Na movimentada e moderna cidade-estado de Singapura, há um fragmento de pedra que carrega consigo um dos maiores mistérios da arqueologia. A Pedra de Singapura, com seus 67 centímetros de altura e 80 kg, à primeira vista pode parecer apenas um pedaço comum de rocha. No entanto, ao se aproximar, é possível notar inscrições quase apagadas, gravadas em um idioma indecifrável.
Esse artefato, apesar de amplamente estudado por diversos pesquisadores ao longo das décadas, permanece um enigma, sem que se saiba ao certo o que sua mensagem representa, em qual alfabeto foi escrita ou qual cultura a produziu.
A história da Pedra de Singapura começa em 1819, quando trabalhadores que cortavam árvores na região da foz do Rio Singapura descobriram uma enorme placa de arenito. Esse monumento, com três metros de altura e três de largura, continha 50 linhas de texto em uma escrita desconhecida. Poucos meses após a chegada dos primeiros colonizadores britânicos à ilha, a descoberta despertou curiosidade, mas também levou à destruição do artefato em 1843, quando os britânicos decidiram construir um forte no local.
Infelizmente, a grande placa de arenito foi destruída, restando apenas três fragmentos, que foram preservados pelo militar escocês James Low. Dois desses fragmentos se perderam ou continuam no acervo do Museu de Calcutá, na Índia, mas o terceiro fragmento retornou a Singapura em 1918 e hoje está exposto no Museu Nacional.
Desde sua descoberta, a Pedra de Singapura tem sido alvo de intensos estudos por parte de pesquisadores, filólogos e linguistas. O maior desafio é que o alfabeto gravado na pedra é inédito e nunca foi visto em nenhum outro artefato. Embora visualmente parecidas com outros alfabetos do sudeste asiático, as inscrições na pedra continuam indecifráveis.
Algumas hipóteses sugerem que a pedra possa estar relacionada ao Império de Majapahit, que governou partes do sudeste asiático entre os séculos 13 e 16. Outra teoria é que o idioma utilizado na pedra seja o Kawi, uma versão antiga do javanês, ou alguma variante do sânscrito, uma língua ancestral asiática. No entanto, sem uma base de comparação clara, essas teorias permanecem especulativas. Há os defensores que a Pedra de Singapura possa conter uma mensagem alienígena.
O retorno do fragmento da Pedra de Singapura ao seu país de origem em 1918 foi um marco importante para a preservação da história e cultura de Singapura. Hoje, o fragmento é uma peça central no Museu Nacional de Singapura, onde continua a atrair a atenção de visitantes e pesquisadores de todo o mundo. O mistério que envolve a pedra não só instiga a curiosidade científica, mas também destaca a rica e complexa história da região.
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