Mosaico de 84 metros quadrados é descoberto intacto na Turquia

Um mosaico monumental de 84 metros quadrados, datado do período romano tardio ou início do período bizantino, foi encontrado de forma inesperada no vilarejo de Salkaya, localizado na cidade de Elazığ, na Turquia. A relíquia, que apresenta ilustrações primorosas de diversos animais e plantas, fazia parte do piso de um prédio histórico e foi descoberta graças ao olhar atento de um agricultor local.

A descoberta ocorreu por acaso, há cerca de um ano, quando o fazendeiro Mehmet Emin Sualp realizava escavações para o plantio de brotos em seu campo, a aproximadamente 14 quilômetros do centro de Elazığ. Durante a atividade, ele se deparou com a impressionante estrutura de mosaico, composta por diferentes padrões geométricos e elementos naturais.

Suspeitando que havia encontrado algo de valor histórico, Sualp prontamente notificou o Museu de Elazığ e a guarda civil. A partir daí, especialistas foram enviados ao local e confirmaram a natureza excepcional da descoberta, identificando o mosaico como parte de um piso bem preservado de um antigo prédio romano.

A riqueza de detalhes do mosaico

O mosaico é um exemplar notável de arte antiga, retratando com precisão diversos animais da fauna local, como leão, cabra, pato, veado, porco, urso, ganso e leopardo. Além das figuras de animais, o piso apresenta uma vasta representação de aves e plantas típicas do território turco, denotando uma profunda conexão com o ambiente natural e a fauna da região. A técnica empregada pelos artistas da época, combinando uma paleta de cores rica e uma meticulosa disposição das pequenas peças de mármore e cerâmica, reflete o domínio técnico e a estética refinada dos artesãos daquele período.

Ao longo dos séculos, os mosaicos não foram apenas obras decorativas, mas também uma forma de transmitir simbolismos e contar histórias. O uso de elementos naturais no piso de Elazığ sugere que ele pode ter sido parte de uma residência de prestígio ou um edifício religioso, ambos frequentemente adornados com imagens que reforçavam ideias de prosperidade, abundância e conexão espiritual com a natureza.

Escavações e o resgate da relíquia

Após a descoberta inicial, o Museu de Elazığ, sob a supervisão do Ministério de Cultura e Turismo da República da Turquia, iniciou uma escavação completa na área. Durante as investigações, foi possível recuperar o mosaico em sua totalidade, sem danos significativos. Além do piso, a equipe arqueológica também localizou uma adega e uma igreja nas proximidades, indicando que o local pode ter sido parte de um complexo maior, com várias funções sociais e religiosas.

Numan Hatipoglu, governante de Elazığ, destacou a importância da descoberta e agradeceu aos cidadãos pela cooperação e vigilância, que contribuíram para a preservação deste tesouro histórico. “Está tudo em um só pedaço e é um enorme artefato. Como parte de nossas pesquisas, se outras áreas também precisarem de escavações novamente, trabalharemos nelas”, afirmou Hatipoglu em entrevista ao site Arkeology.

Ele ainda ressaltou que, dependendo dos resultados das análises adicionais, outras áreas da região poderão ser investigadas. Se novos artefatos de valor histórico forem descobertos, será necessário desenvolver uma estratégia específica para garantir a proteção e a valorização do local. Caso contrário, o governo local pretende preparar o mosaico e as demais relíquias para exposição no Centro Elazığ, atraindo turismo e incentivando o interesse pela preservação do patrimônio cultural.

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O valor cultural e histórico do mosaico

A descoberta de mosaicos romanos em áreas do Mediterrâneo e do Oriente Próximo não é incomum, mas o estado de conservação da peça encontrada em Elazığ e seu tamanho impressionante fazem desta relíquia uma das mais notáveis descobertas recentes. Mosaicos de grande porte, como o de Salkaya, frequentemente estavam associados a edifícios públicos, vilas de elite ou centros religiosos, sugerindo que a região foi um importante centro de atividade durante o Império Romano e o início do período bizantino.

O fato de o mosaico apresentar animais e plantas também é significativo, pois indica que os artistas locais possuíam um conhecimento detalhado sobre a fauna e flora da região. Essas representações eram mais do que meramente decorativas: simbolizavam a relação do homem com o ambiente natural e, muitas vezes, tinham conotações religiosas ou sociais, como a representação de caça, fertilidade e proteção divina.

A importância da preservação do patrimônio histórico

O achado arqueológico em Elazığ reforça a importância da conscientização e preservação do patrimônio cultural e histórico. A Turquia, que abriga uma grande quantidade de sítios arqueológicos de diversas épocas e culturas, enfrenta desafios na preservação dessas riquezas devido à urbanização, agricultura intensiva e falta de recursos.

Por isso, a colaboração entre as comunidades locais, como demonstrado no caso do fazendeiro Sualp, é essencial para a identificação e proteção desses tesouros históricos. A rápida ação e comunicação com as autoridades permitiram que a relíquia fosse resgatada de forma íntegra, preservando uma parte significativa da história regional para as futuras gerações.

O Ministério de Cultura e Turismo da Turquia pretende intensificar os esforços para catalogar e proteger outros sítios arqueológicos na região de Elazığ, promovendo campanhas de conscientização para a população e o desenvolvimento de projetos turísticos que valorizem a herança cultural do país. O objetivo é transformar descobertas como essa em oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável, atraindo turistas e pesquisadores para explorar mais a fundo o passado da região.

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Conclusão

O mosaico romano de 84 metros quadrados encontrado na Turquia não é apenas um exemplo extraordinário de arte antiga, mas também um testemunho da riqueza cultural e histórica da região. A descoberta revela aspectos importantes sobre o cotidiano, as crenças e a relação dos povos antigos com a natureza. A preservação de artefatos como este é essencial para manter viva a história e promover o conhecimento sobre civilizações que ajudaram a moldar o mundo como o conhecemos hoje.

Com as devidas análises e um plano de preservação adequado, espera-se que a relíquia de Elazığ possa ser exibida ao público, proporcionando uma experiência única e educativa para visitantes e fortalecendo a identidade cultural da região. A descoberta também reforça a necessidade de maior apoio às pesquisas arqueológicas e à proteção do patrimônio cultural, garantindo que futuras gerações possam conhecer e apreciar as maravilhas do passado.

Fonte: Revista Galileu

Neandertais: descoberta de esqueleto na França revela existência de duas linhagens

A história dos neandertais sempre foi um dos maiores enigmas da evolução humana. Por décadas, acreditou-se que a extinção dessa espécie aconteceu de forma relativamente linear: após a chegada do Homo sapiens à Europa, as populações neandertais, homogêneas e amplamente distribuídas pelo continente, desapareceram gradualmente.

Porém, uma recente descoberta na Caverna Mandrin, na França, abalou essas suposições e abriu caminho para uma nova interpretação. Agora, sabe-se que não havia apenas uma linhagem de neandertais no momento de sua extinção, mas pelo menos duas.

A pesquisa, publicada na revista Cell Genomics, revela um corpo de neandertal encontrado em 2022, o primeiro na França desde 1978. A análise detalhada desse achado sugere a presença de uma linhagem neandertal completamente desconhecida até então. Esse novo conhecimento reescreve o final da história dos neandertais, levantando questões intrigantes sobre a complexidade da coabitação e eventual extinção dessas populações. O estudo não apenas redefine o tempo de chegada dos Homo sapiens à Europa, mas também questiona como esses diferentes grupos interagiram e, por fim, desapareceram.

Essa nova perspectiva nos obriga a reavaliar a extinção dos neandertais, um evento que antes parecia simples e direto. Como essa descoberta impacta nossa compreensão da evolução humana? Qual era a real dinâmica entre os Homo sapiens e os neandertais? O artigo a seguir explora as implicações dessa fascinante descoberta e o que ela significa para a ciência.

A descoberta na Caverna Mandrin e a redefinição das linhagens

A Caverna Mandrin, localizada no sul da França, tornou-se um local crucial para o estudo da evolução humana. Em 2022, arqueólogos anunciaram a descoberta de um corpo neandertal que, após minuciosa análise, revelou pertencer a uma linhagem neandertal previamente desconhecida. Esse achado muda radicalmente a maneira como enxergamos os últimos dias dessa espécie.

Até então, a teoria predominante era de que os neandertais, como um grupo homogêneo, coexistiram brevemente com os Homo sapiens antes de desaparecer. Porém, o corpo, apelidado de Thorin, mostrou uma separação genética significativa de outros neandertais encontrados na Europa. Isso sugere que, ao invés de uma única população neandertal, havia diversas linhagens espalhadas pela Europa. Uma dessas linhagens, a de Thorin, teria se mantido isolada por mais de 50 mil anos, sem intercâmbio genético com outras populações neandertais conhecidas.

A complexidade genética dos neandertais

A análise genética detalhada de Thorin demonstrou uma divergência impressionante. Enquanto se acreditava que todos os neandertais da Europa eram geneticamente semelhantes, Thorin representa uma linhagem totalmente separada, sem qualquer contato genético com outros neandertais europeus por milênios. Essa separação genética levanta a questão de como uma população poderia se manter tão isolada por tanto tempo, especialmente considerando que essas populações não estavam geograficamente tão distantes.

A descoberta de Thorin desafia nossa compreensão sobre como os grupos humanos interagiam e se isolavam no passado. Se linhagens distintas de neandertais podiam coexistir sem interagir, quais foram os fatores que levaram a isso? E como esses grupos, biologicamente separados, enfrentaram as pressões da chegada dos Homo sapiens à Europa?

Homo sapiens e o enigma da coexistência

A coexistência entre Homo sapiens e neandertais sempre foi um tópico amplamente debatido. Sabemos que essas duas espécies humanas viveram lado a lado por milhares de anos, mas como essa relação realmente funcionava? O estudo da Caverna Mandrin nos oferece uma nova visão: ao invés de uma simples substituição dos neandertais pelos sapiens, pode ter havido um cenário muito mais complexo, com diferentes linhagens de neandertais competindo por sobrevivência.

A pesquisa revela que, durante os últimos milênios de existência dos neandertais, o Homo sapiens não lidava com uma única população, mas com várias. Isso torna a narrativa da extinção muito mais intrigante. Afinal, como diferentes linhagens de neandertais reagiram à chegada dos sapiens? Teria sido essa diversidade um fator na eventual extinção?

Thorin: Um dos últimos de sua linhagem

Thorin, o neandertal descoberto na Caverna Mandrin, foi encontrado em um estado de preservação surpreendente. Durante nove anos de escavações delicadas, os pesquisadores recuperaram 31 dentes, fragmentos de crânio e milhares de pequenos ossos. Esses restos permitiram que os cientistas reconstruíssem um quadro detalhado da vida e morte desse indivíduo.

O nome Thorin foi escolhido em homenagem ao personagem de J.R.R. Tolkien, um dos últimos reis anões, devido ao simbolismo de ser um dos últimos de sua linhagem. Thorin, o neandertal, representa algo semelhante: uma população de neandertais que, embora isolada por milhares de anos, chegou aos seus últimos dias antes da extinção total da espécie.

Isolamento genético e as “linhagens fantasmas”

Um dos aspectos mais intrigantes da pesquisa foi a descoberta de uma “linhagem fantasma” de neandertais. Análises genéticas sugerem que havia ainda mais populações neandertais vagando pela Europa na época de Thorin, populações que ainda não foram identificadas nos registros fósseis. Essas linhagens fantasmas podem ter coexistido tanto com Thorin quanto com os Homo sapiens, adicionando mais uma camada de complexidade à história da extinção neandertal.

Essa descoberta desafia a ideia de que a extinção dos neandertais foi um processo simples de substituição pelos sapiens. Em vez disso, parece que o desaparecimento dos neandertais foi o resultado de uma interação muito mais complexa entre várias populações humanas.

A relação entre Thorin e outros neandertais

Uma descoberta adicional surpreendente foi a conexão genética entre Thorin e um neandertal encontrado a 1.700 km de distância, em Gibraltar. Conhecido como Nana, esse neandertal compartilha uma linhagem com Thorin, embora as duas populações tenham vivido a grandes distâncias. Essa descoberta sugere que, apesar do isolamento genético, algumas conexões entre as populações neandertais ainda persistiam ao longo de vastas regiões da Europa.

Moedas de prata de 2 mil anos revelam segredos de um ataque pirata

A história é frequentemente revelada de maneira surpreendente, como demonstrado pela recente descoberta na Acrópole de San Marco e Santa Teresa, na ilha de Pantelária. Durante trabalhos de restauração na região, uma equipe de arqueólogos da Universidade de Tübingen, da Alemanha, fez uma descoberta extraordinária: 27 moedas de prata romanas que haviam sido escondidas sob uma pedra, enterradas no solo. O achado traz novas luzes sobre um período turbulento da história romana, marcado pela presença de piratas no Mediterrâneo e pela expansão militar romana.

As moedas encontradas datam de 94 a 74 a.C., durante a era republicana romana, um período de intensas campanhas militares e rivalidades políticas. Especula-se que essas moedas foram enterradas propositalmente, talvez para evitar que caíssem nas mãos de piratas que saqueavam a região. O achado foi anunciado em um comunicado oficial pelo Parque Arqueológico de Selinunte e Cave di Cusa de Palermo, através de sua página no Facebook, trazendo grande entusiasmo à comunidade arqueológica.

As moedas e o contexto histórico

Essas moedas romanas, conhecidas como denários de prata, são datadas de um período de grande expansão e conflito na República Romana. Entre 509 a.C. e 27 a.C., Roma passou por grandes mudanças políticas e territoriais, conquistando vastas áreas ao redor do Mediterrâneo e enfrentando ameaças tanto externas quanto internas. Nesse cenário, piratas eram uma presença constante no Mediterrâneo, atacando rotas comerciais e ilhas estrategicamente localizadas, como Pantelária.

O arqueólogo Thomas Schäfer, que lidera as escavações na Acrópole de San Marco há 25 anos, explica que o local onde as moedas foram encontradas tem grande relevância histórica. “San Marco nunca foi tocado por séculos, o que torna as descobertas ainda mais emocionantes”, afirma Schäfer. A região, que era um ponto importante de encontro para decuriões romanos, apresenta vestígios que lançam luz sobre a vida política e militar romana no Mediterrâneo. O termo “Comício”, usado pelos romanos para descrever espaços designados para eleições e debates públicos, reflete a importância desse local para a sociedade romana.

 Foto: Parco Archeologico di Selinunte, Cave di Cusa e Pantelleria

Piratas no Mediterrâneo

Durante o período em que as moedas foram cunhadas, as águas do Mediterrâneo eram frequentadas por piratas que saqueavam navios e ilhas, representando uma ameaça constante para o comércio e as rotas militares romanas. A campanha militar de Gneu Pompeu Magno (106-48 a.C.) é um exemplo de como Roma lidava com essa ameaça crescente. Pompeu foi incumbido pelo Senado romano de combater os piratas que devastavam as rotas comerciais e que chegaram a capturar importantes figuras romanas. As frotas de piratas eram tão bem organizadas que chegaram a constituir um poder paralelo no Mediterrâneo, controlando áreas inteiras e cobrando resgates.

Acredita-se que as moedas encontradas em Pantelária foram enterradas por moradores locais ou comerciantes que temiam perder suas riquezas para os piratas. Esse tipo de prática era comum em tempos de guerra ou crise, quando o futuro parecia incerto e a melhor estratégia para proteger seus bens era escondê-los em locais seguros. No entanto, ao que parece, quem quer que tenha enterrado o tesouro nunca teve a chance de recuperá-lo, o que nos deixa com um intrigante mistério histórico.

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O valor arqueológico das moedas

As moedas encontradas em Pantelária não são apenas valiosas por seu conteúdo material, mas também por suas implicações históricas e culturais. Esses denários de prata ajudam os historiadores a reconstruir o contexto comercial, político e militar da região durante a era republicana. Além disso, o fato de terem sido encontradas próximas a outros artefatos romanos, como estátuas de imperadores e imperatrizes, aumenta sua importância para a compreensão da presença romana na Sicília e nas ilhas vizinhas.

O arqueólogo Francesco Scarpinato, conselheiro do Departamento de Patrimônio Cultural e Identidade da Sicília, destacou o valor histórico dessa descoberta. “Este tesouro não é apenas um conjunto de moedas antigas. Ele conta uma história sobre como os romanos lidavam com ameaças, como piratas, e como protegiam suas riquezas em tempos de incerteza”, afirmou. Para Scarpinato, essas moedas oferecem uma janela para o passado, permitindo que os pesquisadores entendam melhor as interações comerciais e as relações de poder que moldaram o Mediterrâneo na época.

O local das descobertas

 Foto: Parco Archeologico di Selinunte, Cave di Cusa e Pantelleria

A Acrópole de San Marco e Santa Teresa, onde as moedas foram encontradas, é um local de grande valor arqueológico, e a recente descoberta só reforça sua importância. Esta acrópole foi um importante centro de atividades políticas e sociais durante o período romano, com um “Comício” que servia como local para eleições, conselhos e tribunais. Apenas cinco comícios romanos estão preservados em boas condições na Itália, e o de San Marco é o mais bem preservado de todos, segundo Thomas Schäfer.

A descoberta de moedas e outros artefatos em San Marco não é inédita. Em 2010, 107 denários de prata já haviam sido desenterrados na mesma área, reforçando a tese de que a região foi um importante ponto de armazenamento e proteção de riquezas durante tempos de crise. Além das moedas, as estátuas de mármore de imperadores como Júlio César e Vespasiano, e da imperatriz Agripina, também foram encontradas nas proximidades e estão atualmente em exibição em museus na Itália e no Reino Unido.

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A prática de enterrar tesouros para protegê-los em tempos de crise é uma estratégia que remonta a civilizações antigas. O medo de invasões, ataques de piratas e saqueadores era uma constante para os moradores de ilhas como Pantelária, localizadas em rotas comerciais movimentadas. A descoberta das moedas de prata na ilha sugere que alguém, em meio ao caos, buscava preservar suas riquezas de uma possível pilhagem. O fato de essas moedas terem permanecido enterradas por séculos sem serem recuperadas indica que o dono original pode ter sido vítima de uma invasão ou nunca teve a oportunidade de retornar ao local.

Este tesouro escondido é um exemplo de como o medo e a incerteza moldaram as ações das pessoas no passado. Assim como hoje guardamos nossos bens em cofres ou utilizamos sistemas de segurança digital para proteger informações, no passado, as pessoas recorriam a medidas simples, mas eficazes, como enterrar seus tesouros em locais remotos e pouco acessíveis. A arqueologia moderna nos permite recuperar esses pedaços do passado, proporcionando uma visão fascinante sobre as escolhas feitas por aqueles que viveram em tempos de perigo.

Conclusão

A descoberta das 27 moedas de prata romanas na ilha de Pantelária é mais do que um achado arqueológico valioso; é uma janela para um passado marcado por incertezas, conquistas e ameaças constantes. Essas moedas nos contam uma história de medo e proteção, de como os antigos romanos enfrentavam invasões e ameaças externas e de como suas vidas eram moldadas pelas constantes mudanças no cenário político e militar do Mediterrâneo.

Fonte: Revista Galileu

Descoberta uma ponte submersa em caverna construída há 6 mil anos

Pesquisadores acabam de desvendar uma descoberta impressionante que pode mudar a compreensão sobre os primeiros habitantes das ilhas do Mediterrâneo ocidental.

Na Caverna Genovesa, localizada na ilha espanhola de Maiorca, uma antiga ponte submersa está ajudando cientistas a reconstituir a história de ocupação humana na região, revelando que os primeiros assentamentos podem ter ocorrido milhares de anos antes do que se pensava.

A ponte, que mede 7,6 metros de comprimento, foi descoberta no início dos anos 2000, mas novas análises sugerem que sua construção data de cerca de 6.000 anos atrás, muito antes do que as estimativas anteriores indicavam. Essa descoberta desafia as linhas do tempo tradicionais e lança novas luzes sobre a ocupação de Maiorca, oferecendo pistas sobre quando e como os primeiros colonizadores chegaram à ilha.

A investigação, liderada pelo professor Bogdan Onac, da Universidade do Sul da Flórida, e publicada na revista Communications Earth & Environment, mostra que a infraestrutura pode ter sido usada para conectar a entrada da caverna a uma câmara seca, situada além de um lago interno.

A descoberta da ponte submersa na Caverna Genovesa traz uma nova perspectiva sobre a vida dos primeiros habitantes de Maiorca. O estudo sugere que esses colonizadores utilizaram a caverna como um local estratégico para habitação e possivelmente para atividades rituais. A ponte foi construída com blocos de calcário, alguns medindo até 1,3 metro de largura, evidenciando uma habilidade técnica surpreendente para a época.

Segundo Onac, a presença dessa infraestrutura sugere que os primeiros humanos que habitaram Maiorca tinham um conhecimento detalhado do ambiente e eram capazes de manipular recursos naturais de maneira sofisticada.

“A ponte mostra que esses primeiros colonizadores tinham um entendimento estratégico das águas subterrâneas da caverna e construíram essa passagem para facilitar o acesso a diferentes áreas do local”, afirmou o pesquisador.

A caverna Genovesa, localizada na costa de Maiorca, é famosa por suas formações geológicas únicas e seu interior submerso. A construção da ponte indica que a caverna não foi apenas explorada, mas utilizada ativamente como parte da vida cotidiana dos antigos habitantes, possibilitando um acesso seguro e seco às suas profundezas, algo raro em um ambiente predominantemente inundado.

A datação precisa da ocupação humana nas ilhas do Mediterrâneo ocidental tem sido um desafio para arqueólogos e historiadores. Até a descoberta da ponte submersa, a linha do tempo da colonização de Maiorca era incerta devido à falta de registros escritos e evidências materiais limitadas.

Estimativas anteriores, baseadas em cerâmicas encontradas na caverna, datavam a estrutura em aproximadamente 3.500 anos. No entanto, novas análises de ossos, cinzas e carvão na ilha sugerem que a ocupação humana pode ter começado há cerca de 4.440 anos.

Os pesquisadores enfrentaram muitas dificuldades para determinar com exatidão a chegada dos humanos na ilha, principalmente devido à má preservação dos materiais arqueológicos.

A pesquisa liderada por Onac utilizou uma abordagem inovadora, analisando a elevação histórica do nível do mar e as formações minerais encontradas na caverna para obter uma datação mais precisa da ponte submersa. A equipe concluiu que a estrutura foi construída durante um período em que o nível do mar estava significativamente mais baixo do que hoje, por volta de 6.000 anos atrás.

A descoberta e análise da ponte submersa só foram possíveis graças a técnicas modernas de arqueologia subaquática, que permitiram a exploração detalhada da caverna sem prejudicar sua integridade. A equipe utilizou mergulhadores especializados e equipamentos de alta tecnologia para estudar as formações de calcita que se acumularam sobre a ponte ao longo dos séculos.

Essas formações, conhecidas como espeleotemas, são depósitos minerais que se formam em cavernas devido à infiltração de água rica em minerais, fornecendo um registro geológico dos níveis passados do mar.

Os pesquisadores examinaram a faixa de coloração presente na ponte e correlacionaram essas marcas com os níveis históricos do mar, determinando que a ponte deve ter sido construída antes de 5.600 anos atrás.

A análise dos espeleotemas revelou que a caverna esteve submersa por longos períodos, o que ajudou a definir uma linha do tempo mais precisa da ocupação humana. “Foi um trabalho de muitos anos reunindo dados que finalmente nos permitiu estimar quando os humanos chegaram a Maiorca”, explicou Onac.

Embora o propósito exato da ponte ainda seja um mistério, evidências sugerem que ela era essencial para acessar uma câmara seca dentro da caverna, possivelmente usada como área de habitação ou espaço de armazenamento.

Os arqueólogos encontraram fósseis de Myotragus balearicus, uma espécie de cabra extinta que vivia na ilha, bem como cerâmicas antigas que indicam atividade humana próxima à entrada da caverna.

Onac e sua equipe especulam que a caverna poderia ter servido como um refúgio ou um local para práticas rituais, dadas as características isoladas e protegidas do local. “É possível que a ponte tenha sido um precursor das construções mais sofisticadas encontradas em Maiorca, como as pequenas casas feitas de grandes pedras que datam de 2.000 a 4.500 anos atrás”, afirmou o pesquisador.

Apesar de ser uma das maiores ilhas do Mediterrâneo e localizada relativamente perto da costa da Espanha, Maiorca foi ocupada bem depois de outras ilhas na parte oriental do Mediterrâneo. Os cientistas acreditam que uma combinação de fatores ambientais dificultou a colonização precoce da ilha.

O clima quente e seco de Maiorca, juntamente com solos pobres para a agricultura, tornava o local menos atraente para os primeiros colonizadores que buscavam terras férteis e recursos abundantes.

Além disso, a escassez de minerais e gado também contribuiu para que os primeiros humanos demorassem a se estabelecer em Maiorca, ao contrário de outras ilhas mediterrâneas que ofereciam melhores condições para a vida.

Essas barreiras naturais fizeram com que os primeiros colonizadores precisassem adaptar suas técnicas e estratégias para sobreviver na ilha, como a construção da ponte na Caverna Genovesa.

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Derretimento de neve revela novos itens arqueológicos na Noruega

O verão atípico na Noruega, com temperaturas altas e secas intensas, está causando mais do que apenas desconforto para os moradores locais. Com o derretimento acelerado das geleiras e o esgotamento da neve nas montanhas, objetos arqueológicos antigos estão ressurgindo, oferecendo uma rara oportunidade de explorar o passado. A cidade de Møre og Romsdal, no sul da Noruega, está no epicentro dessa descoberta, e a administração local já tomou medidas para orientar a população sobre o que fazer ao encontrar esses tesouros históricos.

Em um esforço para preservar essas relíquias, a prefeitura lançou um guia prático, ensinando os moradores a manusear e proteger os artefatos até que possam ser analisados por especialistas. Este fenômeno não é novo; uma situação semelhante ocorreu em 2014, trazendo à tona uma série de descobertas significativas que ampliaram o conhecimento sobre os antigos hábitos de caça e sobrevivência na região.

O verão intenso e seus impactos arqueológicos

O verão de 2024 está sendo um dos mais quentes e secos registrados na Noruega, lembrando os eventos de 2014, quando o calor extremo revelou uma série de artefatos arqueológicos escondidos sob o gelo por séculos. Com as montanhas ficando sem neve e as geleiras recuando rapidamente, há uma renovada expectativa entre arqueólogos e historiadores para novos achados. A prefeitura de Møre og Romsdal, ciente do potencial arqueológico do fenômeno, decidiu agir preventivamente, lançando uma cartilha assinada pelos arqueólogos Guro Dehli Sanden e Kristoffer Dahle. O objetivo é claro: instruir a população sobre como identificar, documentar e proteger qualquer item que possa ter importância histórica.

O valor histórico dos achados arqueológicos

Os objetos que estão ressurgindo não são apenas restos de uma era passada, mas também peças fundamentais para entender a história e os modos de vida dos povos antigos que habitavam a Noruega. Em 2014, descobertas como uma pá de madeira do período romano, espantalhos, ossos de animais, guizos de madeira e cordas trançadas forneceram insights valiosos sobre as práticas de caça e sobrevivência desses povos. Tais achados demonstram o uso sofisticado dos recursos naturais disponíveis, como a bétula, que era utilizada não apenas como material de construção, mas também por suas propriedades medicinais. Esses artefatos não apenas elucidam as atividades diárias dos habitantes antigos, mas também revelam suas estratégias de adaptação ao ambiente desafiador.

Procedimentos para descoberta de artefatos

De acordo com o comunicado da prefeitura, qualquer pessoa que encontrar um objeto de interesse arqueológico deve seguir alguns procedimentos fundamentais. O primeiro passo é fotografar o artefato e o local da descoberta de diferentes ângulos, incluindo uma visão panorâmica do ambiente ao redor. Isso ajudará os arqueólogos a contextualizar a localização do item e entender melhor seu significado histórico. Além disso, é essencial registrar as coordenadas geográficas do local, utilizando um GPS ou mesmo marcando o ponto em um mapa. Caso o objeto não possa ser transportado com segurança, a orientação é deixá-lo no lugar e informar a prefeitura, que providenciará a coleta apropriada.

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Preservação de objetos frágeis e orgânicos

A conservação dos objetos descobertos é crucial para garantir que cheguem em boas condições aos especialistas. Itens que ainda contêm umidade devem ser mantidos refrigerados para evitar danos. Para artefatos como chifres ou ossos, a recomendação é armazená-los em um congelador. Essas precauções são importantes, pois os materiais orgânicos podem se deteriorar rapidamente quando expostos ao ar livre após passarem séculos sob o gelo. A prefeitura enfatiza que a preservação adequada desses itens pode fazer a diferença na sua análise e na obtenção de informações preciosas sobre o passado.

Importância da colaboração comunitária

A descoberta de artefatos arqueológicos não é apenas uma questão de interesse histórico, mas também uma oportunidade de envolvimento comunitário. A participação ativa da população na identificação e preservação desses objetos é fundamental para o sucesso das investigações arqueológicas. Além disso, esses achados têm o potencial de fortalecer o senso de identidade cultural e de pertencimento, criando um elo entre os atuais habitantes da região e seus antepassados. As autoridades locais destacam que, ao agir de forma responsável e informada, os moradores podem contribuir significativamente para a preservação do patrimônio histórico da Noruega.

Impacto global das descobertas norueguesas

O interesse pelas descobertas arqueológicas na Noruega vai além das fronteiras nacionais. A revelação de artefatos sob o gelo é uma oportunidade única para a comunidade científica global estudar os efeitos das mudanças climáticas em contextos históricos e culturais. O derretimento das geleiras não só está mudando a paisagem moderna, mas também revelando os vestígios do passado, proporcionando novas perspectivas sobre a adaptação humana em ambientes extremos. Essas descobertas também podem fornecer dados valiosos para pesquisadores que estudam a evolução das práticas de caça, domesticação de animais e uso de plantas medicinais em diferentes períodos históricos.

Ações preventivas e futuras descobertas

À medida que o aquecimento global continua a impactar os padrões climáticos, eventos como o derretimento das geleiras norueguesas podem se tornar mais frequentes. Isso exige uma preparação adequada não apenas das autoridades, mas também da população local, para lidar com os desafios e as oportunidades que surgem dessas mudanças. Os arqueólogos estão ansiosos para ver o que mais o gelo derretido pode revelar, sabendo que cada descoberta tem o potencial de mudar o entendimento atual da história da humanidade. Iniciativas como a cartilha da prefeitura de Møre og Romsdal são passos importantes para garantir que futuras descobertas sejam manuseadas com o cuidado e respeito que merecem.

Conclusão

O derretimento das geleiras na Noruega, embora preocupante do ponto de vista ambiental, oferece uma rara janela para o passado. À medida que mais objetos emergem do gelo, eles não só nos conectam a uma era antiga, mas também nos lembram da fragilidade do nosso planeta e da importância de preservar nosso patrimônio histórico. A comunidade local, com o apoio das autoridades e de especialistas em arqueologia, desempenha um papel crucial na proteção desses tesouros. Ao seguir as orientações e agir de forma consciente, os noruegueses têm a oportunidade de contribuir para a preservação de sua história e para o enriquecimento do conhecimento global sobre a humanidade e suas adaptações ao longo dos séculos.

Fonte: Revista Galileu

Esqueleto de mastodonte gigante de 13.600 anos é descoberto

Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta monumental no condado de Wayne, em Iowa, nos Estados Unidos. Enterrado sob camadas de terra, um esqueleto de mastodonte gigante, incrivelmente bem preservado, foi desenterrado, proporcionando uma janela fascinante para a vida na América do Norte durante a última Era do Gelo. A datação por radiocarbono sugere que este mastodonte viveu há aproximadamente 13.600 anos, um período crítico que marca o final da última grande glaciação e a chegada dos primeiros humanos à região. A descoberta não só destaca a importância da preservação dos fósseis, mas também abre novas perspectivas para o estudo da interação entre humanos e megafauna pré-histórica.

A grande descoberta em Iowa

No outono de 2022, uma equipe de arqueólogos do Escritório do Arqueólogo Estadual da Universidade de Iowa recebeu uma ligação intrigante de um morador do condado de Wayne. Ele havia encontrado um osso de tamanho impressionante enquanto trabalhava em sua propriedade. Ao investigar, os pesquisadores rapidamente identificaram o objeto como o fêmur de um mastodonte, um parente extinto dos elefantes modernos, que habitou a América do Norte há milhões de anos. Este achado inicial despertou grande interesse e levou a uma escavação mais detalhada, realizada em agosto de 2024.

Durante os 12 dias de escavação, a equipe descobriu uma coleção extraordinária de fósseis, incluindo partes do crânio e uma presa, ainda parcialmente conectada ao esqueleto. O estado de preservação dos ossos surpreendeu os cientistas, que agora têm a oportunidade de estudar detalhadamente o mastodonte e as condições em que viveu. A datação por radiocarbono realizada no local revelou que o animal viveu há cerca de 13.600 anos, pouco antes da extinção desses gigantes.

O mundo do Mastodonte

Os mastodontes, embora semelhantes aos mamutes e elefantes, possuíam características únicas que os diferenciavam de seus parentes mais próximos. Um dos aspectos mais distintivos eram seus dentes, que possuíam cúspides incomuns, especialmente adaptadas para triturar plantas lenhosas, uma dieta bastante diferente da dos mamutes, que se alimentavam principalmente de gramíneas. Este detalhe anatômico reflete a diversidade dos ecossistemas durante a Era do Gelo e a adaptação dos mastodontes a habitats florestais.

Esses animais habitaram a América do Norte por milhões de anos, desde aproximadamente 3,5 milhões de anos até sua extinção, cerca de 10.500 anos atrás. A descoberta em Iowa oferece uma visão valiosa sobre o final desse período, quando mudanças climáticas e a presença crescente de humanos começaram a impactar significativamente a megafauna.

Sinais de humanos

Um dos focos principais dos arqueólogos agora é investigar possíveis sinais de interação entre humanos e o mastodonte desenterrado. Durante a escavação, os pesquisadores buscaram marcas de corte ou outros indícios que possam sugerir que o animal foi caçado ou manipulado por humanos antigos. A possibilidade de encontrar tais evidências é intrigante, pois poderia fornecer informações sobre as práticas de subsistência e as estratégias de caça dos primeiros habitantes da América do Norte.

A presença de humanos na região durante o mesmo período em que o mastodonte viveu torna essa linha de investigação ainda mais relevante. Se forem encontrados vestígios de interação, isso poderia confirmar teorias sobre como os humanos contribuíram para a extinção dos mastodontes, seja através da caça intensiva ou da competição por recursos em um ambiente em rápida transformação.

A excepcional preservação do esqueleto do mastodonte encontrado em Iowa não é apenas um feito científico, mas também um lembrete da importância de proteger e preservar nossos recursos fósseis. Os fósseis são tesouros insubstituíveis que nos permitem compreender a história da vida na Terra, oferecendo pistas sobre como os ecossistemas evoluíram e como os organismos se adaptaram a mudanças ambientais.

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O fato de este esqueleto ter sido encontrado em tão boas condições destaca a necessidade de procedimentos cuidadosos de escavação e conservação. Cada fragmento de osso, cada dente, cada presa é um pedaço do quebra-cabeça que os cientistas montam para recriar o mundo pré-histórico. Além disso, a preservação desses fósseis em museus e instituições educacionais permite que o público em geral tenha acesso a essas descobertas, promovendo a educação e a conscientização sobre a história natural.

Com o esqueleto agora cuidadosamente removido do local de escavação, os cientistas estão ansiosos para iniciar uma análise detalhada dos ossos. Este trabalho incluirá a reconstrução do esqueleto, a análise de microfósseis presentes nos restos e a comparação com outros achados de mastodontes na América do Norte. Os resultados dessas análises não apenas ampliarão nosso conhecimento sobre os mastodontes, mas também ajudarão a contextualizar melhor o ambiente e as condições que levaram à sua extinção.

Além disso, os ossos do mastodonte serão expostos no Prairie Trails Museum, em Corydon, Iowa, onde o público poderá apreciar a magnitude dessa descoberta. Exposições como essa são fundamentais para conectar as pessoas com a história natural de seu próprio território, além de inspirar novas gerações de arqueólogos e paleontólogos.

Conclusão

A descoberta do esqueleto de mastodonte em Iowa é um marco significativo para a arqueologia e a paleontologia. Não apenas oferece um vislumbre do passado remoto, mas também levanta questões importantes sobre a interação entre humanos e megafauna durante a última Era do Gelo. Enquanto os cientistas continuam a estudar esses fósseis, o público terá a oportunidade de aprender mais sobre um dos gigantes que uma vez percorreu a América do Norte. A preservação e o estudo contínuo desses restos são essenciais para aprofundar nossa compreensão da história natural e das forças que moldaram o mundo em que vivemos hoje.

Estudante descobre tesouro viking na Dinamarca

Um achado arqueológico extraordinário trouxe à tona um tesouro escondido por mais de mil anos. Um estudante universitário na Dinamarca, armado com um detector de metais, fez uma descoberta que não apenas lança luz sobre a história viking, mas também sugere uma intrincada rede de conexões entre a Escandinávia e as regiões da Rússia e Ucrânia. A descoberta ocorreu em uma fazenda local, onde joias de prata da Era Viking foram desenterradas, datando de aproximadamente 800 d.C. Essas relíquias são mais do que simples adornos; elas são evidências tangíveis de uma rede comercial que se estendia do Atlântico Norte até a Ásia.

A descoberta do tesouro viking

Gustav Bruunsgaard, estudante de arqueologia da Universidade de Aarhus, nunca imaginou que uma exploração casual em uma fazenda local resultaria em um dos achados arqueológicos mais significativos da história recente. Munido de um detector de metais, Bruunsgaard inicialmente encontrou uma pulseira de prata. Impulsionado pela descoberta, ele retornou ao local alguns dias depois e localizou mais seis pulseiras, todas datadas de 800 d.C.

Este antigo assentamento da Era Viking, agora identificado como um ponto estratégico nas rotas comerciais da época, forneceu aos especialistas novas informações sobre as conexões entre a Escandinávia e outras regiões da Europa e da Ásia. As autoridades locais foram rapidamente informadas e especialistas em arqueologia conduziram uma análise detalhada das joias, concluindo que elas confirmam uma ligação entre a Dinamarca, a Rússia e a Ucrânia, além de conexões com as Ilhas Britânicas no oeste.

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A importância das joias viking

As joias descobertas, compostas por pulseiras de prata, não eram apenas acessórios decorativos. De acordo com pesquisadores do Museu Moesgaard, elas funcionavam como uma forma de moeda, conhecida como hacksilver, amplamente utilizada durante a Era Viking. Essas joias, que pesam cerca de meio quilo, foram cuidadosamente ajustadas a um sistema de peso comum, permitindo que fossem usadas em transações e pagamentos, refletindo a capacidade financeira e o alcance comercial dos vikings.

Entre os itens encontrados, uma pulseira com um “anel enrolado” chamou a atenção dos especialistas por sua semelhança com estilos de joias encontrados na Rússia e na Ucrânia, sugerindo que os nórdicos podem ter imitado esses designs. Além disso, três “anéis estampados em forma de banda” são similares a joias encontradas na Irlanda, onde se tornaram bastante comuns, evidenciando a influência viking em diversas regiões.

Conexões comerciais viking

A descoberta em Aarhus não apenas revela aspectos da vida cotidiana dos vikings, mas também reforça a ideia de que a cidade era um importante centro comercial durante o período. O Museu Moesgaard declarou que esta descoberta confirma a posição estratégica de Aarhus no mundo viking, sendo um elo de ligação que conectava o Atlântico Norte à Ásia, passando pelas terras do leste europeu.

Os vikings eram conhecidos por suas habilidades em navegação e comércio, estabelecendo rotas que cobriam vastas distâncias e conectavam diferentes culturas. As joias de prata encontradas na Dinamarca são uma prova concreta dessas conexões, demonstrando que as redes comerciais viking eram mais amplas e complexas do que se imaginava anteriormente.

Conclusão

A descoberta do tesouro viking na Dinamarca por um estudante universitário não só enriquece nosso entendimento sobre a história dos vikings, mas também abre novas perspectivas sobre as relações comerciais da época. As joias de prata, agora expostas no Museu Moesgaard, são testemunhos silenciosos de uma era em que a Dinamarca estava no centro de um mundo interconectado. Essas relíquias nos lembram do alcance e da sofisticação das redes comerciais viking, que ligavam a Escandinávia ao leste europeu e além. Em suma, este achado arqueológico não é apenas uma janela para o passado, mas também uma peça fundamental para entender a complexidade das interações culturais e econômicas na Era Viking.

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A espada de 700 anos dos Templários encontrada em caverna secreta

Uma descoberta arqueológica despertou o interesse de historiadores e entusiastas da Idade Média. Uma espada de 700 anos, datada do século XIII, foi encontrada em uma caverna escondida sob uma árvore em uma propriedade privada no Reino Unido.

A caverna, supostamente utilizada pelos Cavaleiros Templários, oferece um vislumbre fascinante de uma época envolta em mistério e lendas.

Em uma fazenda no condado de Shropshire, Inglaterra, uma simples toca de coelho levou à descoberta de um santuário subterrâneo. Este santuário, conhecido como Cavernas de Caynton, foi associado localmente aos Cavaleiros Templários.

A caverna, situada a menos de um metro abaixo do solo, parece estar estruturalmente intacta e preserva uma atmosfera de reverência e segredo.

Os Cavaleiros Templários

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, popularmente conhecida como Cavaleiros Templários, foi uma ordem militar cristã estabelecida no século XII. Seu objetivo inicial era proteger os peregrinos que viajavam para Jerusalém após a conquista da cidade.

Os membros da ordem faziam votos de pobreza, castidade e obediência, e eram facilmente reconhecidos por seus mantos brancos adornados com uma cruz vermelha.

Os Cavaleiros Templários estão cercados de mistério devido aos seus rituais secretos e à aura de poder que os envolvia. Fundada em 1119, a ordem rapidamente ganhou influência e riqueza, acumulando terras, dinheiro e outros recursos valiosos.

No entanto, em 1312, sob pressão do rei Filipe IV da França, o Papa Clemente V dissolveu a ordem. Muitos templários foram presos, torturados para confissões forçadas e eventualmente executados.

A caverna

Segundo o Historic England, as cavernas de Caynton foram provavelmente construídas no final do século XVIII ou início do século XIX, muito depois da dissolução dos Templários. No entanto, a estrutura intricada e o design evocam uma sensação de propósito religioso.

Michael Scott, um fotógrafo britânico, explorou e documentou as cavernas, descrevendo-as como um templo subterrâneo.

“Eu custei para encontrá-las. Se você não sabe que elas estão ali, facilmente passaria batido. Considerando quando foram construídas, as cavernas estão em excelentes condições, é como se fosse um templo subterrâneo”, disse Scott.

Os túneis da caverna levam a uma rede de passarelas e arcos esculpidos em arenito, incluindo uma fonte. Scott mencionou que a caverna é bastante apertada, exigindo que pessoas altas se curvem para entrar.

Algumas câmaras são tão pequenas que é necessário ajoelhar-se para acessá-las. Apesar das condições úmidas do exterior, o interior da caverna permanece seco e silencioso, proporcionando um ambiente quase sagrado.

O Historic England sugere que as cavernas têm sido utilizadas para rituais de magia negra por visitantes modernos, o que levou ao bloqueio do acesso em 2012 para evitar vandalismo.

Esta descoberta não apenas adiciona uma camada de intriga histórica, mas também destaca a contínua fascinação humana pelos Templários e seus segredos.

Naufrágio do século XIX descoberto no Báltico revela tesouro de champanhe

A recente descoberta de um naufrágio do século XIX nas águas do Mar Báltico, próximo à ilha sueca de Öland, revelou um tesouro inesperado: um navio mercante incrivelmente bem preservado, ainda carregado com sua carga original de champanhe, vinho, água mineral e porcelana.

A descoberta, realizada pelo grupo de mergulho Baltictech, surpreendeu a comunidade arqueológica e promete oferecer insights fascinantes sobre o comércio e a vida marítima da época.

O grupo Baltictech, uma associação polonesa dedicada à exploração de naufrágios no Báltico, foi responsável pela descoberta. Inicialmente, as imagens do sonar não indicavam nada extraordinário, aparentando ser apenas um barco de pesca. No entanto, dois mergulhadores decidiram investigar mais a fundo e acabaram encontrando um navio mercante em excelentes condições, com grande parte de sua carga original ainda intacta.

Tomasz Stachura, líder do Baltictech, relatou à AFP: “Todo o naufrágio está carregado até a borda com caixas de champanhe, água mineral e porcelana”. Ele destacou a raridade da descoberta, mencionando que, em seus 40 anos de mergulho, nunca havia encontrado um naufrágio com tanta carga preservada. Os mergulhadores contaram mais de 100 garrafas de champanhe e várias cestas cheias de garrafas de água mineral Selters, lacradas e bem preservadas, datadas entre 1850 e 1867.

A carga do navio é um verdadeiro tesouro histórico. As garrafas de champanhe, vinho e água mineral Selters, bem como a porcelana, oferecem uma visão rara sobre os produtos de luxo transportados durante o século XIX. Essas descobertas podem ajudar a compreender melhor as rotas comerciais, o consumo de luxo e os hábitos de vida da elite europeia da época.

O champanhe encontrado a bordo é particularmente interessante, pois as condições do naufrágio e as temperaturas frias do Báltico podem ter ajudado a preservar as garrafas em um estado excepcional. Se recuperado com sucesso, o champanhe poderia fornecer informações valiosas sobre as técnicas de produção e armazenamento do século XIX.

A água mineral Selters era extremamente popular na Europa do século XIX, conhecida por suas propriedades medicinais e frequentemente exportada para vários países. As garrafas de grés seladas encontradas no naufrágio são um testemunho da qualidade e da importância desta água na época.

Além do valor intrínseco da carga, a descoberta do naufrágio é um marco significativo na arqueologia subaquática. Naufrágios bem preservados como este são relativamente raros e oferecem uma oportunidade única para estudar aspectos históricos, econômicos e sociais do período.

A arqueologia subaquática desempenha um papel crucial na recuperação e preservação de artefatos históricos que seriam inacessíveis por outros meios. A descoberta do Baltictech sublinha a importância de explorar e documentar naufrágios, que são verdadeiras cápsulas do tempo submersas.

O grupo Baltictech notificou as autoridades suecas sobre a descoberta. A recuperação dos artefatos, incluindo champanhe e água mineral, dependerá da aprovação das autoridades e de um planejamento meticuloso para garantir a preservação e integridade dos itens.

Stachura mencionou que a equipe está disposta a esperar e se preparar adequadamente para a operação de recuperação: “[O navio] ficou lá por 170 anos, então deixe-o lá por mais um ano, e teremos tempo para nos preparar melhor para a operação”. A paciência e o cuidado são essenciais para garantir que os artefatos sejam recuperados com segurança e sem danos.

O naufrágio do século XIX encontrado no Báltico fornece uma janela fascinante para o comércio marítimo da época. Durante o século XIX, o Mar Báltico era uma rota comercial vital, conectando vários países europeus e facilitando o comércio de produtos de luxo, como champanhe, vinho e porcelana.

A descoberta revela a extensão e a sofisticação do comércio marítimo no século XIX. O transporte de produtos de luxo como champanhe e porcelana reflete a demanda e o consumo desses itens entre as elites europeias. Além disso, a presença de água mineral Selters indica a popularidade e a valorização de produtos com propriedades medicinais.

A recuperação e a preservação de naufrágios como este são fundamentais para a compreensão da história marítima e do comércio global. As técnicas modernas de arqueologia subaquática permitem a documentação detalhada e a conservação de artefatos, garantindo que as futuras gerações possam aprender e apreciar esses tesouros históricos.

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Descoberta de piso de mármore revela luxo de cidade submersa

Recentemente, arqueólogos fizeram uma descoberta notável no fundo do mar onde repousa a cidade submersa de Baiae: um piso de mármore multicolorido que destaca o luxo e a opulência deste antigo assentamento romano. Conhecida como a “Las Vegas” da Roma antiga, Baiae era um destino de férias para a elite romana, famoso por suas vilas luxuosas e fontes termais.

Baiae estava situada no Golfo de Nápoles, perto dos famosos restos de Pompéia. A cidade era um resort de elite, atraindo figuras proeminentes como Júlio César, Nero, Cícero e Adriano. Ao longo dos anos, arqueólogos subaquáticos recuperaram várias relíquias antigas, mas a recente descoberta de um piso de mármore multicolorido adiciona uma nova dimensão ao entendimento do luxo que definia Baiae.

De acordo com a página do Facebook do Parque Arqueológico dos Campos Flégreos, o piso é composto por milhares de placas de mármore em centenas de formatos diferentes, formando padrões geométricos intricados. Esta obra de arte faz parte do “opus sectile”, um tipo de mosaico composto por vários materiais coloridos como mármore, concha, madrepérola e vidro. Diferente dos mosaicos tesselados comuns, que usam pequenos cubos de pedra ou vidro, o opus sectile utiliza peças cortadas em formas específicas para criar designs mais elaborados e sofisticados.

O piso de mármore descoberto era, provavelmente, o piso de uma sala de recepção de uma villa pertencente a um indivíduo de alto status durante o terceiro século d.C. O design complexo e caro indica o nível de riqueza e sofisticação do proprietário. O padrão do mosaico inclui vários quadrados cercados por círculos inscritos, e muitas das pedras usadas parecem ter sido reaproveitadas de outras construções, destacando a habilidade e o engenho dos artesãos romanos.

A criação de um mosaico como esse era extremamente cara, o que explica o uso de pedras recuperadas de outras estruturas. A reutilização de materiais não apenas demonstra uma abordagem pragmática, mas também sugere um desejo de manter e exibir a riqueza e a sofisticação mesmo em tempos de recursos limitados. A descoberta deste piso oferece insights valiosos sobre as práticas e prioridades da elite romana em Baiae.

Baiae era conhecida por suas vilas luxuosas e seu lindo litoral, atraindo a elite romana com suas fontes termais rejuvenescedoras, que borbulhavam de aberturas vulcânicas abaixo. Essas fontes eram famosas por suas supostas propriedades curativas, fazendo de Baiae um destino desejado para aqueles que buscavam saúde e prazer.

Com o tempo, Baiae tornou-se conhecida por seu apelo hedonista. Sêneca, o famoso filósofo estoico, descreveu a cidade como um “lugar a ser evitado” devido ao vício e ao pecado. Ele lamentou a decadência da cidade, onde festas desenfreadas e estados de embriaguez perturbavam a paz. Apesar de sua reputação decadente, Baiae permaneceu um símbolo do luxo e do excesso romano.

Baiae encontrou seu fim devido a processos históricos e geológicos. Com o colapso do Império Romano, a cidade foi atacada por vários invasores e, mais tarde, invadida por exércitos muçulmanos no século VIII d.C. No século XVI, a cidade afundou abaixo do nível do mar devido à atividade vulcânica dentro dos Campos Flegreios, um supervulcão onde Baiae estava situada.

Hoje, arqueólogos subaquáticos trabalham diligentemente para recuperar e restaurar muitos aspectos da cidade submersa de Baiae. A descoberta e a restauração do piso de mármore são apenas um exemplo do que esses esforços têm revelado sobre a vida luxuosa e opulenta que uma vez floresceu nesta cidade.

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Roma descobre jardim imperial antigo durante obras para o Jubileu de 2025

Com a aproximação do Jubileu de 2025, um evento de grande importância para a Igreja Católica, o Vaticano e a cidade de Roma estão realizando extensas reformas e projetos de renovação para preparar a cidade eterna para a chegada de milhões de peregrinos.

No entanto, durante essas obras, a cidade fez uma descoberta arqueológica fascinante que lançou luz sobre a história imperial de Roma. Durante a realocação de uma oficina têxtil na Piazza Pia, perto do Vaticano, trabalhadores desenterraram os restos de um antigo jardim que remonta ao período imperial.

Durante as obras de construção na Piazza Pia, uma equipe de trabalhadores descobriu os restos de um arranjo de jardim imperial na margem direita do rio Tibre. Esta descoberta ocorreu durante a realocação de uma fullonica, uma oficina usada para processar tecidos. A estrutura desenterrada inclui uma parede de travertino e um pórtico com colunatas, embora atualmente apenas as fundações deste último estejam visíveis.

Os elementos descobertos faziam parte de um grande jardim que se acredita ter sido usado por membros da elite romana. Este jardim, conhecido como Horti di Agrippina, era um espaço luxuoso que oferecia um retiro tranquilo e ornamentado para os seus proprietários e convidados.

O projeto de escavação, supervisionado pela Superintendência Especial de Roma sob a liderança de Daniela Porro, revelou três fases distintas de construção, abrangendo o período entre os reinados de Augusto e Nero. A arqueóloga Dora Cirone coordenou a escavação, com a direção científica de Alessio De Cristofaro. Essas fases de construção refletem a evolução e a expansão do jardim ao longo do tempo, indicando seu contínuo uso e importância.

Um dos achados mais notáveis da escavação foi um cano de água de chumbo, conhecido como fistula plumbea, com uma inscrição que identifica o proprietário do sistema de água. A inscrição “C(ai) Cæsaris Aug(usti) Germanici” identifica o proprietário como o Imperador Calígula, filho de Germânico e Agripina, a Velha, que reinou de 37 a 41 d.C.

A inscrição confirma a localização do Horti di Agrippina maior perto da Piazza Pia e sugere que o jardim pertencia a uma linhagem de figuras imperiais romanas proeminentes. Este achado corrobora o relato de Philo de Alexandria, um historiador judeu, que descreveu um encontro entre Calígula e uma delegação de judeus alexandrinos no Horti di Agrippina.

Segundo Philo de Alexandria, a delegação procurou alertar Calígula sobre a crise entre a comunidade judaica de Alexandria e a população grega da cidade, que resultou em violência generalizada e intolerância religiosa. No entanto, Calígula, favorecendo a facção grega, rejeitou seus apelos. A descoberta do cano de água com a inscrição de Calígula oferece evidências adicionais de que a Piazza Pia pode ser o local deste encontro historicamente significativo.

Além da inscrição de Calígula, a escavação revelou outras descobertas significativas, incluindo Campana Slabs, terracotas figuradas tradicionalmente usadas para ornamentação de telhados, apresentando cenas mitológicas incomuns. Essas lajes, reaproveitadas como tampas de esgoto na fullonica, provavelmente foram originalmente destinadas a embelezar uma estrutura de jardim, potencialmente o próprio pórtico.

Os arqueólogos também encontraram moedas de bronze da época ptolomaica, o que ajuda a datar os sepultamentos e oferece insights sobre o comércio e a economia do período. Estes achados enriquecem nosso entendimento da interação cultural e econômica entre Roma e outras civilizações.

Os artefatos encontrados em Tel El-Dir, incluindo cerâmicas e estátuas Ushabti, confirmam a continuidade histórica da necrópole. As estátuas Ushabti, colocadas nas tumbas para representar os servos dos falecidos na vida após a morte, destacam a importância das práticas funerárias e das crenças espirituais na sociedade egípcia antiga.

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A descoberta das estruturas do jardim imperial não só fornece uma visão sobre a vida e os espaços de lazer da elite romana, mas também reforça a importância histórica do local. A identificação do Horti di Agrippina maior e a conexão com figuras imperiais como Calígula ilustram a rica tapeçaria de histórias e eventos que moldaram a Roma antiga.

Estas descobertas são vitais para a compreensão da evolução urbana e da história social de Roma. Elas destacam a necessidade de preservar e estudar continuamente os sítios arqueológicos para revelar segredos do passado e promover o turismo cultural.

Os preparativos para o Jubileu de 2025 incluem não apenas reformas e projetos de infraestrutura, mas também a preservação e valorização do patrimônio arqueológico. A descoberta do jardim imperial durante estas obras sublinha a importância de integrar a preservação histórica nos planos de desenvolvimento urbano.

A revelação de tais descobertas arqueológicas pode atrair ainda mais visitantes para Roma, interessados em explorar a rica história da cidade. O turismo cultural é uma parte crucial da economia de Roma, e descobertas como esta realçam o apelo duradouro da cidade como um destino global.

O bizarro mistério do sarcófago antigo encontrado na praia

A história frequentemente nos surpreende com descobertas inesperadas que desafiam nossa compreensão do passado. Recentemente, uma dessas descobertas ocorreu na costa norte búlgara do Mar Negro, perto de Varna.

Um turista encontrou um sarcófago romano, gerando grande interesse e mobilizando especialistas do Museu Arqueológico de Varna e da Diretoria do Ministério da Cultura para a Proteção do Patrimônio Cultural.

A descoberta foi feita por um ex-policial que estava de férias no resort Sts. Constantine and Helena. Enquanto aproveitava a praia perto de um canteiro de obras recentemente concluído, ele se deparou com o sarcófago e imediatamente contatou as autoridades locais. A rápida resposta da polícia e de especialistas em arqueologia foi crucial para garantir a proteção e o estudo do artefato.

Uma patrulha policial, juntamente com especialistas do Museu Arqueológico de Varna e um representante do escritório local da Diretoria de Proteção do Patrimônio Cultural do Ministério da Cultura, realizou uma inspeção inicial no local. Eles presumiram que o sarcófago provavelmente datava da era romana, especificamente do século II ao III d.C., conforme informado pela Televisão Nacional Búlgara.

Medindo aproximadamente 90 x 235 x 75 cm, o sarcófago é adornado com elaboradas decorações em relevo, incluindo guirlandas, folhas, uvas, cabeças de animais e outros ornamentos estilizados, característicos da arte funerária romana. Notavelmente, o sarcófago não tem tampa, o que não é incomum para tais achados, mas acrescenta um elemento de mistério em relação ao seu uso e conteúdo originais.

Após a inspeção inicial, o artefato foi cuidadosamente transportado para o Museu Arqueológico de Varna para um exame mais aprofundado. A mudança envolveu equipamento pesado e assistência do Departamento Regional de Segurança contra Incêndios e Proteção Civil, garantindo que o delicado artefato fosse realocado sem danos.

O caso também foi relatado ao Ministério Público, refletindo a importância da descoberta e a necessidade de supervisão legal em sua investigação. Milen Marinov, especialista do museu de história local, faz parte da equipe encarregada de examinar o sarcófago. Marinov revelou que a equipe começou o meticuloso processo de remoção de tinta do sarcófago para descobrir qualquer coloração original restante e estudar as técnicas usadas em sua criação.

A investigação visa determinar se o sarcófago é um artefato romano autêntico, um original retocado ou uma criação moderna projetada para parecer antiga. Marinov destacou os desafios em tais avaliações, observando que há vários métodos para envelhecer objetos artificialmente para fazê-los parecer mais antigos do que são. Esta análise completa é crucial para verificar a autenticidade e o valor histórico do sarcófago.

“Queremos ver o que há por baixo, se alguma parte da coloração original permaneceu, qual técnica foi usada para fazê-lo – todas as informações que nos dirão se o sarcófago é autêntico. Nós apenas começamos, não podemos dizer nada com certeza,” disse Marinov sobre o exame em andamento.

A descoberta do sarcófago romano na praia perto de Varna pode aumentar a rica evidência histórica descoberta na região. Varna é conhecida por sua herança pré-histórica da cultura Varna de 7000 anos, incluindo uma necrópole da Idade do Cobre que abriga o espetacular e agora mundialmente famoso túmulo do Homem de Varna. A antiga Varna se tornou um assentamento trácio e mais tarde uma colônia grega antiga, e então parte do Império Romano em 15 d.C.

Os banhos romanos ou thermae em Varna foram construídos no final do século II e usados até o final do século III. Moedas do reinado do imperador romano Septímio Severo foram encontradas entre as ruínas. No século XIV, as ruínas dos banhos abrigavam oficinas de artesãos. A descoberta do sarcófago na praia, seja ele autêntico ou uma reprodução notável, é uma prova do fascínio duradouro da história antiga e dos esforços contínuos para preservar e compreender nossa herança cultural compartilhada.

Determinar a autenticidade do sarcófago é um passo essencial não apenas para entender sua origem, mas também para garantir a preservação precisa da história. Se o sarcófago for comprovadamente autêntico, ele se tornará uma adição valiosa ao conhecimento arqueológico da região, oferecendo insights sobre os costumes funerários romanos e a presença romana na Bulgária.

No entanto, se for descoberto que é uma reprodução moderna, isso também é significativo. A criação de réplicas e o uso de técnicas para envelhecer artificialmente objetos são práticas que têm implicações importantes para o mercado de antiguidades e para o campo da arqueologia.

O Museu Arqueológico de Varna desempenha um papel crucial na preservação e estudo deste artefato. O museu, conhecido por sua extensa coleção de artefatos históricos, possui a expertise necessária para conduzir uma análise detalhada do sarcófago. A colaboração entre o museu e outras entidades, como o Departamento Regional de Segurança contra Incêndios e Proteção Civil, destaca a importância da cooperação interdisciplinar na preservação do patrimônio cultural.

A descoberta do sarcófago também tem implicações significativas para a comunidade local. Ela não só atraiu a atenção da mídia e de turistas, mas também destacou a importância de proteger e valorizar o patrimônio cultural da região. O interesse gerado pela descoberta pode levar a um aumento no turismo cultural, beneficiando a economia local e incentivando maiores esforços de conservação.

A investigação sobre o sarcófago romano encontrado na praia de Varna está apenas começando. Conforme a equipe do Museu Arqueológico de Varna continua seu exame meticuloso, mais detalhes sobre a origem, autenticidade e história do sarcófago serão revelados. Esse processo envolve não apenas a análise física do artefato, mas também a contextualização histórica e a comparação com outros achados semelhantes.

Lobo mumificado de 44.000 anos pode revelar vírus pré-histórico

Em 2021, uma descoberta impressionante sacudiu a comunidade científica e capturou a imaginação do público: moradores da região de Yakutia, no leste da Rússia, encontraram um lobo mumificado em um espesso permafrost. Este solo, normalmente congelado o ano todo, começou a descongelar devido ao aumento das temperaturas globais, revelando segredos há muito escondidos.

O lobo encontrado em Yakutia é uma relíquia do período Pleistoceno, uma época que terminou há cerca de 11.700 anos. Graças às condições do permafrost, o animal foi preservado de forma quase perfeita. Seus dentes e uma grande parte de seu pelo permanecem intactos, proporcionando uma visão rara e detalhada de como era este predador há 44.000 anos. Além disso, alguns órgãos internos também foram preservados, oferecendo uma oportunidade única para estudos biológicos detalhados.

Robert Losey, antropólogo da Universidade de Alberta, destacou a singularidade da descoberta: “É o único lobo adulto completo do Pleistoceno já encontrado, o que por si só é realmente notável e completamente único.” A análise genética deste lobo permite compreender melhor suas características hereditárias e sua relação com outras espécies, tanto extintas quanto modernas.

Além disso, a preservação dos órgãos internos possibilita estudos sobre as doenças da época. Os pesquisadores estão especialmente interessados nos micróbios antigos presentes no intestino do lobo. Esses microrganismos podem oferecer insights sobre as interações biológicas do passado e até mesmo ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos.

O derretimento do permafrost não apenas revela criaturas antigas como este lobo, mas também traz à tona bactérias e vírus adormecidos há milênios. Em 2016, um surto de antraz na Península de Yamal, na Sibéria, foi atribuído ao degelo de esporos de antraz de uma carcaça de rena congelada. Este incidente infectou 36 pessoas e resultou na morte de uma criança, destacando os perigos potenciais do descongelamento do permafrost.

No ano passado, o pesquisador Jean-Michel Claverie conseguiu reviver um vírus de 48.000 anos encontrado no permafrost siberiano. Este vírus ainda era capaz de infectar amebas unicelulares, demonstrando que alguns patógenos antigos podem permanecer viáveis por períodos extremamente longos. Estes achados sugerem que outros patógenos adormecidos poderiam ser liberados à medida que o permafrost continua a descongelar, representando riscos significativos para a saúde pública.

Pesquisadores da Universidade Federal do Nordeste, em Yakutsk, estão liderando os estudos sobre o lobo do Pleistoceno. Análises detalhadas de seus dentes indicam que era um macho adulto que provavelmente caçava em um ambiente plano e gelado, habitado por criaturas como mamutes, rinocerontes-lanosos, cavalos extintos, bisões e renas. Restos desses animais podem ainda estar presentes no intestino do lobo, aguardando análises mais aprofundadas.

Além do lobo, os cientistas estão examinando outros animais antigos encontrados na região, incluindo lebres fósseis, um cavalo e um urso. A equipe já dissecou uma cabeça de lobo do Pleistoceno e tem outro fóssil de lobo que será estudado em breve. Estes estudos colaborativos têm o potencial de enriquecer nosso entendimento sobre a biodiversidade pré-histórica e as condições ambientais da época.

A descoberta do lobo do Pleistoceno oferece uma janela sem precedentes para estudar a vida e as condições de saúde de uma era há muito passada. A análise dos microrganismos presentes no lobo pode revelar novas espécies de bactérias e vírus, potencialmente úteis para o desenvolvimento de tratamentos médicos. No entanto, a liberação de patógenos antigos devido ao degelo do permafrost também apresenta riscos significativos.

A comunidade científica está ciente desses riscos e trabalha para monitorar e mitigar possíveis surtos de doenças antigas. A descoberta em Yakutia sublinha a importância de investigações contínuas e medidas preventivas para proteger a saúde pública em um mundo onde as mudanças climáticas estão transformando rapidamente nosso ambiente.

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Egito antigo: O berço da luta contra o câncer

Crânio de 4 mil anos revela como os egípcios tratavam câncer cerebral – Imagem: Tondini et al, 2024/Frontiers in Medicine

A busca pela cura do câncer é uma jornada que desafia a humanidade há milênios. Recentemente, um estudo publicado na revista Frontiers in Medicine trouxe à tona evidências de que essa luta pode ter começado no Egito Antigo. A pesquisa analisou dois crânios egípcios de 4 mil anos com sinais de intervenção cirúrgica, indicando tentativas de remoção de tumores. Esta descoberta marca o registro mais antigo conhecido de uma tentativa de curar o câncer.

Evidências de intervenção médica

Os crânios estudados pertenciam a dois indivíduos que viveram em épocas diferentes. O crânio mais antigo, identificado como 236, é datado entre 2.687 a.C. e 2.345 a.C. e provavelmente pertenceu a um homem de 30 a 35 anos. O outro, identificado como E270, pertencia a uma mulher com mais de 50 anos que viveu entre 663 e 343 a.C. Em ambos os crânios foram encontradas evidências de tumores cancerígenos.

No crânio 236, os pesquisadores observaram uma lesão consistente com neoplasia, uma destruição excessiva de tecido. Além disso, identificaram cerca de 30 lesões pequenas e redondas espalhadas pelo osso, indicando metástase. Estas lesões foram provavelmente feitas com um objeto pequeno e pontiagudo. Segundo Albert Isidro, egiptólogo e oncologista cirúrgico do Hospital Universitário Sagrat Cor, na Espanha, “a descoberta prova que a medicina egípcia antiga também conduzia tratamentos experimentais ou explorações médicas em relação ao câncer”.

Crânio 236 pertenceu a um homem e tem marcas que indicam uma intervenção cirúrgica – Imagem: Tondini et al, 2024/Frontiers in Medicine

Tatiana Tondini, autora principal do estudo e pesquisadora da Universidade de Tübinge, na Alemanha, destaca que “embora os antigos egípcios fossem capazes de lidar com fraturas cranianas complexas, o câncer ainda era uma fronteira do conhecimento médico”. Edgard Camarós, coautor da pesquisa e paleopatologista da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, acrescenta: “Esta descoberta é uma evidência única de como a medicina egípcia antiga teria tentado lidar ou explorar o câncer há mais de 4.000 anos. Esta é uma perspectiva extraordinária em nossa compreensão da história da medicina.”

Intervenções cirúrgicas na luta contra contra o câncer

O crânio E270 também indicava um tumor cancerígeno que levou à destruição do osso. Os pesquisadores identificaram sinais de duas lesões traumáticas, uma delas possivelmente causada por um evento violento de curta distância. Este ferimento é incomum para ser encontrado em uma mulher da época. Tondini questiona: “Essa mulher estava envolvida em algum tipo de atividade de guerra? Se for assim, devemos repensar o papel das mulheres no passado e como elas participaram ativamente nos conflitos durante a antiguidade.”

Apesar das revelações impressionantes, os pesquisadores afirmam que não é possível tirar conclusões definitivas a partir dos materiais encontrados devido à natureza fragmentada dos restos mortais e à ausência de registros clínicos. Isidro destaca: “Na arqueologia, trabalhamos com uma parcela fragmentada do passado, o que dificulta uma abordagem precisa.”

O legado da medicina Egípcia

Crânio E270 pertencia a uma mulher e tem marcas de perda óssea por causa de tumor – Imagem: Tondini et al, 2024/Frontiers in Medicine

A descoberta desses crânios fornece uma nova visão sobre a medicina no Egito Antigo e suas tentativas de lidar com doenças complexas como o câncer. “Esta descoberta mostra que, mesmo há milhares de anos, os egípcios estavam buscando maneiras de tratar doenças que ainda hoje nos desafiam,” afirma Camarós.

Conclusão

A luta contra o câncer é um capítulo longo e contínuo na história da humanidade. As evidências encontradas nos crânios egípcios sugerem que a busca por tratamentos começou muito antes do que se imaginava, oferecendo uma perspectiva fascinante sobre a evolução da medicina. Este estudo não apenas revela o avanço médico dos egípcios antigos, mas também destaca a necessidade contínua de pesquisa para entender como as sociedades lidavam com doenças complexas. A história da luta contra o câncer é uma história de persistência e inovação, começando nas margens do Nilo há mais de 4.000 anos.

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