A safra de café 2024/25 no Brasil apresenta um cenário de avanços significativos em termos de velocidade na colheita, comparado ao ciclo anterior. No entanto, essa agilidade vem acompanhada de desafios relacionados à qualidade dos grãos colhidos, o que pode impactar a performance geral da safra e a satisfação dos contratos comerciais.
Velocidade Versus Qualidade
De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a atual temporada de colheita de café mostra-se mais rápida que a sua predecessora. Esse aumento na velocidade é, em parte, uma resposta às técnicas aprimoradas e ao planejamento logístico das fazendas. Entretanto, apesar do progresso na eficiência, o rendimento e a qualidade dos grãos não atingiram as expectativas para um ano considerado de bienalidade positiva.
Problemas na Classificação dos Grãos
Agentes do setor cafeeiro consultados pelo Cepea reportam uma preocupação particular com o baixo percentual de grãos nas categorias de peneiras 17/18. Esta especificação é crucial para a classificação e a valorização do café no mercado, influenciando diretamente a formação de lotes para a venda. A inadequação nesse critério essencial pode levar a dificuldades no cumprimento dos contratos pré-estabelecidos, afetando tanto produtores quanto compradores.
O Papel do Clima
Um aspecto positivo destacado pelos pesquisadores é a influência do clima seco atual, que tem facilitado as operações de colheita e secagem dos grãos. A ausência de umidade excessiva permite que o café seja secado nos terreiros sem a necessidade de secadores artificiais, uma vantagem que não só reduz custos operacionais mas também promove uma qualidade superior na bebida final, dado que a secagem natural tende a preservar melhor os sabores e aromas dos grãos.