© Geovana Albuquerque/Agência Brasília
A taxa de alfabetização no Brasil chegou a 93% da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este dado reflete um avanço significativo na educação ao longo das décadas, mas também evidencia os desafios persistentes, especialmente entre as populações mais vulneráveis e as regiões menos favorecidas. Este artigo explora detalhadamente os resultados do Censo Demográfico 2022, analisando as implicações e os fatores que contribuíram para esse cenário.
Guia de assuntos
A evolução da alfabetização no Brasil
Desde 1940, o Brasil vem registrando um aumento contínuo na taxa de alfabetização no Brasil. Naquele ano, menos da metade da população sabia ler e escrever (44%). Em 1980, essa taxa havia subido para 74,5%, e em 2022, atingiu 93%. Este crescimento de 49 pontos percentuais em oito décadas reflete os esforços do país em ampliar o acesso à educação e promover a alfabetização entre diferentes grupos etários.
A comparação dos dados dos censos de 2000, 2010 e 2022 mostra uma queda na taxa de analfabetismo em todas as faixas etárias. Segundo o IBGE, isso se deve principalmente à expansão educacional que universalizou o acesso ao ensino fundamental no início dos anos 1990 e à transição demográfica, substituindo gerações menos educadas por gerações mais jovens e com melhor acesso à educação.
Apesar dos avanços, as desigualdades regionais e sociais ainda são marcantes. Em 2022, a Região Sul tinha a maior taxa de alfabetização (96,6%), seguida pela Região Sudeste (96,1%). Em contrapartida, a Região Nordeste apresentou a menor taxa (85,8%), embora tenha mostrado um aumento significativo desde 2010. A Região Norte também teve uma taxa menor (91,8%), mas próxima da Região Centro-Oeste (94,9%).
Perfil da população alfabetizada
O Censo Demográfico 2022 revelou diferenças significativas na taxa de alfabetização entre diferentes grupos populacionais.
Faixas etárias
A menor taxa de analfabetismo foi observada entre os jovens de 15 a 19 anos (1,5%), enquanto a maior taxa estava entre os idosos de 65 anos ou mais (20,3%). A elevada taxa entre os mais velhos reflete a dívida educacional histórica do Brasil, que atrasou no investimento em educação para crianças e no acesso a programas de alfabetização para adultos.
Cor ou raça
A taxa de analfabetismo também varia conforme a cor ou raça. Em 2022, entre as pessoas de cor ou raça branca e amarela com 15 anos ou mais, as taxas de analfabetismo eram de 4,3% e 2,5%, respectivamente. Já entre pretos, pardos e indígenas, essas taxas eram significativamente mais altas: 10,1%, 8,8% e 16,1%, respectivamente.
Gênero
As mulheres tendem a apresentar melhores indicadores educacionais do que os homens. Em 2022, 93,5% das mulheres sabiam ler e escrever, comparado a 92,5% dos homens. Essa vantagem das mulheres foi verificada em quase todos os grupos etários, exceto entre os idosos de 65 anos ou mais, onde os homens tinham uma ligeira vantagem (79,9% contra 79,6%).
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População Indígena
A taxa de alfabetização no Brasil entre as populações indígenas também apresentou melhora. Em 2022, 85% dos indígenas eram alfabetizados, uma redução significativa na taxa de analfabetismo de 23,4% em 2010 para 15,1% em 2022. As maiores reduções foram observadas nas faixas etárias de 35 a 44 anos (22,9% para 12%), 55 a 64 anos (38,3% para 27,4%) e 25 a 34 anos (17,4% para 6,7%).
Conclusão
A taxa de alfabetização no Brasil de 93% em 2022 representa um marco importante, demonstrando os avanços significativos na educação ao longo das décadas. No entanto, os dados do IBGE também destacam a necessidade de continuar investindo em políticas públicas para reduzir as desigualdades regionais e sociais, e melhorar a alfabetização entre as populações mais vulneráveis. Para um futuro onde todos tenham acesso igualitário à educação, é crucial que os esforços continuem a ser direcionados para alcançar e sustentar esses avanços.
Fonte: Agência Brasil