Desvendando os limites para evitar o colapso na Amazônia

Foto: Andre Dib

Um estudo inédito realizado por uma equipe de cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outras instituições está chamando a atenção mundial. Publicado na renomada revista Nature, o estudo oferece uma abordagem holística e sem precedentes sobre a resiliência da Floresta Amazônica, identificando os limites críticos que podem evitar o colapso desse ecossistema vital. A pesquisa, liderada pelo cientista Bernardo Monteiro Flores, apresenta uma revisão abrangente de dados e traça cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a região, oferecendo insights cruciais para a preservação da Amazônia.

Mapeando os Limites Críticos para a Sobrevivência da Amazônia

Limite de Aquecimento Global: O estudo estabelece que a temperatura na Amazônia não pode oscilar acima de 1,5 graus Celsius para evitar transições de ecossistemas em larga escala, alinhado com os objetivos do Acordo de Paris.

Precipitação Anual Adequada: Especialistas indicam que um ambiente seguro para a floresta requer condições de precipitação anual de até 1.800 milímetros.

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Intensidade da Sazonalidade das Chuvas: Observações de satélite revelam que um déficit hídrico cumulativo superior a -350 milímetros pode desencadear colapsos locais na cobertura arbórea.

Duração da Estação Seca: Um limite seguro para evitar transições de ecossistemas em escala local é de até cinco meses de duração da estação seca.

Desmatamento Controlado: O desmatamento acumulado não deve exceder 10% da cobertura original do bioma florestal, exigindo medidas rigorosas para deter a degradação e promover a restauração.

O estudo da UFSC na Nature oferece uma visão abrangente e alarmante sobre o futuro da Amazônia, destacando a urgência de ações para evitar seu colapso iminente. Com cenários preocupantes delineados e limites críticos estabelecidos, os cientistas apontam para a necessidade de esforços locais e globais coordenados. Preservar a resiliência da Amazônia requer não apenas o fim do desmatamento e a restauração do ecossistema, mas também a cooperação entre países amazônicos e medidas para mitigar as mudanças climáticas em nível global. A pesquisa oferece um alerta crucial e um roteiro para garantir a sobrevivência da maior floresta tropical do mundo para as gerações futuras.