Na região sudeste asiático, escondida nas montanhas do Laos, encontra-se uma das maiores e mais intrigantes maravilhas arqueológicas do mundo: a Planície Megalítica de Frascos.
Este campo vasto e misterioso, conhecido localmente como “Plain of Jars”, é composto por milhares de grandes frascos de pedra, cujas origens permanecem um mistério.
A região é cercada de histórias, mitos e teorias científicas que tentam decifrar a razão por trás dessas enigmáticas estruturas.
A Planície Megalítica de Frascos está localizada na província de Xieng Khouang, no nordeste do Laos. A região é composta por mais de 90 sítios diferentes, espalhados por uma área de aproximadamente 1.000 km².
Cada um desses sítios contém de uma a centenas de frascos de pedra, que variam em tamanho, peso e forma. Alguns dos maiores frascos chegam a pesar até 14 toneladas e medir três metros de altura.
As pedras usadas para esculpir esses frascos são principalmente de arenito, calcário e granito, materiais não nativos da área, o que sugere um esforço monumental para transportá-los até o local.
Como acontece com muitos mistérios antigos, a Planície Megalítica de Frascos está envolta em mitos e lendas.
Uma das histórias mais populares entre os habitantes locais é que os frascos foram criados por gigantes que habitavam a região. De acordo com essa lenda, os gigantes usavam os frascos para armazenar arroz fermentado, uma bebida alcoólica tradicional, após uma grande batalha.
Outra lenda sugere que os frascos eram urnas funerárias, usadas para abrigar os restos mortais dos antigos reis e guerreiros que governavam a região. Acredita-se que os corpos eram colocados nos frascos para uma decomposição natural, antes de serem cremados e os ossos enterrados em um local sagrado.
Embora as lendas ofereçam um fascínio único, a ciência tem tentado explicar a verdadeira origem e propósito dos frascos. A primeira investigação arqueológica oficial na Planície de Jars foi realizada na década de 1930 pela arqueóloga francesa Madeleine Colani.
Ela sugeriu que os frascos datam da Idade do Ferro, entre 500 a.C. e 500 d.C., e que possivelmente foram usados em rituais funerários. Escavações subsequentes revelaram restos humanos, ferramentas de pedra, e cerâmicas, indicando que os frascos estavam associados a práticas mortuárias complexas.
Apesar dessas descobertas, muitos aspectos da Planície de Jars ainda permanecem um mistério. Por exemplo, a tecnologia usada para esculpir e transportar os frascos ainda não é totalmente compreendida.
Além disso, a razão pela qual esses frascos foram distribuídos em vários locais específicos e por que alguns são tão grandes e outros tão pequenos ainda não foi esclarecida.
A preservação da Planície Megalítica de Frascos é um desafio significativo. Durante a Guerra do Vietnã, a região foi intensamente bombardeada pelos Estados Unidos, o que resultou em uma enorme quantidade de munições não detonadas (UXOs) espalhadas pela área.
Isso tornou muitas partes da planície perigosas e inacessíveis para arqueólogos e turistas. Apesar dos esforços contínuos de desminagem, ainda há uma grande quantidade de UXOs, o que representa um risco tanto para a pesquisa quanto para a conservação.
Além das ameaças das UXOs, a erosão natural e a falta de recursos para a preservação têm causado danos a muitos dos frascos. O governo do Laos, com o apoio de organizações internacionais, tem trabalhado para proteger e preservar essa herança cultural única, mas a tarefa é monumental.
A Planície Megalítica de Frascos no Laos é uma das maravilhas arqueológicas mais misteriosas do mundo. Envolta em mitos e lendas, ela continua a intrigar cientistas, historiadores e turistas. Embora muito já tenha sido descoberto sobre a origem e o propósito dos frascos, muitas perguntas permanecem sem resposta.
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