Straubing, uma charmosa cidade no estado da Baviera, na Alemanha, foi recentemente palco de discussões estratégicas sobre bioeconomia. Durante cinco dias, especialistas e empresários brasileiros mergulharam nas inovações e práticas sustentáveis que norteiam o desenvolvimento de uma economia verde.
A missão contou com a participação do secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Guilherme Dallacosta, além de 17 outros profissionais brasileiros que buscam transformar ideias em soluções para a sustentabilidade.
O seminário técnico teve como foco a biotecnologia industrial, silvicultura e agricultura sustentável, áreas cruciais para a transição rumo a uma economia menos dependente de combustíveis fósseis.
A iniciativa foi organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico Local (IDEL) e pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), com apoio do Bildungswerk der Bayerischen Wirtschaft (bbw internacional) e da Secretaria de Assuntos Econômicos da Baviera. O evento buscou criar laços entre as duas regiões e fomentar a cooperação internacional em prol de uma economia mais sustentável.
O seminário em Straubing proporcionou aos participantes uma imersão nas práticas mais avançadas em bioeconomia, revelando tecnologias capazes de revolucionar indústrias e promover o desenvolvimento sustentável. Segundo Guilherme Dallacosta, a experiência foi enriquecedora e abriu portas para futuras colaborações entre Santa Catarina e a Baviera. Ele destacou que a intenção é fortalecer a parceria, especialmente na área de pesquisa, e trazer novas ideias de negócios para empresas catarinenses.
O intercâmbio se mostrou essencial para acelerar a adoção de práticas sustentáveis no Brasil, utilizando os recursos biológicos e a biomassa em potencial presentes na região. Anne Oertel, representante da bbw, ressaltou que a Baviera tem investido fortemente em bioeconomia desde 2020 e que este é um momento oportuno para o Brasil aprofundar a cooperação. A combinação entre recursos naturais e inovação pode impulsionar o desenvolvimento de uma economia verde capaz de enfrentar os desafios climáticos.
Os participantes do seminário tiveram a oportunidade de conhecer de perto iniciativas de destaque em bioeconomia. Um dos locais visitados foi o BioCampus Straubing, um importante polo de inovação, onde tecnologias como a produção de biometano pela Micropyros e a aplicação de lignina pelo Grupo LXP foram apresentadas. Essas soluções demonstram como a bioeconomia pode ser aplicada de forma prática para beneficiar indústrias e comunidades, promovendo um ciclo sustentável de produção e consumo.
Outro ponto alto do seminário foi a visita à empresa Landpack, que desenvolve embalagens sustentáveis a partir de palha. Essa inovação é um exemplo concreto de como a bioeconomia pode reduzir a dependência de materiais tradicionais e minimizar o impacto ambiental. A delegação brasileira também conheceu o instituto Fraunhofer IGCV, que lidera pesquisas avançadas em materiais compostos e reciclagem, destacando-se como referência em economia circular.
A Baviera se consolidou como um dos principais ecossistemas de bioeconomia na Europa, apostando na inovação e na sustentabilidade como motores para o desenvolvimento. A transição para uma economia mais verde é essencial para enfrentar as mudanças climáticas e reduzir a dependência de recursos fósseis. A missão brasileira em Straubing teve como objetivo compreender esses avanços e adaptá-los à realidade brasileira, promovendo a troca de conhecimentos e fortalecendo a cooperação internacional.
Aline Ghisi, representante do IDEL no seminário, destacou que a experiência na Baviera foi inspiradora e pode transformar não apenas o setor industrial, mas também a sociedade. Segundo ela, as tecnologias apresentadas têm o potencial de gerar oportunidades significativas para Santa Catarina, ampliando o uso de recursos renováveis e promovendo uma economia mais eficiente e sustentável.
O seminário também abordou os desafios que a bioeconomia enfrenta para se consolidar como alternativa viável e competitiva. A implementação de novas tecnologias requer investimentos e a criação de políticas públicas que incentivem a adoção de práticas sustentáveis. Além disso, a educação e a capacitação profissional são fundamentais para formar uma nova geração de especialistas comprometidos com a sustentabilidade.
A visita ao Cluster de Tecnologia Ambiental da Baviera e à usina de reciclagem de resíduos da AVA reforçou a importância da gestão eficiente de resíduos e do desenvolvimento de uma economia circular. A AVA é responsável pelo tratamento dos resíduos de mais de um milhão de pessoas diariamente, demonstrando que a inovação na gestão de resíduos é um pilar essencial para a sustentabilidade urbana.