Doação de plasma atinge níveis inéditos em 2024

O ano de 2024 está sendo um marco para a coleta de plasma em escala global. A prática, essencial para o desenvolvimento de tratamentos médicos como imunoglobulinas e terapias para doenças autoimunes, atingiu níveis históricos nos primeiros dez meses do ano.

Este recorde reflete não apenas avanços tecnológicos no processo de coleta, mas também uma conscientização crescente sobre a importância do plasma para salvar vidas. Ao mesmo tempo, a demanda por plasma continua a crescer, especialmente em setores da saúde que dependem de terapias avançadas.

O plasma é um dos componentes essenciais do sangue, responsável por transportar nutrientes, hormônios e proteínas essenciais para todo o corpo. Representando cerca de 55% do volume sanguíneo, ele é composto principalmente de água, mas contém elementos como fatores de coagulação e imunoglobulinas, fundamentais para o tratamento de doenças como hemofilia, imunodeficiências e até casos de COVID-19.

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Além disso, o plasma convalescente — coletado de pessoas que se recuperaram de doenças específicas — tem sido utilizado em emergências médicas, incluindo pandemias. A coleta de plasma, portanto, não apenas beneficia pacientes individuais, mas também desempenha um papel crucial na saúde pública global.

Entre janeiro e outubro de 2024, a coleta de plasma em diversos países superou todos os índices registrados nos anos anteriores. Um dos principais fatores foi a implementação de novas tecnologias nos centros de coleta, que tornaram o processo mais rápido e confortável para os doadores. Além disso, campanhas de conscientização e incentivos governamentais contribuíram significativamente para o aumento no número de doações.

Avanços tecnológicos na coleta

A automatização e o aprimoramento dos dispositivos de aferese (equipamentos que separam o plasma do sangue e retornam os demais componentes ao doador) permitiram uma coleta mais eficiente, reduzindo o tempo e os desconfortos do procedimento. Esses avanços também aumentaram a capacidade dos centros de coleta, permitindo que mais doadores fossem atendidos diariamente.

Impacto das campanhas de conscientização

Campanhas bem estruturadas, tanto por organizações não-governamentais quanto por governos, destacaram a importância da doação de plasma. A mensagem central dessas campanhas foi simples e eficaz: doar plasma salva vidas. Além disso, o envolvimento de celebridades e influenciadores ajudou a amplificar o alcance dessas iniciativas, especialmente entre os jovens.

Aumento da demanda por tratamentos baseados em plasma

O crescimento da população idosa e o aumento de doenças autoimunes impulsionaram a demanda por medicamentos derivados de plasma. Esse aumento de necessidade levou a uma maior mobilização global para garantir que os bancos de plasma estivessem bem abastecidos.

Apesar do sucesso em 2024, a coleta de plasma enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para sustentar esse crescimento.

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Embora os países desenvolvidos tenham registrado aumentos significativos, regiões mais pobres ainda enfrentam dificuldades para manter um fluxo constante de doações. Infraestrutura inadequada e falta de campanhas educativas continuam sendo barreiras importantes.

Em alguns países, a coleta de plasma é incentivada com compensações financeiras, o que gera debates éticos sobre a comercialização de componentes do corpo humano. Regulamentações rigorosas, embora necessárias para garantir a segurança, também podem dificultar a expansão do setor.

O plasma precisa ser processado e armazenado em condições específicas para preservar sua eficácia. O transporte e a distribuição para locais distantes ainda são desafios significativos, especialmente em contextos de crises humanitárias ou desastres naturais.

A conquista de 2024 vai além dos números. Ela reflete uma mudança significativa na forma como as pessoas percebem a doação de plasma e seu impacto na sociedade. Com bancos de plasma mais bem abastecidos, é possível salvar milhões de vidas e ampliar o alcance de tratamentos que antes eram inacessíveis.

Com mais plasma disponível, hospitais e laboratórios têm conseguido atender a um número maior de pacientes que dependem de imunoglobulinas e outros derivados. Isso é especialmente relevante para doenças raras que afetam uma parcela pequena, mas vulnerável, da população.

A coleta recorde também fortalece a preparação para emergências de saúde pública, como surtos de doenças infecciosas. Ter estoques robustos de plasma permite uma resposta mais rápida e eficiente a essas crises.

Os resultados de 2024 foram possíveis graças à colaboração entre países, organizações de saúde e empresas privadas. Esse esforço conjunto é um exemplo de como a cooperação global pode gerar impactos positivos em larga escala.