O Brasil acaba de dar um passo importante no tratamento de pessoas vivendo com HIV e aids com a incorporação do fostensavir trometamol 600 mg ao Sistema Único de Saúde (SUS). Este novo medicamento, pioneiro em sua categoria, chega como uma solução inovadora para pacientes que desenvolvem resistência aos antirretrovirais convencionais, classe de medicamentos usados para controlar o HIV. A distribuição foi iniciada esta semana em Alagoas e, futuramente, se expandirá para os demais estados do país.
O fostensavir trometamol é considerado um marco no tratamento de aids por ser o primeiro fármaco aprovado de uma nova classe de antirretrovirais no mundo. Essa inovação, que representa um avanço significativo no combate ao HIV, é vista como uma resposta aos desafios enfrentados por pacientes com multirresistência aos tratamentos convencionais. A liberação do medicamento é centralizada pelo Ministério da Saúde, que realiza uma avaliação criteriosa para garantir sua distribuição de forma equitativa entre os estados.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que, apesar do custo elevado, o tratamento foi incorporado ao SUS com o objetivo de oferecer uma melhor qualidade de vida e uma maior expectativa de sobrevida para pessoas vivendo com aids ou HIV. “A saúde é um direito universal e todas as pessoas importam”, afirmou Nísia.
O Diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira, também elogiou a incorporação do fostensavir trometamol. Segundo ele, o Brasil segue como uma referência mundial no tratamento de HIV, permitindo que os cuidados de saúde sejam acessíveis e de qualidade para a população. “Esse medicamento é o primeiro de sua classe a ser aprovado, e o Brasil se destaca, mais uma vez, pela adoção de tecnologias avançadas no tratamento do HIV”, explicou Barreira.
Além do foco no tratamento, o SUS já oferece 23 medicamentos para o tratamento de HIV e aids, além de testes, preservativos e profilaxias, cobrindo todas as etapas do cuidado e prevenção. A medida, portanto, não apenas visa garantir a eficácia no tratamento, mas também buscar a inclusão de tecnologias que contribuem para a saúde pública e os direitos humanos.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, reforçou que o compromisso do governo com a população que vive com HIV ou aids é um reflexo do direito básico à saúde. “Investir no cuidado é garantir um direito básico. O SUS tem se destacado pelas melhores tecnologias para prevenção, diagnóstico e tratamento”, afirmou Maciel.
No cenário atual, o Brasil enfrenta desafios relacionados ao aumento no número de casos de HIV. O boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em dezembro de 2024, apontou um aumento de 4,5% nos casos de HIV detectados em 2023, em comparação ao ano anterior. Em Santa Catarina, por exemplo, o estado registrou 397 mortes por aids em 2023, mas a taxa de mortalidade foi de 3,9 óbitos por 100 mil habitantes, a menor desde 2013.