Novas regras do ensino médio mudam rotina escolar dos estudantes brasileiros

A sanção presidencial da lei que estabelece as regras sobre o Novo Ensino Médio trouxe mudanças significativas para a educação no Brasil. A partir de 2025, a rotina escolar dos estudantes do ensino médio será alterada, com um período de transição para os alunos que estiverem cursando durante esse tempo. A principal mudança é a reorganização da carga horária total de 3 mil horas, com uma nova divisão que aumenta o tempo destinado à formação geral básica.

A nova lei do Ensino Médio mantém a carga horária total de 3 mil horas ao longo dos três anos de estudo, mas introduz uma nova divisão. Anteriormente, a carga horária era distribuída de maneira diferente, mas a partir de 2025, será organizada da seguinte forma:

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  • 2.400 horas para formação geral básica: Essa parte da carga horária é destinada às disciplinas tradicionais que compõem o currículo básico, como português, matemática, ciências, história e geografia. A formação geral básica tem como objetivo proporcionar uma base sólida de conhecimentos para todos os estudantes, independente de suas futuras escolhas profissionais ou acadêmicas.
  • 600 horas para itinerários formativos: Os itinerários formativos são módulos de disciplinas específicas que os estudantes podem escolher de acordo com suas áreas de interesse. As opções incluem linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, e ciências humanas e sociais aplicadas. Esses itinerários permitem uma maior personalização do ensino, atendendo às necessidades e aspirações individuais dos alunos.

Uma mudança importante na nova lei é a transferência da responsabilidade pela elaboração dos itinerários formativos para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Anteriormente, essa tarefa era de competência do Ministério da Educação (MEC). O CNE, formado por membros da sociedade civil indicados pelo MEC, agora será responsável por desenvolver e supervisionar os conteúdos e diretrizes dos itinerários formativos.

Essa mudança visa garantir uma maior participação da sociedade civil no processo educacional e assegurar que os itinerários sejam relevantes e adequados às realidades regionais.

Para os estudantes que optarem pelo ensino técnico, a nova lei também define uma estrutura específica de carga horária:

  • 1.800 horas para formação geral básica: Assim como no ensino regular, essa parte do currículo inclui as disciplinas fundamentais.
  • 300 horas para aprofundamento de estudos em disciplinas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) relacionadas à formação técnica profissional: Essa etapa proporciona uma integração mais direta entre os conhecimentos gerais e as competências técnicas.
  • 900 horas para disciplinas do curso técnico escolhido pelo estudante: Essas disciplinas são focadas nas habilidades e conhecimentos específicos necessários para a área técnica selecionada pelo aluno.

A oferta do ensino técnico poderá ser realizada em cooperação entre as secretarias de Educação dos estados e instituições credenciadas de educação profissional. Essa parceria visa ampliar as oportunidades de formação técnica e garantir que os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade e relevante para o mercado de trabalho.

Uma das questões mais debatidas durante a formulação da nova lei foi a obrigatoriedade do ensino de espanhol. Apesar das tentativas de alteração, o espanhol permanece como disciplina não obrigatória. A lei especifica que o espanhol deve ser ofertado de “forma adicional, como opção preferencial, na medida das possibilidades das redes de ensino”. A justificativa é que tornar o espanhol obrigatório geraria despesas públicas contínuas, o que não seria viável para todos os municípios.

A nova lei também traz disposições específicas para o ensino médio em comunidades indígenas. Nesses casos, o ensino médio poderá ser ofertado em línguas maternas, respeitando e valorizando as culturas e tradições indígenas. Essa medida é um reconhecimento da diversidade cultural do Brasil e da importância de uma educação inclusiva que atenda às necessidades específicas de todas as comunidades.

Para atender às demandas de estudantes que trabalham ou têm outros compromissos durante o dia, a nova lei estabelece que cada município deve ter ao menos uma escola pública oferecendo ensino médio no turno noturno. Essa medida deverá ser adotada caso haja demanda manifestada e comprovada pela matrícula no período noturno. O objetivo é garantir que todos os estudantes tenham acesso à educação, independentemente de suas circunstâncias pessoais ou profissionais.

A implementação das novas regras do Ensino Médio representa um desafio significativo para o sistema educacional brasileiro. As escolas precisarão se adaptar às novas diretrizes, reestruturando seus currículos e ajustando suas cargas horárias. Os professores também terão que ser capacitados para ensinar os novos itinerários formativos e integrar as disciplinas técnicas ao currículo geral.

No entanto, as mudanças também trazem oportunidades. A maior flexibilidade curricular e a possibilidade de personalização do ensino podem aumentar o engajamento dos estudantes e melhorar os resultados educacionais. Além disso, a ênfase na formação técnica pode ajudar a preparar os jovens para o mercado de trabalho, fornecendo-lhes habilidades práticas e relevantes.

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