Funcionários da Celesc iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira

Uma cópia da nota está fixada na porta da agência da Celesc de Dionísio Cerqueira, explicando os motivos da greve. Durante a greve, os serviços essenciais serão mantidos de forma voluntária pelos trabalhadores

A partir das 06h, desta segunda-feira (12), os trabalhadores da Celesc entraram em greve por tempo indeterminado, motivada por uma proposta controversa da diretoria da empresa relacionada à Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

Segundo a Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), a paralisação é uma resposta à alegada tentativa de mudança na forma de pagamento da PLR, que, segundo os sindicalistas, visa beneficiar um grupo restrito de funcionários em detrimento de outras categorias.

De acordo com a nota, o motivo da greve é a postura negligente da Diretoria da empresa tanto na negociação de direitos dos(as) trabalhadores(as) quanto na gestão da empresa. Atuando com uma lógica privada, a Diretoria tem precarizado condições de trabalho, o que impacta diretamente no serviço prestado à população.

Apesar de todos os esforços da categoria em manter um atendimento de qualidade ao povo catarinense, a gestão desta Diretoria além de não recompor o quadro de pessoal próprio e aumentar a terceirização, ainda implementou um sistema comercial que segue trazendo transtornos, decisões que levam os(as) trabalhadores(as) a situações inseguras tanto física quanto mentais, prejudicando a população como um todo.

Ainda de acordo com a nota divulgada pela Intercel, a decisão de entrar em greve decorreu de um longo processo de negociações frustradas. Os sindicatos que representam os empregados criticaram a Diretoria da Celesc por sua negligência durante as negociações.

Os trabalhadores destacam que a proposta de mudança não afeta o valor total reservado para a PLR, que é de 56 milhões de reais, conforme declaração da própria Diretoria. No entanto, o foco da discórdia está na forma de distribuição desse valor.

A crítica central é que a nova proposta favorece os engenheiros da empresa, em detrimento de outras categorias, especialmente aquelas de menor remuneração.

Esta greve será a terceira enfrentada pelo governo de Jorginho Mello (PL) em um curto período. Anteriormente, os professores realizaram uma greve, que foi encerrada após uma nova proposta de negociação do governo, e os servidores da Casan também paralisaram suas atividades por 10 dias em junho.

A situação atual na Celesc poderá ampliar a pressão sobre o governo, que já tem enfrentado desafios significativos em sua gestão de conflitos trabalhistas.

A expectativa é que o governo e a diretoria da Celesc busquem uma solução para a crise, a fim de evitar impactos prolongados nas operações da empresa e na vida dos cidadãos que dependem de seus serviços.

Confira a nota completa

“A Intercel, coletivo dos sindicatos que representam os(as) trabalhadores(as) da Celesc, vem a público comunicar a população catarinense que a categoria entrará em greve por tempo Indeterminado a partir das 06 horas da manhã do dia 12 de agosto.

O motivo da greve é a postura negligente da Diretoria da empresa tanto na negociação de direitos dos(as) trabalhadores(as) quanto na gestão da empresa. Atuando com uma lógica privada, a Diretoria tem precarizado condições de trabalho, o que impacta diretamente no serviço prestado à população.

Apesar de todos os esforços da categoria em manter um atendimento de qualidade ao povo catarinense, a gestão desta diretoria, além de não recompor o quadro de pessoal e aumentar a terceirização, ainda implementou um sistema comercial que continua trazendo transtornos. Essas decisões levam os trabalhadores a situações inseguras, tanto físicas quanto mentais, prejudicando a população como um todo.

Neste cenário, os trabalhadores da Celesc, que têm se dedicado a garantir o atendimento à população, ainda têm sido atacados pela diretoria. Não há valorização dos celesquianos enquanto responsáveis pelos bons números técnicos e financeiros da empresa. Mesmo com uma proposta encaminhada pela Intercel em dezembro de 2023 para o Acordo Coletivo de Participação nos Lucros e Resultados 2024, a diretoria não formalizou uma contraproposta, apostando em uma tentativa de divisão e enfraquecimento dos trabalhadores.

A negligência beira a irresponsabilidade na gestão do patrimônio público, uma vez que a PLR é calculada através do resultado de um Contrato de Gestão e Resultados, aprovado no fim do último ano. Passados oito meses, as metas já estão sendo apuradas e, mesmo assim, a diretoria ainda não definiu o Acordo dos trabalhadores.

Deste modo, resta aos empregados a mobilização em defesa de seus direitos. Os trabalhadores pedem apoio à sociedade para que seus direitos sejam respeitados, garantindo condições para que o serviço de qualidade prestado pelos celesquianos continue a ser realizado.

Durante a greve, os serviços essenciais serão mantidos de forma voluntária pelos trabalhadores, reforçando o compromisso com a população.

Os sindicatos reafirmam a necessidade de avanços nas negociações dos acordos coletivos e da mudança de postura da diretoria da Celesc, para que os trabalhadores sejam valorizados e continuem a atender o estado de Santa Catarina com responsabilidade e qualidade, promovendo o desenvolvimento social e econômico do nosso estado.

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