O vazamento de ácido sulfônico na Serra Dona Francisca, em Joinville, na última segunda-feira (29), acende um alerta sobre os riscos que esse produto pode causar tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana. O ácido é altamente corrosivo, com capacidade, inclusive, de corroer metais.
Utilizado na fabricação de produtos como detergentes líquidos, desengordurantes e limpa alumínio, esse tipo de ácido tem uma toxidez muito aguda. O contato com o produto pode provocar queimaduras graves na pele, causar irritação nas vias respiratórias, queimaduras na boca, garganta e estômago e provocar lesões oculares graves.
Em caso de contato com a substância, a orientação é procurar atendimento médico. Os primeiros socorros incluem a remoção da pessoa para um local ventilado; se o produto tiver entrado em contato com a pele, a área deve ser lavada com água abundante e sabão neutro. Caso tenha afetado os olhos, é preciso lavar com água abundante.
Danos ambientais
Além dos riscos à população, o ácido sulfônico é solúvel em água, o que pode resultar em danos ambientais sérios, ressalta o professor de Química do Colégio Marista São Luís, Edilberto Fleischmann. “Isso significa que o ácido acidifica microbacias hidrográficas e afluentes em curto prazo, com efeitos adversos para plantas e organismos vivos”, explica
O ácido sulfônico, de acordo com Fleischmann, é um tensoativo utilizado na preparação de substâncias que não se misturam, possuindo funções como: detergentes, emulsificantes, dispersantes e agentes solubilizantes. Ou seja, é diluível tanto por óleos e gorduras quanto pela água.
Compreender a natureza dessas substâncias é fundamental, especialmente ao transportar produtos químicos perigosos em estradas próximas a mananciais de água. “Este episódio serve como um alerta para a necessidade contínua de vigilância e aprimoramento dos padrões de segurança no transporte e manuseio de substâncias químicas perigosas, visando evitar impactos ambientais e proteger a saúde pública”, ressalta o professor.
O vazamento ocorreu após um caminhão carregado com a substância tombar no km 16 da SC-418, atingindo o Rio Seco, afluente do Rio Cubatão. Houve interrupção no abastecimento de água durante cerca de 24 horas.