Paraná reduz crimes violentos e amplia ações contra tráfico e roubos em 2024

Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) mostram que o Paraná apresentou melhorias expressivas nos índices de criminalidade em 2024, mantendo uma tendência de avanço no combate à violência nos últimos anos.

Entre janeiro e setembro deste ano, o Estado registrou queda significativa nos índices de homicídios, estupros, latrocínios e roubos de veículos, enquanto as operações contra o tráfico e o cumprimento de mandados de prisão também ganharam força. Esses dados refletem a eficiência das ações coordenadas pelas forças de segurança pública do Paraná.

O resultado positivo é atribuído ao trabalho integrado das polícias civil e militar, além de um aumento nas operações conjuntas com a Polícia Federal em áreas estratégicas. A seguir, detalhamos os principais dados e operações que marcaram o avanço da segurança pública no Paraná em 2024.

Queda nos índices de homicídios e crimes violentos

O Paraná registrou uma queda de 8,81% na taxa de homicídios dolosos – crimes cometidos com a intenção de matar – nos nove primeiros meses de 2024. O número de homicídios caiu de 1.306 no mesmo período de 2023 para 1.191 em 2024. Em comparação com estados vizinhos, como São Paulo e Santa Catarina, o Paraná teve uma variação mais expressiva. Em São Paulo, a redução foi de 4,6%, enquanto Santa Catarina não registrou variação.

As tentativas de homicídio também apresentaram uma redução notável de 11,07%, passando de 831 casos para 739. A tendência de queda dos crimes violentos reforça a eficácia das operações preventivas realizadas pelas forças de segurança, que têm apostado em ações contínuas para inibir o cometimento de crimes graves. Enquanto isso, em estados como o Rio de Janeiro, os números seguiram na direção oposta, com aumento de 5,7% nas tentativas de homicídio, o que demonstra a importância de estratégias mais eficientes como as aplicadas no Paraná.

Proteção às mulheres e combate ao latrocínio

No mesmo período, o Paraná alcançou uma redução de 6,78% nas ocorrências de estupro, o que indica resultados das políticas públicas e operações de proteção à mulher. Além disso, os registros de latrocínio – roubo seguido de morte – caíram 29,55%, passando de 44 para 31 casos. Esses números são especialmente impactantes quando comparados a outros estados: em Santa Catarina, houve um aumento de 180% nas ocorrências de latrocínio, e em São Paulo, a alta foi de 11,5%.

As ações preventivas no Paraná para combater o latrocínio e outros crimes violentos incluem o reforço do policiamento em áreas com alta incidência de roubo e uma intensificação nas patrulhas urbanas, que são fundamentais para proteger a população e evitar tragédias.

Outro dado relevante é a leve queda na letalidade policial, que recuou 1,3% em comparação ao ano anterior, de 230 para 227 mortes por intervenção policial. Esse índice demonstra que, embora a ação policial seja intensa e presente, o uso de força letal é cuidadosamente controlado, refletindo um trabalho de abordagem qualificada e menor exposição ao risco.

No combate ao tráfico de drogas, o Paraná ocupa a segunda posição nacional em apreensões, ficando atrás apenas do Mato Grosso do Sul. De janeiro a setembro, as apreensões de maconha cresceram 15,46%, passando de 305,3 toneladas para 352,6 toneladas. No caso de cocaína e crack, o aumento foi de 20,75%, subindo de 5,1 toneladas para 6,2 toneladas. Essas operações são essenciais para enfraquecer a cadeia de tráfico e reduzir o impacto das drogas na sociedade, especialmente em regiões vulneráveis ao crime organizado.

Apreensões recentes na tríplice fronteira, como os 8,6 toneladas de maconha em Foz do Iguaçu e os 305 quilos confiscados na capital paranaense por agentes do BPRONE, são exemplos do esforço contínuo no combate ao tráfico. Essas operações não só retiram substâncias ilícitas de circulação, mas também causam um impacto financeiro significativo sobre as organizações criminosas.

A segurança patrimonial também avançou no Paraná em 2024. As ocorrências de roubos de veículos caíram 29,5%, enquanto os furtos de veículos registraram queda de 13%. Os roubos de cargas, que representam um dos maiores prejuízos financeiros para empresas e transportadoras, caíram expressivos 64%, com apenas 103 ocorrências registradas entre janeiro e setembro. Esse número é muito inferior ao registrado em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, que somaram mais de 2.000 casos cada.

Além disso, os assaltos a instituições financeiras foram praticamente eliminados em 2024, com apenas duas ocorrências em comparação aos nove casos registrados em 2023, representando uma queda de 77%. Esse índice é reflexo de um planejamento estratégico eficiente, que inclui vigilância constante e operações de inteligência para inibir as ações de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime.

O trabalho da Polícia Civil do Paraná (PCPR) e da Polícia Militar do Paraná (PMPR) também se destaca na execução de mandados de prisão. Entre janeiro e setembro, o Paraná registrou um aumento de 5,13% no cumprimento de mandados de prisão em aberto, totalizando 34.173 ordens judiciais cumpridas. Este número coloca o Paraná entre os estados mais eficientes no cumprimento de mandados, com desempenho superado apenas por São Paulo, que conta com uma população quatro vezes maior.

A estratégia para retirada de criminosos de circulação incluiu operações de grande impacto, como a que bloqueou R$ 10 milhões de bens de uma quadrilha envolvida com o tráfico de drogas. A ação, coordenada pela PCPR, enfraqueceu financeiramente o grupo criminoso e inviabilizou a manutenção de suas operações. Em outra operação, a Polícia Civil realizou prisões de suspeitos de latrocínio em Curitiba, enquanto a atuação conjunta com a Polícia Federal resultou na prisão de um homem ligado a um esquema de receptação na tríplice fronteira.

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