Paraná lidera produção nacional de pecuária e aquicultura

O Paraná consolidou sua posição como um dos principais estados do Brasil na produção de pecuária e aquicultura, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2023, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dez cidades paranaenses estão entre as principais produtoras do país, destacando-se na criação de suínos, na produção de leite, peixe e mel, além de uma forte participação na avicultura.

Toledo e Castro são as cidades que mais se destacam no levantamento, sendo líderes em produção suína e de leite, respectivamente. Além disso, outras cidades do estado, como Marechal Cândido Rondon, Carambeí e Nova Aurora, figuram entre as principais produtoras nacionais em diferentes setores.

Toledo, localizada no Oeste do Paraná, consolidou-se como a principal cidade na produção de suínos do Brasil. Em 2023, a cidade registrou o abate de 899 mil cabeças de suínos, confirmando sua liderança absoluta no setor. Essa posição é resultado de anos de investimento em tecnologia, infraestrutura e manejo adequado, que permitiram à cidade manter sua eficiência e qualidade na suinocultura.

Por outro lado, Castro, localizada nos Campos Gerais, mantém sua posição de destaque na produção de leite, com 454 milhões de litros produzidos em 2023. O município tem uma longa tradição na pecuária leiteira, e sua eficiência e capacidade produtiva foram reforçadas nos últimos anos com o uso de tecnologias de ponta e o manejo moderno. Castro também figura como a terceira cidade do país em valor de produção de produtos de origem animal, com um total de R$ 1,3 bilhão, ficando atrás apenas de Santa Maria do Jetibá (ES) e Bastos (SP).

Esse protagonismo de Toledo e Castro reflete a importância estratégica do Paraná no agronegócio brasileiro, especialmente na pecuária e na produção de alimentos de origem animal.

O Paraná se destaca também como o segundo maior estado na produção de suínos no Brasil, com uma participação de 16,1% no valor total de produção. Marechal Cândido Rondon, outra cidade do Oeste paranaense, figura em terceiro lugar no ranking nacional, com o abate de 590 mil cabeças de suínos em 2023. A cidade só fica atrás de Uberlândia (MG) e Toledo, demonstrando a força do estado no setor.

A suinocultura tem desempenhado um papel vital na economia do Oeste paranaense, gerando empregos, renda e fortalecendo a cadeia produtiva. Além da produção em si, o setor impulsiona indústrias de processamento de carne e o comércio local, tornando-se um dos pilares da economia das cidades da região. O crescimento sustentável e a adoção de práticas de manejo modernas garantem a competitividade do Paraná tanto no mercado interno quanto no internacional.

O Brasil, como um todo, é o quarto maior produtor mundial de carne suína, e o Paraná desempenha um papel de destaque nesse cenário, com Toledo e Marechal Cândido Rondon contribuindo significativamente para esse volume.

O Paraná é o segundo maior estado na produção de leite do Brasil, com 12,9% de representatividade no valor bruto da produção nacional. Além de Castro, a cidade de Carambeí também se destaca na produção leiteira, ocupando a segunda posição nacional, com 269 milhões de litros de leite produzidos em 2023. Juntas, essas duas cidades impulsionam a bacia leiteira paranaense, que é uma das mais importantes do país.

Tanto Castro quanto Carambeí registraram um crescimento considerável na produção de leite em 2023, com aumentos de 6,4% e 5,6%, respectivamente, em relação ao ano anterior. Esse crescimento reflete o investimento constante em tecnologias de produção, a qualificação da mão de obra e o aprimoramento do manejo dos rebanhos leiteiros.

Esses avanços na produção leiteira têm um impacto direto na economia local e estadual, gerando empregos, aumentando a renda dos produtores e fortalecendo a cadeia produtiva do leite no Paraná. Além disso, o leite paranaense é conhecido pela sua qualidade, sendo exportado para várias regiões do Brasil e para o mercado internacional.

O Paraná também se destaca como um dos maiores produtores de peixes do Brasil, especialmente na criação de tilápia. Em 2023, o estado representou 26,2% da produção nacional de peixes, registrando uma evolução de 3,4% em relação ao ano anterior. A tilápia, que é o peixe mais produzido no Brasil, correspondeu a 67,5% da produção total de peixes no país.

Três cidades paranaenses estão entre as maiores produtoras de peixes do Brasil: Nova Aurora, Palotina e Assis Chateaubriand. Nova Aurora ocupa a segunda posição nacional, com a produção de 19,5 milhões de quilos de peixe em 2023, logo atrás de Morada Nova de Minas (MG). Palotina e Assis Chateaubriand aparecem em quarto e quinto lugares, com 15,3 milhões e 13 milhões de quilos de peixes produzidos, respectivamente.

A piscicultura tem se tornado uma atividade econômica cada vez mais relevante no Paraná, contribuindo não apenas para a geração de empregos, mas também para a diversificação da produção agropecuária. O estado investe constantemente em tecnologias de produção e manejo, garantindo uma produção sustentável e de alta qualidade.

Além da suinocultura, leite e piscicultura, o Paraná também se destaca na produção de mel e frangos. Arapoti, uma cidade localizada nos Campos Gerais, é a segunda maior produtora de mel do Brasil, com 1 milhão de quilos produzidos em 2023. Ortigueira, outra cidade da mesma região, aparece em quinto lugar nacional, com 785 mil quilos de mel produzidos no mesmo período. A produção de mel no Paraná representa 13,2% do valor total de produção no país, confirmando a força do estado no setor apícola.

Na avicultura, o Paraná mantém sua liderança nacional, com uma participação de 28,7% na produção de galináceos e 10,3% na produção de galinhas. Cianorte, no Noroeste do estado, é a quarta maior produtora de frangos do país, com 13,5 milhões de galináceos produzidos em 2023, consolidando sua posição entre os grandes produtores nacionais. A avicultura paranaense, assim como os outros setores, se beneficia de uma cadeia produtiva altamente organizada e eficiente, que vai desde a produção de ração até a exportação de frangos para diversos mercados.

De acordo com o relatório da PPM 2023, o valor bruto da produção de pecuária e aquicultura no Paraná alcançou R$ 15,8 bilhões, registrando uma alta de 7,3% em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi superior à média nacional, que ficou em 5,4%, o que demonstra o avanço significativo do estado nesses setores.

O valor da produção de aquicultura paranaense saltou de R$ 1,29 bilhão em 2022 para R$ 1,55 bilhão em 2023, consolidando o Paraná como o segundo maior produtor nacional, atrás apenas do Ceará. Já o valor da produção pecuária passou de R$ 13,4 bilhões para R$ 14,3 bilhões, refletindo o fortalecimento da cadeia produtiva do estado.

Com esses números, o Paraná se posiciona como uma potência nacional na produção agropecuária, contribuindo significativamente para a economia brasileira. Além disso, o estado continua a liderar em setores como a produção de tilápia, mel de abelha e casulos de bicho-da-seda, reafirmando seu papel como protagonista no agronegócio.

Exportação de tilápia do Paraná cresce 20% no primeiro semestre

O Paraná registrou um crescimento significativo na exportação de pescados no primeiro semestre de 2024, com um aumento de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. Atingindo 3,26 mil toneladas exportadas, contra 2,7 mil toneladas em 2023, o estado se destaca no cenário nacional, especialmente pela exportação de tilápia, que representa 99% do volume total.

De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária do Paraná, produzido pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o montante financeiro das exportações de pescados no Paraná também apresentou um aumento expressivo de 82%, atingindo US$ 16,3 milhões no primeiro semestre de 2024, em comparação com US$ 8,9 milhões no mesmo período de 2023.

O principal destino do pescado paranaense é os Estados Unidos, que absorvem 98% das exportações. Foram vendidos US$ 15,9 milhões para o mercado norte-americano, majoritariamente de tilápia. Outros destinos incluem o Canadá, com US$ 90 mil em exportações, e Moçambique, com US$ 57 mil. Além disso, os pescados paranaenses são enviados para países da Europa, Ásia, África, América do Sul e América Central.

A tilápia é o carro-chefe das exportações de pescados do Paraná, representando 99% das 3,26 mil toneladas enviadas para mercados internacionais. Esse peixe, que conquistou o gosto dos consumidores brasileiros e internacionais, é uma das principais razões para o crescimento robusto das exportações.

Segundo Edmar Gervásio, analista do Deral, “Além de produzirmos pescados para atender o mercado doméstico, hoje o Paraná já exporta carne de tilápia para os Estados Unidos, principalmente. Apesar de ser um volume pequeno, a expectativa no médio prazo é que sejam abertos novos mercados e a exportação de tilápia ganhe referência a nível internacional”.

A piscicultura no Paraná

O Anuário do Peixe, da Associação Brasileira de Piscicultura, aponta que a produção de tilápia no Brasil dobrou na última década, passando de 285 mil toneladas em 2014 para 579 mil toneladas em 2023, com o Paraná respondendo por 36% desse total. Em 2023, o estado produziu 193,3 mil toneladas de peixe, sendo 91,9% de tilápia, totalizando 177,5 mil toneladas.

O Valor Bruto da Produção (VBP) de pescados no Paraná alcançou R$ 2,06 bilhões em 2023, um crescimento de 27% em relação a 2022. Esse valor inclui tanto pescados de água-doce quanto de água salgada, refletindo a diversificação e a força da indústria de piscicultura no estado.

O aumento na produção e no consumo de tilápia no Brasil é um reflexo do crescente interesse pela proteína. Em 2014, o consumo per capita de tilápia era de 1,47 kg por ano, enquanto em 2023 esse número chegou a 2,84 kg. Esse aumento de demanda interna também impulsiona a produção e, consequentemente, a capacidade de exportação.

Pesque-pague e cooperativismo

Uma das razões para a popularização da tilápia no Paraná é a disseminação dos pesque-pague, que trouxeram a piscicultura para o meio urbano. A atividade cooperativista, particularmente na região Oeste do estado, também desempenhou um papel crucial. Cooperativas focadas em proteína animal começaram a integrar a piscicultura, adaptando-se rapidamente a essa nova atividade econômica.

Segundo Gervásio, “Como celeiro do cooperativismo no Brasil, o Paraná viu potencial latente na atividade e começou a incentivar o sistema de integração. A região Oeste, onde já existiam várias cooperativas focadas em proteína animal, foi o local que melhor se adaptou para a atividade”.

A região Oeste do Paraná é a principal produtora de tilápia, com destaque para Toledo, que lidera o VBP com R$ 1,08 bilhão, representando 52,7% do total estadual. Outras cidades importantes incluem Nova Aurora, Palotina, Assis Chateaubriand, Terra Roxa, Maripá, Nova Santa Rosa, Marechal Cândido Rondon, Tupãssi e Guaratuba.

Os dez municípios principais são responsáveis por 58% da produção estadual de pescados. Os outros 354 municípios somam R$ 864,6 milhões e representam 42% do mercado paranaense. Essa distribuição mostra a importância da piscicultura em diversas partes do estado e a contribuição significativa das pequenas e médias cidades para o setor.

Embora os Estados Unidos sejam o principal mercado para os pescados paranaenses, há um grande potencial para expansão para outros mercados internacionais. O Paraná busca abrir novos mercados e aumentar a visibilidade da tilápia brasileira no cenário global, aproveitando a crescente demanda por proteína de qualidade.

A sustentabilidade é um ponto crucial para o futuro da piscicultura no Paraná. O estado está investindo em práticas sustentáveis e inovadoras para garantir que a produção de tilápia continue a crescer sem comprometer os recursos naturais. Isso inclui o uso de tecnologias avançadas em sistemas de produção e o desenvolvimento de novos métodos de manejo sustentável.

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