Novas exigências de Israel complicam cessar-fogo com Hamas

As negociações entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza enfrentam novos desafios. De acordo com fontes diplomáticas e do setor de Gaza e Cairo, Israel está exigindo verificações para os palestinos que retornam ao norte de Gaza após o início do cessar-fogo.

Anteriormente, os civis que fugiram para o sul tinham permissão para retornar livremente. No entanto, o Hamas rejeitou essa reivindicação israelense, exacerbando o impasse nas negociações.

Israel quer estabelecer um mecanismo de verificação para os civis que retornam ao norte de Gaza, temendo que alguns possam apoiar os militantes remanescentes do Hamas. “Eles querem criar um mecanismo de verificação para a população civil que retorna ao norte de Gaza, já que temem que essas pessoas possam apoiar os militantes remanescentes do Hamas”, disse uma fonte ocidental. Esta exigência surge como uma medida de segurança adicional, mas encontra resistência significativa do lado palestino.

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O Hamas rejeitou veementemente a exigência de verificação. Fontes palestinas e egípcias indicam que a organização vê essa demanda como uma violação dos acordos anteriores e uma tentativa de controlar ainda mais os movimentos dos civis palestinos. A resistência do Hamas a essa condição é um dos principais obstáculos nas negociações de cessar-fogo.

Outro ponto de discórdia é a exigência de Israel em manter o controle sobre a fronteira de Gaza com o Egito. Esta fronteira é crucial para o fluxo de bens e pessoas, e o controle israelense sobre ela é uma questão sensível para as autoridades do Cairo. Israel justifica essa exigência como uma medida para impedir o contrabando de armas e a infiltração de militantes.

As autoridades egípcias expressaram descontentamento com a exigência israelense. O controle da fronteira é um ponto crítico para a soberania egípcia, e o Cairo não está disposto a ceder a Israel nesse aspecto. Este desacordo adiciona uma camada extra de complexidade às negociações.

Desde julho, Israel e o Hamas retomaram as negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mediadas por terceiros. Essas negociações visam trocar um cessar-fogo pela libertação de reféns, mas têm enfrentado vários obstáculos. O processo estava em um impasse até que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um novo plano para resolver o conflito no enclave palestino.

Nas últimas semanas, delegações de Israel e países mediadores se reuniram em Doha e no Cairo. No entanto, não houve progresso concreto relatado. A ausência da delegação israelense na última rodada de negociações, como informado pela publicação norte-americana Politico, evidencia a dificuldade de avançar no diálogo.

A situação humanitária em Gaza é crítica, com o bloqueio total imposto por Israel afetando severamente a população. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, os ataques israelenses resultaram em mais de 39 mil mortes e mais de 89,8 mil feridos. A falta de acesso a água, eletricidade, combustível, alimentos e medicamentos agrava ainda mais a crise.

Israel declarou que 120 reféns ainda estão sendo mantidos em Gaza, dos quais mais de 40 são considerados mortos. Em várias operações, 135 pessoas foram libertadas, incluindo corpos de reféns mortos. A pressão militar de Israel visa forçar o Hamas a concordar com condições mais favoráveis para a libertação de reféns.

Em 7 de outubro de 2023, Israel foi alvo de um ataque de foguetes lançado do enclave de Gaza. Combatentes do Hamas invadiram áreas fronteiriças, atacando militares e civis e capturando mais de 200 reféns. Esse ataque resultou em cerca de 1,2 mil mortes e levou Israel a declarar guerra ao Hamas, iniciando uma série de ataques contra Gaza.

Em uma reunião com famílias de reféns, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que enviaria uma proposta atualizada ao Hamas nos próximos dias. Esta proposta será crucial para determinar se as negociações podem avançar e levar a um cessar-fogo duradouro.

Os mediadores internacionais desempenham um papel essencial nas negociações. As reuniões em Doha e no Cairo mostram o esforço contínuo para encontrar uma solução, embora o caminho para um acordo seja complicado pela falta de confiança entre as partes e as exigências conflitantes.

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