Santa Catarina vai reativar Escola de Conselhos

Santa Catarina vai reativar a Escola de Conselhos, órgão responsável pela formação de conselheiros tutelares e profissionais que integram o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes no estado.  A reativação será feita por meio da Universidade Federal de Santa Catarina e contará também com recursos do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca).

 A escola tem o intuito de assegurar uma formação teórica, pedagógica e prática, pautada na proteção integral, além consolidar uma área de pesquisa e produção de dados que vai fornecer, por exemplo, diagnósticos na área da infância que serão usados para o aprimoramento das políticas públicas.

Segundo a secretária da SAS, Maria Helena Zimmermann, essa iniciativa vem para somar com todas as ações já desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família, e deve beneficiar principalmente os pequenos municípios.

“Hoje a maioria das cidades do estado é de pequeno porte e nesses locais é mais difícil o acesso a formação de qualidade e de forma frequente, então a Escola de Conselhos terá um papel muito importante”, comenta.

A professora Andréia destaca que esse é um momento histórico para o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente no estado. “Temos 295 municípios e uma capacidade técnica muito importante, mas precisamos dessa formação qualificada. Quanto mais a gente continuar com as formações, conseguimos fortalecer e consolidar a política de atendimento da criança e do adolescente”.

Além dos conselheiros tutelares, a formação vai contemplar também outros entes do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes que é composto de um conjunto de organizações governamentais e da sociedade civil como profissionais da educação, saúde, segurança pública entre outros.

A reativação deve ocorrer já nos próximos meses e a previsão é que o primeiro curso seja oferecido no primeiro semestre deste ano.  A primeira etapa vai contemplar 92 municípios, com mais de 700 alunos divididos em 15 turmas. A carga horária da capacitação será de 70 horas

Ministério da saúde planeja vacinação contra a dengue para crianças e adolescentes

Em uma reunião recente da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), o Ministério da Saúde do Brasil aprovou uma estratégia de vacinação contra a dengue que está destinada a causar um impacto significativo na saúde pública. A previsão é disponibilizar a vacina primeiramente para crianças e adolescentes entre 6 a 16 anos, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, enquanto a estratégia recebeu luz verde na CTAI, ela ainda precisa da aprovação da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) para definir áreas de distribuição e o público-alvo exato.

A Estratégia e as Recomendações da OMS

De acordo com a recomendação do grupo de assessoramento da OMS, a aplicação da vacina contra a dengue é restrita a crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, especificamente um a dois anos antes do contato endêmico com a doença. Isso significa que crianças de 4 e 5 anos não são incluídas como prioritárias na vacinação. A decisão de seguir as recomendações da OMS é apoiada por Eder Gatti, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, destacando que a discussão reforçou essa diretriz.

Embora os grupos mais vulneráveis aos casos graves e mortes por dengue sejam crianças pequenas e idosos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica que a vacina Qdenga é apropriada para indivíduos com mais de quatro anos e para adultos com até 60 anos, devido à falta de estudos sobre a eficácia e segurança da vacina em faixas etárias fora desse intervalo.

A Incorporação da Vacina no SUS e as Limitações Iniciais

Em dezembro, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue ao Sistema Único de Saúde (SUS), marcando um passo importante na luta contra a doença. A imunização está programada para começar em fevereiro de 2024, mas, inicialmente, não será distribuída em larga escala devido à disponibilidade limitada de doses.

O laboratório responsável pela fabricação da vacina prevê a entrega de 5.082 milhões de doses entre fevereiro e novembro de 2024, com um esquema vacinal composto por duas doses. No entanto, devido ao quantitativo limitado, o Ministério da Saúde só conseguirá vacinar cerca de 3 milhões de pessoas com as doses disponíveis neste ano.

Desafios na Definição do Público-Alvo

Com um suprimento restrito, a pasta de Saúde enfrenta o desafio de determinar qual segmento da população entre 6 a 16 anos receberá a vacina prioritariamente. Isso inclui considerar fatores como taxas de hospitalização e impacto da doença em diferentes grupos. A decisão final será tomada após a aprovação da estratégia pela CIT.

Demanda Pela Vacina e Discussões Anteriores

Desde que a vacina Qdenga foi aprovada pela Anvisa em março de 2023, o público tem questionado o governo sobre a demora na incorporação da vacina ao SUS. Atualmente, a vacinação só está disponível na rede privada, com preços variando entre R$ 300 e R$ 800 por dose. A vacina é recomendada para indivíduos que já tiveram dengue e também para aqueles que nunca foram infectados, exceto para gestantes, lactantes, pessoas com alergias aos componentes da vacina e aquelas com sistema imunológico comprometido.

A Necessidade Urgente de Combate à Dengue

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde divulgou um boletim alarmante, mostrando um aumento de 15,8% nos casos de dengue no Brasil em 2023 em comparação com o ano anterior. O número de ocorrências saltou de 1,3 milhão em 2022 para 1,6 milhão, destacando a urgente necessidade de medidas eficazes de prevenção e combate à doença.

A estratégia de vacinação contra a dengue, aprovada recentemente, representa um passo importante na luta contra essa doença tropical grave. No entanto, a definição do público-alvo e a distribuição das doses ainda estão aguardando a aprovação da Comissão Intergestores Tripartite. A incorporação da vacina no SUS é um avanço significativo, mas o desafio reside em equilibrar a demanda com a disponibilidade limitada de doses. Enquanto isso, o aumento alarmante nos casos de dengue no país enfatiza a necessidade urgente de ações eficazes para combater essa doença e proteger a saúde pública.

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