Paraná investe em 340 km de rodovias de concreto para transformar a logística do estado

As rodovias de concreto estão transformando a logística viária do Paraná, trazendo uma nova era de durabilidade e eficiência para o estado. Com o dobro da vida útil em comparação com estradas de asfalto e um custo de manutenção significativamente menor ao longo do tempo, essa aposta do governo estadual vem garantindo segurança, economia e melhorias operacionais para quem trafega pelas rodovias paranaenses.

O governo do Paraná tem se destacado na escolha pelo pavimento rígido para as principais rodovias que compõem os eixos estruturantes da malha viária do estado. Ao todo, são 13 trechos, totalizando aproximadamente 340 quilômetros, entre projetos já concluídos, em andamento ou ainda planejados. Inspirados nas estradas americanas e alemãs, conhecidas pela eficiência e durabilidade, esses projetos têm como principal objetivo proporcionar uma infraestrutura viária de alto desempenho, capaz de suportar o tráfego pesado e garantir a longevidade das vias.

A durabilidade do pavimento de concreto é uma das maiores vantagens em relação ao asfalto. Enquanto as estradas de asfalto apresentam uma vida útil média de 10 anos, as rodovias de concreto podem durar pelo menos 20 anos, sem a necessidade de manutenções frequentes. As estradas de asfalto estão sujeitas a deformações e buracos com o passar do tempo, especialmente em trechos de tráfego pesado, o que requer constantes reparos. Já nas rodovias de concreto, essas deformações são muito menos frequentes, o que reduz significativamente os custos de manutenção.

A diretora técnica do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), Janice Kazmierczak Soares, destaca que as manutenções em pavimentos rígidos são menos recorrentes e mais simples. “As manutenções no pavimento rígido acontecem muito mais tarde do que no asfalto e são pontuais e simples. Por demandar muito menos reparos, não é nem necessário ter um contrato de manutenção constante”, explica.

Apesar de o custo inicial da pavimentação de concreto ser superior ao do asfalto, os benefícios econômicos são visíveis a longo prazo. Segundo Soares, em apenas cinco a dez anos, o pavimento rígido se torna mais vantajoso do que o asfalto. Esse cenário reforça a aposta do governo em projetos de infraestrutura de longa duração.

Além da economia, o pavimento rígido também oferece vantagens operacionais e de segurança para os usuários das rodovias. Devido à sua maior durabilidade, há menos necessidade de interdições para reparos, o que resulta em um tráfego mais fluido e menos tempo de espera para os motoristas. As rodovias de concreto também são menos propensas a deformações, proporcionando uma condução mais confortável e eficiente. Isso impacta diretamente no consumo de combustível dos veículos, que tende a ser menor em pavimentos de concreto, especialmente em trechos de longa distância.

Outro ponto positivo do pavimento rígido é a sua resistência ao calor. Por ser um material mais claro que o asfalto, as rodovias de concreto não esquentam tanto em dias de sol intenso, o que melhora o conforto térmico para os motoristas e passageiros. Nos dias de chuva, a textura do concreto contribui para a aderência dos pneus, reduzindo o risco de aquaplanagem. À noite, o contraste da pista clara também facilita a visibilidade de objetos na estrada, aumentando a segurança para os condutores.

Uma das inovações utilizadas nas obras de pavimentação de concreto no Paraná é a técnica chamada whitetopping, que consiste na aplicação de uma camada de concreto sobre uma base já existente de asfalto. Essa abordagem torna a obra mais rápida e barata, sem comprometer a durabilidade e a eficiência da rodovia.

A PRC-280, no trecho entre General Carneiro e Palmas, foi a primeira estrada do estado a ser concluída com essa técnica, em março de 2023. O asfalto antigo passou por intervenções e foi preparado para receber a nova camada de concreto, com espessura variando entre 22 e 28 centímetros ao longo do trecho. Segundo Paulo Roberto Melani, engenheiro do DER/PR, a obra foi concluída em um ano, um prazo que seria difícil de alcançar em pavimentação asfáltica.

Para comprovar a qualidade das rodovias de concreto, o DER-PR realizou um teste inovador de avaliação da resistência do pavimento rígido na PRC-280, entre Clevelândia e Palmas. Em parceria com a Votorantim e a empresa de engenharia Roadrunner, foi utilizado o Traffic Speed Deflectometer Device (TSDd), uma tecnologia que mede a deformação do pavimento quando submetido a cargas pesadas. O teste, que normalmente levaria até 45 dias, foi realizado em apenas três horas, cobrindo 60 quilômetros de rodovia e confirmando a alta resistência do pavimento.

O uso de rodovias de concreto não é uma novidade no cenário internacional. Estradas de concreto são comuns nos Estados Unidos e na Alemanha há mais de 100 anos. No Brasil, no entanto, o asfalto dominou a pavimentação devido à fundação de Brasília e à produção de asfalto pela Petrobras. No entanto, com o avanço tecnológico, a maior disponibilidade de concreto e a difusão das fábricas desse material, o pavimento rígido voltou a ganhar espaço nos projetos de infraestrutura rodoviária.

De acordo com Dejalma Fresson Júnior, coordenador regional da Associação Brasileira de Concreto Portland (ABCP), a composição do concreto usado em rodovias é diferente do concreto utilizado em outras obras. Ele possui uma resistência específica para suportar o tráfego pesado de caminhões e ônibus, sendo especialmente eficaz em regiões com grande movimentação de cargas, como o Paraná.

O governo do Paraná já entregou, está executando ou tem planejadas diversas obras de pavimentação em concreto por todo o estado. Entre os principais projetos estão:

  • Três trechos da PRC-280 (General Carneiro a Pato Branco)
  • Revitalização da ligação entre Goioerê e Quarto Centenário
  • Duplicação do Contorno Oeste de Cascavel
  • Duplicação da ligação entre Guarapuava e Turvo
  • Duplicação da ligação entre Matinhos e Pontal do Paraná
  • Pavimentação da ligação entre Mandirituba e São José dos Pinhais
  • Revitalização da PR-151, entre Ponta Grossa e Palmeira
  • Novo Corredor Metropolitano em Curitiba

Esses projetos são parte do esforço do governo paranaense para garantir uma infraestrutura viária de alta qualidade, que favoreça o crescimento econômico e o desenvolvimento regional.

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