La Niña é um fenômeno atmosférico-oceânico que influencia as chuvas, estiagens e temperaturas no Brasil. Entenda o que dizem os meteorologistas
No inverno, o fenômeno La Niña deve se manifestar no Brasil. O evento causa o efeito oposto ao do El Niño, ou seja, provoca o resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, influenciando as chuvas, estiagens e temperaturas no país. No entanto, os meteorologistas de Santa Catarina acreditam que neste ano, o La Niña pode não se formar.
Segundo a previsão da Epagri/Ciram publicada nesta quinta-feira (1º), em agosto a previsão é de neutralidade, e com configuração do fenômeno La Niña com intensidade fraca entre o final do inverno e a primavera. Entretanto, vale ressaltar que a maioria dos modelos climáticos indicam uma queda na probabilidade de formação do fenômeno, além de diminuição da sua intensidade e duração.
Entenda a formação do La Niña
Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) La Niña é um fenômeno atmosférico-oceânico complexo, que envolve mudanças em diferentes aspectos do clima.
O La Niña pode ressurgir em intervalos de tempo que variam de 2 a 7 anos. O episódio mais recente registrado perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
Uma das características mais marcantes da ocorrência do fenômeno La Niña é o resfriamento além do comum em uma vasta extensão do Oceano Pacífico Tropical, especialmente na região central e no centro-leste deste oceano, incluindo a região costeira do Equador e do Peru. O resfriamento ocorre somente nas camadas mais superficiais do oceano, até aproximadamente 100 metros de profundidade.
O fenômeno tem sua importância devido à grande dimensão espacial e temporal. No contexto da escala espacial, ele tem potencial para alterar os regimes de chuvas e de temperaturas em várias partes do planeta, inclusive no Brasil.
Além disso, um episódio de La Niña pode durar meses ou até mesmo anos, o que potencializa seus efeitos, em razão da sua longa permanência. O La Niña pode modular os padrões regionais do clima no Brasil, aumentando as chances de chuvas acima da média nas Regiões Nordeste e Norte do país e trazendo escassez de chuvas na Região Sul.
No entanto, o que se observa nas projeções, é que a chuva na região Sul, mais especificamente em Santa Catarina, entre os meses de agosto e setembro, deve ficar próxima ao esperado, com indicativo de aumento em outubro.
Os volumes médios de chuva
Segundo a Epagri, em agosto, a média de chuva varia de 110 a 190 milímetros no Oeste, Meio-Oeste e Planalto e de 110 a 150 milímetros no Vale do Itajaí e Litoral.
Os totais de chuva em setembro variam de 150 a 210 milímetros no Oeste e Meio-Oeste e de 110 a 170 milímetros nas demais regiões.
Em outubro, os volumes de chuva são os mais elevados do trimestre e variam de 210 a 280 milímetros no Oeste e Meio-Oeste e de 140 a 180 milímetros nas demais regiões.
Fonte: NSC