Alunos do Paraná brilham em competições de robótica

A robótica educacional tem desempenhado um papel crucial na formação de estudantes, desenvolvendo habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e familiaridade com ferramentas tecnológicas. No Paraná, os alunos da rede estadual de ensino estão conquistando notoriedade nas principais competições estaduais e nacionais de robótica, consolidando-se como referência na área.

Desde que a disciplina foi incorporada ao currículo em 2021, a robótica transformou-se em um componente essencial, promovendo não apenas conhecimento técnico, mas também criatividade e espírito de equipe entre os estudantes.

Com mais de 1.700 escolas oferecendo o ensino de robótica e cerca de 150 mil estudantes envolvidos, o estado se destaca ao fornecer recursos educacionais avançados e suporte para o desenvolvimento de projetos inovadores. Equipados com kits de robótica, os alunos se dedicam a criar protótipos capazes de enfrentar os desafios propostos em competições como a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e o Torneio Brasil de Robótica (TBR).

Em reconhecimento ao talento e ao esforço dos estudantes paranaenses, o Paraná tem sido um exemplo nacional de como a educação tecnológica pode impactar positivamente a formação de jovens talentos.

O projeto de robótica nas escolas estaduais do Paraná teve início em 2021, com a aquisição de 2.577 kits de robótica, que foram distribuídos para 277 instituições de ensino. A iniciativa, promovida pela Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), foi o primeiro passo para transformar o ensino no estado, integrando a robótica ao currículo regular e ao contraturno escolar. Desde então, a robótica se expandiu rapidamente, alcançando quase 1.700 escolas e impactando cerca de 150 mil alunos que agora têm acesso a cerca de 20 mil kits.

Essa expansão é parte de um esforço contínuo para modernizar o ensino, preparar os alunos para o futuro e promover a integração entre a tecnologia e a prática educativa. Com o aumento de escolas participantes e a disponibilidade de recursos, o Paraná está capacitando seus estudantes a desenvolverem projetos cada vez mais complexos e inovadores, ampliando suas perspectivas e preparando-os para os desafios do mercado de trabalho e da sociedade.

Desde que a robótica foi incorporada aos componentes curriculares, os alunos da rede estadual têm se destacado em diversas competições. As habilidades desenvolvidas em sala de aula se refletem nos pódios das competições, como a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), a FIRA World Cup e o Concurso Agrinho. Um exemplo de destaque é o Colégio Estadual do Paraná (CEP), que, no último ano, conquistou prêmios em mais de 20 competições locais e nacionais, consolidando-se como um dos principais representantes do estado nas competições de robótica.

O professor Tony Marcio Groch, orientador de robótica do CEP, ressalta que o sucesso alcançado pelos alunos é resultado de muito trabalho e dedicação. “Os torneios têm evidenciado a excelência acadêmica e técnica dos nossos estudantes. Eles se destacam em níveis avançados de competição a cada ano. Essa conquista é fruto de muito trabalho, criatividade e conhecimento”, afirma Groch.

Em 2023, os alunos do Colégio Estadual do Paraná colecionaram conquistas importantes em várias competições de robótica. Entre as principais, destacam-se:

  • Campeão da categoria ‘Missão Impossível’ no Campeonato Nacional FIRA, realizado em Juazeiro-CE.
  • Campeão geral do Torneio Brasil de Robótica (TBR) na categoria ‘HIGH’, em Marília-SP.
  • Primeiro lugar do TBR na Categoria ‘HIGH’ (desafio prático), em Marília-SP.
  • Primeiro lugar do Nível 2 do Campeonato Aberto da OBR.
  • Conquista de 2 bolsas de iniciação científica júnior à equipe Mekanism Robocep.

Além dessas conquistas, o CEP já garantiu a classificação de duas equipes para a fase final da Olimpíada Brasileira de Robótica 2024, que será realizada em Goiânia entre os dias 11 e 16 de novembro. A competição será uma oportunidade para os estudantes mostrarem todo o potencial e inovação desenvolvidos ao longo do ano.

Entre os diversos projetos desenvolvidos pelos alunos da rede estadual, dois merecem destaque: Salvanano e Andrômeda. Esses projetos foram idealizados e construídos por equipes de estudantes do CEP e se classificaram para a fase nacional da OBR em suas respectivas categorias.

Salvanano, desenvolvido por alunos da terceira série do Ensino Médio, é um robô feito de LEGO programado para realizar resgates em um cenário simulado de acidente nuclear ou químico, onde o resgate humano é inviável. A equipe responsável, composta por Apollo Bonatti, Thor Bonatti, Júlia Mayumi e Erán Martinez, conquistou o primeiro lugar nas duas etapas estaduais da competição e está otimista para a fase nacional.

Já o projeto Andrômeda, classificado na categoria ‘Artística’ da OBR, foi criado por Nicoly Soares, Karine Chmura, Davi Padilha e Isabella Gavleta, todos da primeira série do Ensino Médio. O robô interage com um membro da equipe durante um ato artístico no palco, trazendo elementos de fantasia e utilizando peças feitas em impressora 3D. “Tivemos a ideia de caracterizá-lo como uma fada, com asas feitas em impressora 3D para deixar a apresentação lúdica”, explica Nicoly Soares. O grupo já trabalha em melhorias para o robô, com planos de aperfeiçoar o design e o cenário de apresentação.

Outro projeto de robótica que tem gerado impacto significativo na comunidade é o “Mobilidade Livre: Transformando Vidas”, desenvolvido por alunos do Colégio Estadual Cívico-Militar Guimarães Rosa, em Assis Chateaubriand. O protótipo consiste em uma cadeira de rodas elétrica de baixo custo para crianças com deficiência. Construído com materiais descartados e peças resgatadas do lixo, o projeto oferece uma solução acessível para pessoas com deficiência que não têm condições financeiras de adquirir cadeiras motorizadas.

Desde que foi premiado no Concurso Agrinho em 2022, o projeto continua a gerar impactos positivos. A equipe responsável está buscando formas de expandir a iniciativa e criar kits que permitam transformar cadeiras de rodas convencionais em elétricas de maneira acessível. O trabalho foi elogiado por diretores, pais e pela comunidade escolar, tornando-se referência na área de inclusão e acessibilidade. “O reconhecimento demonstra o impacto social e o poder de iniciativas como essa para transformar vidas e fazer a diferença”, destaca Josiel Barbosa, professor orientador do projeto.

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