O sucesso das plataformas de streaming no mundo inteiro é incontestável, levando entretenimento para milhões de casas diariamente. Entretanto, quem já não teve seu programa retirado, bem na metade.
Até uns dois anos atrás as plataformas simplesmente retiravam do ar o filme ou série, deixando o usuário “a ver navios”. Hoje, uma espécie de “boas práticas” leva mais segurança ao usuário. No caso da Netflix, por exemplo, um comunicado é mostrado uns dias antes do programa ser retirado.
As plataformas de streaming estão removendo vários programas de TV e filmes em um esforço para cortar custos e permanecer lucrativos, deixando muitos assinantes frustrados e desiludidos. Por outro lado, na medida que buscam aumentar a lucratividade, as plataformas estão anunciando em muitos países o aumento no valor de suas mensalidades.
No Brasil, muitos consumidores já receberam e-mails anunciando esse aumento de preço, deixando os consumidores desconfortáveis.
A seleção de conteúdo
Numa tentativa de continuarem rentáveis, gigantes do streaming como Disney+, Hulu e Netflix estão removendo um número significativo de programas de TV e filmes das suas bibliotecas. Esta medida surge após um boom inicial de assinantes, que desde então arrefeceu, levando as empresas de comunicação social a concentrarem-se na rentabilidade em vez de no simples número de assinantes.
A principal razão para essa eliminação de conteúdo é o corte de custos. As plataformas de streaming muitas vezes têm que pagar taxas de licenciamento para manter o conteúdo online. Ao remover programas e filmes, eles podem evitar essas taxas e reduzir os pagamentos residuais aos criadores. Esta estratégia faz parte de um esforço mais amplo para tornar os serviços de streaming mais sustentáveis financeiramente.
Impacto nos assinantes
Os assinantes estão sentindo um aperto ao perderem o acesso ao conteúdo que se inscreveram para assistir. Por exemplo, Disney+ e Hulu devem remover mais de 50 títulos, incluindo séries populares como “Willow” e “Dollface”, e filmes como “The One and Only Ivan”. Isso deixou muitos espectadores frustrados e questionando o valor de suas assinaturas.
A Disney tem sido particularmente agressiva nas suas medidas de redução de custos. A empresa planeja remover dezenas de títulos do Disney+ e Hulu, a partir da próxima semana. O CEO Bob Iger anunciou que a empresa também aumentará o preço do nível Disney + sem anúncios ainda este ano para refletir melhor o valor de suas ofertas de conteúdo.
Ao reduzir o valor dos ativos de conteúdo, a Disney espera reduzir entre US$ 1,5 bilhão e US$ 1,8 bilhão no trimestre de junho. Essa mudança ajudará a empresa a reduzir sua carga tributária e a alinhar sua estratégia de curadoria de conteúdo com suas metas de lucratividade de longo prazo.
Já a Netflix mantém, também, uma redução gradual mês a mês de seu catálogo, ao mesmo tempo que aumenta a sua mensalidade.
Apesar das atuais frustrações, as plataformas de streaming estão confiantes de que estas medidas levarão à rentabilidade a longo prazo. A Disney, por exemplo, planeja lançar uma “experiência de aplicativo único” integrada Disney+/Hulu nos EUA até o final de 2023. Esta nova abordagem visa oferecer um serviço mais simplificado e valioso aos assinantes.
Conclusão
Embora a remoção de conteúdos das plataformas de streaming esteja a causar frustração entre os assinantes, é um movimento estratégico que visa garantir a rentabilidade destes serviços a longo prazo. À medida que a indústria evolui, os telespectadores podem precisar ajustar as suas expectativas e permanecer flexíveis nos seus hábitos de visualização.