Produção industrial de Santa Catarina cresce 3,3% e supera média nacional

Santa Catarina continua a se destacar no cenário industrial brasileiro. Com um crescimento de 3,3% na produção industrial em agosto de 2024, comparado ao mesmo mês do ano passado, o estado segue consolidando sua posição como um dos principais polos produtivos do país.

Esse resultado supera a média nacional, que registrou uma alta de 2,2% no mesmo período, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta foi impulsionada por setores-chave da economia catarinense, como confecção de artigos do vestuário, fabricação de produtos de madeira e produção de máquinas e equipamentos.

Com um desempenho acumulado de 6,4% no ano, Santa Catarina é atualmente o segundo estado com maior crescimento industrial em 2024, atrás apenas do Ceará. A expansão do setor é um reflexo do mercado de trabalho aquecido e do aumento de investimentos públicos e privados no estado, o que estimula o consumo e impulsiona a produção. A perspectiva para os próximos meses é de continuidade desse crescimento, com empresários mais otimistas e dispostos a investir no desenvolvimento de suas operações.

O desempenho da indústria catarinense em agosto de 2024 foi influenciado por um conjunto de fatores que contribuíram para a recuperação e expansão do setor. A alta de 3,3% na comparação com agosto de 2023 reflete a resiliência do parque industrial do estado, que conseguiu superar desafios econômicos e se adaptar a um cenário de maior demanda.

Os setores que mais se destacaram no período foram:

  • Confecção de artigos do vestuário e acessórios: Crescimento de 14,9%, impulsionado pelo aumento nas exportações e na demanda interna, especialmente com a retomada de eventos e o aquecimento do mercado de moda.
  • Fabricação de produtos de madeira: Alta de 11,3%, devido à recuperação do setor de construção civil e ao aumento na produção de móveis e artigos decorativos.
  • Fabricação de máquinas e equipamentos: Crescimento de 7,2%, reflexo da maior demanda por maquinário industrial e agrícola, especialmente em um cenário de renovação de frota e modernização de processos produtivos.

Esses três setores foram fundamentais para o resultado positivo da indústria catarinense em agosto, compensando o desempenho negativo de segmentos como a fabricação de produtos alimentícios (-0,6%) e a fabricação de móveis (-1,7%).

O crescimento acumulado da produção industrial catarinense no ano é de 6,4%, mais do que o dobro da média nacional de 3%. Isso posiciona Santa Catarina como o segundo estado com maior expansão industrial em 2024, atrás apenas do Ceará, que registrou alta de 8,9%.

Santa Catarina superou estados com forte atividade industrial, como São Paulo (+4%), Rio de Janeiro (+3,5%) e Paraná (+3,2%), demonstrando a força e a competitividade do setor produtivo local. A diversificação da economia catarinense, com destaque para indústrias de alto valor agregado, como a de vestuário, tecnologia e maquinário, contribui para esse desempenho superior.

O crescimento da produção industrial em Santa Catarina tem gerado otimismo entre os empresários do setor. De acordo com a última pesquisa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o índice de confiança do industrial catarinense subiu de 49,6 pontos em agosto para 52,7 pontos em setembro, alcançando o maior patamar de 2024. O índice, que varia de 0 a 100, indica que os empresários estão mais confiantes em relação à economia e às perspectivas de crescimento dos negócios.

Outro dado relevante é a intenção de investimento na indústria, que também apresentou crescimento no período. O índice subiu de 60 para 62,1 pontos em agosto, um valor superior à média nacional de 57,8 pontos. Isso demonstra que os empresários estão mais dispostos a investir em suas operações, o que pode resultar em novos projetos, geração de empregos e maior competitividade para o setor industrial catarinense.

Segundo Silvio Dreveck, secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviço de Santa Catarina, a alta na produção industrial reflete um mercado de trabalho aquecido e a elevação de investimentos públicos e privados. “Nossa indústria está fabricando em maior volume e contratando mais. Esses investimentos estimulam o consumo e, consequentemente, a produção, criando um ciclo virtuoso para a economia local”, afirmou.

O aumento na produção industrial em Santa Catarina tem impactos diretos no mercado de trabalho. A maior atividade nas fábricas gera demanda por mão de obra, o que se traduz em mais contratações e redução dos índices de desemprego. Nos setores que mais cresceram, como confecção de vestuário e fabricação de produtos de madeira, a abertura de vagas tem sido constante, fortalecendo o mercado de trabalho formal no estado.

De acordo com dados da Fiesc, o número de empregos formais na indústria catarinense cresceu 4,1% no acumulado do ano, com destaque para a criação de postos de trabalho nos setores de vestuário, metalurgia e tecnologia. Esse crescimento reflete a confiança dos empresários e a necessidade de mão de obra qualificada para atender à expansão das atividades produtivas.

Além disso, o aumento na produção industrial estimula o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva, gerando oportunidades para fornecedores de matérias-primas, logística e serviços complementares. Isso amplia o impacto positivo do crescimento do setor na economia catarinense como um todo.

Apesar dos resultados positivos, a indústria catarinense ainda enfrenta desafios que precisam ser superados para garantir a continuidade do crescimento. Um dos principais entraves é o custo elevado de matérias-primas e insumos, que pressiona as margens de lucro das empresas. Além disso, a escassez de mão de obra qualificada em alguns segmentos e a necessidade de modernização tecnológica também são pontos que merecem atenção.

Para enfrentar esses desafios, o governo estadual e a Fiesc têm implementado programas de capacitação e qualificação profissional, além de incentivar a inovação e o desenvolvimento tecnológico nas indústrias locais. A expectativa é de que essas ações ajudem a preparar o setor para um crescimento sustentável e de longo prazo.

Em termos de perspectivas, a tendência é de que o crescimento industrial em Santa Catarina se mantenha nos próximos meses, especialmente com a chegada de novos investimentos e a ampliação de projetos já em andamento. O cenário de estabilidade econômica e o aumento da confiança dos empresários indicam que o estado seguirá como um dos principais polos produtivos do país.

Exportações de Santa Catarina alcançam US$ 1 bilhão em julho

Santa Catarina registrou um marco significativo em suas exportações em julho de 2024, alcançando US$ 1 bilhão, um aumento de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, o desempenho do estado no acumulado dos primeiros sete meses de 2024 apresenta um ligeiro declínio em comparação ao ano anterior, totalizando US$ 6,5 bilhões contra os US$ 6,8 bilhões de 2023.

Este cenário reflete tanto os desafios enfrentados pelos principais produtos agrícolas, como a soja, quanto o crescimento constante da indústria catarinense, que tem desempenhado um papel crucial na sustentação das exportações do estado.

Um dos fatores que afetou o desempenho das exportações de Santa Catarina foi a queda nos preços internacionais da soja, principal produto agrícola exportado pelo estado e o quarto mais importante na pauta exportadora catarinense. De acordo com o Observatório FIESC, o preço da soja atingiu seu menor valor em quase quatro anos, influenciado pela abundante oferta global, resultado de boas safras no Brasil e em outros países produtores.

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A diminuição dos preços da soja impactou diretamente a balança comercial de Santa Catarina, já que o produto representa uma parcela significativa das exportações do estado. Essa queda, no entanto, foi parcialmente compensada pelo desempenho positivo da indústria, que conseguiu manter o crescimento das exportações apesar dos desafios enfrentados no setor agrícola.

A indústria de Santa Catarina tem se destacado como um dos pilares das exportações do estado. Em julho de 2024, as exportações industriais aumentaram 4,8% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, refletindo a resiliência e a capacidade de adaptação das empresas catarinenses em um mercado global altamente competitivo.

Entre os setores industriais que se destacaram, o de alimentos e bebidas lidera as exportações com um montante de US$ 425 milhões. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelas exportações de carne suína, que aumentaram 31,5% em relação a julho de 2023. Embora a demanda chinesa tenha recuado ao longo do ano, Santa Catarina conseguiu diversificar seus mercados, ampliando as vendas para países como Japão, Filipinas e México.

Outro setor de destaque foi o de equipamentos elétricos, que ocupou a segunda posição nas exportações do estado com US$ 122,3 milhões. O aumento das vendas de motores para os Estados Unidos e Alemanha, além de um crescimento expressivo nas exportações para os Emirados Árabes Unidos, foram os principais fatores para esse desempenho.

O setor de madeira e móveis, embora tenha registrado uma ligeira queda de 2,5% em julho de 2024 em comparação ao ano anterior, continua sendo um dos mais importantes para a economia catarinense, com um total de US$ 118,3 milhões em exportações.

Enquanto as exportações de Santa Catarina cresceram modestamente, as importações registraram um aumento substancial. Em julho de 2024, o estado importou US$ 2,6 bilhões em mercadorias, um crescimento de 29,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as importações somam US$ 18,8 bilhões, um aumento de 16,3%.

Este crescimento nas importações está relacionado à recuperação da produção industrial no estado, favorecida pelas melhores condições de crédito no país e pelo aumento do consumo das famílias. Insumos como cobre refinado e polímeros, essenciais para a indústria de equipamentos elétricos, metalúrgica, e de borracha e plástico, registraram aumentos significativos em suas importações.

O cobre refinado, por exemplo, teve um crescimento de 50,2% em julho, enquanto as importações de polietilenos e polipropileno cresceram 37,8% e 73%, respectivamente, em comparação ao mesmo mês do ano passado.

A cadeia produtiva do setor automotivo também teve um desempenho notável, com Santa Catarina importando US$ 423,1 milhões em carros híbridos e elétricos no acumulado do ano. Esse valor é 5,4 vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, destacando o rápido crescimento desse segmento no estado.

Os Estados Unidos e a China continuam a ser os principais parceiros comerciais de Santa Catarina, tanto nas exportações quanto nas importações. No entanto, ambos os países registraram uma redução nas compras de produtos catarinenses em julho de 2024. As exportações para os EUA caíram 22,8%, enquanto as vendas para a China recuaram 23,4%. Essa queda foi atribuída principalmente à diminuição das exportações de produtos de madeira para os Estados Unidos e à redução nas vendas de soja e carne suína para a China.

Por outro lado, no lado das importações, a China manteve sua posição como principal fornecedora de produtos para Santa Catarina, com vendas totalizando US$ 1,2 bilhão em julho. O Chile e os Estados Unidos também se destacaram como importantes parceiros comerciais, com importações de US$ 182,2 milhões e US$ 181,9 milhões, respectivamente.

Apesar dos desafios enfrentados em 2024, as perspectivas para o comércio exterior de Santa Catarina permanecem positivas. O crescimento das exportações industriais, aliado à diversificação de mercados e ao aumento das importações de insumos essenciais para a indústria, sugere que o estado está bem posicionado para continuar a expandir sua participação no comércio global.

No entanto, é importante que o estado continue a monitorar as flutuações nos preços das commodities, especialmente da soja, que tem um impacto significativo na balança comercial. Além disso, a manutenção de boas relações comerciais com os principais parceiros, como Estados Unidos e China, será crucial para garantir a estabilidade e o crescimento das exportações catarinenses nos próximos meses.

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