Justiça cerqueirense promove campanha pelo Fim da Violência contra a Mulher

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) promoveu, pela segunda vez, em Dionísio Cerqueira uma roda de conversa, com as servidoras do Poder Judiciário local, referente ao Programa Indira, de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O encontro aconteceu na última segunda-feira, dia 25, na Câmara de Vereadores de Dionísio Cerqueira, e durante a roda de conversa foi promovida uma importante discussão sobre empoderamento feminino e combate à violência de gênero no ambiente de trabalho.

Promovida pelo Fórum da Comarca local, a palestra integrou as ações do programa Indira, uma iniciativa do Tribunal de Justiça de Santa Catarina voltada para a proteção e apoio às mulheres no âmbito do poder judiciário.

O Programa Indira: pelas mulheres do Poder Judiciário de Santa Catarina, capitaneado pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar – CEVID e pelo Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional – NIS, implementou uma política institucional de prevenção e de medidas de segurança voltada ao enfrentamento da violência doméstica e familiar praticada contra magistradas, servidoras e colaboradoras do Poder Judiciário.

O evento reuniu servidoras, comissionadas, terceirizadas e estagiárias do Fórum de Dionísio Cerqueira, em um espaço de diálogo e conscientização. Segundo a Juíza da Comarca, Dra.

Andreia Cortez Guimarães Parreira, o programa busca criar um ambiente seguro para que as mulheres do judiciário possam recorrer a ajuda de maneira confidencial e efetiva em casos de violência, superando barreiras como o constrangimento e a vergonha que muitas vezes dificultam a denúncia.

De acordo com os representantes do programa Indira, as servidoras do poder judiciário frequentemente lidam com casos de violência doméstica no trabalho, mas muitas vezes enfrentam dificuldades em pedir ajuda devido ao medo de repercussões profissionais e pessoais. O programa oferece suporte sigiloso, garantindo acolhimento e proteção às vítimas.

“O Tribunal de Justiça criou esse programa justamente para possibilitar que essas mulheres saibam a quem recorrer nesses momentos de dificuldade. Trabalhamos para garantir sigilo e acolhimento, permitindo que as vítimas enfrentem e superem essas situações com descrição e segurança”, destacou a Juíza.

Além do Indira, o evento destacou o Programa Basta, uma iniciativa voltada para homens envolvidos em situações de violência doméstica.

Apesar de não ser diretamente ligado ao tribunal, o programa tem mostrado eficácia na redução da reincidência de comportamentos violentos. Desenvolvido em parceria com a UNOESC (Universidade do Oeste de Santa Catarina), ele promove grupos psicoterapêuticos onde os participantes refletem sobre suas histórias de vida e padrões comportamentais.

“O programa é uma oportunidade para esses homens revisarem suas vivências e construírem novas formas de relacionamento, baseadas no respeito e na igualdade. Muitas vezes, esse processo leva à reconstrução de relacionamentos, seja com a mesma parceira ou em novas relações”, explicou a Dra. Andreia.

A palestra reforçou a importância de ações institucionais no enfrentamento à violência de gênero e na promoção de relações mais igualitárias. Iniciativas como o Programa Indira e o Programa Basta mostram que mudanças são possíveis, desde que haja diálogo, acolhimento e sensibilização.