Voluntários enfrentam grandes desafios para retirar lixo e cadáveres do Monte Everest

Desde que Edmund Hillary e Tenzing Norgay alcançaram o cume do Monte Everest em 1953, a maior montanha do mundo se tornou um símbolo de conquista e um desafio supremo para alpinistas. No entanto, com o aumento do número de expedições, a beleza natural do Everest tem sido comprometida por um problema crescente: a poluição.

Um levantamento da Fox News revelou que mais de 5.200 pessoas tentaram repetir o feito de Hillary e Norgay, deixando montanhas de lixo para trás.

Agora, um esforço monumental de voluntários visa restaurar a majestade do Everest, removendo toneladas de detritos e enfrentando um problema ainda mais sombrio – os corpos dos alpinistas que pereceram na montanha.

A crescente popularidade do Everest como destino para alpinistas tem gerado uma quantidade significativa de resíduos ao longo dos anos. Garrafas plásticas, sacolas, equipamentos descartados e outros detritos se acumulam nas encostas da montanha, poluindo o ambiente e criando um desafio de gestão de resíduos em uma das regiões mais remotas do planeta.

Desde as primeiras expedições, mais de 200 pessoas morreram tentando alcançar o cume do Everest. Muitas dessas vítimas permanecem na montanha, seus corpos preservados pelo frio extremo. No entanto, o aquecimento global está mudando essa dinâmica. “Por causa do aquecimento global, o manto de gelo e as geleiras estão derretendo rapidamente e os corpos que permaneceram enterrados durante todos esses anos estão sendo expostos”, afirmou Ang Tshering Sherpa, ex-presidente da Associação de Montanhismo do Nepal, em entrevista à BBC.

Para enfrentar o problema do lixo, uma campanha de limpeza foi lançada com o objetivo ambicioso de remover 11 toneladas de detritos do Everest. Nas últimas duas semanas, voluntários conseguiram retirar 3 toneladas de lixo. Esta iniciativa não apenas busca restaurar a beleza natural da montanha, mas também promover a conscientização sobre a necessidade de práticas de montanhismo sustentável.

Os voluntários, compostos por alpinistas experientes, guias locais e outros apaixonados pela preservação do Everest, estão realizando expedições de limpeza intensivas. Enfrentando condições adversas e altitudes extremas, eles coletam e transportam o lixo acumulado para áreas onde pode ser adequadamente descartado.

Além do lixo, os voluntários também enfrentam o desafio emocional e logístico de lidar com os cadáveres expostos pelo derretimento das geleiras. A remoção dos corpos é um processo delicado e respeitoso, necessário tanto para a dignidade das vítimas quanto para a segurança dos alpinistas futuros.

O derretimento acelerado das geleiras no Everest não apenas expõe os corpos, mas também altera a paisagem da montanha, tornando algumas rotas mais perigosas. A mudança climática está intensificando o risco para os alpinistas, aumentando a frequência de avalanches e deslizamentos de terra.

A logística envolvida na remoção de lixo e corpos do Everest é extremamente complexa. As altitudes elevadas, as temperaturas congelantes e as condições climáticas imprevisíveis tornam cada expedição de limpeza uma tarefa árdua. Equipamentos especializados e planejamento meticuloso são essenciais para o sucesso dessas missões.

A campanha de limpeza é custosa, exigindo significativos recursos financeiros e humanos. As expedições precisam de equipamentos de alta qualidade, suprimentos médicos e apoio logístico para garantir a segurança dos voluntários. Além disso, a remoção e o transporte do lixo para áreas de descarte apropriadas representam um desafio adicional.

A campanha de limpeza do Everest está promovendo práticas de montanhismo sustentável para prevenir que o problema se agrave no futuro. Algumas dessas práticas incluem:

Alpinistas e guias são educados sobre a importância de minimizar o impacto ambiental de suas expedições. Programas de conscientização destacam a necessidade de trazer de volta todo o lixo gerado durante as escaladas.

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O governo do Nepal e organizações de montanhismo estão implementando regulamentações mais rígidas para expedições ao Everest. Essas medidas incluem a obrigatoriedade de trazer de volta uma quantidade mínima de lixo e o pagamento de depósitos reembolsáveis que incentivam a limpeza.

O uso de novas tecnologias e inovações, como embalagens biodegradáveis e equipamentos de escalada sustentáveis, está sendo incentivado para reduzir o impacto ambiental. Além disso, drones e outras tecnologias avançadas estão sendo exploradas para auxiliar na limpeza e monitoramento da montanha.

A preservação do Monte Everest requer um esforço contínuo e colaborativo. A combinação de campanhas de limpeza, educação, regulamentações e inovações tecnológicas é essencial para proteger este ícone natural. A conscientização global e o apoio à causa também são fundamentais para garantir que o Everest continue sendo um símbolo de desafio e conquista, sem ser sobrecarregado pela marca da atividade humana.

A comunidade internacional, incluindo organizações de conservação, governos e indivíduos, tem um papel crucial na preservação do Everest. Apoiar financeiramente as campanhas de limpeza e promover práticas de turismo sustentável são passos importantes para garantir a longevidade e a saúde do ambiente da montanha.