A espera por uma cirurgia eletiva é uma realidade angustiante para muitos brasileiros. Para alguns pacientes, significa conviver com dor, limitações ou até o agravamento de uma condição enquanto aguardam pelo tão esperado procedimento. No entanto, 2024 tem trazido boas notícias: milhares de cirurgias eletivas estão finalmente sendo realizadas em ritmo acelerado, reduzindo filas e devolvendo qualidade de vida para quem mais precisa.
Com mais de 442 mil cirurgias realizadas de janeiro a agosto – uma média de 1.819 por dia, ou 75 por hora – o cenário é de esperança. Essa marca expressiva não apenas representa um alívio imediato para milhares de pessoas, mas também demonstra que, com organização e investimento, é possível superar desafios históricos na saúde pública.
O sucesso na realização das cirurgias é resultado de uma grande articulação entre governos, hospitais credenciados e profissionais de saúde. A maioria dos procedimentos foi realizada por unidades de saúde próprias ou por meio de parcerias estratégicas. Além disso, o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas (PNRF), do Ministério da Saúde, teve papel fundamental ao garantir que procedimentos como cirurgias oftalmológicas, urológicas e ginecológicas acontecessem com mais rapidez.
A distribuição dos procedimentos foi ampla, abrangendo cirurgias nas áreas de vias aéreas, cabeça e pescoço, aparelho digestivo, sistema osteomuscular e aparelho geniturinário. A meta é que mais hospitais e serviços se credenciem para aumentar ainda mais a capacidade de atendimento e diminuir o tempo de espera dos pacientes.
Gerenciar filas de espera em sistemas de saúde é um desafio constante. Em muitos casos, a fila parece interminável – quando um paciente é operado, outros já estão na espera. A solução encontrada foi trabalhar em várias frentes: buscar ativamente pacientes que aguardam há muito tempo e avaliar se eles ainda precisam do procedimento, além de priorizar os casos mais urgentes.
Essa força-tarefa tem dado resultados animadores. Nos últimos dois anos, o tempo médio de espera por uma cirurgia eletiva caiu significativamente. Em 2022, os pacientes esperavam em média 105 dias pelo procedimento. Em 2023, esse tempo caiu para 65 dias e, agora, em 2024, a média é de 63 dias. Essa redução representa mais do que apenas números – significa menos sofrimento e mais vidas transformadas.
Entre as iniciativas que impulsionaram essa mudança está um programa de destaque: uma estratégia contínua para reduzir filas e melhorar o acesso à saúde. Com um investimento significativo e a criação de novos leitos de enfermaria e UTI, o sistema de saúde conseguiu expandir sua capacidade de atendimento, principalmente em regiões onde a demanda é maior.
A descentralização dos procedimentos também tem sido uma estratégia bem-sucedida. Ao levar as cirurgias para mais perto das pessoas, reduz-se a necessidade de deslocamento e facilita-se o acesso aos cuidados necessários. Pacientes que antes precisavam viajar para grandes centros agora encontram atendimento na própria região, o que torna a experiência menos cansativa e mais segura.
O aumento na quantidade de cirurgias só foi possível graças ao comprometimento e à qualificação dos profissionais de saúde. Investir na capacitação foi essencial para garantir um atendimento mais rápido e humanizado. Entre as iniciativas, destaca-se a qualificação de técnicos em mamografia, uma medida que amplia o acesso a exames e melhora a prevenção de doenças.
O trabalho em equipe e o aprimoramento constante das habilidades dos profissionais resultaram em um atendimento mais eficiente e preciso. Em cada cirurgia realizada, há uma rede de apoio dedicada, formada por médicos, enfermeiros e técnicos que compartilham um objetivo comum: devolver saúde e bem-estar aos pacientes.
Apesar dos avanços, o desafio de gerir as filas de espera permanece. Atualmente, mais de 75 mil pacientes ainda aguardam pela realização de cirurgias eletivas. A fila é dinâmica e exige vigilância constante para garantir que todos sejam atendidos em tempo hábil.
O secretário de saúde destaca que o objetivo é manter o equilíbrio entre os casos antigos e os novos. “A fila nunca cessa, mas precisamos garantir que as cirurgias sejam feitas no prazo. Acelerar os casos que já estão lá há anos e dar vazão aos novos é um processo que exige esforço contínuo e organização.”
O compromisso é assegurar que nenhum paciente seja esquecido e que cada pessoa receba o atendimento necessário dentro do menor tempo possível.