Nos últimos anos, cientistas da Universidade do Sul da Califórnia têm observado um fenômeno intrigante: o núcleo interno da Terra está desacelerando em relação à superfície do planeta.
Esta descoberta, publicada recentemente na revista Nature, levanta questões sobre as implicações dessa desaceleração para o nosso planeta e para nós, seus habitantes.
O núcleo interno da Terra é uma esfera sólida composta principalmente de ferro e níquel, situada a uma profundidade de mais de 4.800 quilômetros abaixo da superfície terrestre. Com dimensões comparáveis às da Lua, este núcleo é extremamente quente, alcançando temperaturas que chegam a 5.400°C. Devido à sua profundidade e às condições extremas, o estudo direto deste fenômeno é impossível para os cientistas.
Análise detalhada pelos cientistas
Os cientistas basearam suas descobertas em análises detalhadas de atividades sísmicas registradas por terremotos ao redor do mundo. Estes eventos sísmicos proporcionaram informações valiosas sobre as características e movimentações do núcleo interno. Um dos pontos cruciais da pesquisa foi o uso de sismogramas, que são registros das ondas sísmicas que se propagam pelo planeta. A partir desses dados, os pesquisadores puderam inferir as mudanças na velocidade de rotação do núcleo interno ao longo do tem
Uma das implicações mais intrigantes da desaceleração do núcleo interno é o potencial impacto na duração dos dias terrestres. A mudança na velocidade de rotação deste núcleo pode alterar a duração do dia em frações de segundo. Embora isso seja praticamente imperceptível para a maioria das pessoas, para os astrônomos e cientistas que estudam os movimentos precisos da Terra, essa mudança pode ter implicações significativas.
O núcleo interno em desaceleração também afeta diretamente o campo magnético da Terra. Este campo é gerado pela convecção de metais líquidos no núcleo externo da Terra, e suas variações podem ser influenciadas pelas mudanças no núcleo interno. As alterações no campo magnético terrestre não apenas afetam a navegação e a orientação de diversas espécies, mas também desempenham um papel crucial na proteção contra a radiação solar e cósmica.