Culturas agropecuárias elevam VBP e impulsionam economia no Paraná

A agropecuária tem um papel central no desenvolvimento econômico dos municípios brasileiros, e o Paraná se destaca como um dos estados mais relevantes nessa atividade. O Valor Bruto da Produção (VBP) é uma métrica importante que reflete a riqueza gerada pelas atividades agropecuárias em cada região.

No Paraná, a identificação e fortalecimento das culturas mais apropriadas para cada município têm contribuído não só para o aumento do volume de alimentos, mas também para a geração de recursos que podem ser reinvestidos em infraestrutura e desenvolvimento local.

Com base no relatório final de 2023 elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná viu 35 de seus municípios ultrapassarem R$ 1 bilhão em Valor Bruto da Produção Agropecuária. Esse documento revela as potencialidades de diversas culturas em cada município, destacando líderes em segmentos como suínos, aves, soja, milho, entre outros.

O Valor Bruto da Produção (VBP) representa a soma do valor gerado por cada atividade agropecuária, considerando a quantidade produzida e o preço de mercado dos produtos. Esse indicador é fundamental para mensurar a contribuição do setor agropecuário na economia de cada município e estado, ajudando a identificar quais são as culturas mais lucrativas e que mais se destacam na produção de alimentos.

No Paraná, o VBP tem um peso significativo na formação da cota-parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a constituição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O VBP agropecuário contribui com aproximadamente 8% para a arrecadação do ICMS, um dos principais repassadores de recursos financeiros para os municípios. Portanto, fortalecer o setor agropecuário em nível municipal não apenas eleva o volume de produção, mas também aumenta os recursos disponíveis para investimentos em infraestrutura, saúde, educação e outras áreas essenciais para o desenvolvimento local.

Toledo, localizado na região Oeste do Paraná, é um exemplo de município que lidera o VBP no estado, com um valor estimado em R$ 4,6 bilhões em 2023. O município destaca-se especialmente em três áreas-chave da produção agropecuária: suínos, frango e milho de segunda safra.

  1. Suínos para corte: Toledo é o principal produtor de suínos para corte no Paraná, com um VBP de R$ 1,3 bilhão, resultante da produção de 1,9 milhão de toneladas de carne suína. O município é seguido de perto por Santa Helena (R$ 560,9 milhões) e Missal (R$ 481,7 milhões), todos localizados na mesma região produtiva.
  2. Frango: Outro destaque de Toledo é a produção de frango, com um VBP de R$ 917,6 milhões e 66,3 mil toneladas de carne. Assis Chateaubriand e Cianorte também se destacam nesse segmento, com R$ 795 milhões e R$ 768,8 milhões, respectivamente.
  3. Milho de segunda safra: O milho de segunda safra é uma cultura de grande importância para a economia do Paraná, e Toledo lidera também nesse setor, com uma produção de 520 mil toneladas e VBP de R$ 406 milhões.

O sucesso de Toledo como líder em diversas cadeias produtivas agropecuárias mostra como a especialização e o investimento em culturas apropriadas podem elevar a competitividade dos municípios e gerar grandes volumes de receita.

A soja é, sem dúvida, a principal cultura agrícola do Paraná. Em 2023, a produção de soja no estado gerou um VBP expressivo, e os municípios que se destacaram na produção desse grão foram Cascavel, Tibagi e Guarapuava. Cascavel, no Oeste do Paraná, foi o maior produtor, com 451,6 mil toneladas e um VBP de R$ 986 milhões, seguido por Tibagi, que gerou R$ 889,4 milhões a partir de 407,4 mil toneladas de soja.

Essa predominância da soja reflete a importância desse grão para a economia paranaense, tanto em termos de exportação quanto para o abastecimento do mercado interno. Além disso, o cultivo da soja promove a rotação de culturas e o uso mais sustentável do solo, o que contribui para o fortalecimento de outras cadeias produtivas, como a pecuária e o milho.

Outras culturas de destaque no Paraná

Além da soja, outras culturas tiveram um desempenho excepcional no Paraná em 2023, de acordo com o relatório do Deral. Essas culturas também são essenciais para o fortalecimento econômico dos municípios, que dependem do VBP para atrair mais investimentos e gerar empregos.

  1. Batata: Guarapuava lidera a produção de batata no estado, com destaque tanto para a primeira safra (69,6 mil toneladas e R$ 172,5 milhões de VBP) quanto para a segunda safra (60,2 mil toneladas e R$ 113,5 milhões de VBP). O município de Contenda foi o segundo maior produtor na primeira safra, e Pinhão destacou-se na segunda safra.
  2. Feijão: Na produção de feijão, o município de Irati, no Centro-Sul, liderou a primeira safra com 20,7 mil toneladas e R$ 104,6 milhões de VBP. Já na segunda safra, Vitorino foi o maior produtor, seguido por Pato Branco, ambos no Sudoeste do estado.
  3. Trigo e cevada: O trigo é outro cereal de grande relevância no Paraná, e Cascavel se destaca como o maior produtor, com 94,1 mil toneladas e R$ 96,1 milhões de VBP. Já na cevada, Guarapuava foi o principal produtor, com 44,4 mil toneladas e R$ 59,9 milhões de rendimento.

A pecuária é uma das bases da economia paranaense, com destaque para a produção de leite e carne. Castro, na região dos Campos Gerais, foi o principal produtor de leite no Paraná em 2023, com uma produção de 468,6 milhões de litros e um VBP de R$ 1,2 bilhão. A cidade é seguida de perto por Carambeí e Arapoti, que também se destacam na produção de leite.

Na produção de carne, o município de Umuarama, no Noroeste, liderou com 50,9 toneladas de boi gordo, resultando em um VBP de R$ 253,6 milhões. Alto Paraíso, também no Noroeste, ficou em segundo lugar com 27,6 toneladas de carne bovina.

Outro fator essencial para o crescimento do VBP no Paraná é o investimento em tecnologias agrícolas e práticas sustentáveis de produção. A irrigação no campo, o uso de energias renováveis e a aplicação de técnicas modernas de manejo de solo têm permitido o aumento da produtividade com menor impacto ambiental. Isso não apenas eleva a competitividade das produções agrícolas, mas também atrai mais investidores interessados em práticas sustentáveis.

O programa de irrigação lançado pelo governo do estado, com juros subsidiados, tem sido um incentivo importante para os produtores, garantindo safras mais seguras e produtivas, mesmo em períodos de seca. A irrigação controlada melhora o rendimento das culturas, como milho e soja, e proporciona estabilidade na produção, contribuindo diretamente para o aumento do VBP.

Paraná atinge menor desemprego em 10 anos e lidera geração de empregos em 2024

O Paraná alcançou, no segundo trimestre de 2024, um marco histórico em sua economia: a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, atingindo 4,4%. Este índice, o mais baixo desde 2014, reflete o sucesso das políticas públicas voltadas para a criação de empregos e o fortalecimento do ambiente de negócios no estado.

Além disso, o Paraná registrou recordes nos números absolutos de pessoas ocupadas e de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, consolidando sua posição de destaque no cenário nacional.

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 15 de agosto de 2024, o Paraná apresentou uma taxa de desemprego de 4,4% entre abril e junho deste ano. Este resultado não apenas representa a menor taxa para o período nos últimos 10 anos, como também coloca o estado entre os que têm os menores índices de desocupação no Brasil.

Agência do Trabalhador, em Curitiba. Curitiba foi a quinta capital brasileira com menor taxa de desemprego no segundo trimestre de 2019, e a Região Metropolitana tem a terceira menor taxa do país. 16/08/2019 – Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Comparando com a média nacional, que ficou em 6,9% no mesmo período, o Paraná demonstra uma performance econômica robusta, fruto de políticas voltadas para a atração de investimentos e a geração de empregos. Estados como Santa Catarina (3,2%) e Mato Grosso (3,3%) também apresentam baixas taxas de desemprego, mas o Paraná se destaca pela sua capacidade de manter esse índice em patamares tão baixos, mesmo em um cenário de desafios econômicos nacionais e globais.

O segundo trimestre de 2024 também trouxe outro recorde para o Paraná: o maior número de trabalhadores ocupados na história do estado. Dos 6,28 milhões de pessoas que compõem a força de trabalho, 6 milhões estavam ocupadas, o que indica um aumento de cerca de 5 mil trabalhadores em relação ao primeiro trimestre do ano. Este crescimento reflete a eficácia das estratégias adotadas pelo governo estadual para fomentar a empregabilidade e o desenvolvimento econômico.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou a importância da geração de empregos para o desenvolvimento sustentável do estado. “Gerar empregos é a melhor forma de garantir desenvolvimento. Por isso, temos trabalhado para criar um bom ambiente de negócios no Estado e atrair investimentos. Isso se reflete nos índices de contratação e de aumento da renda que temos registrado no Paraná”, afirmou o governador.

O Paraná também atingiu, no segundo trimestre de 2024, o maior número de trabalhadores contratados por empresas privadas, com destaque para os empregos com carteira assinada. Segundo a PNAD, o estado conta com 3,36 milhões de pessoas empregadas no setor privado, sendo que 2,74 milhões delas possuem registro formal. Esse número coloca o Paraná como o segundo estado com maior proporção de empregados com carteira assinada, com 81,6%, atrás apenas de Santa Catarina, que lidera com 87%.

A alta proporção de trabalhadores formais reflete a segurança e os benefícios oferecidos pelo mercado de trabalho paranaense, que prioriza a formalização das relações de emprego. Esse cenário é fundamental para a proteção dos direitos trabalhistas e para a estabilidade econômica das famílias, contribuindo para um ambiente social mais equilibrado e justo.

Quando comparado a outros estados, o Paraná se mantém em uma posição de destaque no cenário nacional. Embora Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso apresentem taxas de desemprego ainda mais baixas, o Paraná está à frente de grandes estados como São Paulo, que registrou 6,4% de desemprego, e Rio de Janeiro, com 9,6%. Estados do Nordeste, como Bahia, ainda enfrentam desafios significativos, com uma taxa de desocupação de 11,1%.

O secretário de Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná, Mauro Moraes, destacou que a baixa taxa de desemprego no estado é resultado direto das políticas eficazes implementadas pelo governo. “A taxa de desemprego do Paraná permanece como uma das menores do país. Isso reflete o impacto positivo das ações adotadas pelo Governo do Estado para alavancar a empregabilidade, colocando o Estado em destaque nacional no ranking de saldo de novos empregos e mantendo sempre as primeiras posições”, afirmou Moraes.

O governo do Paraná não se contenta apenas com os bons resultados obtidos até agora. Prova disso é o lançamento de novos projetos voltados para a qualificação profissional, especialmente para grupos que tradicionalmente enfrentam mais dificuldades de inserção no mercado de trabalho, como as mulheres na construção civil. Esses programas são fundamentais para garantir que o crescimento da empregabilidade no estado seja inclusivo e alcance todas as camadas da população.

A qualificação contínua da força de trabalho é vista como um dos pilares para a manutenção e ampliação dos índices de empregabilidade. Além de preparar os trabalhadores para as demandas atuais do mercado, esses projetos também buscam antecipar as necessidades futuras, alinhando a capacitação profissional com as tendências de inovação e tecnologia que moldam o cenário econômico global.

Os recordes de empregabilidade registrados no Paraná trazem impactos positivos que vão além do aspecto econômico. O aumento do número de pessoas empregadas e a alta formalização do mercado de trabalho contribuem para a redução da desigualdade social, o fortalecimento do consumo interno e a melhoria da qualidade de vida da população.

Além disso, um mercado de trabalho robusto e inclusivo fortalece a economia local, atraindo novos investimentos e impulsionando o crescimento de diversos setores. O Paraná tem se destacado como um estado que, além de oferecer boas oportunidades de emprego, também promove um ambiente de negócios favorável para empresas de diferentes portes e segmentos, o que é essencial para a criação de um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

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