Polícia Rodoviária apreende agrotóxico contrabandeado e pende procurado pela justiça, na SC 157

Carga de agrotóxico estava em veículo Ford KA. O procurado pela justiça conduzia Chevrolet Onix

Na tarde de quinta-feira (08), por volta das 17h, as equipes da Polícia Militar Rodoviária Estadual (PMRv); Policia Militar e Policia Civil, realizavam ações na rodovia SC157,no município de São Lourenço do Oeste, quando abordaram dois veículos em atitude suspeita.

Após a abordagem foi constatado que o veículo Ford KA, emplacado no município de Balneário Camboriú/SC, era conduzido por um homem de 40 anos. Durante revista os policiais localizaram no interior do veículo, 10 galões de 20 litros cada de herbicida oriundo da Argentina, e que tem sua venda e uso proibido no Brasil.

O segundo veículo, um Chevrolet Onix, placas de São Jose/SC, conduzido por um homem de 27 anos, foi constatado que havia em desfavor do motorista, um mandado de prisão em aberto expedido pela 2ª Vara Criminal de São Jose/SC.

Diante dos fatos, os veículos e a mercadoria foram apreendidos e os condutores encaminhados à Delegacia da Policia Federal de Chapecó.

A fascinante saga do sarcófago contrabandeado por um casal vitoriano

(Fonte: Banhos Indi/Reprodução)

Quem passa pela exposição de antiguidades egípcias do Museu Macclesfield pode achar que não há nada de errado com a cartonagem — material que involucrava os caixões do Antigo Egito — do sarcófago ali presente. Porém, quem se aproxima para dar uma olhada com maior cuidado poderá notar que esta cartonagem possui algumas anomalias.

Isso são evidências de reparos que tiveram que ser feitos após a caixa ser cortada em pedaços, ter sua múmia removida e ser contrabandeada para fora do Egito em uma história completamente inacreditável envolvendo duas senhoras vitorianas em 1874. Conheça mais sobre o caso!

Embora a cartonagem do sarcófago remonte para cerca de 800 a.C., ela foi retirada do Egito em 1874. O artefato só foi recuperado por conta de Marianne Brocklehurst, filha de um rico proprietário de uma fábrica de seda, e de seu interesse pela arqueologia. Em 1873, Marianne partiu para o Egito com sua companheira, Mary Booth.

Juntas, elas realizaram cinco expedições egípcias, das quais retornaram com artefatos que hoje estão no Museu Macclesfield. Brocklehurst documentou suas viagens em notas manuscritas, esboços e aquarelas em seu diário, que também estão guardados no museu. Em Alexandria, ela conheceu um artista que conhecia moradores locais que possuíam antiguidades.

Para a sorte do casal, o mesmo artista as guiou pelas ruínas de Tebas, na Grécia, onde foram “presenteadas” com um sarcófago. Brocklehurst recursou a aceitar o artefato inteiro pelo tamanho, mas em vez disso negociou apenas a cartonagem interna. A caixa da múmia acabou sendo contrabandeada pelo rio Nilo, serrada para conseguir ser transportada e teve sua múmia descartada.

(Fonte: Banhos Indi/Reprodução)

Em seu diário, Brocklehurst escreveu pouco sobre os acontecimentos da época e apenas registrou o destino da múmia em códigos — provavelmente com medo de ser descoberto. Retirar antiguidades grandes e valiosas do Egito sem licença era algo ilegal e, caso ele tivesse levado o produto às autoridades egípcias, Brocklehurst provavelmente poderia ter obtido uma licença de exportação e pago qualquer quantia para obtê-lo.

“Gostamos da ideia de contrabandear em grande escala sob o nariz dos guardas do Paxá que, como as escavações estavam acontecendo ali perto, eram bastante densas no solo e em alerta. É nesta seção que também aprendemos o verdadeiro destino da múmia: [Ela] foi enterrada à noite com grande sigilo e deixada em sua terra natal”, escreveu Brocklehurst.

De acordo com pesquisadores, Marianne e Mary tentavam desafiar as expectativas e fazer coisas que as pessoas pensavam que “não deveriam fazer por serem mulheres”. Anos mais tarde, Brocklehurst tornou-se apoiadora do Fundo de Exploração do Egito, criado para preservar monumentos da região, e passou a promover projetos de pesquisa do patrimônio cultural egípcio até os dias atuais.

Por muito tempo, os egípcios estavam desmontando e serrando caixões e vendendo-os aos turistas. Logo, algo precisavam ser feito para preservar a história local. Até o momento, ainda não está claro se o objeto furtado algum dia será devolvido ao Egito, mas certamente a coleção criada pelas duas audaciosas mulheres vitorianas é “bastante incomum” e possui uma história um tanto quanto controversa.

O que podemos aprender com essa saga é que, por trás de cada peça de artefato histórico, há uma história complexa que merece ser investigada e compreendida. A história do sarcófago contrabandeado revela não apenas as façanhas audaciosas de duas mulheres corajosas, mas também questiona as práticas de aquisição de artefatos antigos e o papel da preservação da herança cultural. Afinal, cada artefato carrega consigo não apenas seu valor histórico, mas também a história de como chegou às mãos da humanidade.

Por que europeus comiam múmias egípcias?

A prática incomum de europeus comerem múmias egípcias foi impulsionada por crenças curiosas sobre os benefícios à saúde. Em períodos da história europeia, houve uma fascinação por múmias egípcias, levando ao consumo desses restos humanos triturados e tingidos, acreditando-se que poderiam curar uma ampla gama de doenças, desde a peste bubônica até dores de cabeça.

Durante a Idade Média, a “múmia” era um produto feito a partir de corpos mumificados trazidos das tumbas egípcias para a Europa. Os boticários da época, que comercializavam esses produtos, afirmavam que eles possuíam propriedades medicinais sobrenaturais. Esses restos mumificados eram triturados pelos boticários e, posteriormente, consumidos por pessoas de todas as classes sociais, dos ricos aos pobres.

Na ausência de antibióticos, médicos da época prescreviam crânios, ossos e carne moída de múmias para tratar uma variedade de condições, desde dores de cabeça até inchaços ou pestes. No entanto, nem todos acreditavam nos supostos poderes medicinais das múmias. O médico Guy de la Fontaine, por exemplo, expressou dúvidas sobre a eficácia das múmias como remédio e descobriu falsificações em que cadáveres de camponeses mortos em Alexandria eram usados para criar múmias falsas.

A demanda por remédios de múmia era constante, e o suprimento de múmias egípcias reais não era suficiente para atendê-la. Boticários e fitoterapeutas continuaram a prescrever medicamentos de múmia até o século XVIII. Alguns profissionais de saúde acreditavam que carnes frescas e sangue eram mais eficazes do que as múmias antigas, pois possuíam uma vitalidade que faltava aos mortos há muito tempo.

Para a elite social e real, consumir os restos humanos antigos do Egito parecia ser um remédio apropriado, já que os médicos afirmavam que essas múmias eram originárias de faraós. Eles viam nesse ato uma forma de alimentar-se da realeza. No entanto, a prática de consumir múmias para curar doenças foi gradualmente abandonada no século XIX, quando os vitorianos passaram a organizar “festas de desembrulhar” múmias, que se tornaram eventos de entretenimento. Nessas festas, os corpos egípcios eram desenfaixados para a diversão dos convidados.

Inicialmente, esses eventos de desembrulhar múmias possuíam um verniz de respeitabilidade médica, mas com o tempo se tornaram meros espetáculos emocionantes. Anfitriões que podiam proporcionar tal entretenimento eram considerados ricos o suficiente para possuir uma múmia de verdade. A emoção de ver os ossos e a carne seca aparecendo enquanto as ataduras eram removidas atraía multidões para esses eventos, fossem eles realizados em residências particulares ou teatros de sociedades eruditas.

No início do século XX, as festas de desembrulhar múmias perderam popularidade, pois as emoções macabras associadas a elas foram consideradas de mau gosto, além do fato de que tais eventos resultavam na destruição inevitável de vestígios arqueológicos. No entanto, a descoberta da tumba de Tutancâmon em 1923 reavivou o interesse por múmias, mas dessa vez moldando o design Art Déco e dando origem a uma nova mania. A morte repentina de Lorde Carnarvon, patrocinador da expedição, foi atribuída à suposta “maldição da múmia”.

Atualmente, nenhum arqueólogo sério realiza desembrulhos de múmias, nem médicos sugerem o consumo desses restos humanos. No entanto, a atração pelas múmias ainda persiste, e elas podem ser encontradas à venda no mercado paralelo, sendo alvo de contrabando avaliado em bilhões de dólares.

Em resumo, a obsessão dos europeus por múmias egípcias levou a práticas estranhas, como o consumo desses restos humanos triturados e tingidos. A crença em suas propriedades medicinais e o entretenimento associado ao desembrulhar de múmias contribuíram para essa peculiaridade histórica. No entanto, essas práticas foram abandonadas à medida que o tempo avançava e a compreensão científica progredia.

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