Chapéuzinho Vermelho: história real aterrorizante

O conto de fadas de “Chapeuzinho Vermelho” tem encantado e aterrorizado leitores de todas as idades por séculos. Suas versões evoluíram ao longo do tempo, refletindo diferentes interpretações culturais e morais. A história, que começou como uma narrativa simples sobre uma menina e um lobo astuto, passou por várias reinterpretações, desde a adaptação mais leve e amigável da Disney até as versões mais sombrias e perturbadoras dos Irmãos Grimm e de Charles Perrault.

A versão Disney

A versão Disney de “Chapeuzinho Vermelho” é a mais conhecida e a mais suave das três interpretações. Lançado em 1922 como um curta-metragem animado, o conto ganhou popularidade ao longo dos anos, especialmente com a adaptação de 1937. Nesta versão, o lobo é retratado como um vilão astuto que se disfarça de avó para enganar a jovem protagonista. A história segue um enredo mais leve e voltado para crianças, com a moral focando na obediência e na cautela.

Na versão Disney, o lobo chega primeiro à casa da avó de Chapeuzinho Vermelho, devorando a idosa antes que a menina chegue. Disfarçado como a avó, o lobo tenta enganar Chapeuzinho Vermelho, mas seu disfarce é descoberto de forma dramática e cômica. O caçador, um herói típico dos contos de fadas, entra em cena e salva tanto a avó quanto Chapeuzinho. A moral da história enfatiza a importância da vigilância e da obediência às instruções dos pais. A narrativa é menos violenta e mais voltada para o entretenimento infantil, mantendo uma abordagem otimista e pedagógica.

A versão dos Irmãos Grimm

Os Irmãos Grimm ofereceram uma versão mais sombria e complexa de “Chapeuzinho Vermelho” em sua coletânea de contos de fadas. Publicada pela primeira vez em 1812, esta versão traz um tom mais sinistro e detalha um enredo mais intricado. A história dos Grimm mantém muitos elementos da versão tradicional, mas com adições que aprofundam a sensação de perigo e a astúcia do lobo.

Na versão dos Irmãos Grimm, o lobo chega à casa da avó antes de Chapeuzinho Vermelho e a devora. Disfarçado de avó, ele tenta enganar a menina com um visual mais assustador. O clímax ocorre quando o lobo revela sua verdadeira identidade e está prestes a devorar Chapeuzinho Vermelho. Nesse momento, um caçador aparece e salva a situação, matando o lobo e resgatando a avó e a menina. Embora a narrativa mantenha o elemento de um final feliz com a intervenção do caçador, o tom é mais sombrio e a violência implícita é mais pronunciada do que na adaptação Disney.

LEIA MAIS: O conto de Cinderela: Doce sonho ou pesadelo sombrio?

A versão original de Perrault

Charles Perrault, um dos pioneiros dos contos de fadas, apresentou uma versão significativamente mais sombria de “Chapeuzinho Vermelho” em sua coletânea de 1697. Esta versão não só é mais violenta, mas também carrega uma moralidade perturbadora que se desvia drasticamente das adaptações mais modernas.

Na versão de Perrault, o lobo não devora a avó, mas a mata e a substitui na cama. Quando Chapeuzinho Vermelho chega à casa da avó, o lobo, disfarçado, oferece carne e vinho à menina, que na verdade são partes da avó e seu sangue. Chapeuzinho, ignorante da verdadeira natureza da comida, come e bebe, e depois se deita nua na cama com o lobo. O conto termina com o lobo devorando a menina, oferecendo uma moral sombria sobre a vulnerabilidade e a necessidade de cautela. Esta versão é notoriamente mais gráfica e chocante, refletindo uma abordagem mais direta da moralidade e das consequências das ações.

Cada versão de “Chapeuzinho Vermelho” oferece uma perspectiva única e reflete as normas e valores das épocas em que foram criadas. A versão Disney é conhecida por sua leveza e otimismo, oferecendo uma visão idealizada da justiça e da bondade triunfando sobre o mal. Os Irmãos Grimm adicionaram um elemento de suspense e um toque sombrio, mostrando a capacidade dos contos de fadas para explorar medos e tensões mais complexos. Por outro lado, a versão de Perrault, com seu final brutal e moralidade perturbadora, ilustra a dura realidade das narrativas originais, que muitas vezes tinham como objetivo ensinar lições severas e práticas.

Conclusão

O conto de “Chapeuzinho Vermelho” é um exemplo fascinante de como uma história pode evoluir e se transformar ao longo do tempo. Desde a versão otimista da Disney até os contos mais sombrios dos Irmãos Grimm e a versão perturbadora de Perrault, cada adaptação oferece uma visão única sobre temas universais como a inocência, a astúcia e a moralidade.

O conto de Cinderela: Doce sonho ou pesadelo sombrio?

O conto de Cinderela é um dos mais amados e conhecidos em todo o mundo, especialmente pela versão popularizada pela Disney. Entretanto, poucas pessoas conhecem a origem sombria e brutal do conto dos irmãos Grimm, que difere bastante da doce história de superação e amor que cativa as crianças. Vamos ver as duas versões, destacando suas diferenças e refletindo sobre o impacto cultural e as mensagens transmitidas por cada uma.

A versão Disney

A versão da Disney de Cinderela, lançada em 1950, tornou-se um ícone cultural. Nesta adaptação, Cinderela é uma jovem gentil e resiliente que, com a ajuda de sua Fada Madrinha, transforma sua vida de sofrimento em um conto de fadas. Após perder o sapatinho de cristal no baile, o príncipe encantado inicia uma busca para encontrar a dona do sapato.

Todas as mulheres solteiras da região experimentam o calçado, mas ele não serve em ninguém, nem mesmo nas irmãs malvadas de Cinderela, que fazem de tudo para conquistar o príncipe. No final, o sapato se encaixa perfeitamente nos pés de Cinderela, e ela se torna a escolhida, casando-se com o príncipe e vivendo feliz para sempre.

LEIA MAIS: 5 clássicos da Disney que não tinham final feliz

A versão original

A versão original de Cinderela, escrita pelos irmãos Grimm, é muito mais sombria e cheia de violência. Nessa narrativa, as irmãs malvadas recorrem a atos extremos para tentar encaixar seus pés no sapatinho de cristal. Uma delas corta os dedos do pé, enquanto a outra corta o próprio calcanhar. O príncipe, alertado pelo sangue no sapatinho, rejeita ambas.

Quando tentam comparecer ao casamento de Cinderela e o príncipe, os olhos das irmãs são furados por pássaros. Além disso, não há uma Fada Madrinha na história original. Em vez disso, Cinderela conta com a ajuda de uma árvore mágica plantada sobre o túmulo de sua mãe. Em uma reviravolta final ainda mais macabra, Cinderela quebra o pescoço da Madrasta Má com a tampa de um baú, vingando-se da vilã.

Comparando as duas versões

A transformação da história original para a versão Disney reflete mudanças significativas na narrativa e nas mensagens transmitidas. Enquanto a versão Disney enfatiza a bondade, a perseverança e o poder da magia e do destino, a versão original dos irmãos Grimm apresenta uma visão mais realista e violenta da luta de Cinderela. Na versão Grimm, a justiça é alcançada através de atos brutais, mostrando um lado sombrio dos contos de fadas que foi suavizado na adaptação da Disney.

A versão Disney de Cinderela tem um impacto cultural profundo, moldando a percepção de gerações sobre o que constitui um conto de fadas. A história tornou-se um símbolo de esperança, amor e transformação. Por outro lado, a versão dos irmãos Grimm, embora menos conhecida, destaca a brutalidade e a vingança, oferecendo uma reflexão sobre as complexidades da natureza humana e das relações familiares.

Conclusão

As duas versões de Cinderela apresentam narrativas drasticamente diferentes que refletem suas respectivas épocas e culturas. A versão Disney continua a inspirar e encantar com sua mensagem de esperança e magia, enquanto a versão original dos irmãos Grimm nos lembra da sombriedade e da realidade crua que muitas vezes permeavam os contos de fadas antigos. Ambas as histórias, no entanto, continuam a ser importantes, oferecendo diferentes perspectivas sobre um clássico atemporal.

Jornal da Fronteira junto com Você!

Whatsapp JF +55 49 9809-2923 – Canal direto com nossa redação!

Comunidade no Whatsapp: ENTRE

Canal no Whatsapp: ACOMPANHE

Siga no Google News: SEGUIR

Sair da versão mobile