Golpes milionários: os maiores esquemas financeiros da história

Nos dias de hoje, é comum a gente ouvir falar ou ler nos noticiários sobre golpes financeiros na internet. Com as tecnologias, os “larápios” estão mais ousados, ocultos por ip’s disfarçados e com isso, diariamente causam prejuízos a centenas de pessoas desavisadas ou desprotegidas.

Os golpes financeiros são tão antigos quanto o próprio conceito de dinheiro. Eles variam desde fraudes sofisticadas que exploram as brechas no sistema financeiro global até esquemas mais simples que visam indivíduos desavisados.

Aqui estão alguns dos maiores golpes financeiros da história, que não apenas abalaram a confiança pública, mas também deixaram marcas profundas nas economias globais.

Esquema Ponzi de Bernie Madoff

O golpe financeiro mais notório da história recente foi arquitetado por Bernie Madoff. Ele dirigiu um esquema Ponzi que durou várias décadas, acumulando aproximadamente 65 bilhões de dólares. Madoff prometia retornos consistentes aos seus investidores, mas na verdade usava o dinheiro dos novos investidores para pagar os investidores antigos. Quando o esquema desmoronou em 2008, milhares de pessoas perderam suas economias.

Enron

A Enron, uma das maiores empresas de energia dos Estados Unidos, colapsou em 2001 devido a fraudes contábeis massivas. Os executivos da empresa esconderam dívidas e inflaram lucros usando práticas contábeis fraudulentas. Quando a verdade veio à tona, a empresa faliu, resultando na perda de bilhões de dólares para investidores e funcionários.

WorldCom

Similar ao caso da Enron, a WorldCom, uma gigante das telecomunicações, usou práticas contábeis fraudulentas para esconder suas dívidas e inflar seus lucros. O escândalo veio à tona em 2002, resultando na maior falência corporativa da história até então, com perdas estimadas em 11 bilhões de dólares. O CEO Bernard Ebbers foi condenado a 25 anos de prisão.

Esquema Ponzi de Charles Ponzi

O termo “esquema Ponzi” vem de Charles Ponzi, que em 1920 prometeu retornos de 50% em 45 dias, ou 100% em 90 dias, investindo em cupons postais internacionais. Ele conseguiu arrecadar milhões de dólares de investidores, mas estava simplesmente usando o dinheiro dos novos investidores para pagar os antigos. Ponzi foi preso e condenado por fraude.

Esquema de Fraude da Maddoff Securities

Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa NASDAQ, operou o maior esquema Ponzi da história, com perdas estimadas em 65 bilhões de dólares. Ele prometia retornos elevados e consistentes, mas na verdade estava apenas redistribuindo o dinheiro dos novos investidores para os antigos, sem realizar nenhum investimento real.

Petrobras

O escândalo da Petrobras, a maior empresa estatal brasileira, envolveu uma rede complexa de corrupção e suborno que desviou bilhões de dólares. O esquema foi descoberto em 2014 e envolveu políticos, executivos da Petrobras e grandes construtoras. O escândalo teve um impacto significativo na economia brasileira e levou à prisão de vários executivos e políticos.

BCCI (Bank of Credit and Commerce International)

O BCCI, fundado em 1972, estava envolvido em uma variedade de atividades ilegais, incluindo lavagem de dinheiro, financiamento de terrorismo e fraude. O banco tinha operações em mais de 70 países e, quando o esquema foi descoberto em 1991, perdas de até 20 bilhões de dólares foram relatadas. O colapso do BCCI foi um dos maiores escândalos bancários da história.

Lehman Brothers

O colapso do Lehman Brothers em 2008 foi um dos maiores gatilhos da crise financeira global. Embora não fosse um golpe no sentido tradicional, a falência do banco foi resultado de práticas financeiras arriscadas e desonestas. O Lehman Brothers estava fortemente envolvido no mercado de hipotecas subprime e sua queda resultou em uma perda de mais de 600 bilhões de dólares.

Esquema de Pirâmide de Allen Stanford

Allen Stanford, um financista texano, foi condenado por operar um esquema de pirâmide que roubou 7 bilhões de dólares de investidores. Ele prometia retornos elevados e usava a Stanford International Bank para lavar o dinheiro. Stanford foi condenado a 110 anos de prisão em 2012.

Esquema de Michael de Guzman da Bre-X

A Bre-X Minerals, uma empresa canadense de mineração, alegou ter descoberto uma das maiores reservas de ouro do mundo em Busang, na Indonésia, em 1993. As ações da empresa dispararam, mas tudo desmoronou em 1997 quando foi revelado que os depósitos de ouro eram falsificados por Michael de Guzman, o geólogo chefe. Investidores perderam bilhões quando as ações da Bre-X se tornaram inúteis.

Os maiores golpes financeiros da história são lembretes contundentes das vulnerabilidades do sistema financeiro global e da necessidade de regulamentação rigorosa. Eles não apenas devastaram economias e destruíram vidas, mas também erodiram a confiança pública nas instituições financeiras.

À medida que as tecnologias avançam e os mercados se tornam mais complexos, a vigilância constante e a transparência são essenciais para prevenir futuros escândalos.

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Brasileiros ainda têm R$ 8,02 bilhões esquecidos no sistema financeiro

Os brasileiros ainda não resgataram R$ 8,02 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de março, conforme divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira (8). Essa quantia faz parte do total de R$ 14,56 bilhões disponibilizados por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), que tem como objetivo devolver aos cidadãos e empresas dinheiro proveniente de contas encerradas, tarifas cobradas indevidamente e outras fontes.

Desde o início do programa, em fevereiro de 2022, apenas 31,1% dos 63.800.451 correntistas incluídos na lista haviam feito o resgate até o final de março de 2024. Vamos entender melhor o funcionamento do SVR, os dados divulgados pelo Banco Central e como os beneficiários podem resgatar esses valores de forma segura.

Panorama Atual do SVR

Até o final de março de 2024, 19.842.315 correntistas haviam resgatado seus valores, representando apenas 31,1% do total de correntistas incluídos no programa. Desses beneficiários, 18.720.053 são pessoas físicas e 1.122.262 são pessoas jurídicas.

No entanto, a maioria dos beneficiários ainda não retirou os valores a que tem direito: 40.746.526 são pessoas físicas e 3.211.610 são pessoas jurídicas. A maior parte dessas pessoas e empresas tem direito a pequenas quantias. A distribuição dos beneficiários em relação aos valores a receber é a seguinte:

Apenas 1,76% dos correntistas têm direito a receber quantias superiores a R$ 1.000.

Novidades e Melhorias no SVR

Depois de quase um ano fora do ar, o SVR foi reaberto em março de 2023 com novas funcionalidades, proporcionando maior acessibilidade e facilidade para os beneficiários. Confira algumas das melhorias introduzidas na nova versão do sistema:

  • Impressão de Telas e Protocolos: Agora é possível imprimir as telas de consulta e protocolos de solicitação para compartilhamento via WhatsApp, facilitando o processo de resgate.
  • Sala de Espera Virtual: A sala de espera virtual permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, eliminando a necessidade de cronogramas por ano de nascimento ou fundação da empresa.
  • Consulta a Valores de Pessoas Falecidas: Herdeiros, inventariantes e representantes legais podem consultar e solicitar os valores a receber de pessoas falecidas.
  • Maior Transparência em Contas Conjuntas: Se um dos titulares de uma conta conjunta solicitar o resgate, o outro poderá visualizar detalhes como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
  • Novas Fontes de Recursos: O sistema agora inclui fontes de recursos que não estavam presentes nos lotes do ano passado, como contas de pagamento pré e pós-pagas encerradas, contas de corretoras e distribuidoras fechadas, e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Como Funciona o Resgate Desses Bilhões

O processo para consultar e resgatar os valores é simples e pode ser feito online pelo site oficial do Banco Central (valoresareceber.bcb.gov.br). Siga o passo a passo abaixo:

  1. Acesso ao Site: Acesse a plataforma SVR com seu CPF ou CNPJ e data de nascimento.
  2. Consulta: Verifique se há valores a receber e qual instituição financeira é responsável pelo recurso.
  3. Solicitação de Resgate: Faça o pedido diretamente ao banco responsável ou siga as instruções fornecidas para solicitar o valor.

Cuidados para Evitar Golpes

O Banco Central alerta os beneficiários sobre tentativas de golpe envolvendo o SVR. Fique atento às seguintes recomendações:

  • Site Oficial: Utilize apenas o site oficial (valoresareceber.bcb.gov.br) para consultar e solicitar os valores.
  • Não Compartilhe Senhas: Não forneça senhas ou dados pessoais a terceiros.
  • Sem Intermediários: O Banco Central não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber.
  • Contate Apenas a Instituição Financeira Responsável: Apenas a instituição que aparece na consulta do SVR pode entrar em contato com o cidadão para tratar do resgate.

Conclusão

O Sistema de Valores a Receber (SVR) representa uma iniciativa importante do Banco Central para devolver valores esquecidos a cidadãos e empresas, garantindo maior transparência no sistema financeiro. No entanto, até o fim de março de 2024, ainda restam R$ 8,02 bilhões a serem resgatados, beneficiando milhões de brasileiros que podem contar com esse recurso extra.

Se você ainda não verificou se tem direito a algum valor, acesse o site oficial do SVR e faça a consulta. Lembre-se de seguir as recomendações do Banco Central para evitar golpes e garanta que o resgate seja feito de maneira segura. Não deixe esse dinheiro esquecido!

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