O Templo dos Leões Alados ergue-se como um significativo sítio arqueológico e histórico dentro da antiga cidade de Petra, na Jordânia. Datado do reinado do Rei Aretas IV (9 a.C. – 40 d.C.), esse grande complexo de templos nabateus está situado no Quarteirão Sagrado de Petra, em frente ao Qasr al-Bint e na margem norte do Wadi Musa.
Sua construção e uso subsequente fornecem insights valiosos sobre os aspectos religiosos, econômicos e culturais da sociedade nabateia.
A grandiosa entrada do templo apresenta uma dupla colunata com 85 metros de extensão, levando a um pórtico ladeado por grandes colunas. Isso se abre para uma cela com 100 metros quadrados, cercada por uma combinação de colunas engajadas e de pé. Notavelmente, foram descobertos fragmentos de doze colunas adornadas com figuras de leões alados, conferindo ao templo seu nome. O interior uma vez ostentava decorações vibrantes, incluindo estuque, mármore e afrescos, indicativos de significativas influências gregas e possivelmente egípcias.
Dentro do templo, uma variedade de oficinas foi identificada, sugerindo o papel do local na produção de bens tanto para fins religiosos quanto para exportação. Essas oficinas eram dedicadas à pintura, metalurgia, trabalho em mármore e processamento de grãos, entre outras atividades.
A presença de um grande canal de drenagem subterrâneo no lado leste do templo enfatiza ainda mais a complexidade de seu design e utilidade.
Acredita-se que o templo tenha sido dedicado a uma deusa suprema dos nabateus, embora sua identidade exata permaneça incerta. Inscrições e artefatos, incluindo o “Olho Baetylo” e estatuetas possivelmente representando deidades egípcias, sugerem uma rica tapeçaria de crenças e práticas religiosas.
O templo servia como ponto focal para o culto e rituais religiosos, principalmente realizados dentro da cela.
O Templo dos Leões Alados também desempenhou um papel significativo na economia nabateia. As oficinas especializadas dentro do complexo do templo foram instrumentais na produção de uma ampla variedade de bens, desde altares religiosos até itens de luxo como perfumes e óleos destinados ao mercado romano. Inscrições indicam as operações financeiras do templo, incluindo a doação de barras de ouro e prata, destacando sua importância econômica e a gestão da receita do templo.
Primeiramente observado por arqueólogos ocidentais em 1897, o templo tem sido objeto de extensas investigações arqueológicas, especialmente a partir de 1973. Essas escavações revelaram a complexa história de uso, decoração e eventual destruição do templo no terremoto de 363 d.C.
Em 2009, a iniciativa de Gestão de Recursos Culturais do Templo dos Leões Alados (TWLCRM) foi lançada para preservar e reabilitar o local. Este projeto enfatiza a documentação minuciosa, conservação responsável e envolvimento da comunidade local, incluindo o treinamento e emprego de membros da comunidade da vila beduína de Umm Sayhoun.
Os esforços têm se concentrado em estabilizar o local, preencher as cicatrizes de escavação e reintroduzir espécies de plantas nativas para melhorar a condição ambiental da área.
O Templo dos Leões Alados permanece como um testemunho da engenhosidade arquitetônica e riqueza cultural da civilização nabateia. Através de esforços arqueológicos e de conservação contínuos, este antigo local continua a oferecer insights inestimáveis sobre o complexo entrelaçamento de religião, economia e cultura em Petra nabateia.
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