A Conmebol Libertadores é um dos torneios mais cobiçados da América do Sul, e as batalhas em campo refletem a intensidade dessa competição. Na noite desta terça-feira, o Fluminense mostrou por que é um dos favoritos ao título ao eliminar o Grêmio nos pênaltis, garantindo sua vaga nas quartas de final.
Apesar de um começo de jogo dominante, o Flu precisou superar a resistência gremista para avançar. Com uma atuação de destaque do goleiro Fábio, o time carioca venceu por 4 a 2 nas penalidades, após um empate de 2 a 2 no placar agregado.
O Fluminense não é campeão por acaso. Mesmo com mudanças recentes no comando técnico e alterações no elenco, o time manteve sua essência, demonstrando disciplina tática e um futebol envolvente. Desde os primeiros minutos da partida no Maracanã, ficou claro que o Flu estava determinado a virar o resultado adverso do primeiro jogo. A pressão começou cedo, e com apenas 13 minutos, Thiago Silva subiu mais alto que a defesa gremista para cabecear firme e abrir o placar.
A liderança do zagueiro, tanto na defesa quanto no ataque, foi crucial para dar confiança à equipe. Thiago Silva, um dos pilares do time, não apenas abriu o caminho para a classificação como também liderou os seus companheiros em um jogo de enorme pressão.
Se há algo que o futebol ensina é que os pênaltis são imprevisíveis. Porém, para Fábio, goleiro do Fluminense, essa é uma situação em que ele frequentemente se destaca. E na noite de terça-feira, não foi diferente. Quando o árbitro apitou o final dos 90 minutos e a disputa foi para as penalidades, o Maracanã respirou fundo. Para o Grêmio, essa situação trouxe de volta memórias amargas da eliminação recente para o Corinthians na Copa do Brasil, também nos pênaltis.
Cristaldo, que já havia falhado na disputa anterior, foi novamente um dos cobradores e, assim como Nathan, parou nas mãos seguras de Fábio. O goleiro, experiente e calmo, garantiu a vitória ao defender duas cobranças, carimbando o passaporte do Fluminense para as quartas de final, onde enfrentará o Atlético-MG.
Renato Portaluppi, treinador do Grêmio, é conhecido por sua ousadia e pela capacidade de motivar seus jogadores em momentos decisivos. No entanto, a estratégia adotada para a partida contra o Fluminense foi, no mínimo, controversa. Ao decidir reforçar a defesa com três zagueiros e apostar em contra-ataques, Renato buscava repetir a fórmula que havia dado certo em partidas anteriores. Mas o que se viu no Maracanã foi um time desorganizado e sem criatividade.
O Fluminense, ciente da vantagem mínima do Grêmio, foi para cima desde o início e conseguiu quebrar a defesa tricolor com facilidade. Aos 27 minutos, Jhon Arias converteu um pênalti, após revisão do VAR, ampliando a vantagem para 2 a 0. A essa altura, a estratégia de Renato estava em frangalhos, e o Grêmio terminou o primeiro tempo sem sequer uma finalização.
Ao perceber que sua estratégia inicial havia falhado, Renato Portaluppi fez mudanças cruciais no intervalo. Cristaldo e Gustavo Nunes entraram em campo para substituir Kannemann e Pavon, e a formação com três zagueiros foi abandonada. Essas alterações trouxeram um Grêmio mais ofensivo e, por alguns momentos, pareceu que a equipe poderia reverter a situação.
Gustavo Nunes, em sua última partida pelo Grêmio antes de se transferir para o Brentford, foi um dos destaques ao marcar o gol que levou o jogo para os pênaltis. No entanto, apesar da melhoria na performance e de algumas chances criadas, como o gol anulado de Jemerson por impedimento, o Grêmio não conseguiu evitar a decisão nas penalidades.
O Fluminense precisou de pouco tempo para mostrar ao Grêmio que a vantagem adquirida no primeiro jogo não seria suficiente. Desde o apito inicial, os comandados de Fernando Diniz impuseram um ritmo avassalador, dominando a posse de bola e criando oportunidades de gol. A defesa gremista, sobrecarregada, não conseguiu acompanhar o ímpeto do ataque tricolor.
Aos 13 minutos, Thiago Silva abriu o placar com um cabeceio preciso, colocando ainda mais pressão sobre o Grêmio. A situação se complicou ainda mais quando o VAR confirmou um pênalti por toque de mão de Dodi, que Arias converteu com tranquilidade aos 27 minutos. O primeiro tempo terminou com o Grêmio sem conseguir sequer uma finalização, enquanto o Fluminense continuava a pressionar, quase ampliando a vantagem nos acréscimos.
Com as mudanças táticas feitas no intervalo, o Grêmio retornou para o segundo tempo com uma postura mais agressiva. A entrada de Cristaldo e Gustavo Nunes deu nova dinâmica ao time, que passou a se arriscar mais no ataque. No entanto, o Fluminense continuava a ser mais perigoso, com Ganso quase marcando um golaço de cobertura, que parou no travessão.
Gustavo Nunes teve uma grande oportunidade ao parar em Fábio e depois ao perder uma chance na pequena área. Renato Portaluppi, percebendo que o momento era favorável, ainda lançou Monsalve no lugar de Dodi, e o Grêmio finalmente encontrou seu gol aos 38 minutos. Em jogada pela direita, Monsalve cruzou para Gustavo Nunes, que desviou e empatou a partida no placar agregado, levando a decisão para os pênaltis.