Escavações no Egito revelam estátua inusitada e misteriosa com milhares de anos

Em meio às areias que carregam milênios de histórias esquecidas, uma estátua inusitada foi desenterrada, colocando a cidade de Berenike no centro do palco das intrigantes relações comerciais entre o Egito e a Índia na era romana.

A imagem imponente de Buda, esculpida em mármore e medindo 71 centímetros, não é apenas uma representação artística. Ela serve como testemunha silenciosa de uma era onde o intercâmbio cultural e comercial fluía através de vastos impérios. O halo ao redor da cabeça de Buda, marcado pelos raios do sol, e a flor de lótus ao seu lado, ressaltam sua natureza iluminada e a profunda influência da cultura indiana.

A rota de Berenike

Fundada no século 3 a.C., Berenike emergiu como um dos maiores portos sob domínio romano no Egito. E não foi por acaso. Sua localização estratégica a transformou em um ponto crucial na rota comercial que conectava o Império Romano a partes distantes do mundo antigo, incluindo a misteriosa Índia. Marfim, tecidos e metais semipreciosos eram apenas alguns dos tesouros que passavam por suas docas.

Mais do que um mero local de trânsito de mercadorias, Berenike representava o epicentro de uma “economia global” da era romana. Navios vindos da Índia ancoravam, descarregando mercadorias como pimenta, têxteis e pedras preciosas, que logo iniciavam sua jornada pelo deserto em direção ao Nilo. E de lá, para o vasto Império Romano, por meio do porto de Alexandria.

Afinal, por que essa estátua é inusitada e misteriosa?

A estátua de Buda não estava sozinha. Moedas do século 2 d.C. do reino indiano de Satavahana e uma inscrição em sânscrito do reinado de Marco Júlio Filipe revelam a amplitude e profundidade das relações entre essas civilizações antigas. Estas descobertas, todas feitas pela mesma equipe arqueológica que trabalha no local desde 1994, são testemunhos de uma era de interação e influência mútua entre dois impérios colossais do antigo Egito e da Índia.

A descoberta de Berenike não é apenas sobre uma estátua, mas sobre a capacidade das civilizações de se conectarem através de barreiras geográficas, culturais e temporais. Em uma época em que o mundo parece mais dividido do que nunca, as lições de Berenike são um lembrete poderoso do potencial humano para colaboração e entendimento mútuo.

Cestas de frutas e túmulos gregos são descobertos em cidade submersa do Egito

Uma cesta de fruta de 2 mil anos encontrada em Thonis-Heracleion – Divulgação/Fundação Hilti – Christoph Gerigk/Franck Goddio

Pesquisadores descobriram fascinantes achados arqueológicos na cidade submersa de Thônis-Heracleion, localizada na baía de Abū Qīr, no Egito. Entre as descobertas estão cestas de vime datadas do século IV a.C., ainda contendo nozes de doum e sementes de uva.

O arqueólogo marinho Franck Goddio relata que os achados estão intactos. “Cestas de frutas foram uma visão surpreendente”, diz ele. O Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM), em colaboração com o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, liderou a escavação. A equipe tem estudado Thônis-Heracleion desde sua redescoberta em 2001.

Os pesquisadores especulam que as cestas, encontradas em um quarto subterrâneo, podem ser oferendas funerárias. Nas proximidades, eles descobriram um grande monte funerário e uma coleção impressionante de bens funerários gregos. “Encontramos evidências de material queimado por toda parte”, compartilha Goddio. Ele acrescenta que cerimônias espetaculares devem ter ocorrido lá, já que nenhum objeto posterior ao início do século IV a.C. foi encontrado.

Ao lado do túmulo, foram encontrados potes antigos, artefatos de bronze e figurinhas representando Osíris, o deus egípcio. Centenas de depósitos de cerâmica também foram descobertos, empilhados uns sobre os outros. Essas cerâmicas apresentavam figuras vermelhas em preto importadas.

Thônis-Heracleion teve origem no século VIII a.C. Antes do estabelecimento de Alexandria por volta de 331 a.C., servia como principal porto de entrada para o Egito para navios provenientes do mundo grego.

Em seu auge, entre os séculos VI e IV a.C., Thônis-Heracleion era um centro comercial movimentado. A cidade contava com edifícios em torno de um templo central, com canais conectando diferentes partes da cidade. Casas e estruturas religiosas ficavam em ilhas próximas ao coração de Thônis-Heracleion.

No entanto, no século VIII d.C., a cidade afundou no Mar Mediterrâneo. Alguns historiadores apontam o aumento do nível do mar e o sedimento instável como causas, enquanto outros sugerem terremotos e ondas gigantes como responsáveis por sua queda.

Especialistas costumavam pensar que Heracleion, mencionada pelo historiador grego Heródoto, era uma cidade separada de Thônis. No entanto, uma tabuleta descoberta em 2001 confirmou que Heracleion é o nome grego de Thônis.

As escavações em Thônis-Heracleion são árduas devido às camadas de sedimento protetor. Descobertas anteriores incluem mais de 700 âncoras antigas, moedas de ouro e pesos, além de pequenos sarcófagos de calcário contendo restos mumificados de animais. Recentemente, um navio militar bem preservado do século II a.C. foi desenterrado.

Goddio estima que apenas 3% da cidade submersa foi estudada desde sua redescoberta há duas décadas. Os pesquisadores estão esperançosos de que mais artefatos aguardam descoberta neste tesouro subaquático.

Análise da descoberta extraordinária

Este artigo apresenta uma descoberta arqueológica fascinante na cidade submersa de Thônis-Heracleion, no Egito. As descobertas incluem cestas de vime datadas do século IV a.C., ainda contendo nozes de doum e sementes de uva, bem como um grande monte funerário com bens funerários gregos.

Os achados são notáveis por várias razões. Em primeiro lugar, as cestas de frutas são um raro exemplo de comida preservada do antigo Egito. Em segundo lugar, o monte funerário é um sinal da importância de Thônis-Heracleion como um centro comercial e religioso. Em terceiro lugar, as cerâmicas gregas importadas indicam as fortes ligações da cidade com o mundo grego.

As descobertas fornecem novas informações sobre a história e a cultura de Thônis-Heracleion. Elas também sugerem que a cidade pode conter muitos outros tesouros ainda a serem descobertos.

O título do artigo é chamativo porque destaca as descobertas mais impressionantes: cestas de frutas e um monte funerário. O texto do artigo é informativo e bem escrito, e fornece uma visão geral concisa das descobertas.

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