Polícia apreende R$ 10 milhões em medicamentos falsificados e prende casal

Em meio a preocupações crescentes com produtos ilegais, a Polícia Civil desmantelou um esquema de falsificação de medicamentos utilizados em procedimentos estéticos, culminando na apreensão de mais de R$ 10 milhões em produtos falsificados. A operação, que ocorreu na cidade de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, também levou à prisão em flagrante de um casal responsável pela distribuição dos medicamentos.

A ação policial é resultado de uma investigação cuidadosa que envolveu a Vigilância Sanitária e trouxe à tona a gravidade das atividades clandestinas, especialmente no setor estético, onde o uso de toxinas botulínicas e preenchedores falsos pode gerar riscos sérios à saúde pública.

A investigação teve início após a Vigilância Sanitária interditar um estabelecimento ligado ao casal no bairro Água Verde, em Curitiba, onde já haviam sido encontrados medicamentos falsificados. Mesmo após a interdição, os suspeitos romperam o lacre e continuaram operando de forma clandestina, transferindo o restante dos produtos para um depósito localizado em Pinhais.

Durante a operação, a polícia encontrou 2.950 frascos de toxina botulínica falsificada armazenados em refrigeradores na casa dos investigados, além de comprovantes que comprovavam a continuidade das vendas.

Além da residência, a polícia localizou um depósito utilizado para armazenar e distribuir produtos falsificados. No local, foram apreendidos:

  • 3.500 caixas de botox
  • 4.900 preenchedores faciais
  • 1.500 bioestimuladores
  • 3.100 seringas e agulhas para aplicação

Os agentes também recolheram máquinas de cartão, embalagens, documentos e materiais de distribuição, revelando uma estrutura organizada para envio dos produtos para diferentes estados do Brasil.

O uso de produtos falsificados representa um risco severo à saúde, especialmente em procedimentos estéticos. Toxinas adulteradas, preenchedores sem controle de qualidade e bioestimuladores falsos podem causar infecções graves, paralisia muscular e deformações permanentes, colocando a vida dos pacientes em perigo.

A delegada Aline Manzatto, responsável pela operação, destacou: “Além de estarem fora dos padrões de controle sanitário, esses produtos eram aplicados por pessoas sem capacitação adequada, aumentando ainda mais o risco de complicações”.

O casal, preso em flagrante durante a operação, será processado por falsificação de produtos terapêuticos e medicinais, crime previsto no artigo 273 do Código Penal. Se condenados, poderão pegar penas que ultrapassam 15 anos de prisão.

A polícia segue investigando para identificar outros envolvidos na rede de distribuição, incluindo possíveis clínicas e profissionais que tenham adquirido os medicamentos falsos.

A operação é um exemplo da importância da parceria entre a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária. Essa colaboração garante que produtos falsos sejam retirados de circulação, evitando riscos à saúde pública e impedindo que esquemas clandestinos continuem operando.

“Foi graças à interdição inicial que conseguimos monitorar o casal e localizar o depósito clandestino. Esse tipo de trabalho conjunto é essencial para proteger a saúde da população”, destacou a delegada Manzatto.

A participação da sociedade é fundamental para combater a falsificação de medicamentos e garantir a segurança da população. A Polícia Civil reforça que denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos seguintes canais:

  • 197 – Polícia Civil
  • 181 – Disque-Denúncia

Esses canais são essenciais para que as autoridades identifiquem e desarticulem redes criminosas que atuam na distribuição de produtos ilegais.

A apreensão de mais de R$ 10 milhões em medicamentos falsificados representa uma vitória importante no combate a crimes contra a saúde pública. A operação não apenas desarticulou uma rede clandestina, mas também evitou que produtos perigosos continuassem sendo aplicados em pacientes desavisados, colocando em risco suas vidas e bem-estar.

A venda de medicamentos falsificados é um problema que afeta toda a sociedade, especialmente em setores como a estética, onde a busca por resultados rápidos e preços baixos pode levar consumidores a cair em armadilhas. A operação serve como alerta para que profissionais e consumidores verifiquem a procedência dos produtos e busquem serviços certificados.

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