O sorvete é uma das sobremesas mais queridas e consumidas ao redor do mundo, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde as temperaturas elevadas fazem dele um refresco indispensável. Para honrar essa iguaria gelada que atravessa gerações e culturas, o dia 23 de setembro foi escolhido para comemorar o Dia do Sorvete.
O Dia do Sorvete foi criado no Brasil pela Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (ABIS), em 2002, com o objetivo de celebrar e promover o consumo de sorvetes no país. A escolha do dia 23 de setembro não foi ao acaso: a data marca o início da primavera no hemisfério sul, período em que as temperaturas começam a subir e o consumo de sorvetes aumenta. A ideia era aproveitar a mudança de estação para dar um impulso nas vendas, ao mesmo tempo em que se popularizava a cultura do sorvete como uma parte importante da gastronomia brasileira.
Além de ser uma celebração, o Dia do Sorvete também desempenha um papel fundamental na economia, ajudando a destacar a relevância da indústria de sorvetes no Brasil, um dos maiores mercados consumidores dessa sobremesa. Portanto, além de ser uma ocasião para os consumidores se deliciarem com uma casquinha ou pote de sorvete, a data tem um significado importante para o setor produtivo.
Embora o Dia do Sorvete seja uma data recente, a história dessa sobremesa é milenar. O conceito de “sorvete” começou na Antiguidade, com registros que remontam a cerca de 4 mil anos na China. Lá, eram consumidas misturas de neve e frutas ou leite, que são vistas como precursoras do sorvete moderno. Outras civilizações, como os persas e os romanos, também tinham versões primitivas dessa guloseima, utilizando neve e gelo das montanhas para resfriar bebidas e doces.
No entanto, foi na Europa, durante o Renascimento, que o sorvete como o conhecemos hoje começou a tomar forma. A receita do gelato, uma versão italiana do sorvete, se espalhou rapidamente pela Europa e, posteriormente, pelo mundo. Com o passar do tempo, a técnica de fabricação evoluiu, e o sorvete ganhou novas variações, sabores e formatos.
Nos Estados Unidos, o sorvete se tornou extremamente popular no século XIX, graças à invenção das máquinas de sorvete, que permitiram a produção em larga escala. Desde então, ele tem sido uma sobremesa favorita, com variações regionais, como o ice cream americano, o gelato italiano e o sherbet.
No Brasil, o sorvete chegou no século XIX, quando as primeiras máquinas de sorvete começaram a ser importadas. Inicialmente, o consumo de sorvete era restrito às classes mais abastadas, já que a fabricação dependia de gelo, um produto escasso na época. O gelo, inclusive, era importado de lugares como os Estados Unidos, e apenas no final do século XIX começou a ser produzido no Brasil.
Com o passar dos anos, o sorvete se popularizou no país e, hoje, o Brasil é um dos maiores mercados consumidores de sorvete no mundo. O clima tropical e a diversidade de frutas típicas, como açaí, cupuaçu e maracujá, inspiraram sabores únicos que se tornaram populares dentro e fora do país.
O sorvete é uma sobremesa repleta de curiosidades que fazem dele ainda mais interessante. Aqui estão alguns fatos que você talvez não conheça:
- O primeiro sorvete no Brasil: O primeiro registro de sorvete em terras brasileiras data de 1834, quando duas empresas americanas trouxeram gelo de Boston para o Rio de Janeiro. O sorvete foi vendido junto com frutas e doces, tornando-se uma iguaria exclusiva para os mais ricos.
- O maior consumidor de sorvete: Apesar de ser consumido em países quentes, o maior consumidor de sorvete no mundo é a Nova Zelândia, onde cada pessoa consome cerca de 28 litros de sorvete por ano.
- Sorvete e a Segunda Guerra Mundial: Durante a Segunda Guerra Mundial, o sorvete foi usado pelos militares dos Estados Unidos como uma maneira de elevar o moral das tropas. Em 1945, a Marinha Americana construiu uma barcaça flutuante que fabricava sorvete para os soldados.
- Sabores exóticos: No Japão, existem sorvetes com sabores que desafiam o paladar tradicional, como sorvete de polvo, carvão e alho. Outros países também têm suas variações inusitadas, como sorvete de queijo na França e sorvete de feijão vermelho na China.
A indústria de sorvetes é um setor poderoso e em constante crescimento, movimentando bilhões de dólares todos os anos. No Brasil, o mercado de sorvetes é robusto e competitivo, com milhares de marcas artesanais e industriais atuando para satisfazer os consumidores, desde grandes redes até pequenos produtores locais.
Nos últimos anos, o setor de sorvetes passou por diversas transformações, influenciadas por tendências como o aumento da demanda por produtos mais saudáveis e sustentáveis. Hoje, é possível encontrar sorvetes feitos à base de plantas, com menos açúcar e até opções sem lactose ou veganas.
A sustentabilidade também se tornou uma preocupação central na produção de sorvetes, com algumas empresas adotando práticas ecológicas, como embalagens biodegradáveis e o uso de ingredientes orgânicos e de comércio justo. Esse movimento atende a uma crescente demanda por produtos que respeitem o meio ambiente, sem comprometer a qualidade ou o sabor.
O mercado de sorvetes não para de inovar, trazendo constantemente novos sabores, ingredientes e formatos para os consumidores. Entre as tendências mais notáveis, estão os sorvetes artesanais, que ganharam força nos últimos anos. Feitos com ingredientes frescos e naturais, sem conservantes ou corantes artificiais, os sorvetes artesanais são valorizados pelo sabor e pela textura diferenciada.
Outra tendência é o sorvete gourmet, que utiliza ingredientes de alta qualidade, como chocolates premium, frutas exóticas e especiarias raras. Esses sorvetes costumam ser vendidos em formatos diferenciados e com apresentações sofisticadas, atraindo um público que busca exclusividade.
O sorvete funcional, que promete benefícios para a saúde, também tem ganhado destaque. São opções com alto teor de proteínas, baixo teor de açúcar ou enriquecidas com probióticos, que conquistam consumidores preocupados com o bem-estar e a alimentação balanceada.