Foto: Maurício de Paiva / nationalgeographicbrasil.com
A existência de civilizações antigas, que viveram de forma organizada, é a cada dia evidenciada em novas descobertas no Brasil. De tempos em tempos, descobertas em meio às florestas demonstram que os povos antigos deixaram algum legado, além de sua perpetuação genética, presente nas gerações atuais.
Uma destas descobertas, mais recente, aconteceu no coração da Amazônia, quando pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) realizaram uma revelação surpreendente, desvendando segredos de civilizações antigas que habitaram essa região muito antes da chegada dos europeus, certamente de até 10 mil anos atrás.
Essa descoberta, feita sem necessidade de desmatamento, foi possível graças à tecnologia de ponta que inclui sensores de laser e satélites, mapeando tridimensionalmente a superfície da floresta. O sobrevoo de aeronaves com sensor de lazer permitiu ver os terrenos sem as árvores, evidenciando desenhos geométricos antigos.
Usando a tecnologia lidar, que significa “detecção e alcance de luz”, pesquisadores conseguiram penetrar a densa cobertura vegetal da Amazônia. Até agora, menos de 0,1% da área total da floresta foi mapeada, mas já resultou na descoberta de 24 geoglifos inéditos. Essas estruturas, que variam entre aterros, valas e estradas, são indícios claros da existência de civilizações organizadas, vivendo em assentamentos complexos.
Eduardo Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, esclarece que as estruturas encontradas são evidências de civilizações avançadas, que sabiam manejar rios e vegetação.
Estas “cicatrizes” na floresta, que incluem áreas delimitadas e estradas, indicam um conhecimento profundo de urbanismo e gestão ambiental. Além disso, 53 espécies de árvores foram identificadas como “domesticadas” na área estudada.
Essa descoberta não é isolada. Algum tempo atrás, a revista Science publicou sobre ruínas de cidades de 2.500 anos na Amazônia equatoriana. No México, uma cidade maia com pirâmides e palácios foi encontrada recentemente. Essas descobertas estão estreitando os laços entre arqueologia e antropologia, oferecendo novas perspectivas sobre a cultura dos povos originários.
Joana Cabral, antropóloga da Unicamp, sugere que a verdadeira monumentalidade na Amazônia está na própria floresta e paisagem, legado dos povos que lá habitaram.
“Esses geoglifos não são apenas marcas no solo; são testemunhos de civilizações sofisticadas que prosperaram em harmonia com um dos ecossistemas mais complexos do planeta”, disse.
A descoberta dessas estruturas antigas na Amazônia desafia nossa compreensão da história pré-colombiana e reforça a importância de preservar esse bioma único.
Com o avanço destes estudos, certamente teremos novidades surpreendentes ao longo dos próximos meses. Já pensou descobrirmos uma nova estrutura antiga, de uma cidade com milhares de anos, encravada no meio da floresta Amazônica?
Seria muito legal! Ficaremos atentos!
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