Os 4 melhores livros de Faroeste dos anos 1990

O gênero de faroeste, com suas paisagens áridas, cowboys valentes e duelos ao pôr do sol, tem fascinado leitores por gerações. Nos anos 1990, alguns autores conseguiram reviver e reinventar esse gênero clássico, trazendo histórias envolventes e personagens memoráveis. Aqui estão quatro dos melhores livros de faroeste dessa década, que merecem um lugar de destaque na sua estante.

1. “Lonesome Dove”

Larry McMurtry

Publicado originalmente em 1985, “Lonesome Dove” ganhou o Pulitzer e se tornou um clássico instantâneo, mas sua relevância e popularidade se estenderam bem pelos anos 1990. Escrito por Larry McMurtry, este épico do faroeste é muitas vezes considerado um dos melhores do gênero, transcendendo a mera ficção para se tornar uma obra-prima literária.

Enredo

“Lonesome Dove” narra a épica jornada de dois ex-Texas Rangers, Woodrow F. Call e Augustus “Gus” McCrae, que decidem conduzir um rebanho de gado do Texas até Montana. A travessia revela-se cheia de perigos, aventuras e encontros com personagens fascinantes, desde bandidos até índios, além de envolver dramas pessoais profundos.

Personagens e temas

Os personagens principais, Call e Gus, são complexos e profundamente humanos, cada um com suas falhas e virtudes. McMurtry aborda temas como amizade, amor, perda e a inevitável passagem do tempo, capturando a dureza e a beleza da vida no Velho Oeste.

Impacto e recepção

“Lonesome Dove” não só reviveu o interesse pelo faroeste, mas também influenciou inúmeras outras obras, incluindo adaptações para a TV e o cinema. A profundidade emocional e a rica narrativa continuam a cativar novos leitores, solidificando seu lugar como um dos grandes romances americanos.

2. “The Border Trilogy”

Cormac McCarthy

Cormac McCarthy é amplamente reconhecido como um dos mais importantes autores contemporâneos, e sua série “The Border Trilogy”, composta por “All the Pretty Horses” (1992), “The Crossing” (1994) e “Cities of the Plain” (1998), é um testemunho de seu talento inigualável em retratar o oeste americano.

Enredo

A trilogia segue as vidas de dois jovens cowboys, John Grady Cole e Billy Parham, enquanto navegam pelas fronteiras do Texas e do México. Em “All the Pretty Horses”, John Grady foge para o México em busca de uma vida melhor, enquanto “The Crossing” foca nas aventuras de Billy. “Cities of the Plain” une as histórias de ambos, culminando em um desfecho poderoso e comovente.

Estilo e temas

McCarthy é conhecido por seu estilo lírico e econômico, cheio de descrições poéticas e diálogos mínimos. Os temas da trilogia incluem a perda de inocência, a busca por identidade e a brutalidade da vida. Seu olhar sombrio e filosófico sobre o oeste americano oferece uma perspectiva única e profundamente reflexiva.

Impacto e recepção

“The Border Trilogy” recebeu aclamação crítica, consolidando McCarthy como um mestre da literatura contemporânea. Os livros foram adaptados para o cinema e continuam a ser estudados e admirados por sua profundidade e beleza literária.


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3. “Dead Man’s Walk”

Larry McMurtry

Outro grande trabalho de Larry McMurtry, “Dead Man’s Walk” foi publicado em 1995 como um prequel de “Lonesome Dove”. Este livro mergulha nas aventuras iniciais de Woodrow Call e Gus McCrae, oferecendo aos fãs do original um olhar mais profundo sobre esses personagens icônicos.

Enredo

“Dead Man’s Walk” segue Call e Gus em seus primeiros dias como Texas Rangers, em uma perigosa expedição para o Novo México. A jornada é repleta de desafios mortais, incluindo encontros com índios Comanche, a selvageria da paisagem e a luta pela sobrevivência em condições extremas.

Personagens e desenvolvimento

Este romance explora a juventude dos personagens, revelando como suas experiências moldaram os homens que viriam a ser em “Lonesome Dove”. A camaradagem entre Call e Gus é um dos pontos altos, assim como a exploração de suas diferenças de personalidade e valores.

Impacto e recepção

“Dead Man’s Walk” recebeu elogios por sua narrativa envolvente e pela profundidade dos personagens. Embora não tenha alcançado o mesmo nível de reconhecimento que “Lonesome Dove”, ele contribui significativamente para o universo criado por McMurtry, enriquecendo a compreensão dos leitores sobre esses personagens queridos.

4. “O Matador”

Patrícia Melo

Enquanto o Brasil pode não ter uma tradição forte de faroeste clássico, alguns autores modernos têm adaptado elementos do gênero para criar histórias envolventes e únicas. Um exemplo notável é “O Matador”, de Patrícia Melo, um romance que mistura o estilo noir com elementos do faroeste, ambientado no contexto brasileiro.

Enredo

“O Matador” conta a história de Máiquel, um homem comum que se transforma em um matador de aluguel após matar um bandido local. A partir desse evento, sua vida se desenrola em uma espiral de violência e corrupção. Máiquel se torna um herói improvável e controverso, lidando com a brutalidade e a moralidade em um cenário que lembra o faroeste urbano.

Personagens e temas

Máiquel é um personagem complexo, cuja transformação de homem comum para matador é narrada com uma profundidade psicológica intensa. O romance explora temas como violência, justiça, moralidade e a sobrevivência em um ambiente hostil, elementos que ressoam com os temas clássicos do faroeste.

Estilo e narrativa

Patrícia Melo utiliza um estilo direto e contundente, com uma narrativa rápida e envolvente que mantém o leitor preso do começo ao fim. A ambientação urbana e a realidade brutal retratada no livro trazem uma nova dimensão ao conceito de faroeste, adaptando-o ao contexto brasileiro contemporâneo.

Impacto e recepção

Publicado em 1995, “O Matador” recebeu elogios da crítica por sua abordagem inovadora e sua narrativa envolvente. O livro foi adaptado para o cinema em 2003, no filme “O Homem do Ano”, dirigido por José Henrique Fonseca e estrelado por Murilo Benício, o que ajudou a popularizar ainda mais a obra.


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Conclusão

Os anos 1990 foram uma década de revitalização para o gênero de faroeste, graças a autores como Larry McMurtry e Cormac McCarthy. Seus livros não apenas capturaram a essência do Velho Oeste, mas também trouxeram uma nova profundidade e complexidade às histórias de cowboys e desbravadores. “Lonesome Dove”, “The Border Trilogy” e “Dead Man’s Walk” são leituras essenciais para qualquer fã de faroeste, oferecendo aventuras emocionantes, personagens memoráveis e reflexões profundas sobre a vida e a natureza humana. Já o “O Matador” de Patrícia Melo mostra como elementos do gênero podem ser adaptados e transformados para criar histórias únicas e relevantes no contexto brasileiro.

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