O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desempenha um papel fundamental na promoção da segurança alimentar e no controle de qualidade dos produtos agrícolas no estado.
Credenciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Tecpar realiza ensaios laboratoriais que avaliam os níveis de resíduos de agrotóxicos em alimentos e a qualidade dos fertilizantes, garantindo que os produtos consumidos pela população estejam dentro dos padrões de segurança e qualidade estabelecidos.
Com laboratórios de alta tecnologia e equipes especializadas, o instituto segue métodos reconhecidos internacionalmente para monitorar e avaliar a conformidade dos produtos agrícolas. Sua atuação contribui para evitar danos à saúde pública e preservar o meio ambiente, ao identificar irregularidades e promover práticas agrícolas mais sustentáveis.
O uso de agrotóxicos na produção agrícola é uma prática comum no Brasil, utilizada para combater pragas e doenças que podem comprometer a qualidade e a quantidade das colheitas. No entanto, o uso indiscriminado desses produtos pode representar um risco significativo para a saúde humana e para o meio ambiente. De acordo com a Anvisa, cerca de 25% dos alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil apresentam resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos ou sem autorização para uso.
Diante desse cenário, o Tecpar realiza análises que identificam a presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos, verificando se eles estão dentro dos Limites Máximos de Resíduos (LMR) estabelecidos pela Anvisa. O LMR é o valor máximo de resíduo de agrotóxico permitido em alimentos, que não deve ser excedido para garantir a segurança do consumo.
“A Anvisa estabelece que os alimentos devem apresentar níveis de defensivos agrícolas dentro dos Limites Máximos de Resíduos, que é o limite aceitável de resíduo. Atualmente, os laboratórios do instituto são capazes de identificar mais de 700 princípios ativos de agrotóxicos em produtos agrícolas”, explica Daniele Adão, gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar.
Entre janeiro e setembro de 2024, o Tecpar realizou 133 análises laboratoriais em 39 amostras de produtos agrícolas, como tomate, feijão, alface, morango, laranja, soja, uva, pimentão e maçã. Desses, 78% atenderam aos Limites Máximos de Resíduos estabelecidos pela Anvisa, o que demonstra um controle rigoroso e eficaz na verificação da qualidade dos alimentos.
Essas análises são essenciais para garantir que os produtos que chegam às mesas dos consumidores estejam livres de contaminações prejudiciais à saúde. Além disso, os resultados das análises permitem que os órgãos reguladores tomem medidas para corrigir irregularidades e prevenir o uso inadequado de agrotóxicos.
Além de analisar resíduos de agrotóxicos em alimentos, o Tecpar também realiza testes para avaliar a qualidade de fertilizantes, corretivos agrícolas, inoculantes e outros insumos utilizados na adubação do solo. Os fertilizantes são essenciais para fornecer os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas, mas é fundamental garantir que sua composição esteja dentro dos padrões estabelecidos pela legislação para evitar contaminações ambientais e danos ao cultivo.
Nos laboratórios do Tecpar, são realizados ensaios físicos, químicos e biológicos para verificar a conformidade dos produtos com as normas do Mapa. Esses testes identificam a quantidade de nutrientes, metais contaminantes e outras substâncias presentes nos fertilizantes, garantindo que eles estejam em conformidade com a legislação e sejam seguros para o uso agrícola.
“Esses produtos são essenciais para nutrir plantas e vegetais, porém é preciso analisar se a sua composição e qualidade estão em conformidade com a legislação. As análises identificam a quantidade de nutrientes e metais contaminantes em produtos fiscalizados ou apreendidos pela Adapar, e também detectam o uso irregular de formulações em fertilizantes”, afirma Daniele Adão.
Outra ação importante realizada pelo Tecpar é a avaliação de inoculantes ou biofertilizantes à base de bactérias Rhizobium e Bradyrhizobium. O inoculante é um produto que contém grande quantidade de bactérias benéficas para o desenvolvimento das plantas, contribuindo para o aumento da produtividade agrícola de forma sustentável.
Esses produtos são aplicados principalmente em leguminosas, como soja e feijão, e têm a capacidade de fixar nitrogênio no solo, reduzindo a necessidade de uso de fertilizantes químicos. A avaliação da qualidade desses insumos pelo Tecpar garante que os agricultores possam utilizar produtos eficazes e seguros, que promovam o desenvolvimento das plantas sem causar danos ao meio ambiente.
O trabalho do Tecpar não se restringe à análise de resíduos de agrotóxicos e qualidade de insumos agrícolas. O instituto também atua em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) em diversas ações de controle e monitoramento do uso de agrotóxicos no estado. Essa colaboração visa identificar e eliminar práticas inadequadas no uso de defensivos agrícolas, além de promover a educação e a conscientização sobre o uso seguro e responsável desses produtos.
A avaliação contínua dos resíduos de agrotóxicos nos alimentos produzidos no Paraná é uma das ações mais relevantes dessa parceria. O monitoramento constante permite que sejam identificadas possíveis contaminações e que sejam adotadas medidas preventivas para garantir a segurança alimentar da população.
O uso inadequado de agrotóxicos pode trazer uma série de problemas para a saúde humana e para o meio ambiente. Resíduos em níveis acima do permitido podem causar intoxicações agudas e crônicas, afetando principalmente o sistema nervoso e o fígado. A contaminação do solo e dos recursos hídricos também é uma preocupação, uma vez que os agrotóxicos podem persistir no ambiente por longos períodos, prejudicando a fauna e a flora local.
Por esse motivo, o controle rigoroso do uso de agrotóxicos é essencial para preservar a saúde pública e o equilíbrio ambiental. O trabalho realizado pelo Tecpar contribui diretamente para esse controle, garantindo que os produtos comercializados estejam dentro dos padrões de segurança e promovendo a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.