A literatura não é só um passatempo: grandes romances são verdadeiras janelas para o entendimento profundo da sociedade, da psique humana e da nossa própria existência. Talvez por isto, que as pessoas mais destacadas da sociedade, seja em qualquer área de atividade, tem como essencial o hábito diário da leitura.
Entre as páginas de algumas das obras mais densas e complexas já escritas, o leitor encontra uma riqueza de reflexões sobre filosofia, política, psicologia, e os conflitos humanos mais essenciais. São livros que não apenas demandam tempo e atenção, mas que também desafiam e enriquecem.
Esses romances desafiadores e volumosos que apresentamos neste artigo extraordinário do Jornal da Fronteira, são leituras essenciais para aqueles que buscam aprofundar o entendimento sobre a natureza humana, as complexidades sociais e culturais, além de expandir os horizontes intelectuais.
São 17 dessas obras-primas que continuam a enriquecer o imaginário de gerações e a desafiar mentes inquietas e brilhantes. Claro que existem muitas obras, algumas até ganhadoras de dezenas de prêmios. Mas esta seleção, em especial, tem muito a lhe oferecer, caro leitor.
Claro que, neste lista, caberia outros clássicos muito famosos, como 1984, Tom Jones, Odisseia, Divina Comédia, Hamlet, Crime e Castigo, entre outros. Mas a gente buscou inserir nela, também, bons livros de autores brasileiros, que são cânones da literatura universal.
Dom Quixote – Miguel de Cervantes
- Ano de publicação: 1605 (Parte I) e 1615 (Parte II)
- Número de páginas: Aproximadamente 1.000 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Embora não tenha recebido prêmios contemporâneos, é amplamente reconhecido como uma das maiores obras da literatura mundial
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Considerado o primeiro romance moderno, Dom Quixote de La Mancha é uma sátira da cavalaria e uma exploração das fronteiras entre realidade e ilusão. A história do cavaleiro sonhador e seu fiel escudeiro, Sancho Pança, questiona o idealismo e a loucura, além de refletir sobre os valores humanos. Cervantes construiu personagens tão complexos que até hoje eles representam metáforas poderosas para a nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.
Os Irmãos Karamázov – Fiódor Dostoiévski
- Ano de publicação: 1880
- Número de páginas: Cerca de 800 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Considerado um dos maiores romances já escritos, influenciou diversos escritores e pensadores
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Em Os Irmãos Karamázov, Dostoiévski explora os dilemas éticos e espirituais da humanidade por meio da história de uma família desestruturada. O romance é uma análise profunda sobre temas como fé, moralidade, e a luta entre o bem e o mal. Cada um dos irmãos representa facetas distintas do pensamento humano, e suas histórias se entrelaçam em um dos maiores dramas psicológicos da literatura.
Guerra e Paz – Liev Tolstói
- Ano de publicação: 1869
- Número de páginas: Aproximadamente 1.200 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Reconhecido como uma das obras-primas da literatura mundial
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Com um vasto elenco de personagens e uma narrativa que se estende pelas Guerras Napoleônicas, Guerra e Paz é uma obra monumental sobre a sociedade russa e o impacto dos grandes eventos históricos na vida das pessoas. Tolstói examina a natureza humana em detalhes, desvendando as complexidades do livre-arbítrio, do destino e das emoções humanas em meio à guerra.
Doutor Fausto – Thomas Mann
- Ano de publicação: 1947
- Número de páginas: Cerca de 800 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Thomas Mann recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1929, antes da publicação desta obra
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Inspirado no mito de Fausto, Thomas Mann explora em Doutor Fausto o pacto entre um compositor alemão e o diabo. É um livro denso, onde o autor questiona o papel da arte, da genialidade e da decadência em um contexto marcado pela ascensão do nazismo. Mann utiliza a trajetória de seu protagonista para refletir sobre a cultura alemã e a relação entre moralidade e criação artística.
Em Busca do Tempo Perdido – Marcel Proust
- Ano de publicação: 1913–1927 (série completa)
- Número de páginas: Aproximadamente 4.000 páginas no total
- Prêmios: O primeiro volume, “No Caminho de Swann”, recebeu o Prêmio Goncourt em 1919
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Esta extensa obra de sete volumes é uma das maiores explorações da memória e do tempo já escritas. Em Busca do Tempo Perdido desafia o leitor a navegar pelos detalhes mais íntimos das lembranças do narrador, onde cada sensação e memória são transformadas em uma reflexão filosófica. É uma leitura densa, que exige paciência, mas recompensa com uma visão única sobre a natureza humana e a passagem do tempo.
Ulisses – James Joyce
- Ano de publicação: 1922
- Número de páginas: Cerca de 1000 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Considerado uma das obras mais importantes do modernismo literário
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Um dos romances mais complexos e inovadores do século XX, Ulisses acompanha um único dia na vida de Leopold Bloom em Dublin, mas abrange um universo de referências mitológicas, literárias e psicológicas. A linguagem experimental e o fluxo de consciência tornam este livro um verdadeiro desafio para os leitores, mas também uma obra inesquecível para quem aprecia a genialidade literária.
A Montanha Mágica – Thomas Mann
- Ano de publicação: 1924
- Número de páginas: Aproximadamente 1000 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Thomas Mann recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1929
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Neste romance, o autor alemão Thomas Mann cria uma metáfora sobre a condição humana a partir da história de um jovem em um sanatório nos Alpes Suíços. A Montanha Mágica é uma reflexão filosófica sobre o tempo, a doença e as ideologias. Com diálogos profundos e uma narrativa rica, Mann questiona a mortalidade e a busca de sentido na vida em um dos romances mais profundos do século XX.
Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa
- Ano de publicação: 1956
- Número de páginas: Cerca de 600 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras em 1957
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A obra-prima de Guimarães Rosa é um mergulho na linguagem e nas paisagens do sertão brasileiro. Grande Sertão: Veredas combina a narrativa de Riobaldo, um jagunço em busca de sentido para sua vida e os dilemas que enfrentou, com reflexões filosóficas sobre o bem, o mal e a existência. O estilo inovador e poético de Rosa torna este livro um clássico inesquecível e um dos maiores desafios para leitores em busca de profundidade.
Cem Anos de Solidão – Gabriel García Márquez
- Ano de publicação: 1967
- Número de páginas: Aproximadamente 400 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Gabriel García Márquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1982
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O escritor colombiano Gabriel García Márquez nos leva para Macondo, uma cidade fictícia onde acompanhamos a saga da família Buendía por gerações. Cem Anos de Solidão mistura realidade e fantasia para abordar temas como destino, solidão e o eterno retorno dos ciclos familiares. Esta obra do realismo mágico é um marco na literatura latino-americana, oferecendo uma leitura rica e poética que permanece viva na memória dos leitores.
Moby Dick – Herman Melville
- Ano de publicação: 1851
- Número de páginas: Aproximadamente 720 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Embora não tenha recebido prêmios em sua época, é agora considerado um dos maiores romances americanos
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A jornada do capitão Ahab para caçar a baleia branca é uma narrativa de obsessão, vingança e natureza humana. Moby Dick é uma obra cheia de simbolismo e referências filosóficas, que analisa temas como o poder e a futilidade da vingança. A complexidade de sua linguagem e a profundidade dos temas fazem deste livro uma leitura desafiadora e gratificante para quem busca entender a condição humana.
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis
- Ano de publicação: 1881
- Número de páginas: Cerca de 200 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Considerada uma das obras mais inovadoras da literatura brasileira, com grande reconhecimento acadêmico
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Escrito do além, Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma sátira que subverte as convenções do romance. Machado de Assis utiliza um narrador morto para examinar a sociedade, a hipocrisia e os valores da época, oferecendo uma análise perspicaz e irônica da natureza humana. Esta obra-prima da literatura brasileira desafia o leitor com sua estrutura inovadora e suas reflexões mordazes.
O Tempo e o Vento – Erico Verissimo
- Ano de publicação: 1949–1962 (trilogia completa)
- Número de páginas: Aproximadamente 2.200 páginas no total
- Prêmios: Obra icônica da literatura brasileira, amplamente estudada e celebrada
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A trilogia O Tempo e o Vento é uma crônica épica da história do Rio Grande do Sul e das famílias que viveram e moldaram a região. Com personagens complexos e uma narrativa rica em detalhes, Verissimo examina as relações humanas e a formação da sociedade brasileira, oferecendo uma visão única sobre o passado do Brasil e os dilemas existenciais que atravessam gerações.
Anna Kariênina – Liev Tolstói
- Ano de publicação: 1877
- Número de páginas: Cerca de 800 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Considerada uma das melhores obras da literatura mundial, recebeu elogios de escritores e críticos
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obra essencial da literatura russa, Anna Kariênina é um romance sobre o amor, a traição e as escolhas que moldam nossas vidas. Tolstói explora as complexidades emocionais de uma mulher que desafia as convenções sociais da época, enquanto aborda temas como o casamento, a família e a busca por felicidade. A narrativa introspectiva e as nuances dos personagens fazem deste livro uma obra-prima sobre o amor e o sacrifício.
O Som e a Fúria – William Faulkner
- Ano de publicação: 1929
- Número de páginas: Aproximadamente 400 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Faulkner ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1949, em parte pelo impacto desta obra
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Faulkner constrói uma narrativa fragmentada e desafiadora em O Som e a Fúria, onde cada capítulo é contado por uma perspectiva diferente, explorando a decadência da família Compson. Com temas como o tempo, a memória e a loucura, Faulkner cria uma obra inovadora e emocionalmente intensa que exige atenção do leitor para desvelar suas camadas.
Os Miseráveis – Victor Hugo
- Ano de publicação: 1862
- Número de páginas: Aproximadamente 1.500 páginas, variando conforme a edição
- Prêmios: Considerado um marco na literatura mundial e referência para inúmeras adaptações culturais
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Este romance monumental do francês Victor Hugo é uma crítica social que explora a pobreza, a justiça e a redenção. A jornada de Jean Valjean e o confronto com o inspetor Javert se entrelaçam com a história da França do século XIX, criando uma narrativa densa e cheia de simbolismo. Os Miseráveis é uma obra que desafia o leitor a refletir sobre a compaixão e a dignidade humana.
Retrato de um Artista Quando Jovem – James Joyce
- Ano de publicação: 1916
- Número de páginas: Aproximadamente 300 páginas, dependendo da edição
- Prêmios: Reconhecido como uma obra fundamental para o modernismo literário
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Em Retrato de um Artista Quando Jovem, Joyce explora a jornada de autodescoberta de Stephen Dedalus, seu alter ego. Com uma prosa inovadora, Joyce disseca os conflitos de identidade, religião e criação artística. Este romance introspectivo e psicológico é um dos precursores da narrativa moderna e um desafio para quem deseja compreender a genialidade de Joyce.
O Homem Sem Qualidades – Robert Musil
- Ano de publicação: 1930 (incompleto, publicado postumamente)
- Número de páginas: Cerca de 1.700 páginas no total (edição completa)
- Prêmios: Musil foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura; a obra é amplamente considerada uma das mais importantes do século XX
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Este é um dos romances mais complexos da literatura moderna. Em O Homem Sem Qualidades, Musil analisa a sociedade vienense e os dilemas existenciais do protagonista Ulrich. A obra explora a racionalidade, o papel do indivíduo e a alienação em uma sociedade em decadência. Com uma narrativa densa e uma análise detalhada das emoções humanas, Musil oferece uma experiência única e profunda para o leitor.
Cada um desses livros oferece um desafio intelectual, mas também a possibilidade de uma compreensão mais profunda do mundo e de nós mesmos. Com histórias que exploram a condição humana, a moralidade e o sentido da existência, esses romances complexos são uma prova do poder transformador da literatura. Para leitores que buscam expandir suas perspectivas e encontrar nas palavras um reflexo do complexo jogo da vida, essas obras-primas são verdadeiras joias da literatura mundial.
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