que serão armazenadas para garantir a oferta do produto em momentos de escassez ou flutuação de preços.

Essa estratégia não apenas contribui para a estabilidade do mercado interno, como também auxilia pequenos e médios produtores que dependem de uma política de preços mínimos para continuar produzindo. A retomada dos estoques públicos é uma medida fundamental para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável da agricultura no Brasil, permitindo que o governo tenha controle sobre o abastecimento e possa intervir de forma mais assertiva em casos de crise.

Nos próximos dias, serão estabelecidos os critérios para as operações de compra, como preços mínimos e quantitativos a serem ofertados nos leilões. Esses detalhes são essenciais para assegurar a transparência e a eficácia das transações, garantindo que os recursos sejam utilizados de maneira eficiente e em benefício da sociedade.

Além de reforçar os estoques públicos, a medida provisória também busca incentivar a produção agrícola no Brasil. A destinação de recursos para a compra de arroz, por exemplo, demonstra o interesse do governo em apoiar a produção de alimentos essenciais, que compõem a base da alimentação brasileira. Isso é especialmente importante em um cenário de alta volatilidade dos preços e oscilações no mercado internacional de commodities.

O incentivo à produção agrícola por meio de políticas de preço mínimo e a formação de estoques ajudam a estabilizar o mercado e a garantir a renda dos agricultores, principalmente os de menor porte. Dessa forma, a MP nº 1.260 não apenas apoia o setor produtivo, mas também assegura a sustentabilidade econômica de milhões de trabalhadores do campo que dependem de uma política agrícola sólida e coerente.

Para os agricultores e agricultoras que dependem da produção de arroz, a abertura de crédito e a possibilidade de vender sua produção para a Conab proporcionam uma segurança adicional, especialmente em tempos de incerteza econômica. A medida reduz o risco de perdas financeiras e permite que esses produtores possam planejar suas atividades de maneira mais organizada e previsível.

Outro aspecto importante da medida provisória é a destinação de recursos para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O investimento em ciência e tecnologia é fundamental para o crescimento econômico e a competitividade do país no cenário global. Com o crédito extraordinário, o MCTI poderá financiar pesquisas, desenvolvimento de novas tecnologias e parcerias com universidades e centros de pesquisa.

Esses investimentos são estratégicos para áreas como a agricultura de precisão, biotecnologia, inteligência artificial e sustentabilidade ambiental, que têm o potencial de transformar a forma como o Brasil produz e consome recursos naturais. Ao promover a inovação, o governo estimula o surgimento de novas soluções para problemas antigos, como a eficiência produtiva e a adaptação às mudanças climáticas.

O aporte financeiro também pode contribuir para a criação de tecnologias que otimizem o uso de recursos hídricos e reduzam a dependência de insumos importados, tornando a agricultura nacional mais autossuficiente e resiliente. Esse tipo de desenvolvimento é crucial para preparar o Brasil para enfrentar os desafios do século XXI e para garantir a sustentabilidade de suas cadeias produtivas.

A MP nº 1.260 também destina parte dos recursos para o Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR), reforçando a importância de uma infraestrutura logística eficiente e moderna. A melhoria dos portos e aeroportos é essencial para o escoamento da produção agrícola, facilitando o transporte de mercadorias e reduzindo custos operacionais.

Investimentos em infraestrutura portuária e aeroportuária são fundamentais para garantir que os produtos brasileiros, especialmente os agrícolas, cheguem ao mercado consumidor de forma rápida e competitiva. Além disso, esses recursos podem ser utilizados para modernizar terminais de carga e desenvolver novas rotas logísticas, fortalecendo o comércio exterior e aumentando a capacidade exportadora do Brasil.

Com uma infraestrutura logística mais eficiente, o país se torna mais atraente para investidores estrangeiros e consegue aproveitar melhor suas vantagens comparativas no mercado internacional, gerando mais empregos e renda para a população.

Projeção de safra no Paraná aponta alta no plantio de soja e milho e perdas no trigo

A Projeção Subjetiva de Safra (PSS) divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral), nesta quinta-feira (26), traz um panorama atualizado sobre as principais culturas de grãos no Paraná. O destaque do relatório é o avanço expressivo no plantio das culturas de verão, como a soja e o milho, favorecido pelas condições climáticas dos últimos dias. Entretanto, o documento também refina os dados sobre as perdas significativas na safra de trigo 2023/2024, resultantes da seca e das geadas que afetaram o estado durante o inverno.

Com 10% dos 5,8 milhões de hectares destinados ao plantio de soja já semeados, o Paraná segue batendo recordes de área cultivada, enquanto o milho também avança dentro da normalidade. Por outro lado, o cenário para o trigo é preocupante, com uma perda de 32% na produção inicialmente projetada, gerando um prejuízo financeiro superior a R$ 1 bilhão.

A cultura da soja continua sendo uma das mais importantes para o Paraná, e a Projeção Subjetiva de Safra revela um avanço significativo no plantio da safra 2024/2025. Dos 5,8 milhões de hectares previstos para a soja, cerca de 10% já foram semeados, graças às condições climáticas favoráveis que permitiram aos produtores acelerar o processo. Essa área cultivada é um recorde para o estado, com uma expectativa de produção de 22,4 milhões de toneladas.

Se essa previsão se confirmar, a safra de soja 2024/2025 será 21% maior do que a anterior, que totalizou 18,5 milhões de toneladas. O agrônomo Edmar Gervásio, analista do Deral, destacou que “os produtores tiveram um avanço significativo no plantio em um curto espaço de tempo”, aproveitando o clima propício.

A maior parte da produção de soja está concentrada na região Sul do Paraná, que responde por 1,67 milhão de hectares, ou 28,7% da área total. Em seguida, a região Norte, com 1,48 milhão de hectares, representa 25,4% do cultivo estadual. Com o clima favorável se mantendo nas próximas semanas, espera-se que o ritmo acelerado de plantio continue, garantindo uma safra promissora.

O milho, outra cultura de grande relevância para a economia agrícola do Paraná, também tem apresentado um bom desenvolvimento nesta primeira safra de 2024/2025. De acordo com o relatório do Deral, o plantio já alcançou 60% dos 257 mil hectares previstos para a primeira safra, e a expectativa é de que o processo seja concluído dentro dos próximos 15 dias, caso as condições climáticas continuem favoráveis.

As regiões de Ponta Grossa e Guarapuava são as principais produtoras de milho, com o plantio já avançado em 85% e 70% da área, respectivamente. A estimativa atual de produção para a primeira safra de milho é de 2,6 milhões de toneladas, um aumento de 3% em relação à safra passada, que produziu 2,5 milhões de toneladas.

Os preços do milho no mercado estão estáveis, situando-se acima dos custos de produção, o que traz otimismo para os produtores. Segundo Gervásio, “até o momento, temos a expectativa de uma boa safra”, com o clima contribuindo para o desenvolvimento saudável das plantações.

Embora o cenário seja positivo para a soja e o milho, a safra de trigo 2023/2024 foi fortemente impactada por fatores climáticos adversos. A seca prolongada e as geadas que atingiram o Paraná durante o inverno resultaram em uma perda de 32% na produção inicialmente projetada, reduzindo a estimativa de 3,8 milhões de toneladas para 2,6 milhões de toneladas.

As perdas financeiras associadas a essa redução de produção são significativas, ultrapassando R$ 1 bilhão. No entanto, os contratos de seguro agrícola firmados pelos produtores podem minimizar os prejuízos, oferecendo alguma proteção financeira.

A colheita do trigo já se aproxima da metade da área semeada no estado, que é de 1,15 milhão de hectares. As regiões mais afetadas foram aquelas com maior exposição às variações climáticas, principalmente as regiões mais secas do estado.

Além do trigo, outras culturas de inverno também sofreram perdas. A cevada, por exemplo, teve uma redução de 14% na produção, resultando em uma colheita estimada de 291 mil toneladas, ante um potencial de 340 mil toneladas. A aveia, por sua vez, deve registrar uma perda de 26%. Contudo, como a cultura da aveia permite colheita em áreas alternativas, esses números ainda podem ser reavaliados conforme o ciclo avança.

O relatório do Deral também revisou as estimativas para a safra de feijão 2024/2025, apontando um aumento na área plantada. A previsão inicial era de que 131 mil hectares fossem destinados à cultura na primeira safra, mas o número foi revisado para 138 mil hectares, impulsionado pelos preços favoráveis do feijão preto.

Atualmente, a saca de feijão preto está cotada acima de R$ 300,00, um aumento de quase 30% em comparação ao ano anterior, quando o preço girava em torno de R$ 225,00. Essa valorização do produto no mercado fez com que mais produtores investissem na cultura, ampliando a área cultivada.

As chuvas registradas nas últimas semanas contribuíram para restabelecer as condições hídricas em áreas-chave para o cultivo de feijão, especialmente no Sul do estado. Embora o ciclo da safra esteja apenas no início, as expectativas são de uma colheita robusta, estimada em 266,8 mil toneladas, caso as condições climáticas permaneçam favoráveis.

A mandioca é outra cultura que tem apresentado resiliência no Paraná, mesmo diante das adversidades climáticas. A área cultivada com mandioca aumentou 4% nesta safra, passando de 139,6 mil hectares para 145,3 mil hectares. Como resultado, a produção esperada também subiu 8%, chegando a 3,8 mil toneladas.

A resiliência da mandioca é um fator positivo em tempos de seca, pois a cultura consegue se adaptar melhor a condições adversas, mantendo uma produtividade considerável. A previsão é de que, com a continuidade das chuvas, a safra de mandioca no Paraná mantenha um bom desempenho até o final do ciclo.

O Deral também divulgou o Boletim de Conjuntura Agropecuária, que traz uma análise mais ampla sobre outras áreas do agronegócio no estado. O boletim aborda, entre outros temas, os preços do leite pago aos produtores, as condições do rebanho suíno e o valor bruto da produção de flores no Paraná.

Essas informações são importantes para entender o cenário geral da agropecuária no estado e como as diferentes cadeias produtivas estão se comportando diante das variações climáticas e do mercado. O boletim também traz perspectivas sobre as condições climáticas para os próximos meses, que serão decisivas para a conclusão das safras de verão.

Curso sobre manejo de abelhas sem ferrão na Ilha do Mel fomenta sustentabilidade

A crescente preocupação com a preservação dos polinizadores nativos tem impulsionado iniciativas que promovem a sustentabilidade e o manejo adequado de abelhas sem ferrão. Entre essas ações, o curso “Meliponicultura: Manejo de Abelhas sem Ferrão”, promovido pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), se destaca como uma importante ferramenta de educação ambiental.

A ação, que acontece entre os dias 26 e 28 de setembro de 2024 na Estação Ecológica da Ilha do Mel, no litoral do Paraná, é voltada para a comunidade local e técnicos ambientais, reforçando o compromisso com a preservação e o cuidado com as abelhas nativas.

A iniciativa busca capacitar os participantes no manejo adequado das abelhas sem ferrão, essenciais para a manutenção dos ecossistemas locais e a preservação da biodiversidade. Com aulas práticas e teóricas, o curso se insere em uma série de ações do projeto Poliniza Paraná, que visa fortalecer a meliponicultura no estado e conscientizar a população sobre a importância desses polinizadores.

As abelhas sem ferrão, conhecidas como meliponíneas, são polinizadoras fundamentais para a biodiversidade. Elas desempenham um papel vital na polinização de plantas nativas e em culturas agrícolas, garantindo a produção de alimentos e a manutenção dos ecossistemas. No entanto, a degradação ambiental e a redução das áreas naturais colocam essas espécies em risco, o que torna a preservação e o manejo adequado ainda mais importantes.

No Brasil, há uma grande variedade de espécies de abelhas sem ferrão, e muitas delas estão distribuídas por todo o território nacional. O uso dessas abelhas em projetos de meliponicultura, como o promovido pelo Poliniza Paraná, não apenas contribui para a preservação dessas espécies, mas também cria novas oportunidades de renda sustentável para as comunidades locais.

A meliponicultura, ou criação de abelhas sem ferrão, é uma prática que tem ganhado força nos últimos anos. Ao contrário das abelhas com ferrão, as meliponíneas são mais fáceis de manejar e oferecem produtos valiosos, como o mel, que é amplamente utilizado em tratamentos medicinais e na culinária. Além disso, a polinização promovida por essas abelhas melhora a qualidade das plantações e mantém o equilíbrio dos ecossistemas naturais.

O curso “Meliponicultura: Manejo de Abelhas sem Ferrão” tem como objetivo garantir que os meliponários, onde são criadas as colônias de abelhas, sejam mantidos de forma adequada e sustentável. O treinamento oferece um conteúdo diversificado, abrangendo desde técnicas para evitar o ataque de inimigos naturais até o uso de suplementação alimentar para as colônias.

A capacitação oferecida na Ilha do Mel é especialmente relevante, pois a Estação Ecológica da Ilha do Mel é um local de preservação ambiental com um ecossistema delicado e biodiversidade rica. O treinamento é uma oportunidade para os moradores locais e técnicos aprenderem técnicas que ajudarão a proteger e ampliar a população de abelhas sem ferrão na região.

Entre as disciplinas oferecidas no curso estão:

  • Manejo dos meliponários: técnicas para a criação de colônias em caixas racionais, assegurando a proteção e o desenvolvimento das abelhas;
  • Proteção contra inimigos naturais: cuidados especiais para evitar o ataque de outras abelhas e predadores aos jardins de mel;
  • Suplementação alimentar: práticas para garantir que as abelhas tenham alimento suficiente mesmo em períodos de baixa floração das plantas melíferas, que são fundamentais para sua sobrevivência.

Além disso, o curso também abordará a importância da conservação dos habitats das abelhas e como o manejo sustentável das colônias pode contribuir para a preservação da biodiversidade local.

O Poliniza Paraná, projeto que deu origem ao curso de meliponicultura, foi lançado em janeiro de 2022 pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest). Seu principal objetivo é instalar colmeias de abelhas nativas sem ferrão em diversas regiões do estado, sensibilizando a sociedade sobre a importância desses polinizadores por meio da educação ambiental.

O projeto faz parte do Programa Paraná Mais Verde, que visa fortalecer ações de sustentabilidade ambiental, e está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente o ODS 15, que trata da proteção da vida terrestre. Com a instalação de colmeias em parques estaduais e outras unidades de conservação, o Poliniza Paraná tem contribuído para a conscientização da população sobre o papel essencial das abelhas nativas.

Atualmente, o projeto já distribuiu 70 colônias de abelhas sem ferrão em diversas regiões, e a previsão é de que mais 10 unidades ambientais sejam contempladas com jardins de mel até 2025. Esses jardins não apenas ajudam na preservação das espécies, mas também geram um novo atrativo turístico e educativo nas áreas de conservação.

De acordo com o cronograma do Senar, o curso de meliponicultura será levado para outras Unidades de Conservação do Paraná até o fim de 2024. As próximas localidades a receberem o treinamento incluem o Salto São João, em Prudentópolis; o Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi; e o Lago Azul, nas regiões de Campo Mourão e Luiziana.

A expansão do curso para diferentes áreas do estado tem como objetivo disseminar o conhecimento sobre o manejo sustentável das abelhas sem ferrão e criar uma rede de apoio à preservação desses polinizadores. Ao capacitar as comunidades locais, o projeto busca garantir que o manejo dos meliponários seja efetivo e que o impacto da ação se estenda por todo o estado, protegendo as espécies e fortalecendo a economia local.

Além dos benefícios ambientais, a meliponicultura também se apresenta como uma alternativa de renda sustentável para as comunidades envolvidas no projeto. A criação de abelhas sem ferrão permite a produção de mel e outros derivados, como a cera e o própolis, que podem ser comercializados no mercado local e até nacional.

A gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari, destacou que a capacitação das comunidades locais reforça o cuidado com os meliponários e apresenta a meliponicultura como uma possibilidade de geração de renda. “Levar a capacitação a essas comunidades locais reforça ainda mais o cuidado que eles já têm com o projeto, além de apresentar a meliponicultura como uma nova possibilidade de renda”, disse Patrícia.

Com o crescimento da demanda por produtos naturais e sustentáveis, a meliponicultura se consolida como uma prática que pode aliar preservação ambiental e desenvolvimento econômico, beneficiando diretamente as comunidades que vivem em áreas de preservação.

Desde o seu lançamento, o Poliniza Paraná tem gerado impactos significativos na preservação das abelhas nativas sem ferrão e no fortalecimento da educação ambiental em diversas regiões do estado. A instalação de meliponários em áreas de preservação, como a Ilha do Mel e a Floresta Estadual Metropolitana em Piraquara, tem promovido a conscientização sobre a importância dos polinizadores para a manutenção da vida terrestre.

O projeto também fortalece o ecoturismo, oferecendo aos visitantes das unidades de conservação a oportunidade de conhecer de perto o funcionamento dos jardins de mel e aprender sobre o papel crucial das abelhas na polinização das florestas e áreas agrícolas.

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Além disso, o Poliniza Paraná tem contribuído para a recuperação de áreas degradadas, aumentando a população de abelhas nativas e promovendo a regeneração de plantas nativas, fundamentais para o equilíbrio dos ecossistemas.

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