Motivo do desenho de coração não ser parecido com um de verdade

Por que usamos um símbolo em forma de “coração” para representar o órgão vital do nosso corpo, quando na realidade ele pouco se parece com isso? Um estudo recente, publicado no Journal of Visual Communication in Medicine, busca desvendar esse enigma histórico e anatômico que tem intrigado cientistas e curiosos ao longo dos séculos.

A associação do coração com as emoções na antiguidade

Os pesquisadores sugerem que a associação do coração com as emoções remonta aos antigos filósofos gregos, sendo Aristóteles um dos primeiros a fazer essa ligação. Essa concepção equivocada perdurou ao longo dos séculos, influenciando até mesmo a iconografia moderna.

A origem do símbolo do coração

O símbolo do coração, tal como o conhecemos, pode ter sido inspirado em diversas fontes, desde descrições anatômicas excêntricas feitas por Aristóteles até a folha de uma planta chamada silphium, utilizada na antiguidade como contraceptivo. Outras teorias sugerem que a forma do coração se popularizou nos séculos XV e XVI, mas sua origem exata permanece incerta.

coração

A forma do coração na ciência moderna

Contrariando a crença popular de que o símbolo do coração é completamente errôneo em relação ao órgão real, os cientistas descobriram que a forma simplificada pode, na verdade, estar baseada em fatos anatômicos. Estudos mais recentes, utilizando técnicas avançadas de visualização, revelaram que a silhueta icônica do coração corresponde de perto à anatomia das artérias coronárias.

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Evidências anatomias e as possibilidades dos antigos anatomistas

Observações detalhadas das artérias coronárias, realizadas através de injeções de contrastes, revelaram a precisão surpreendente do formato tradicional do coração. Essas descobertas levantam questões intrigantes sobre se os antigos anatomistas poderiam ter vislumbrado esse padrão anatômico muito antes de ser revelado pela ciência moderna.

Conclusão

O estudo sobre a origem e a representação do símbolo do coração oferece uma fascinante perspectiva sobre como concepções errôneas podem se perpetuar ao longo da história. Ao mesmo tempo, revela como a ciência moderna pode desvendar mistérios que intrigaram a humanidade por séculos. O símbolo do coração, embora incorreto em sua representação anatômica, continua a ser um poderoso ícone de amor e emoção, transcendendo suas origens históricas e científicas.