Desde o naufrágio do Titanic, em 1912, diversos itens relacionados ao navio foram recuperados. Sejam de sobreviventes da tragédia, sejam da própria embarcação, os pertences históricos foram arrematados por valores milionários. Encontrados no fundo do mar ou resgatados junto aos corpos das vítimas, eles são parte importante para entender a dimensão da tragédia — e até hoje viram objeto em leilões.
Principais Aprendizados
- O violino de Wallace Hartley é o item mais caro já leiloado do Titanic, vendido por R$ 6,7 milhões.
- O menu da última refeição do Titanic é um dos itens mais importantes para entender a vida a bordo.
- As chaves usadas para pegar lanternas dos barcos salva-vidas foram vendidas por R$ 124 mil.
- O querubim de bronze da Grande Escadaria foi encontrado sem o pé esquerdo, perdido no impacto do naufrágio.
- O Museu Marítimo do Atlântico possui uma coleção significativa de fragmentos de madeira e outros objetos do Titanic.
Violino de Wallace Hartley
O icônico violino de Wallace Hartley representa um símbolo do trágico naufrágio. Enquanto o Titanic afundava, o violinista e sua banda usaram o instrumento para tocar a melodia da música Nearer My God to Thee. Embora não seja mais possível tocar com ele, o violino sobreviveu e se tornou uma das relíquias mais valiosas do Titanic.
Menu da Última Refeição
O menu do último almoço servido aos passageiros da primeira classe do Titanic é uma relíquia histórica. O cardápio foi salvo pelo passageiro Abraham Lincoln Salomon (1868-1959), uma das poucas pessoas que subiram a bordo de um bote salva-vidas quase vazio apelidado de Money Boat, onde só tinham milionários. Assinado no verso a lápis por outro passageiro, o item mostra que havia mais de 40 opções de pratos diferentes para o almoço.
O menu oferece uma visão da opulência a bordo do navio, com uma grande variedade de pratos. Este item é um testemunho da vida luxuosa que os passageiros da primeira classe desfrutavam antes da tragédia.
O cardápio da última refeição servida a bordo do Titanic foi arrematado em leilão pelo valor de 88 mil dólares (R$ 421.484). Este valor reflete não apenas a raridade do item, mas também seu valor histórico inestimável.
Chaves usadas para pegar lanternas
As chaves usadas para pegar lanternas a bordo do Titanic são artefatos fascinantes que oferecem um vislumbre das operações diárias no navio. Essas chaves eram essenciais para acessar as lanternas, que eram vitais para a segurança e navegação, especialmente em situações de emergência.
Ultima carta de Alexander encontrada no Titanic
Alexander Oskar Holverson, um passageiro da primeira classe, compôs uma carta histórica no dia anterior ao trágico naufrágio do Titanic. Destinada a sua mãe, Holverson escreveu com esperança: “Se tudo correr bem, chegaremos a Nova York na quarta-feira.”
Esta correspondência, que se estende por três páginas em papel timbrado da White Star Line — a companhia que operava o navio —, é reconhecida como a última carta conhecida escrita a bordo. Após o desastre, a carta foi encontrada dentro de um caderno no bolso de Holverson, cujo corpo foi recuperado do mar dias após o naufrágio. Seus objetos pessoais foram posteriormente enviados para seu irmão nos Estados Unidos. Em 2017, este documento, ainda com marcas de água, foi leiloado e alcançou o valor de R$ 780 mil (aproximadamente 126 mil libras).
Colete salva-vidas resgatado do Titanic
Entre os raros artefatos resgatados do desastre do Titanic está um colete salva-vidas preservado pelo Dr. Frank Blackmarr, um médico americano que viajava no RMS Carpathia. Este navio foi crucial no socorro aos 705 sobreviventes, chegando ao local do naufrágio aproximadamente duas horas após o incidente e encontrando muitos dos resgatados em estado de choque ou sofrendo de hipotermia.
Querubim de Bronze da grande escadaria
A famosa Grande Escadaria da primeira classe do Titanic era talhada à mão em madeira e tinha diversos vitrais e esculturas. Uma destas peças era um querubim dourado segurando uma luminária que, acredita-se, adornava o patamar superior.
Objetos do Museu Marítimo do Atlântico
O Museu Marítimo do Atlântico em Halifax, Nova Escócia, possui uma coleção impressionante de artefatos recuperados do Titanic. Entre os itens mais notáveis estão fragmentos de madeira e uma espreguiçadeira intacta retirada do mar pelos navios de busca canadenses que recuperaram os corpos das vítimas.
Esses objetos oferecem uma conexão tangível com a tragédia e ajudam a manter viva a memória do evento. Além dos fragmentos de madeira e da espreguiçadeira, o museu também possui outros objetos notáveis, como peças de vestuário e itens pessoais dos passageiros. Esses artefatos foram doados por sobreviventes e parentes das vítimas, proporcionando uma visão mais pessoal e íntima da tragédia.
Os fragmentos de madeira expostos no museu são peças que foram encontradas flutuando no local do naufrágio. Eles são um testemunho silencioso da força destrutiva do impacto e do subsequente afundamento do navio. Cada fragmento conta uma parte da história, desde a construção do Titanic até seu trágico fim.
Espreguiçadeira intacta
A espreguiçadeira intacta é um dos itens mais impressionantes da coleção. Recuperada do mar logo após o naufrágio, ela está em excelente estado de conservação. Este objeto oferece uma visão única do luxo e do conforto que eram oferecidos aos passageiros da primeira classe.
Fragmento do casco do Titanic
O fragmento mais extenso do casco do Titanic, uma seção de 4,5 metros de comprimento e 15 toneladas, foi descoberto durante uma expedição em 1994. Esta peça, parte da estrutura do convés da primeira classe, foi resgatada das profundezas do oceano em 1998, após uma tentativa fracassada em 1996 devido à ruptura do cabo de içamento. Recoberto de musgo e com sinais evidentes de corrosão, o fragmento foi submetido a tratamentos para minimizar a oxidação.
Placa de latão dos barcos salva-vidas
Em um leilão nos anos 2000, uma placa de latão de um dos barcos salva-vidas do Titanic foi arrematada por R$ 172 mil (28 mil libras). Esses botes, que portavam o nome do navio em um dos lados da proa, foram vitais para a sobrevivência dos 705 resgatados, que permaneceram nos botes até o socorro pelo RMS Carpathia.
Planta original do Titanic
Uma representação monumental da planta original do Titanic, medindo 10 metros de comprimento, foi leiloada recentemente por R$ 1,3 milhão (220 mil libras). Embora não fosse parte do naufrágio, esta planta foi crucial para o inquérito realizado pela White Star Line, que buscou esclarecer as causas do trágico acidente.
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Controvérsias sobre a recuperação de artefatos
A recuperação de artefatos do Titanic desde que ele foi descoberto no fundo do oceano, em 1985, gerou um intenso debate entre conservacionistas e exploradores. Alguns defendem que os artefatos devem ser recuperados e conservados, enquanto outros argumentam que o local do naufrágio deveria ser deixado inalterado como um grande túmulo. Ambos os grupos concordam que o próprio naufrágio não deveria ser recuperado.
A Titanic Ventures, predecessora da RMS Titanic Inc., concordou com a IFREMER que não venderia nenhum dos artefatos, mas os colocaria em exposição pública, pela qual poderia cobrar uma taxa de entrada. No entanto, a RMS Titanic Inc. não aderiu completamente à política “não-toque” e, em algumas ocasiões, demoliu partes do naufrágio durante a recuperação de itens específicos.
A recuperação de artefatos tem um impacto significativo no local do naufrágio. A tentativa de levantar grandes fragmentos do Titanic foi fortemente criticada por arqueologistas marinhos, cientistas e historiadores como sendo um golpe de publicidade para ganhar dinheiro. Mesmo assim, algumas dessas tentativas foram bem-sucedidas e os artefatos foram conservados e expostos ao público
Mais artefatos específicos encontrados:
Perfumes de Adolphe Saalfeld: Foram encontrados 62 frascos de perfume pertencentes a Adolphe Saalfeld, um perfumista que sobreviveu ao desastre. Estes frascos, recuperados em uma bolsa de couro, oferecem uma fragrância única que dá uma visão sensorial da época Edwardiana.
Relógio do homem mais rico do Titanic (John Jacob Astor IV): O relógio de ouro do passageiro John Jacob Astor IV, conhecido como o homem mais rico a bordo do Titanic, foi vendido por um recorde de R$ 7 milhões em leilão. Astor, um magnata e investidor americano, era figura central entre a elite da época. Seu relógio de ouro, além de valioso materialmente, carrega grande valor histórico, simbolizando o luxo e a tragédia da viagem.
Bracelete com o Nome “Amy”: Um bracelete de ouro rose de 15 quilates com sobreposição de prata e o nome “Amy” incrustado com diamantes também foi descoberto. A propriedade deste item luxuoso permanece um mistério, já que a dona, Amy, não foi definitivamente identificada.
Partitura Musical: Foram recuperadas partituras musicais, incluindo a música “Put Your Arms Around Me, Honey”, que pertencia a Howard Irwin. Irwin não estava a bordo durante o naufrágio, mas suas posses, incluindo a partitura, estavam.
O relógio do funcionário: Esse relógio foi encontrado junto ao corpo do funcionário após o naufrágio do Titanic é um dos objetos mais significativos recuperados dos destroços. Este relógio parou às 2:28 AM, o que se acredita ser o momento em que o navio afundou após a colisão com um iceberg, ele é frequentemente citado em exposições e documentários como uma peça chave que marca o tempo final do Titanic.
Dúvidas sobre os artefatos do Titanic
A recuperação de artefatos do Titanic envolve tecnologias avançadas de exploração submarina. Utilizam-se veículos operados remotamente (ROVs) e submersíveis tripulados para acessar os destroços a grandes profundidades. Esses equipamentos são equipados com câmeras e ferramentas que permitem a coleta cuidadosa de itens sem causar danos significativos aos artefatos ou ao sítio do naufrágio.
Os artefatos recuperados passam por um rigoroso processo de autenticação que inclui análises históricas, comparação com registros de manifestos do navio e, em alguns casos, testes científicos para verificar a idade e a composição dos materiais. Especialistas em história marítima e arqueologia submarina frequentemente colaboram para garantir a autenticidade dos itens.
Os artefatos do Titanic são leiloados por várias razões, incluindo o financiamento de futuras expedições de recuperação e conservação de artefatos. No entanto, esses leilões são frequentemente objeto de controvérsia, pois muitos consideram que os itens deveriam ser preservados em museus ou locais de memória pública, em vez de serem vendidos a colecionadores privados.
As principais controvérsias incluem questões éticas sobre a perturbação de um sítio de naufrágio, que é também um local de descanso para muitas das vítimas. Além disso, debates sobre a comercialização de artefatos e a preservação adequada do patrimônio cultural também são frequentes. Grupos de conservação marinha e familiares das vítimas frequentemente expressam preocupações sobre as recuperações.
Retirando curiosidades sobre os artefatos recuperados
Os artefatos do Titanic oferecem insights valiosos sobre a vida a bordo e as circunstâncias do naufrágio. Por exemplo, itens pessoais e partes do navio ajudam a reconstruir os eventos daquela noite fatídica, enquanto objetos como o menu da última refeição revelam aspectos da vida cotidiana e das disparidades sociais a bordo.
Muitos outros artefatos significativos foram recuperados, incluindo objetos pessoais como cartas, roupas e itens decorativos, que ajudam a contar as histórias pessoais dos passageiros e tripulação. Cada artefato tem sua própria história que contribui para um entendimento mais completo da experiência a bordo do Titanic.
Museus e instituições utilizam técnicas de conservação especializadas para preservar os artefatos recuperados. Isso inclui controle rigoroso de temperatura e umidade, além do uso de materiais e técnicas que minimizam a degradação ao longo do tempo. Além disso, muitos programas educacionais e exposições são desenvolvidos para compartilhar o conhecimento desses itens com o público, garantindo que as histórias do Titanic continuem sendo contadas.
Conclusão
Desde o trágico naufrágio do Titanic em 1912, a recuperação de relíquias do navio tem proporcionado uma janela única para o passado, permitindo-nos entender melhor a magnitude do desastre e a vida a bordo. Itens como o violino de Wallace Hartley, as chaves dos tripulantes e o querubim de bronze da Grande Escadaria não são apenas objetos de valor monetário, mas também peças fundamentais para preservar a memória histórica do Titanic. Através de leilões e exposições em museus, esses artefatos continuam a fascinar e educar o público, mantendo viva a história do Titanic para as futuras gerações.