Hipopótamos: segredos de uma cidade antiga com 5 mil anos

Localizada a apenas 2 km a leste do Mar da Galileia, na colina das Colinas de Golã, encontra-se a antiga cidade de Hipopótamos, também conhecida como Sussita. Este sítio arqueológico fascinante, com suas raízes que remontam ao período pré-cerâmico, é um testemunho vivo das várias culturas e civilizações que deixaram sua marca ao longo dos séculos.

De uma cidade helenística proeminente a um centro cristão vibrante, Hipopótamos tem uma história rica e complexa que continua a ser desvendada através de descobertas arqueológicas contínuas.

Fundada em meados do século II a.C. como Antioquia dos Hipopótamos, a cidade ganhou seu nome, que significa “cavalo” em grego, uma nomenclatura comum entre os monarcas selêucidas. No Mosaico de Reob, dos séculos V a VII, o local é identificado pelo seu nome aramaico, Sussita, que também significa “cavalo”. Em árabe, é conhecido como Qal’at al-Ḥiṣn, ou “Fortaleza do Cavalo/Garanhão”. Essa variedade de nomes reflete a diversidade cultural e linguística que caracterizou a cidade ao longo dos séculos.

Evidências arqueológicas indicam que Hipopótamos foi habitada desde o início do período calcolítico. Reabitada no século III a.C. pelos Ptolomeus, serviu inicialmente como uma fortaleza de fronteira. Os colonos selêucidas estabeleceram oficialmente a cidade no século II a.C., transformando-a em uma polis com um templo, um mercado central e outras estruturas públicas. Em 63 a.C., o general romano Pompeu conquistou a região, incorporando Hipopótamos à Província Romana da Síria. Sob o domínio romano, a cidade desfrutou de certa autonomia, cunhando suas próprias moedas com a imagem de um cavalo, um símbolo de sua identidade e orgulho local.

Com o passar do tempo, o cristianismo gradualmente se consolidou em Hipopótamos, que se tornou a sede de um bispo pelo menos em 359 d.C. Mesmo após a conquista muçulmana no século VII, os novos governantes permitiram a prática do cristianismo, e a cidade continuou a prosperar até ser abandonada após o devastador terremoto de 749 d.C.

Desde a década de 1880, várias escavações têm sido realizadas em Hipopótamos, revelando uma riqueza de estruturas significativas. Os esforços mais notáveis começaram em 1999, liderados por uma equipe internacional de arqueólogos. Escavações revelaram estruturas como o odeon, a basílica romana e várias igrejas. Em 2015, uma grande máscara de bronze representando o deus grego Pan foi descoberta, destacando a riqueza cultural e a diversidade religiosa da cidade.

Alguns estudiosos acreditam que quando Jesus mencionou uma “cidade situada sobre uma colina” no Novo Testamento, ele poderia estar se referindo a Hipopótamos. Além disso, um milagre narrado em Marcos 5 e Lucas 8, onde Jesus expulsa demônios de um homem possuído, também pode estar relacionado à cidade, sugerindo sua importância nas tradições cristãs antigas.

Hoje, Hipopótamos é um Parque Nacional e uma reserva, atraindo visitantes interessados em explorar sua rica história e tesouros arqueológicos. O local oferece um vislumbre notável do passado, permitindo que os visitantes caminhem entre as ruínas de uma cidade que foi um centro vibrante de cultura, comércio e religião. As escavações em andamento continuam a revelar novos insights sobre a vibrante história desta antiga cidade, tornando-a um destino imperdível para os amantes da história.

Hipopótamos, com sua rica tapeçaria de influências culturais e históricas, permanece um dos sítios arqueológicos mais fascinantes do mundo. Desde suas origens helenísticas e romanas até sua cristianização e eventual abandono, a cidade oferece uma janela única para as civilizações que moldaram a região ao longo dos milênios.

As escavações contínuas e a preservação do local garantem que Hipopótamos continue a inspirar e educar futuras gerações sobre a complexa e rica história do mundo antigo.

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