Alta nos preços agrícolas anima produtores

Setembro trouxe boas notícias para os produtores de Santa Catarina, que veem os esforços no campo começarem a dar frutos com a valorização de diversos produtos agrícolas. Feijão, trigo, soja e carnes, pilares da economia rural do estado, registraram aumento significativo nos preços, refletindo uma recuperação do setor e um alívio para quem trabalha diariamente para superar os desafios da produção.

Para muitos agricultores, observar o feijão-preto atingir uma valorização de 25,05% em relação ao mês anterior e o trigo registrar alta de 17,28% comparado ao mesmo período de 2023 é motivo de celebração e esperança. Esses números não apenas revelam o impacto de uma maior demanda e de condições favoráveis de mercado, mas também são um incentivo para que os produtores sigam firmes, investindo e acreditando em cada safra.

O boletim agropecuário de setembro, divulgado pela Epagri/Cepa, destaca ainda as boas perspectivas para a próxima temporada, com aumento de produtividade em várias culturas. No setor de carnes, as exportações de frango e suíno voltaram a crescer, consolidando Santa Catarina como referência nacional e internacional. Com essa recuperação, produtores, comerciantes e trabalhadores da cadeia agrícola já vislumbram um final de 2024 mais promissor. A seguir, conheça o panorama detalhado de cada segmento agrícola abordado no boletim.

Feijão: alta nos preços e condições favoráveis

O feijão, sempre presente na mesa dos brasileiros, foi um dos grandes destaques do boletim de setembro. O feijão-preto registrou alta de 25,05% nos preços recebidos pelos produtores, enquanto o feijão-carioca apresentou um aumento de 11,30%. Essa valorização reflete tanto uma maior demanda pelo produto quanto uma oferta mais controlada, com algumas regiões enfrentando dificuldade na produção.

Até o final de setembro, 17% da área destinada ao plantio de feijão em Santa Catarina já havia sido cultivada, com as lavouras apresentando boas condições climáticas. Os produtores se mostram otimistas com a nova safra, esperando que a combinação de preços em alta e produtividade constante traga resultados ainda melhores nos próximos meses.

Trigo: produção e preços em crescimento

O trigo é outro destaque positivo do boletim agropecuário. Em setembro, o preço pago aos produtores catarinenses subiu 4,33% em comparação ao mês anterior e 17,28% em relação ao mesmo período de 2023. Embora a área plantada tenha diminuído 11,8%, as condições favoráveis permitiram um aumento expressivo na produtividade, estimada em 3.565 kg/ha, um crescimento de 59,4%.

A expectativa é que a produção total atinja 433 mil toneladas, se aproximando do recorde histórico alcançado na safra 2022/23, com 482 mil toneladas. Esse resultado reflete o investimento dos produtores em técnicas de manejo mais eficientes e na escolha de variedades adaptadas ao clima local.

Soja: expectativa de safra robusta

O mercado de soja em Santa Catarina mostrou uma leve recuperação nos preços, com aumento de 2,6% em setembro. A temporada de plantio já começou, e a expectativa é de aumento de 1,78% na área plantada, totalizando 768 mil hectares. Os agricultores estão otimistas com a nova safra, especialmente devido às previsões de produtividade média de 3.837 kg/ha, um aumento de 10,8% em relação à safra anterior.

Com isso, espera-se que a produção total alcance 2,9 milhões de toneladas, um crescimento significativo de 12,77%. Essa reação positiva do mercado é impulsionada pela demanda crescente tanto no mercado interno quanto nas exportações. O desempenho da soja é estratégico para o estado, que busca se consolidar como um dos principais produtores da cultura no Brasil.

Milho: recuperação dos preços e aumento de produtividade

O mercado de milho também apresenta boas perspectivas. Em setembro, os preços voltaram a subir, com a saca superando R$ 60,00 em várias regiões. Essa valorização é reflexo da maior demanda interna e da concorrência com exportações, além de influências do mercado externo.

Embora a área plantada tenha sofrido uma redução de 10%, a produtividade média esperada é de 8.468 kg/ha, um aumento de 24% em relação à safra passada. A produção total deve alcançar 2,3 milhões de toneladas, um crescimento de 11,8%. Com esse cenário, os agricultores têm motivos para acreditar em um final de ano promissor.

O setor de carnes catarinense também vive um bom momento. Em setembro, as exportações de carne de frango alcançaram 105,6 mil toneladas, um aumento de 25,3% em relação ao mês anterior. As receitas atingiram US$ 223,5 milhões, o melhor desempenho mensal desde 2019.

Na produção de carne suína, o estado exportou 61,4 mil toneladas, registrando crescimento de 10,1% em relação a setembro de 2023. As receitas somaram US$ 150,3 milhões, um aumento de 18%. Santa Catarina segue como o maior exportador de carne suína do Brasil, responsável por 57% das receitas nacionais.

O mercado de bovinos também mostra sinais de recuperação. Em outubro, a arroba do boi gordo subiu 3% em comparação ao mês anterior e 10,3% em relação ao ano anterior. A demanda elevada, somada à escassez de animais prontos para o abate, tem sido determinante para essa valorização.

No setor de lácteos, o preço médio pago aos produtores subiu de R$ 2,66 para R$ 2,81 por litro, contrariando a tendência sazonal de queda nesse período do ano. A alta é explicada pelas condições climáticas desfavoráveis em outras regiões do Brasil, que dificultaram a recuperação da produção nacional. As importações de lácteos também cresceram 6,8% entre janeiro e setembro de 2024, ajudando a equilibrar o mercado.

Entre as hortaliças, a produção de alho e cebola segue em ritmo acelerado. O alho manteve preços estáveis no mercado, enquanto a cebola registrou queda nos valores devido ao aumento da oferta interna. No setor de frutas, a maçã teve uma leve valorização, mas espera-se uma queda nos preços em outubro, com a chegada de frutas importadas ao mercado. A safra de maçã 2024/25 deve apresentar crescimento de 55,5%, recuperando-se da temporada anterior.

Safra de inverno 2024/2025 apresenta recuperação expressiva nas lavouras

O cenário agrícola de Santa Catarina é marcado por desafios e conquistas que afetam diretamente a produção e a economia da região. Após enfrentar um período complicado na safra de 2023/2024, prejudicada pelas condições climáticas adversas, o estado agora vislumbra uma recuperação significativa na safra de inverno 2024/2025.

O Boletim Agropecuário de setembro, divulgado pela Epagri/Cepa, revela uma melhora expressiva nas lavouras de trigo, alho e cebola, com ganhos de produtividade consideráveis. O documento aponta uma recuperação que pode significar um alívio tanto para os produtores quanto para o mercado.

As previsões climáticas para este ano são mais favoráveis, o que, combinado com práticas agrícolas aprimoradas, está contribuindo para uma retomada robusta das culturas.

A safra de inverno é uma das mais aguardadas por produtores catarinenses, especialmente pela sua relevância econômica e pelo impacto direto no abastecimento de produtos essenciais, como trigo, alho e cebola. Esses produtos não só atendem ao consumo interno, como também movimentam o comércio regional e nacional.

A safra de 2023/2024 foi marcada por um excesso de chuvas nos meses de setembro e outubro, o que prejudicou o desenvolvimento das lavouras. A produtividade caiu significativamente, impactando os preços e a oferta de produtos. Agora, com previsões climáticas mais estáveis, a safra de 2024/2025 traz uma nova perspectiva para os agricultores, com estimativas otimistas para o crescimento da produtividade.

Entre as culturas mais afetadas pelas condições climáticas adversas da safra passada, o trigo foi uma das que mais sofreu. Contudo, a recuperação para a safra de 2024/2025 parece promissora. De acordo com o Boletim Agropecuário, a produtividade média do trigo em Santa Catarina deve aumentar em 59,3%, um número que reflete o impacto positivo das melhores condições climáticas e práticas agrícolas mais eficientes.

A área plantada de trigo, no entanto, teve uma leve redução de 11,8% em relação à safra anterior, totalizando 121 mil hectares. Mesmo assim, o aumento na produtividade por hectare, estimado em 3.563 quilos, resultará em um crescimento de 40,7% na produção estadual, com uma colheita prevista de 432 mil toneladas. Este será o segundo melhor resultado da série histórica registrada pelo Observatório Agro Catarinense.

Além de destacar os ganhos de produtividade, o boletim aponta que 95% das lavouras de trigo estão em boas condições, o que eleva as expectativas dos produtores para um retorno positivo após um ano de desafios.

O alho é outro produto importante na safra de inverno de Santa Catarina, e as perspectivas para a colheita de 2024/2025 também são animadoras. Após uma safra anterior marcada por dificuldades, as lavouras de alho mostram uma recuperação expressiva, com um aumento de produtividade de 44,43%.

Segundo o Boletim Agropecuário, as lavouras de alho se encontram em fase de desenvolvimento vegetativo, com 97% das áreas em boas condições. A estabilidade no preço do alho, que se manteve em torno de R$14,00/kg para as classes 4 e 5 e R$15,00/kg para as classes 6 e 7 em agosto de 2024, é um indicativo positivo para os produtores. Essa estabilidade é um reflexo da melhora nas condições de produção, que permitiu uma oferta mais regular no mercado.

Para a safra atual, os produtores catarinenses de alho devem esperar um cenário mais equilibrado, tanto em termos de produtividade quanto de comercialização. A previsão é que a recuperação no campo leve a uma oferta mais consistente, o que pode beneficiar o mercado de abastecimento em nível nacional.

A produção de cebola em Santa Catarina é uma das mais representativas no Brasil, e as estimativas para a safra de 2024/2025 são igualmente otimistas. O boletim da Epagri aponta um aumento de 39,82% na produtividade da cebola, o que marca uma reviravolta positiva após a queda de produção registrada na safra anterior.

Apesar da recuperação nas lavouras, o preço da cebola teve uma redução significativa em agosto, em parte devido à maior oferta interna. O preço médio da saca de 20kg caiu para R$36,00, uma redução de 40% em relação ao mês anterior. Essa queda pode ser atribuída à oferta de cebola oriunda de outras regiões do Brasil, como o Nordeste, e à finalização da safra do Cerrado.

Com 94% das lavouras em boas condições de desenvolvimento, a expectativa é que a safra de cebola em Santa Catarina recupere sua posição de destaque no mercado interno. A qualidade da cebola catarinense e a melhoria nas condições de cultivo podem contribuir para a estabilização dos preços nos próximos meses.

Além de trigo, alho e cebola, outras culturas também se destacam na safra de inverno catarinense. A seguir, apresentamos um panorama sobre a situação de algumas dessas culturas:

Banana

A produção de banana em Santa Catarina foi marcada por uma valorização dos preços entre julho e agosto de 2024, especialmente pela menor oferta causada por condições climáticas adversas. No Litoral Norte, a banana-caturra teve uma redução no desenvolvimento dos cachos, enquanto no Litoral Sul, a banana-prata apresentou uma valorização significativa. Para a safra de 2024/2025, a estimativa é de um crescimento de 16,8% na produção estadual, com um aumento de 13,8% na produtividade média.

Arroz

O mercado de arroz também tem mostrado volatilidade nos preços. Desde abril de 2024, o preço do arroz em casca subiu consideravelmente devido à escassez de oferta interna e à alta do dólar, que incentivou as exportações. No entanto, com a recuperação da área plantada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, espera-se que a oferta aumente, o que poderá gerar uma estabilização nos preços.

Feijão

O feijão-carioca registrou uma queda de 5,58% nos preços recebidos pelos produtores em agosto de 2024. Já o feijão-preto apresentou um crescimento modesto de 0,58%. As estimativas para a safra de 2024/2025 indicam um aumento de 15,31% na produção de feijão em Santa Catarina, com uma expectativa de crescimento na área plantada e na produtividade média.

Milho

A safra de milho de 2024/2025 deve apresentar uma redução de 9,32% na área plantada, mas um aumento de 23,93% na produtividade média. Com isso, a produção total de milho em Santa Catarina deve crescer 12,28%, alcançando 2,3 milhões de toneladas.

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