O Censo da Educação Superior de 2023, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), trouxe resultados animadores para o estado do Paraná. Com 687,5 mil alunos matriculados em cursos de graduação, tanto presenciais quanto a distância, o Paraná garantiu a quarta posição em números absolutos de universitários no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na Região Sul, o estado segue na liderança, consolidando-se como um dos maiores polos de ensino superior do país.
Este artigo aborda a posição de destaque do Paraná no cenário educacional brasileiro, a contribuição das universidades estaduais e a importância dos investimentos governamentais para manter e expandir o Sistema Estadual de Ensino Superior. Além disso, explora o impacto social e econômico da educação superior para o desenvolvimento regional e as perspectivas para o futuro.
O Paraná conta com um total de 687,5 mil alunos matriculados em instituições de ensino superior públicas e privadas, sendo 306,8 mil apenas em cursos presenciais. Esse número representa um crescimento contínuo e coloca o estado em uma posição de liderança na Região Sul, que, por sua vez, concentra 1,7 milhão de estudantes de graduação, o equivalente a 17,4% do total de universitários brasileiros.
Entre as instituições paranaenses, destacam-se as sete universidades estaduais ligadas ao Governo do Paraná, que juntas somam 69.300 alunos matriculados, sendo 62.979 em cursos presenciais e mais de 19 mil vagas anuais ofertadas. Com uma ampla presença em Curitiba e em outros 28 municípios do interior, as universidades estaduais desempenham um papel essencial no desenvolvimento educacional, econômico e social do estado.
A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) destaca que o Sistema Estadual de Ensino Superior é um dos principais fatores para o sucesso do Paraná no censo. “O Paraná é o estado que tem o maior número de matrículas na Região Sul e, certamente, o Sistema Estadual de Ensino Superior contribui para esse resultado”, afirma o secretário Aldo Nelson Bona.
Comparativo com os demais estados e crescimento no Sul
De acordo com os dados do Censo da Educação Superior 2023, o Paraná ocupa a quarta posição em matrículas universitárias no Brasil, ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. São Paulo lidera com uma ampla diferença, reunindo mais de 2 milhões de alunos, enquanto o Paraná soma 687,5 mil.
No entanto, a posição de liderança no Sul é o que realmente destaca o estado. Com uma rede robusta de instituições públicas e privadas, o Paraná conseguiu atrair estudantes de diversas regiões do país, graças à qualidade do ensino oferecido e às boas práticas de gestão educacional. Em comparação com Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Paraná possui um número maior de matrículas, tanto em cursos presenciais quanto em EAD.
Esses resultados refletem um esforço conjunto das universidades estaduais, que têm investido fortemente na ampliação de vagas e na diversificação de cursos para atender às demandas do mercado e da sociedade.
As universidades estaduais do Paraná, como a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), entre outras, são responsáveis por grande parte das matrículas e pela excelência acadêmica que se reflete nos rankings nacionais e internacionais. Essas instituições, que juntas ofertam 438 cursos, contam com 7.626 professores, dos quais 5.650 são doutores, o que representa 72,8% do corpo docente.
Esse alto nível de qualificação dos professores é um diferencial importante, pois contribui para a formação de profissionais altamente capacitados e para o desenvolvimento de pesquisas que impactam positivamente a sociedade. Além disso, as universidades estaduais paranaenses estão presentes em todas as regiões do estado, permitindo uma distribuição mais equilibrada do ensino superior e contribuindo para o desenvolvimento regional.
Outro fator relevante é a integração entre as universidades estaduais e as empresas locais, especialmente em setores como tecnologia, agronegócio e saúde. Essa proximidade facilita a realização de estágios, parcerias e projetos de pesquisa, promovendo a inovação e fortalecendo a economia local.
O Enem é uma das principais portas de entrada para o ensino superior no Brasil e, no Paraná, o número de concluintes do ensino médio inscritos no exame subiu de 54,9% para 59,7% em 2023. Esse aumento demonstra um interesse crescente dos jovens em ingressar na educação superior, o que reflete diretamente no número de matrículas no estado.
Além de medir o desempenho dos estudantes, o Enem serve como critério para seleção em programas de bolsas-auxílio e financiamentos estudantis, como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Esses programas, por sua vez, têm um impacto significativo na inclusão social e na democratização do acesso ao ensino superior, possibilitando que mais estudantes, especialmente aqueles de baixa renda, possam realizar o sonho de cursar uma graduação.
O aumento na participação dos jovens paranaenses no Enem também pode ser atribuído às ações de incentivo promovidas pelas universidades e pelo governo estadual, que visam atrair, reter e formar novos estudantes para contribuir com o crescimento do estado.
Investimentos e impacto econômico do ensino superior no Paraná
O investimento do Governo do Paraná no ensino superior é um dos maiores do país, ultrapassando R$ 4 bilhões anuais para manter o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Em 2024, o montante destinado ao Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, administrado pela Seti, alcançou R$ 708,9 milhões, um aumento significativo em relação aos R$ 517 milhões de 2023.
Esse aporte financeiro é fundamental para o desenvolvimento de programas e projetos estratégicos, tanto nas universidades quanto em centros de pesquisa. Além disso, o governo estadual tem se empenhado em melhorar a infraestrutura das instituições, promover capacitação para professores e aumentar a oferta de bolsas de estudo, garantindo que o ensino superior no Paraná continue sendo uma referência de qualidade.
O impacto econômico do ensino superior é sentido em diversos setores, desde o mercado de trabalho, que absorve mão de obra qualificada, até o setor empresarial, que se beneficia das pesquisas e inovações geradas dentro das universidades. Cidades como Curitiba, Londrina e Maringá, por exemplo, têm uma forte relação com suas instituições de ensino, que funcionam como polos de desenvolvimento e inovação.
Embora os números do Censo da Educação Superior 2023 sejam positivos, o Paraná enfrenta desafios para manter esse crescimento e continuar se destacando nacionalmente. Entre eles, está a necessidade de modernização do currículo dos cursos para acompanhar as transformações do mercado de trabalho e a adaptação ao ensino híbrido, que combina aulas presenciais e a distância.
Além disso, é fundamental que o estado continue investindo na formação e capacitação dos professores e na ampliação da infraestrutura das universidades, especialmente para atender ao aumento da demanda por cursos de graduação e pós-graduação.
Outro ponto crucial é o fortalecimento das políticas de inclusão e permanência estudantil. Garantir que os estudantes, especialmente os de baixa renda, tenham condições de concluir seus cursos é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e para o desenvolvimento econômico e social do estado.